A recusa abre caminho para que o Ministério Público peça a quebra de sigilo dessas empresas
Tecnisa: as construtoras que declinaram do convite para prestar depoimento nos próximos dias foram a Tarjab, Tecnisa, BKO e Trisul
São Paulo - Quatro construtoras se recusaram a colaborar com as investigações do Ministério Público Estadual (MPE) sobre a fraude
no Imposto sobre Serviços (ISS). Isso abre caminho para que os
promotores peçam a quebra de sigilo dessas empresas e também requisitem
uma fiscalização por parte da Receita Federal.
De acordo com o promotor Roberto Bodini, responsável pelas
investigações, as construtoras que declinaram do convite para prestar
depoimento nos próximos dias foram a Tarjab, Tecnisa, BKO e Trisul.
"Já esperava essa postura das empresas. Uma delas chegou a propor ser
ouvida em fevereiro, o que eu não podia aceitar. As investigações
seguem", disse Bodini. Ele quer saber agora quanto cada empresa pagou.
As quatro empresas foram citadas como beneficiárias do esquema, que
daria desconto de cerca de 50% no pagamento de impostos, pelo auditor
fiscal Luis Alexandre Cardoso de Magalhães. Pelo relato, só 10% do
tributo eram recolhidos aos cofres municipais.
Os responsáveis pelas empresas não foram localizados nesta quarta à noite.
Anteriormente, disseram que colaborariam com as autoridades. Bodini
reiterou que as empresas não se portaram como vítimas. Outras duas
construtoras foram citadas no depoimento do auditor Magalhães.
A Brookfield já assumiu ter pago R$ 4,1 milhões em propina aos fiscais
da Secretaria Municipal de Finanças. Uma testemunha protegida do MPE
afirmou que a construtora Alimonti foi extorquida em R$ 460 mil pelos
servidores.
Bodini passou a tarde de ontem ouvindo representante de outra
construtora, que colaborou com informações para a investigação. A
reportagem teve acesso a depoimentos de representantes das empresas que
desmentem a versão dos fiscais de que não eram obrigadas a colaborar com
o esquema.
Segundo os relatos, os fiscais criavam dificuldades que obrigavam os
empresários, apertados pelo prazo de entrega dos empreendimentos, a
pagar propina.
Depoimento
Ex-companheira de Magalhães, Vanessa Caroline Alcântara foi ouvida por
dois promotores ontem. Durante o dia, ela prestou depoimento ao promotor
Cesar Dario Mariano no inquérito por enriquecimento ilícito de Amilcar
Cançado Lemos, e também em outra investigação, sobre corrupção praticada
na Secretaria de Finanças.
À noite, ela foi ouvida pelo promotor Marcelo Daneluzzi, pelo inquérito de improbidade administrativa de Magalhães. A previsão é de que o segundo depoimento fosse até as 22h.
A Promotoria pretende acelerar as investigações para obter o máximo de informações antes do recesso de 20 de dezembro. Entre os procedimentos importantes que ainda podem ser feitos neste ano está o depoimento de Mauro Ricardo, secretário municipal de Finanças durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
À noite, ela foi ouvida pelo promotor Marcelo Daneluzzi, pelo inquérito de improbidade administrativa de Magalhães. A previsão é de que o segundo depoimento fosse até as 22h.
A Promotoria pretende acelerar as investigações para obter o máximo de informações antes do recesso de 20 de dezembro. Entre os procedimentos importantes que ainda podem ser feitos neste ano está o depoimento de Mauro Ricardo, secretário municipal de Finanças durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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