terça-feira, 22 de outubro de 2013

Leilão de Libra coloca o Brasil em um novo patamar geopolítico mundial

Leilão de Libra coloca o Brasil em um novo patamar geopolítico mundial
 
 
 
Ao garantir a extração do petróleo contido no Campo de Libra, o Brasil salta para a quinta posição no ranking dos países produtores, segundo a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), aliado não mais aos EUA, mas a um conjunto mais amplo de forças, entre elas a China. 

O ponteiro da balança pendeu, agora, para o prestígio do Brics, grupo que, além dos brasileiros, reúne os russos, indianos, chineses e sul-africanos. Da Rússia, o Brasil já comprou um sistema antiaéreo de primeira geração. Com a Índia, fortalece relações; idem com a África do Sul.

Segundo fonte com trânsito no setor energético brasileiro, que falou ao Correio do Brasil em condição de anonimato, no início da noite desta segunda-feira (21/10), logo após encerrado o leilão do qual o país e a Petrobrás sairam com uma fatia de 85%, “está definido o contorno final de um novo bloco econômico que, nos próximos meses, falará em um tom mais grave na formação de um novo Conselho de Segurança (CS) da ONU”.

– O assento definitivo do Brasil no CS ocorrerá, em grande parte, devido ao alinhamento dessas forças em campos produtivos, como o do petróleo e o da indústria, que têm peso específico na definição dos fatores de desenvolvimento e de independência econômica dos países – afirmou.

Os EUA correm para se livrar da absoluta dependência em que se encontra desta commodity, com a produção de refinados a partir do xisto betuminoso, e busca desenvolver ao máximo este processo, que ainda passa por ajustes científicos. Mas a presença da China, no cenário mundial, contrapõe-se ao consumo dos norte-americano. Hoje, a China surge como a maior importadora de petróleo do mundo, já à frente dos EUA, o que amplia de forma decisiva os laços econômicos sino-brasileiros.

A importação norte-americana de petróleo, desde 2007, já declinou 22,37%, para 10,58 milhões de barris diários em 2012, segundo balanço da petrolífera British Petroleum (BP). O uso de recursos não convencionais derrubou o preço do gás praticado nos EUA e o derrubou frente aos preços do petróleo. O Henry Hub, preço praticado no mercado à vista da América do Norte, passou de US$ 8,86 por milhão de British Termal Unit (BTU, na sigla em inglês, e corresponde a 252,2 calorias, é medida usada internacionalmente) para US$ 2,7 por milhão de BTU entre 2008 e 2012. A queda foi da ordem de 69,5%, o que tem promovido um certo alívio para o parque industrial norte-americano.

Trata-se do cenário ideal para a formação de “um novo grupo de países, que precisa manter sua competitividade em nível mundial”, afirmou a fonte. Os custos financeiros da operação justificam-se – e a escalada no preço das ações da Petrobras nas bolsas de valores, minutos após a batida do martelo mostra isso – mesmo precisando desembolsar mais por uma área que já pertencia à estatal do petróleo.

 

 Não é privatização, diz DilmaA opinião dessa fonte off do Correio do Brasil não distoa do pronunciamento da presidente Dilma, na segunda-feira, em cadeia de rádio e TV. Segundo ela, o petróleo de Libra vai gerar R$ 1 trilhão para o Brasil, ao longo de 30 anos, porque 85% da renda proveniente da reserva vão pertencer ao Estado brasileiro e à Petrobras. "Isso é bem diferente de privatização", afirma a presidente.Para Dilma, o Brasil torna o petróleo de Libra, que é finito,  em tesouro indestrutível, que é a educação de alta qualidade. "Estamos transformando o pré-sal no nosso passaporte para uma sociedade futura mais justa e com melhor distribuição de renda. A batida do martelo do leilão de Libra foi a batida na porta de um grande futuro que se abre para nós, para nossos filhos e para nossos netos", completa a presidente.


Fonte: Correio do Brasil
 

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