DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
O STF (Supremo Tribunal Federal) adiou para fevereiro de 2014 a votação
sobre a correção das poupanças, mas os ministros continuam céticos em
relação aos argumentos apresentados pelas instituições financeiras e
pelo Banco Central de que uma eventual decisão favorável aos poupadores
coloca em risco o sistema financeiro.
Apesar do adiamento, o STF abriu espaço para o pronunciamento dos
relatores das ações e para a argumentação dos bancos e dos
representantes dos poupadores. A sessão, que foi interrompida por volta
das 18h30 (horário de Brasília), será retomada na quinta-feira (28).
O dinheiro reservado pelos bancos para indenizar os poupadores, as
chamadas provisões, foi motivo de bate-boca entre os advogados dos
bancos e de seus clientes durante a sessão correção das cadernetas nos
planos econômicos dos anos 80 e 90.
O advogado Luiz Casagrande, que defende os poupadores, disse que os
bancos foram negligentes ao constituir as provisões para as
indenizações. "A CVM deveria investigar os bancos por irregularidades
nas provisões", disse.
Os bancos e o BC falam em perdas potenciais de R$ 150 bilhões, enquanto
as provisões para ações cíveis --que incluem os planos econômicos--
somam R$ 18,2 bilhões.
O discurso de Casagrande foi rebatido pelos defensores do Santander e do
BB, que disseram que não há qualquer irregularidade nas provisões
financeiras feitas pelo banco. "Os nossos balanços seguem regras e são
auditados", disse Marcos Cavalcante, defensor do Santander.
Em defesa dos poupadores, Casagrande afirmou que a "poupança é
pós-fixada", portanto, deve aferir o rendimento no período passado. "Não
importa se um período foi sob inflação alta e o outro, baixa".
Para o advogado dos poupadores, os advogados dos bancos não apresentaram
um argumento em favor do não pagamento da correção da poupança, além de
afirmar que foram obrigados a aplicar os índices sob pena de
"desobediência civil". "Há uma tentativa de reinventar a discussão",
disse.
ADIAMENTO
O STF (Supremo Tribunal Federal) iniciou a sessão
prevista para votar a correção das poupanças nos planos econômicos dos
anos 80 e 90 às 14h 30. Logo na abertura, o ministro Marco Aurélio de
Mello propôs que a votação do julgamento da correção dos planos
econômicos ficasse para 2014, quando terão mais tempo para fazer
sucessivas sessões para votar a matéria.
O presidente do STF, Joaquim Barbosa, disse que não se opunha e ouviu os demais membros da corte sobre a proposta.
Até ontem à noite, o governo negociava com membros do STF para suspender
a votação. O governo é o que mais perde com uma eventual decisão a
favor dos poupadores, por meio das indenizações dos bancos públicos e
com a provável queda na arrecadação.
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