País possui pelo menos 6.9 trilhões de m³ de gás de xisto – quase 100 vezes o volume de reservas provadas de gás convencional em terra, segundo a AIE
Para a AIE, produção de gás de xisto deve ganhar força no início dos anos 2020 no Brasil
São Paulo – A 12ª Rodada de Licitações da ANP, que ocorre nesta
quinta-feira, no Rio de Janeiro, inaugura a busca do Brasil pelo gás de xisto. O chamado gás não convencional, extraído de rochas, é responsável por colocar os Estados Unidos no rumo da autossuficiência energética, mas também dá sinais de que os problemas ambientais associados à técnica de fraturação hidráulica (no inglês, “fracking”) não devem ser ignorados — principalmente se o país resolver explorar para valer seu potencial.
Apesar de ainda não ser possível cravar números certeiros sobre o
volume de gás possível de ser extraído, estimativas da Agência
Internacional de Energia (AIE) já colocam o Brasil entre os 10 países com as maiores reservas nacionais de gás de xisto.
Segundo a AIE, o país possui reservas recuperáveis de 6.9 trilhões de
m³ de gás de xisto e de 5.3 bilhões de barris de óleo leve de xisto, em
pelo menos três bacias sedimentares.
Só o volume de gás, segundo a agência, é cem vezes superior às reservas de gás
natural provadas em terra, que respondem hoje por 16% das reservas
totais de gás natural do Brasil. O restante encontra-se no mar.
Pelas projeções da agência americana, a produção de gás de xisto
nacional deve ganhar força no início dos anos 2020 e adicionar cerca de 6
bilhões de metros cúbicos ao fornecimento de gás do país até 2035.
Para ANP, as reservas brasileiras podem ser o dobro das estimativas da
AIE. Nesta quinta-feira, serão ofertados no leilão de quinta-feira 240
blocos exploratórios terrestres com potencial para gás natural em sete
bacias sedimentares: Acre, Parecis, São Francisco, Paraná, Parnaíba,
Recôncavo e de Sergipe-Alagoas, todas com potencial para gás
convencional e não convencional.
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