SÃO PAULO - A
temporada de compras nos Estados Unidos começou mais cedo neste ano,
com vários varejistas abrindo suas lojas já na quinta-feira, no Dia de
Ação de Graças. As vendas continuam hoje. O clima, no geral, é de
calmaria, mas há notícias de algumas brigas e outros problemas.
O dia depois da Ação de Graças, conhecido como Black Friday, é,
tipicamente, o maior dia de compras do ano nos EUA. Por uma década, é
considerado o início oficial da época de compras de fim de ano. Nos
últimos anos, porém, alguns varejistas começaram a abrir suas lojas na
noite do feriado e muitos passaram a dar no início de novembro os
descontos reservados para a Black Friday.
Os americanos vão às compras, apesar dos protestos de grupos de
direitos dos trabalhadores, que se opõem que os funcionários trabalhem
no feriado em vez de passarem o dia com a família.
A Federação Nacional do Varejo (NRF, na sigla em inglês) espera que
as vendas do setor avancem 4% durante os últimos dois meses do ano, para
US$ 602 bilhões. No ano passado, houve alta de 3,5%.
No Brasil, os varejistas copiaram a proposta americana e fazem liquidações e ofertas.
Tanto nos Estados Unidos como aqui, os descontos podem ser uma
ilusão. Para o Wall Street Journal (WSJ), os consumidores nos EUA
assistem nessa época do ano a um teatro do varejo.
"A crença mais comum é que os varejistas estocam mercadorias e depois
reduzem os preços do que não conseguem vender, sacrificando grandemente
os lucros. Mas não é assim que geralmente ocorre. Em vez disso, os
grandes varejistas negociam com seus fornecedores de modo a terem um
preço de saída que, após todos os descontos, ainda gera a margem de
lucro que eles querem", reportou o WSJ.
A revista Forbes aponta, por sua vez, relata que, no Brasil, o Black
Friday é um momento para fraudar os consumidores, ao contrário do que
acontece nos EUA, onde é um dia de acordos. A publicação nota que o
Brasil não é uma sociedade de litígio, diferentemente dos EUA, onde os
consumidores são mais cientes de seus direitos.
Críticas à parte, há canais para os brasileiros manifestarem sobre
eventuais abusos no comércio, como o Procon e sites de reclamações.
Apesar da natureza fabricada da maioria dos descontos, como revelou o
WSJ, os consumidores parecem não ligar. "O que buscam, principalmente
em períodos de fraqueza econômica, é a sensação de ter feito um bom
negócio."
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