sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Setor público faz superávit, mas resultado é o pior para outubro

 
 
 
Por Eduardo Campos | Valor

BRASÍLIA  -  (Atualizada às 11h20) O setor público não financeiro registrou, em outubro, superávit de R$ 6,188 bilhões em suas contas primárias, conceito que exclui receitas e despesas com juros e outros encargos de dívida. Tal resultado é o pior para meses de outubro desde o começo da série iniciada em dezembro de 2001. Mas mostra recuperação depois do déficit primário de R$ 9,048 bilhões em setembro, que foi o pior para meses de setembro desde o início da série histórica, e levantou uma onda de desconfiança sobre a política fiscal brasileira.

No acumulado de janeiro a outubro deste ano, a sobra de receita primária alcançou R$ 51,153 bilhões, saldo que é menor que o de igual período do ano passado, de R$ 88,241 bilhões.

Os números foram divulgados pelo Banco Central (BC) e referem-se ao desempenho fiscal de União, Estados, municípios e empresas sob controle dos respectivos governos, excluídos bancos estatais, Petrobras e Eletrobras.

O superávit de outubro é cerca de metade do superávit de R$ 12,398 bilhões registrado em igual mês do ano passado. Com isso, medido em 12 meses, o superávit primário caiu de R$ 74,1 bilhões em setembro, para R$ 67,890 bilhões no mês passado, passando de 1,58% para 1,44% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pelo BC. 

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) da União para este ano estabelece como meta um resultado fiscal primário de R$ 155,841 bilhões, mas admite flexibilizações, por exemplo, em função dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O governo federal já avisou que pretende abater da “meta cheia” até R$ 45 bilhões dos R$ 65 bilhões que a lei permite abater em função do PAC. Estava perseguindo, portanto, uma meta em torno de R$ 110,9 bilhões. Agora, sem a obrigação de fazer a parte de Estados e municípios, conforme lei recentemente aprovada, o governo central (União) diz que vai em busca apenas de seu quinhão na conta, que é de R$ 73 bilhões.

No ano até outubro, o superávit acumulado do governo central é de R$ 33,4 bilhões, ou seja, faltam R$ 40 bilhões a serem feitos em dois meses. Ontem, ao comentar o resultado, divulgado pelo Tesouro Nacional, o secretário Arno Augustin disse que o cumprimento dessa meta de R$ 73 bilhões “não é só factível como está em linha com nossa programação”. Para novembro, o secretário prevê um resultado primário histórico.


Governos regionais


No âmbito regional, o setor público registrou superávit  em outubro. Juntos, Estados, municípios e suas empresas estatais fizeram economia para o pagamento de juros de R$ 913 milhões no mês, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Banco Central.

As duas esferas apresentaram resultado fiscal primário positivo. Excluídas respectivas estatais, o superávit foi de R$ 114 milhões nos governos estaduais e de R$ 580 milhões nas prefeituras.

O BC apurou resultado fiscal primário positivo para as empresas estatais de controle dos Estados, no caso, de R$ 184 milhões. As estatais municipais também mostraram superávit âmbito das administrações regionais, pois registra ram superávit primário de R$ 35 milhões no mês. As estatais federais – fora Petrobras e Eletrobras, também mostraram superávit de R$ 18 milhões.

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