Em texto publicado hoje, ele afirma que bolhas imobiliárias estão surgindo ao redor do mundo - inclusive nos "principais centros urbanos" brasileiros
São Paulo - O economista Nouriel Roubini, famoso por prever a crise financeira de 2008, acaba de publicar um artigo no Project Syndicate em que afirma que bolhas imobiliárias estão aparecendo em grandes centros urbanos do Brasil, Turquia, Índia e Indonésia.
O texto, intitulado "De volta para as Bolhas Imobiliárias", diz que o
que está acontecendo atualmente em muitos países é como "um replay em
câmera lenta" do que ocorreu na crise financeira americana, mas por uma
série de outros motivos.
Nas economias avançadas, o problema é de taxas de juros extremamente
baixos e muita liquidez. A combinação de crescimento e inflação baixos
com um excesso de dinheiro no mercado leva a uma valorização excessiva
de ativos como imóveis.
Ele cita Canadá, Nova Zelândia, França, Alemanha e vários outros países
europeus como exemplos de países vítimas deste processo. Os sinais:
aumentos constantes de preços em relação à renda total e de dívida
imobiliária em relação a dívida total.
No caso dos emergentes, "a situação é mais variada". Países com maior
renda per capita, como Israel e Hong Kong, estão inflando a bolha ao
deixarem suas taxas de juros muito baixas para evitar valorização de
suas moedas.
Brasil, Turquia, Índia e Indonésia são citados como países de alta
inflação, acima da meta do Banco Central. Em comum, urbanização
acelerada que faz com que demanda por imóveis supere a oferta -
empurrando os preços para cima.
Ele afirma ainda que as bolhas "não estão prestes a estourar por
enquanto, porque as forças que as alimentam ainda estão em plena
operação". Segundo ele, as autoridades de regulação estão mais atentas
desta vez, mas enfrentam constrangimentos políticos para lidar com a
questão.
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