RIO - Os
10% mais pobres da população brasileira detinham apenas 1,1% da renda
total do país, ao passo que os 10% mais ricos possuíam 41,9% do
rendimento nacional em 2012. É o que aponta a Síntese de Indicadores
Sociais (SIS), divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD) 2012, a SIS apurou que, entre 2004 e 2012, houve melhora na
distribuição de renda no período, “mas não suficiente para alterar
substancialmente o quadro de desigualdades de renda do país”. Em 2004, a
disparidade era maior, com os 10% mais ricos concentrando 45,3% da
renda do país e os 10% mais pobres com apenas 0,9%. Na escala mais alta,
entretanto, nada mudou. Em 2004, 13% da renda do país estava na mão do
1% mais rico. Em 2012, essa parcela da população detinha 12,9% da renda.
A apropriação de renda pelas camadas mais pobres “permanece
extremamente desigual”, afirmam os especialistas do IBGE no estudo.
Segundo o levantamento, considerando o rendimento mensal familiar per
capita, no grupo que agrega a população 10% mais pobre estão 14,1% do
contingente de pretos e pardos e 5,3% dos brancos.
As posições se invertem quando se trata do grupo formado pelos 10%
dos brasileiros mais ricos, onde estão 15,9% da população branca e 4,8%
dos pardos.
O Índice de Gini – indicador utilizado para mensurar a desigualdade
de rendimentos e que varia de zero a um, sendo “um” o valor de máxima
desigualdade – ficou em 0,507 no país em 2012. O índice não apresentou
variação frente a 2011, mas ficou mais baixo que o 0,556 de 2004. Assim,
o índice mostra leve redução da desigualdade.
A SIS também observou que 6,4% das famílias tinham até um quarto de
salário mínimo per capita de rendimento familiar. Já 14,6% das famílias
estavam na faixa de um quarto a meio salário mínimo per capita.
Em dez anos aumentou a participação das transferências de renda
governamentais – chamadas de outras fontes – nos rendimentos dos mais
pobres. Entre 2002 e 2012, a participação do rendimento de outras fontes
no total de rendimento para o grupo de até um quarto de salário mínimo
passou de 14,3% para 36,3%, enquanto para as famílias com rendimento per
capita de mais de um quarto a meio salário mínimo per capita passou de
6,5% para 12,9%.
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