terça-feira, 5 de novembro de 2013

Cielo ganha fatia de mercado, mas prevê perda até 2015


No terceiro trimestre, a maior adquirente do País passou a ter 53,3% de participação do setor

Por Natália FLACH

Apesar de ter abocanhado mais uma fatia de mercado no terceiro trimestre, a Cielo deve enfrentar maior concorrência no ano que vem e, com isso, pode eventualmente perder participação. A maior adquirente do Brasil respondeu por 53,3% do setor com crescimento de 0,3 ponto percentual entre julho e setembro deste ano, segundo Rômulo Dias, presidente da companhia. “Esse crescimento se deu em todos os segmentos”, afirma, referindo-se a grandes contas e a pequenos lojistas, em teleconferência com jornalistas, nesta terça-feira 5. A expectativa do executivo é que concorrentes como Elo (do Santander), Banrisul, Global Payments e Elavon detenham de 15% a 20% do segmento, em 2015.
 
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No terceiro trimestre, a maior adquirente do País passou a ter 53,3% de participação do setor
 
Para enfrentar a concorrência, a Cielo tem investido em melhoria de serviços, tecnologia e presença. “Mas o impacto também deve chegar ao preço”, diz. “Toda vez que falamos em inovação, tentamos desenvolver dentro de casa, mas pode haver algo pequeno que chame atenção”, diz. No momento, porém, nenhuma companhia está no radar, de acordo com o executivo.
 
Sobre a possibilidade de expandir a operação para além das fronteiras brasileiras, Dias afirma que, no momento, o foco é crescer organicamente no País. “Temos muito espaço para crescer aqui; segundo uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), a posse de cartões chega a 76% dos brasileiros. Mas em cidades como Belém é de apenas 50%”, diz.
 
Na noite da segunda-feira 4, a Cielo divulgou lucro lucro líquido de R$ 689,2 milhões no terceiro trimestre, alta de 17% em relação ao mesmo período do ano passado. O volume financeiro transacionado chegou a R$ 112,7 bilhões, alta de 17,8%, e a receita operacional líquida atingiu R$ 1,7 bilhão, avanço de 31,6%.
 
Os gastos também aumentaram: passaram de R$ 613 milhões para R$ 907 milhões por causa da incorporação da americana Merchant e-Solutions, cujas transações de intercâmbio são contabilizadas como custos, devido às regras dos Estados Unidos.
 
Mais cedo, em teleconferência com analistas, Dias comentou a proposta que está sendo estudada pelo Conselho Monetário Nacional de cobrar impostos sobre serviços (ISS) diferente para cada município. “O assunto ainda é bem prematuro, está em discussão. Mas, estamos presentes em 99% dos mais de 5 mil municípios, caso isso seja aprovado, pelo efeito matemático, teria custo adicional para a companhia. Mas é super cedo para falar sobre isso”, afirma. Às 15h, as ações da Cielo caíam 1,97%, enquanto o Ibovespa tinha retração de 0,67%.
 

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