Por Renata Veríssimo
Apesar do esforço da equipe econômica para fortalecer o discurso
de responsabilidade fiscal, o déficit da Previdência Social em 2013 deve
ficar maior que o projetado no último relatório de receitas e despesas,
divulgado no final de setembro pelo ministério do Planejamento. O
ministro da Previdência, Garibaldi Alves, disse nesta terça-feira, 05,
que a última estimativa do seu ministério é que o rombo fique entre R$
40 bilhões e R$ 43 bilhões.
O ministro afirmou que "não acha
fácil reverter" o déficit alcançado até setembro para chegar ao
programado. O relatório tem uma previsão de R$ 36,2 bilhões. No entanto,
nos nove meses de 2013, este déficit já atingiu R$ 47,6 bilhões. "Não
acho fácil reverter (o déficit)", disse o ministro. "Nós acreditamos
sempre que, no último trimestre do ano, as receitas têm um ganho bom.
Não é problema só de contenção de despesas. Mas não sei se a gente
consegue reverter tudo", completou Alves. "A última previsão era entre
R$ 40 bilhões e R$ 43 bilhões este ano. Para chegar a isso e não haver
nenhuma surpresa, a gente confia muito que o final do ano permita um
volume maior de receitas para compensar isso", repetiu.
O
secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, atribuiu parte do
resultado fiscal ruim de setembro ao tamanho do déficit na previdência.
Segundo ele, ocorreu parte do pagamento do 13º salário dos aposentados e
pensionistas. Por isso, espera-se que as contas fechem no azul no mês
de dezembro.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem
repetido que os grandes gastos do governo - juros da dívida, INSS e
funcionalismo público - estão sob controle. Agora, diz que quer atacar
outros tipos de despesas que apresentam crescimento como o
seguro-desemprego e o abono salarial. Segundo ele, os gastos com essas
despesas devem atingir R$ 47 bilhões em 2013 e, por isso, o governo está
discutindo com as centrais sindicais medidas para reduzi-las.
No
entanto, a previsão do ministro também é maior que o previsto no último
relatório de receitas e despesas. Os gastos estimados no documento com
abono salarial e seguro-desemprego somam R$ 41,8 bilhões. O governo
divulgará um novo relatório no final deste mês, no qual poderá rever
estas projeções.
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