quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Executivo retratado em reportagem é desmentido


Empresário cita, sem autorização, ex-presidente da Embraer como conselheiro

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Ao ser entrevistado para uma reportagem do Estado sobre carreiras executivas, Yelisetty Udaya Bhaskar, indiano naturalizado brasileiro, citou passagens por empresas como Mercedes-Benz e Visanet (hoje Cielo) em seu currículo, e disse representar os interesses de famílias indianas no País, por meio da consultoria Nilla Business. Bhaskar foi apontado por empresas de recrutamento como um bom exemplo de executivo com vivência no exterior.

Após a publicação da reportagem, no caderno "Fóruns Estadão Brasil Competitivo", na última quinta-feira, porém, o Estado recebeu um e-mail com denúncias relativas à empresa e constatou uma série de inconsistências nas informações fornecidas pelo executivo.



O indiano Yelisetty Udaya Bhaskar (Foto: Sergio Castro/Estadão)

Segundo Bhaskar, a Nilla Business presta consultoria em fusões e aquisições e governança corporativa a empresas e tem escritórios em São Paulo, Londres e Índia. Mas quem decidir ir à sede do grupo em São Paulo vai se deparar com uma empresa de paisagismo, localizada numa área residencial. Lá, uma funcionária recebeu a reportagem e informou que se trata de uma unidade provisória.

A companhia também lista o executivo Ozires Silva, ex-presidente da Embraer e da Petrobrás, entre seus conselheiros. No entanto, procurado, ele afirmou não ter qualquer relação com a Nilla. Em e-mail enviado à reportagem, diz que vai procurar a empresa para regularizar a situação. "Não sei do que essa participação se trata", disse Silva. "Tomarei minhas providências pessoais quanto à inclusão do meu nome no site."

Outro negócio ligado à Nilla, a Indian Business Alliance (IBA) se diz uma espécie de aliança para empresários e investidores indianos. O site da empresa, que podia ser acessado na segunda-feira, mas havia saído do ar ontem, citava uma sede em São Paulo. A reportagem constatou que, na verdade, o endereço fica em Guarulhos e abriga uma unidade da escola de inglês CNA. As atendentes afirmaram que nunca ouviram falar de uma aliança de executivos indianos.

Após Ozires Silva negar e dizer estar surpreso com a posição de conselheiro na Nilla, a reportagem voltou a conversar com Bhaskar. Ele disse, porém, que se tratava de um mal-entendido. Afirmou ter oferecido o cargo de conselheiro ao ex-presidente da Embraer por telefone, em "acordo verbal". Admitiu que não existe qualquer documento assinado com Silva.

Sobre o fato de uma empresa que pretende atender grandes clientes corporativos estar sediada dentro de uma empresa de paisagismo, Bhaskar justifica que essa empresa "pertence ao grupo Nilla". Diz também que a companhia em breve vai alugar uma sede própria, em uma área nobre de escritórios da capital. Quando à sede da IBA, a Nilla justifica que o prédio pertence a um dos investidores na companhia. Afirma também que o instituto "está sendo desativado".

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