segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Presidente da Petrobras fala sobre nova política de reajustes

Ao O Globo, Graça Foster disse que a ideia é não repassar volatilidade internacional ao mercado interno

Por Redação

Em entrevista ao jornal O Globo deste domingo (29/9), a presidente da Petrobras, Graça Foster confirmou que a empresa estuda mudanças na política de reajustes de preço da gasolina.

Segundo a presidente, a ideía é não passar a volatilidade de preços internacionais ao mercado interno. Mas, tornar mais previsível a recomposição no médio prazo para se chegar à paridade entre a cotação dos preços nos mercados interno e externo. 
 
A presidente não definiu um prazo para que a política se torne efetiva.

Mantega prevê crescimento de 40% no PIB per capita na próxima década


 


Por Agência Brasil


São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, estimou hoje (30) um crescimento de 40% no Produto Interno Bruto (PIB) per capita entre 2013 e 2022, chegando ao valor de R$ 30 mil ao fim do período. Segundo o ministro, para isso seria necessária uma elevação de 4% no PIB, em média, e o investimento teria de crescer 7% ao ano, em média. 
Ele destacou que o crescimento registrado de 2003 a 2012 foi 28%, sendo que o PIB per capita no país era R$ 16,6 mil em 2003 e passou para R$ 21,3 mil em 2012. Nessa época, o PIB cresceu 3,6%, e o investimento teve alta de 5,7%.
 
Mantega falou na capital paulista, na abertura do 10° Fórum de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), promovido em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O tema do encontro foi Estratégias para Dobrar a Renda Per Capita do Brasil em 15 Anos. “Para dobrar em 15 anos, precisa de muita estratégia. É uma meta ambiciosa, que poucos países conseguiram atingir nesse período de tempo”, disse o ministro.
 
Ele traçou um panorama sobre o crescimento do PIB per capita nos últimos dez anos. De acordo com Mantega, na década, houve investimento em capital humano, não apenas em produção e infraestrutura.
 
O novo ciclo de crescimento, destacou o ministro da Fazenda, será impulsionado, sobretudo, pelo investimento em infraestrutura. O governo foca no Programa de Concessões, que investe R$ 500 bilhões em setores como portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e energia. Ele lembrou que os leilões de energia e rodovias que estão em andamento têm como objetivo entregar a questão ao setor privado , que tem mais agilidade. “O investimento é um elevado multiplicador do PIB, é o que tem mais efeito multiplicador na economia”, declarou.
 
Para viabilizar investimentos, o país adotou medidas de redução de custo. O câmbio foi desvalorizado para favorecer o custo dos insumos, o país reduziu o custo da energia, minimizou o custo da elevação da mão de obra, por meio da desoneração da folha de pagamentos, e reduziu os custos financeiros (taxa de juros) e tributários (de impostos).
 
 

BC reduz novamente projeção para PIB de 2013


Por Eduardo Campos e Mônica Izaguirre | Valor
 
Marcos Santos/USP Imagens


BRASÍLIA  -  O Banco Central (BC) voltou a revisar para baixo a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013. O crescimento estimado caiu de 2,7% para 2,5%, segundo o Relatório Trimestral de Inflação de setembro.

Na ótica da oferta, o BC reduziu de 1,2% para 1,1% sua estimativa para o avanço da indústria este ano, com expectativa de queda de 2,8% da indústria extrativa (queda de 3,1% no relatório anterior) e expansão de 1,9% da construção civil (era de 1,1% no relatório de junho) e de 1,5% para a indústria de transformação (alta de 2,3% no anterior). O crescimento do setor de serviços também foi revisado para baixo, de 2,6% para 2,3%, enquanto o avanço do PIB do segmento agropecuário foi elevado de 8,4% para 10%, puxado pelo desempenho melhor que o esperado do setor no segundo trimestre do ano.

No âmbito da demanda, a autoridade monetária destaca o aumento de 6,1% para 6,5% para a expectativa de crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicativo dos investimentos. O consumo das famílias, para o BC, deve crescer 1,9% em 2013, ante estimativa anterior de 2,6%, enquanto para o consumo do governo, a projeção passou de 2,4% para 1,8%.

Já o componente externo da demanda terá contribuição negativa de 1 ponto percentual para o PIB este ano, de acordo com o BC, resultado de uma alta de 1,7% das exportações (2,8% na estimativa do relatório anterior) e de avanço de 8,4% das importações (ante 7,6% na estimativa anterior).

O crescimento para o PIB acumulado no período de quatro trimestres encerrado em junho de 2014 é estimado em 2,5%, contra 1,9% no mesmo tipo de comparação, no segundo trimestre deste ano.

(Eduardo Campos e Mônica Izaguirre | Valor)

Dilma tentará convencer mais uma vez o Paraguai a retornar ao Mercosul

País está suspenso do bloco desde junho de 2012 e deveria ter voltado em agosto deste ano

/Direto de Brasília

  

Em sua primeira visita ao Brasil, desde que assumiu o cargo de presidente do Paraguai, Horacio Cartes vai tratar do retorno do seu país ao Mercosul com a presidente Dilma Rousseff. Ele chegou no fim da manhã desta segunda-feira ao Palácio do Planalto, onde tratará com a presidente brasileira não só do tema multilateral, mas da agenda comum entre os dois países.

Desde o impeachment relâmpago do então presidente paraguaio Fernando Lugo, em junho do ano passado, o Paraguai está suspenso do bloco. O retorno estava previsto para depois da posse de Cartes, escolhido em eleições democráticas. O Paraguai, no entanto, só deve voltar ao bloco no ano que vem, depois de encerrada a presidência Venezuelana.

Apenas o congresso paraguaio relutava em dar o aval para que a Venezuela entrasse no Mercosul. Assim que foi suspenso, os demais países-membro aprovaram a entrada do país, então comandado por Hugo Chávez. Com esta rusga na relação, Assunção decidiu não retornar durante a gestão venezuelana.
Ao ir à posse de Cartes, no dia 15 de agosto, Dilma encabeçou uma investida para tentar convencer o presidente Paraguaio a retornar ao bloco.

Apesar deste ainda ser o tema predominante nesta visita de Estado, temas bilaterais ainda serão tratados. Estão na agenda dos dois países cooperação técnica, desenvolvimento fronteiriço, além de temas comerciais e de infraestrura. Em sua conta no Twitter, Dilma chegou a declarar que "o Paraguai é aliado histórico" e disse que "os dois povos ganham com maior cooperação".

No comércio bilateral do ano passado, o fluxo comercial entre Brasil e Paraguai alcançou US$ 3,6 bilhões, com elevação em 38% das importações brasileiras em comparação com 2011. Entre janeiro e agosto deste ano, o comércio bilateral demonstrou aumento de 23% em relação ao mesmo período de2012.

Pesquisa mostra alta de preços de até 19% em supermercados


TONI SCIARRETTA
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

Folhainvest

Os preços de uma cesta de 104 itens chegaram a subir até 19% nos supermercados entre 2012 e 2013, segundo pesquisa anual da Proteste (associação dos consumidores) feita em 21 cidades de 14 Estados do país. 

Foi a maior variação desde 2009, quando foi iniciada essa série. A cesta tem produtos que vão de hortifrúti a higiene e limpeza. 

A pesquisa mostrou alta generalizada nos preços de alimentos, bebidas e artigos de limpeza e higiene em todo o país. São coletados para essa cesta apenas os valores de marcas líderes de mercado em cada região pesquisada. 

Quem bater perna na hora de comprar consegue uma economia de até R$ 2.028,90 por ano, considerando a compra mensal dessa cesta. 

O resultado vale para São Paulo, onde o custo de uma cesta foi em média de R$ 369,83. No Rio e em Florianópolis, a economia anual chegou a R$ 1.480,04 e R$ 1.406,03, respectivamente, segundo o estudo. 

NORDESTE LIDERA
 
Editoria de arte/Folhapress 

Os Estados com o maior aumento nos preços neste ano, na comparação com 2012, estão no Nordeste. No Ceará, houve aumento de 19%, seguido por Bahia (17%), Maranhão (17%) e Paraíba (16%). "É justamente a região de maior ascensão da chamada nova classe média", disse Michele Alves, responsável pela pesquisa. 

Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, lembra que, além de o frete para essa parte do país ser mais elevado, os consumidores dessa região têm menos "educação para o consumo", o que pode facilitar o repasse do aumento de preços pelos supermercados. "Isso ocorre principalmente em áreas onde a concorrência também é menor", diz. 

A menor variação de preços ocorreu em Goiás, onde os valores médios dos produtos subiram 11%. Neste ano, nenhum Estado registrou recuo nos preços da cesta.
Na pesquisa do ano passado, o maior aumento foi de 8% em Minas Gerais e em Pernambuco. No Rio Grande do Norte e no Paraná houve até deflação de 3% e 2%, respectivamente. 

BISCOITO VILÃO
 
Os pesquisadores agiram como consumidores à procura do menor preço e evitaram coletar informações nos dias de promoções temporárias de alguns setores. Foram 1.357 estabelecimentos visitados.
Para comparar os resultados, eles encontraram o supermercado "mais caro" e o "mais barato" de cada cidade. No cálculo da economia anual por cidade, estimaram a compra de uma cesta de 104 itens por mês.
A variação de preços de um mesmo produto chegou a 195% em uma mesma cidade. É o caso do biscoito maisena, na comparação feita em supermercados de São Paulo. Em seguida estão lâmpada incandescente e empanado de frango, com respectivamente diferenças de preço de 194% e 192%. 

COMPARAÇÃO
 
Enquanto o consumidor paulista pagou em média R$ 369,83 para adquirir a cesta com 104 itens, o de Santa Catarina gastou R$ 26 a mais para obter os mesmos produtos. No Rio Grande do Norte, foi encontrada a cesta de menor preço médio: R$ 338,640.
"O consumidor tem de aprender que vale a pena atravessar a rua de uma mesma região ou bairro e comparar os preços antes de comprar. Um terço do orçamento doméstico é gasto nas compras em supermercados. Não é pouca coisa" disse a coordenadora da Proteste.

“O Brasil ficou para trás nos intercâmbios científicos e tecnológicos”



Paulo Roberto de Almeida 
 
 
Intercâmbios no exterior como incentivo à capacitação de jovens brasileiros foi o tema abordado pelo Instituto Millenium em entrevista com o diplomata e cientista político Paulo Roberto Almeida. Neste podcast, o diplomata avalia o programa “Ciências sem fronteiras” e fala sobre a urgente necessidade por uma internacionalização das universidades brasileiras. Almeida aborda ainda a má gestão de recursos para educação e afirma: “precisamos atingir o padrão das grandes universidades do mundo”.
Os artigos assinados não traduzem a opinião do Instituto Millenium. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate sobre os valores defendidos pelo Instituto e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Excelente entrevista, parabéns Paulo Roberto! Suas conclusões finais são valiosas: precisamos abrir nossas Universidades para o exterior. Mas, se não houver incentivo concreto desde o curso primário, não será fácil combater nossa mentalidade xenófoba. Na minha época escolar, através dos estudos de línguas conhecíamos, através de leituras, a cultura de outros povos.Lembro-me ainda claramente, do livro de francês da FTD, de Blanche T. Jacobine, com leituras sobre a França e belas imagens.

Regina Caldas

Novas regras da mineração devem valer só em 2015


Atraso na aprovação do novo projeto de lei para o setor compromete calendário de funcionamento pleno das novas normas, propostas pelo governo em junho

Pilha de minério de ferro na Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, Minas Gerais
Governo retirou regime de urgência da proposta para destravar a pauta de votações da Câmara dos Deputados (Divulgação Vale)


O novo marco regulatório para o setor de mineração não deve produzir efeitos práticos no atual governo de Dilma Rousseff. Considerada uma das reformas mais importantes pelo Palácio do Planalto, a mudança do Código de Mineração desejada pela presidente deve sofrer alterações nas próximas semanas no Congresso e fontes do governo já admitiram que as novas regras só entrarão em funcionamento plenamente em 2015.

O atual arcabouço de normas para a mineração está em vigor desde 1967, e sua atualização está em discussão no governo federal há quase seis anos. Somente em junho deste ano o Planalto submeteu o texto do novo código ao Congresso, mas optou por um projeto de lei, em vez de uma medida provisória. Entre as mudanças está a forma de licitação de blocos de minas e jazidas ao setor privado aos moldes do setor de petróleo e gás natural e o aumento dos royalties pagos pelos mineradores - um dos pontos mais criticados por representantes do setor. Em junho, o Planalto submeteu o texto do novo código ao Congresso, mas optou por um projeto de lei, em vez de uma medida provisória.

A ideia inicial era de que os primeiros leilões sob as novas regras já começassem no segundo semestre, mas este calendário foi descartado com a demora em aprovar o novo texto. No dia 23 de setembro a presidente retirou o regime de urgência da proposta para destravar a pauta de votações da Câmara dos Deputados. A expectativa do governo é que o projeto, que tramita em comissão especial, seja votado em 15 de outubro.

"Na prática, na minha opinião, acabaram as chances de a reforma ser votada ainda este ano", disse ao site de VEJA o advogado especialista em mineração Affonso Aurino Barros da Cunha, sócio do escritório Siqueira Castro Advogados. "Por um lado, mantém-se a lei atual, que todos já conhecem, o que tem seu lado positivo. Por outro, o país perde credibilidade, porque essa reforma vem se protelando há anos." Para ele o pior cenário seria se o governo retirasse o pedido de urgência e mantivesse a suspensão da concessão de alvarás. "Essa suspensão era que causava demissões, principalmente nas empresas técnicas de sondagem. Mas o governo já havia voltado a emitir os alvarás", comenta.

Travado - Um dos setores mais importantes da economia não vive dias de glória na gestão de Dilma, que foi ministra de Minas e Energia de 2003 a 2005. Entre outubro de 2011 e abril de 2013, o governo praticamente suspendeu a liberação de títulos de lavra às mineradoras, paralisando o setor e levando a milhares de demissões e fechamento de empresas. São esses documentos que permitem às empresas explorar comercialmente as minas.

"Ninguém entendeu, até agora, por que foi tomada a decisão de suspender as lavras. Isso começou a ser normalizado em abril, mas foi um verdadeiro contrassenso, porque a presidente defendia a ampliação dos investimentos na economia ao mesmo tempo em que represava as mineradoras", disse Marcelo Tunes, diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

Por causa da suspensão das lavras e a lentidão para se aprovar o novo código de mineração, o Ibram avalia que a estimativa de investimentos totais do setor de 75 bilhões de dólares entre 2012 e 2016 seja revista para baixo.

(com Estadão Conteúdo)