terça-feira, 22 de outubro de 2013

Petrobras é capaz de cumprir sua parte no grupo de Libra, diz Lobão


Por Daniel Rittner e Lucas Marchesini | Valor
 

BRASÍLIA  -  O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que a Petrobras é "plenamente capaz" de pagar sua parte no bônus de assinatura do campo de Libra.

Para arcar com os 40% que lhe cabem no consórcio vencedor, ela terá que desembolsar R$ 6 bilhões até a assinatura do contrato, o que está previsto para novembro.

"Tudo isso foi calculado e medido pela área financeira da Petrobras. Ela vai atender responsavelmen te aos compromissos que assumiu", disse Lobão, em entrevista coletiva para anunciar o Plano Nacional de Contingência (PNC) p ara casos de vazamentos de petróleo.

Questionado sobre uma eventual ajuda do governo à Petrobras, para que ela pague o bônus de assinatura, o ministro respondeu de forma taxativa: "Ela não terá dificuldades maiores em cumprir a sua parte".

Lobão também descartou a possibilidade de um aporte da União à estatal. "Por enquanto, não se cogitou disso. E estou na firme convicção de que não será necessário".

Quando lhe perguntaram sobre a possibilidade de novos empréstimos, Lobão afirmou: "A Petrobras tem plenas condições de prover as suas necessidades financeiras. Se tiver que recorrer a novos empréstimos, ela o fará tranquilamente. O mercado financeiro está aberto a ela".

Quanto à hipótese de reajuste da gasolina, o ministro desconversou: "Esse é um assunto do qual já falei em demasia. Não desejo mais falar".

(Daniel Rittner e Lucas Marchesini | Valor)

Países avançados deveriam seguir conduta fiscal do Brasil, diz Mantega


Por Eduardo Campos e Edna Simão | Valor
 
BRASÍLIA  -  O governo nunca fez manobra fiscal, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Tudo o que fizemos foi dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal, do Orçamento.” A declaração foi dada em resposta a questionamento sobre a falta de transparência que foi apontada em relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que será divulgado nesta terça-feira.

No documento, entre outras recomendações, a organização sugere adoção de um regime com base em metas estruturais, como meio para maior eficiência da política fiscal e elevação da poupança pública, conforme revelou o Valor na segunda-feira.

Ao lado do secretário-geral da Organização para a OCDE, Angel Gurría, Mantega afirmou que “a conduta fiscal do Brasil é exemplar” e que os países avançados deveriam seguir essa política. “O Brasil está entre os países que têm superávit primário por vários anos seguidos”, afirmou. 

Mantega lembrou que, no ano passado, o país passou por dificuldades para fechar as contas e o governo resolveu colocar os recursos do Fundo Soberano “para dentro”.  Ele disse que as transações são transparentes porque todas saem no Diário Oficial da União.

Segundo o ministro, como essas operações podem não ser entendidas pelos não especialistas, está se tentando evitar operações dessa natureza, “para ficar tudo o mais claro possível”.

Para o ministro, críticas sempre podem existir e o governo estará sempre a aperfeiçoar o desempenho fiscal. “Há pouco que se dizer sobre nossas contas públicas, as despesas estão caindo”, disse.


Câmbio


O ministro da Fazenda disse ainda que talvez o Banco Central possa atuar cada vez menos no mercado de câmbio. Segundo ele, com a redução das expectativas de mudança da política do Federal Reserve (Fed), banco central americano, “isso acalmou os mercados e eles podem funcionar de forma mais automática e caminhar para equilíbrios cambiais mais favoráveis”. 

Mantega respondia a pergunta sobre como o governo vai lidar com os ingressos referentes ao pagamento do bônus do campo de Libra. Segundo o ministro, a injeção não será tão grande, algo como US$ 4 bilhões, “que é um fluxo não muito expressivo”.

Para ele, o dinheiro ingressa no mercado sem interferência do governo. As empresas vão trazer o dinheiro, comprar reais e transferir para o Tesouro. 

Ainda de acordo com o ministro, o BC saberá regular esse fluxo caso ele cause alguma distorção no mercado. “Ele [BC] pode intervir mais ou menos”, disse.


Juros


A respeito da política monetária, Mantega disse não ser necessário alterá-la. As declarações foram em resposta a pergunta sobre algumas críticas feita pela OCDE em relatório sobre o país. “A modelagem do BC é na justa medida”, disse o ministro, lembrando que houve inflação mais alta no primeiro semestre “e o Banco Central tomou as medidas adequadas”.

Mantega também falou que “me parece que estamos em um aperto monetário” porque a a taxa de juros subiu nos últimos meses “e voltou a ser uma das maiores do mundo. Ele também disse que não há abundância de crédito no país. Segundo ele, o governo atuará menos quando os bancos privados emprestarem mais. “Acho que eles estão voltando [a conceder mais crédito]”, afirmou.

Resultado do leilão de Libra permitirá salto na educação, diz ministro


Divulgação | Petrobras

Resultado do leilão de Libra permitirá salto na educação, diz ministro

Divulgação | Petrobras


BRASÍLIA  -  O "êxito" do leilão de Libra, realizado na segunda-feira no Rio de Janeiro, permitirá que o país "dê um salto extraordinário nos investimentos feitos em educação", afirmou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

"Foi o maior leilão da indústria do Petróleo e o consórcio que ganhou tem empresas muito fortes", disse o ministro.

Ao todo, cinco empresas formam o consórcio vencedor: Petrobras, Shell, Total, CNPC e CNOOC.
O vencedor foi o único consórcio a dar lance no leilão, apesar de 11 empresas estarem habilitadas a participar do processo.

"O mais importante é que o Estado vai investir 75% dessa renda [que vier da extração de petróleo] em educação", disse o ministro. Segundo ele, ao longo de 35 anos, isso representa R$ 638 bilhões.

"O país está transformando uma riqueza finita em infinita, que é a educação", explicou. Mercadante disse ainda que a "melhor fonte de renda foi garantida para a educação, que é o petróleo".

O ministro esteve presente, nesta terça-feira, em um evento do Ministério do Trabalho e Emprego sobre o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
(Folhapress)

Estudo da OCDE recomenda mandato fixo para diretores do Copom

 
 
 
 
Por Eduardo Campos | Valor
 
 
BRASÍLIA  -  (Atualizada às 19h08) A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresentou oficialmente, nesta terça-feira, 22, um estudo sobre a economia brasileira em que recomenda a melhora da credibilidade da política monetária com o estabelecimento de mandatos fixos para os diretores do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A cada dois anos, a entidade prepara uma avaliação da economia brasileira e faz o lançamento em Brasília.

Em entrevista coletiva, antes da divulgação do relatório, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que estava ao lado do secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, disse não ver necessidade de mexer no status quo do BC.

“Quando o time está ganhando, você não muda”, disse ele, depois de avaliar que não é necessário mudar a política do BC, que está em um ciclo de aperto monetário para conter a inflação. “A modelagem do BC é na justa medida”, disse.


Inflação


Na avaliação de Gurría, o Banco Central deve continuar apertando a política monetária para trazer o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o centro da meta, que é de 4,5%.

Ainda de acordo com secretário-geral da OCDE, o BC não deve se preocupar com outras questões que não a inflação. “O governo com suas políticas é que vai combater às origens das pressões inflacionárias”, explicou ele. “Não adianta fixar preços. Tem que se ter oferta suficiente para assegurar que o consumidor tenha opções. O consumidor é soberano, tem que poder escolher entre bens e serviços e ter o benefício do menor preço e da melhor qualidade”, disse.

Para Gurría, o mix de políticas do Brasil, até agora, está se mostrando vigilante com a inflação, ao mesmo tempo em que busca uma possibilidade de recuperação. Sinal disso, apontou ele, é que mesmo com indicações de menor pressão inflacionária, o BC manteve o aperto monetário no seu encontro de outubro.


 Regra de despesas


Em seu relatório, a OCDE também criticou o que ficou conhecido como "contabilidade criativa" nas contas públicas e nos cálculos para a obtenção do superávit primário, mas admitiu que, em épocas de crise, a política orçamentária precisa de mais "flexibilidade".

Para fazer frente a essa necessidade e também à transparência exigida no uso dos recursos públicos, a entidade sugeriu a adoção de uma "regra de despesas", similar à da Holanda, que pudesse substituir a atual meta fiscal (de superávit primário de 3,1% do PIB).

"Sob tal regra, permite-se que a despesa pública possa se expandir de acordo com um caminho pré-determinado, definido por tetos de despesa de médio prazo", diz o relatório.

O esquema teria como vantagens permitir o emprego das receitas públicas para estabilizar a economia, a maior facilidade em fazer ajustes orçamentários no lado das despesas e o fato de ser um modelo mais facilmente entendido pelo público.

A OCDE recomendou, ainda, que as instituições encarregadas de monitorar a execução do orçamento fossem condensadas em uma só, lembrando que os países europeus criaram conselhos fiscais independentes.


Desafios


Gurría listou uma série de desafios para a economia brasileira, destacando a necessidade de investimento em educação, inovação, de aumento da concorrência, de regulação mais inteligente e mais flexibilidade do mercado de trabalho.

Além disso, o secretário-geral da OCDE recomendou que o Brasil tenha um sistema de impostos que tribute mais a renda e não o consumo.

“Você pode tomar decisões de curto prazo, sobre Orçamento, inflação, corte de juros. Mas no médio e longo prazos são essas questões que importam”, disse.


Salários x produtividade


Gurría também chamou atenção para a questão da competitividade brasileira. A sugestão da OCDE é que se tente igualar o crescimento dos salários ao da produtividade.

“Quando por um período prolongado o custo do trabalho sobe mais rápido do que a produtividade, temos uma queda de competitividade”, disse, lembrando do caso europeu, onde o custo unitário do trabalho aumentou fortemente em países como Grécia, Espanha e Portugal, enquanto se manteve constante ou em baixa na Alemanha.

No Brasil, disse ele, o ganho de produtividade pode vir pela desvalorização da moeda ou pelo investimento em tecnologia e capacitação da mão de obra, sendo esse um processo que toma mais tempo.


Bancos públicos


Na edição desta segunda, 21, o Valor antecipou parte do conteúdo do estudo divulgado hoje, como a recomendação da OCDE para o país melhorar a política fiscal, a partir da adoção de um regime com base em metas estruturais, como meio para maior eficiência da política fiscal e elevação da poupança pública.

A reportagem de ontem também antecipava a recomendação da OCDE sobre o menor uso de bancos públicos. No estudo, a OCDE parece suspeitar, principalmente, que o atual tamanho dessa presença pode, na verdade, estar impedindo o desenvolvimento do setor privado no mercado de crédito de médio e longo prazo.

Outro dado antecipado na reportagem é a revisão, para baixo, pela OCDE, nas projeções de crescimento da economia brasileira para cerca de 2,5%, contra as estimativas anteriores que ficaram entre 2,9% e 3,5%.
Leia mais:

Estudo da OCDE sobre o Brasil questiona atuação do BNDES
(Eduardo Campos | Valor)

Brasil libera nova identidade para refugiados no país e os autoriza a trabalhar



 
 
O governo brasileiro atendeu demanda da população refugiada que vive no Brasil e retirou o termo “refugiado” da cédula nacional de identidade desses estrangeiros que moram no Brasil. A palavra foi substituída por “residente” e o documento também passará a informar que eles estão autorizados a exercer atividade remunerada no País, segundo informações divulgadas no site das Nações Unidas no Brasil.Os refugiados que possuem modelo antigo da cédula de identidade podem solicitar versão atualizada, segundo a Polícia Federal, mediante pagamento de taxa de R$ 305,03, mesmo valor que é cobrado para a emissão da primeira via do documento. 
 
A mudança está sendo implementada pelo Departamento da Polícia Federal em parceria com o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), ligado ao Ministério da Justiça.A retirada do termo “refugiado” no documento sempre foi pedida pelos estrangeiros que vivem sob essa condição no Brasil. Segundo eles, a palavra dava margem para interpretações incorretas e dificultava o acesso ao mercado de trabalho e a integração socioeconômica no País. 
 
Em função disto, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) encaminhou a solicitação da mudança junto ao governo federal.“Esta mudança na cédula de identidade dos refugiados é uma conquista que beneficiará toda a população refugiada, pois o próprio termo ainda gera dúvidas de interpretação, tanto do ponto visto legal como semântico. É uma conquista que podemos considerar histórica, e esperamos que facilite a integração socioeconômica dos refugiados no Brasil”, afirmou o representante do ACNUR no país, Andrés Ramirez. 
 
O Brasil tem cerca de 4.400 estrangeiros vivendo sob a condição de refugiados. Há um crescimento destas chegadas. Entre 2010 e 2012, por exemplo, o número de pedidos de refúgio triplicou. Foram 566 em 2010 e 2.008 no ano passado. Neste ano já chegaram 3.500 solicitações, segundo estimativa do Ministério da Justiça.
Fonte: Anba
 

Leilão de Libra coloca o Brasil em um novo patamar geopolítico mundial

Leilão de Libra coloca o Brasil em um novo patamar geopolítico mundial
 
 
 
Ao garantir a extração do petróleo contido no Campo de Libra, o Brasil salta para a quinta posição no ranking dos países produtores, segundo a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), aliado não mais aos EUA, mas a um conjunto mais amplo de forças, entre elas a China. 

O ponteiro da balança pendeu, agora, para o prestígio do Brics, grupo que, além dos brasileiros, reúne os russos, indianos, chineses e sul-africanos. Da Rússia, o Brasil já comprou um sistema antiaéreo de primeira geração. Com a Índia, fortalece relações; idem com a África do Sul.

Segundo fonte com trânsito no setor energético brasileiro, que falou ao Correio do Brasil em condição de anonimato, no início da noite desta segunda-feira (21/10), logo após encerrado o leilão do qual o país e a Petrobrás sairam com uma fatia de 85%, “está definido o contorno final de um novo bloco econômico que, nos próximos meses, falará em um tom mais grave na formação de um novo Conselho de Segurança (CS) da ONU”.

– O assento definitivo do Brasil no CS ocorrerá, em grande parte, devido ao alinhamento dessas forças em campos produtivos, como o do petróleo e o da indústria, que têm peso específico na definição dos fatores de desenvolvimento e de independência econômica dos países – afirmou.

Os EUA correm para se livrar da absoluta dependência em que se encontra desta commodity, com a produção de refinados a partir do xisto betuminoso, e busca desenvolver ao máximo este processo, que ainda passa por ajustes científicos. Mas a presença da China, no cenário mundial, contrapõe-se ao consumo dos norte-americano. Hoje, a China surge como a maior importadora de petróleo do mundo, já à frente dos EUA, o que amplia de forma decisiva os laços econômicos sino-brasileiros.

A importação norte-americana de petróleo, desde 2007, já declinou 22,37%, para 10,58 milhões de barris diários em 2012, segundo balanço da petrolífera British Petroleum (BP). O uso de recursos não convencionais derrubou o preço do gás praticado nos EUA e o derrubou frente aos preços do petróleo. O Henry Hub, preço praticado no mercado à vista da América do Norte, passou de US$ 8,86 por milhão de British Termal Unit (BTU, na sigla em inglês, e corresponde a 252,2 calorias, é medida usada internacionalmente) para US$ 2,7 por milhão de BTU entre 2008 e 2012. A queda foi da ordem de 69,5%, o que tem promovido um certo alívio para o parque industrial norte-americano.

Trata-se do cenário ideal para a formação de “um novo grupo de países, que precisa manter sua competitividade em nível mundial”, afirmou a fonte. Os custos financeiros da operação justificam-se – e a escalada no preço das ações da Petrobras nas bolsas de valores, minutos após a batida do martelo mostra isso – mesmo precisando desembolsar mais por uma área que já pertencia à estatal do petróleo.

 

 Não é privatização, diz DilmaA opinião dessa fonte off do Correio do Brasil não distoa do pronunciamento da presidente Dilma, na segunda-feira, em cadeia de rádio e TV. Segundo ela, o petróleo de Libra vai gerar R$ 1 trilhão para o Brasil, ao longo de 30 anos, porque 85% da renda proveniente da reserva vão pertencer ao Estado brasileiro e à Petrobras. "Isso é bem diferente de privatização", afirma a presidente.Para Dilma, o Brasil torna o petróleo de Libra, que é finito,  em tesouro indestrutível, que é a educação de alta qualidade. "Estamos transformando o pré-sal no nosso passaporte para uma sociedade futura mais justa e com melhor distribuição de renda. A batida do martelo do leilão de Libra foi a batida na porta de um grande futuro que se abre para nós, para nossos filhos e para nossos netos", completa a presidente.


Fonte: Correio do Brasil
 

POUCOS PUBLICITÁRIOS ESTRANGEIROS ATUAM NO BRASIL

A cada cem criativos empregados nas maiores agências brasileiras, só 1,5 é estrangeiro.


Levantamento realizado na semana passada por Meio & Mensagem mostra que a quantidade de estrangeiros nas áreas de criação das maiores agências do País é pequena. A média é de 1,5% do total das equipes. Foram consultadas 55 agências listadas entre as maiores do Brasil, pelo ranking Agências e Anunciantes, ou que possuam equipes de criação com mais de 10 integrantes e atendam clientes presentes no ranking dos maiores compradores de mídia do País.

Somadas, elas empregam pouco mais 2.300 criativos, sendo apenas 35 estrangeiros. A maioria das empresas ouvidas não tem nenhum. Apesar disso, há uma sensação geral de que aumentou a presença de gringos atuantes no Brasil nos últimos anos, com os efeitos mais agudos da globalização e o domínio multinacional no mercado local de agências.

Para se chegar a este total considerou-se até mesmo profissionais nascidos no exterior, mas que praticamente fizeram toda sua carreira no Brasil, como o espanhol José Zaragoza, sócio da DPZ; o moçambicano Rui Branquinho, vice-presidente na Y&R; o argentino Max Geraldo, diretor-executivo na Giovanni+DraftFCB; e o uruguaio Pedro Cappeletti, diretor-geral da Grey.

Cappeletti foi um dos que contribuiu para o aumento recente de estrangeiros, com as contratações do diretor-executivo equatoriano Daniel Perez e do diretor de criação uruguaio Federico Russi.

A Wieden + Kennedy é a campeã de presença gringa. Lá os estrangeiros são 20% da equipe liderada pelo argentino Guillermo Vega e onde atuam ainda dois diretores de criação norte-americanos, Patrick Almaguer e Blake Kidder; dois argentinos, Ezequiel Soules e Martin Insua; e o redator espanhol Kako Mendez. A Wieden+Kennedy leva tão a sério a mistura de culturas que possui um profissional dedicado integralmente ao recrutamento e conexões entre os escritórios da rede no mundo. Trata-se de Melanie Myers, global creative recruiter, baseada no escritório de Portland, sede da rede. Em nenhuma outra das agências pesquisadas o índice de estrangeiros se aproxima de 10%.

Na AgênciaClick Isobar o principal líder da criação também é estrangeiro: o português Fred Saldanha, que conta o compatriota Jorge Teixeira, como diretor-executivo em Brasília, e o diretor de criação argentino Nicolas Ferrario, na equipe de São Paulo. Saldanha, vice-presidente de criação, diz que se sentiu uma “ave rara”, quando chegou ao País pela primeira vez, em 1996. Ele, que em Portugal trabalhara em uma equipe na qual 50% eram brasileiros, conta que percebia certa reticência do mercado em relação aos estrangeiros. “Pelo fato de não conhecer a cultura brasileira, achavam que isso seria prejudicial na hora de criar, quando na verdade eu poderia agregar”, diz.

Também há estrangeiros em posições de comando na Publicis (o diretor de criação colombiano Leo Macias), Taterka (o head of art mexicano Javier Talavera), Ogilvy Rio (o diretor-geral espanhol Paco Conde), JWT (os diretores de criação argentinos Santiago Dulce e Hernan Rebaldería e o canadense Enoch Lam) e David (o diretor de criação argentino Jorge Andres Ponce Betti).

A criação é a área que mais emprega estrangeiros nas agências brasileiras. Nas demais, a presença é ainda mais rara. Considerando todo o efetivo das 55 empresas consultadas na semana passada, o total de estrangeiros é de pouco mais de 50. Mas há muitos brasileiros que já trabalharam fora do País e uma grande diversidade de nacionalidades. Estão pelos corredores das agências pesquisadas profissionais argentinos, portugueses, japoneses, franceses, italianos, norte-americanos, austríacos, alemães, chilenos, bolivianos, hondurenhos, filipinos, australianos, ingleses e equatorianos.


(Meio & Mensagem – 22/10/2013)