Ao
garantir a extração do petróleo contido no Campo de Libra, o Brasil
salta para a quinta posição no ranking dos países produtores, segundo
a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), aliado não mais
aos EUA, mas a um conjunto mais amplo de forças, entre elas a China. O
ponteiro da balança pendeu, agora, para o prestígio do Brics, grupo
que, além dos brasileiros, reúne os russos, indianos, chineses e
sul-africanos. Da Rússia, o Brasil já comprou um sistema antiaéreo de
primeira geração. Com a Índia, fortalece relações; idem com a África do
Sul.
Segundo fonte com
trânsito no setor energético brasileiro, que falou ao Correio do Brasil
em condição de anonimato, no início da noite desta segunda-feira
(21/10), logo após encerrado o leilão do qual o país e a Petrobrás
sairam com uma fatia de 85%, “está definido o contorno final de um novo
bloco econômico que, nos próximos meses, falará em um tom mais grave na
formação de um novo Conselho de Segurança (CS) da ONU”.
–
O assento definitivo do Brasil no CS ocorrerá, em grande parte, devido
ao alinhamento dessas forças em campos produtivos, como o do petróleo e
o da indústria, que têm peso específico na definição dos fatores de
desenvolvimento e de independência econômica dos países – afirmou.
Os
EUA correm para se livrar da absoluta dependência em que se encontra
desta commodity, com a produção de refinados a partir do
xisto betuminoso, e busca desenvolver ao máximo este processo, que ainda
passa por ajustes científicos. Mas a presença da China, no cenário
mundial, contrapõe-se ao consumo dos norte-americano. Hoje, a China
surge como a maior importadora de petróleo do mundo, já à frente dos
EUA, o que amplia de forma decisiva os laços econômicos
sino-brasileiros.
A
importação norte-americana de petróleo, desde 2007, já declinou 22,37%,
para 10,58 milhões de barris diários em 2012, segundo balanço
da petrolífera British Petroleum (BP). O uso de recursos não
convencionais derrubou o preço do gás praticado nos EUA e o derrubou
frente aos preços do petróleo. O Henry Hub, preço praticado no mercado à
vista da América do Norte, passou de US$ 8,86 por milhão de British
Termal Unit (BTU, na sigla em inglês, e corresponde a 252,2 calorias, é
medida usada internacionalmente) para US$ 2,7 por milhão de BTU entre
2008 e 2012. A queda foi da ordem de 69,5%, o que tem promovido um certo alívio para o parque industrial norte-americano.
Trata-se
do cenário ideal para a formação de “um novo grupo de países, que
precisa manter sua competitividade em nível mundial”, afirmou a
fonte. Os custos financeiros da operação justificam-se – e a escalada no
preço das ações da Petrobras nas bolsas de valores, minutos após a
batida do martelo mostra isso – mesmo precisando desembolsar mais por
uma área que já pertencia à estatal do petróleo.
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário