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AMPLIANDO HORIZONTES – A bela, simpática e colorida Colômbia.
Uma das primeiras coisas que devemos pesquisar para entendermos a
cultura de um país é descobrir quem são seus artistas, músicos, etc.
Por isso pensei em começar este artigo falando de Cem Anos de
Solidão, um sucesso absoluto com mais de 50 milhões de exemplares
vendidos, mas me pareceu que seriam muitos anos e o meu espaço aqui não
daria para divagar tanto sobre a família Buendía.
Gabriel García Márquez, Gabo para os íntimos, prêmio Nobel de
Literatura em 1982, construiu a história latino-americana tão repleta de
guerras e solidão a partir da árvore genealógica dessa família que fez
com que ela fosse considerada a mais importante escrita em língua
hispânica depois de “Dom Quixote”, do espanhol Miguel de Cervantes.
Ao lê-lo, percebemos o tamanho da solidão humana, que é irremediável,
porém, adiável. E essa é a intenção do livro, mostrar a solidão como
algo inerente ao ser humano, que não é necessariamente um motivo de
tristeza, mas sim de reflexão. É válido doar sua vida aos outros, apesar
de tudo? Neste livro, o leitor não consegue pensar em mais nada, cem
anos se passam, e nada fica.
E uma de suas características marcantes nessa literatura é que choveu
por quatro anos, onze meses e dois dias. Exagero não? Mas o seu estilo
prima por exageros e fantasias.
E não tem como se falar da Colômbia sem citar outro grande artista,
Fernando Botero, um ícone em pintura moderna e que presta às suas obras
uma identidade inconfundível. É considerado um observador da situação
colombiana e retrata em suas telas figuras gordas com boca fechada,
levando alguns a pensar em pessoas que recebem comida em troca de seu
silêncio, e outros em apologia a obesidade. Percebe-se a sua escultura como uma crítica social, especialmente no que diz respeito à ganância do ser humano.
Suas obras (pinturas e esculturas) são uma releitura dos ideais de beleza Renascentista, e em suas pinturas, o uso de cores é fundamental para a iluminação.
É considerado um dos artistas vivos, mais reconhecido e citado no mundo das artes.
E para quem nunca o viu recomendo uma visita ao seguinte filme:
Outra coisa interessante de se conhecer é
a origem do nome dos países. No caso, Colômbia significa Terra de
Cristóvão Colombo e recebeu esse nome em homenagem ao descobridor da
América.
A população colombiana é uma das mais
etnicamente diversificadas da América Latina, formando a cultura andina
que incorpora, além de descendentes dos povos indígenas que habitavam o
país antes do descobrimento da América, um grande contingente de pessoas
de origem europeia (espanhóis, na maioria), de caribenhos, do povo da
orla do Pacífico e os de origem africana.
Isso explica a sua diversidade cultural tanto nos costumes, danças, festas, tradições, dialetos e comidas.
Por falar em comida, um dos pratos mais conhecido na Colômbia é o ajico, uma espécie de canja feita com galinhas e batatas.
O arroz é um dos ingredientes de maior presença na culinária colombiana. Ele é usado como ingrediente de pratos como os tamales (enrolados de arroz com frango e verdura), lechona (porco recheado com arroz e carne) e a bandeja paisa (uma mistura de diversos ingredientes ao arroz, entre eles o feijão).
Entre os pratos típicos e exóticos da população da província de Santander estão formigas fritas, chamadas de hormigas culonas, que seriam uma espécie da nossa tanajura.
É um país que surpreende por sua tranquilidade, pela alegria e receptividade de seu povo.
Sob o ponto de vista da Inteligência
Cultural não podemos deixar de citar as análises culturais desse país
feitas por Geert Hofstede, um antropólogo holandês. Essas análises
apontam que a Colômbia é similar a outros países da América Latina, onde
existe uma grande incerteza com o futuro, grande distância do poder e
baixo individualismo. Isto significa que a sociedade que tem as regras,
regulamentos e controles em alto nível e se preocupam com eles, é lenta
em aceitar mudanças e riscos.
É uma das culturas mais masculinas da
América Latina, o que significa que o país tem um alto grau de
diferenciação entre os papéis masculinos e femininos. Os homens dominam
uma porção significante da sociedade e na estrutura de poder.
A seguir mais alguns detalhes interessantes sobre a cultura e costumes colombianos.
No quesito roupas, eles são muito
conservadores e formais. Com referência à zona de conforto, eles
costumam ficar mais próximos do que os americanos, contudo eles têm
menos contato físico durante a conversação do que outros sul
americanos.
Para eles é falta de educação bocejar em
público. O gesto para indicar pão duro é bater seus dedos no cotovelo. O
gesto de OK (o do círculo) quando colocado como um círculo sobre o
nariz indica que alguém é homossexual.
Nos negócios as reuniões são marcadas
com antecedência e a pontualidade, apesar de não ser muito rígida é
esperada. É comum falar-se sobre amenidades antes de se começar a
negociar.
Os títulos são muito importantes e como
os colombianos são muito formais, eles gostam de utilizá-los, portanto
não deixe de chamá-los de doutor, engenheiro, professor, arquiteto, etc.
Em geral os hispânicos têm dois
sobrenomes, sendo que o primeiro que vem na frente é o do pai, seguido
pelo da mãe, que apesar de ficar em último lugar não é o utilizado.
Eles adoram touradas e são fanáticos por
elas. Se você quiser agradar converse sobre história; cultura; futebol;
café colombiano, um dos melhores do mundo e o museu de ouro ou o do
Botero.
Evite conversas sobre drogas, política, religião e criticar as touradas.
Para encerrar este texto, não poderíamos
deixar de citar um pensamento de Gabriel García Márquez que nos mostra
que, para entendermos outra cultura: “Tudo é questão de despertar sua alma.”
E essa é a nossa ideia ao falar sobre
diferentes culturas em todos os nossos artigos: despertar sua mente, seu
coração e sua alma.
DBI Foreign Trade
Maria Helena Magalhães Sarmento Afonso
Fonte da imagem: http://beyondblighty.com
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