segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Julgamento de planos econômicos deveria ficar para 2014, afirma Mello


Por Maíra Magro | Valor
 
BRASÍLIA  -  (Atualizada às 12h58) O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello criticou nesta segunda-feira o fato de as ações sobre os planos econômicos serem julgadas pela corte quando o ano está próximo de terminar. 
Carlos Humberto/SCO/STF
“Não é uma questão para ser julgada ao término do ano judiciário”, disse Marco Aurélio. “Sob a minha ótica, esse processo deveria ser o primeiro do ano judiciário de 2014”. O julgamento de processos que discutem a correção monetária durante os planos do fim da década de 1980 e começo de 1990 está na pauta do STF desta quarta-feira (27), e deve tomar diversas sessões do tribunal.

Questionado se o tema ainda não estaria maduro para ser levado a julgamento, depois de mais de duas décadas da edição dos planos econômicos, o ministro justificou que o assunto é complexo, “de repercussão maior no cenário nacional”.

Além disso, de acordo com ele, nem todos os ministros devem estar presentes durante o julgamento. Dois ministros – Luís Roberto Barroso e Luiz Fux – não devem votar, declarando-se impedidos. Segundo Marco Aurélio, outro integrante da corte deve estar ausente na quinta-feira.

Para Marco Aurélio, seria difícil terminar o julgamento ainda neste ano, o que interromperia o seguimento das sessões. “Cindir o julgamento é muito ruim. Devemos ouvir os que falarão da tribuna, os relatores, e julgar de forma continuada”.

O ministro disse que não houve qualquer pedido formal dos bancos ou do governo de adiamento do julgamento. “É a visão de quem atua no Judiciário há 35 anos”, afirmou.


Mensalão


Ao comentar uma possível troca do juiz responsável por executar as penas do mensalão, o ministro Marco Aurélio Mello afirmou que é preciso “respeitar o ponto de vista alheio e, principalmente, a área de atuação profissional do colega”.

O juiz titular da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Ademar Vasconcelos, que estava responsável pela execução das penas do mensalão, foi substituído pelo juiz substituto da vara, Bruno André Silva Ribeiro. O motivo seria o descontentamento do presidente do STF e relator do mensalão, Joaquim Barbosa, com a atuação de Vasconcelos.

Indagado se Ribeiro seria um juiz mais duro, Marco Aurélio respondeu que não conhece os dois juízes, mas que é preciso respeitar sua área de atuação. Ele também disse que não soube da troca, e apontou que Barbosa poderia ter se encarregado ele próprio de executar as penas.

“Nós temos na Vara de Execuções Penais vários juízes, o titular é o doutor Ademar [Vasconcelos]. O que percebi das notícias é que o relator da ação penal [Joaquim Barbosa] teria trazido de volta a execução do que foi decidido pelo Supremo. Ele poderia delegar, como delegou, ao juízo da Vara de Execuções Penais, mas poderia também ter ficado com a incumbência de promover a execução das penas”.

Marco Aurélio disse ainda acreditar que o relator do mensalão agiu corretamente ao decretar a prisão de 11 condenados no processo, enquanto aguardou para decidir a situação de outros sete sentenciados à reclusão.
“De início, eu acredito no taco do meu presidente. Penso que ele não claudicou na arte de proceder”. Ele ressalvou que não tem detalhes concretos sobre a situação dos apenados: “Não sou o executor da decisão do Supremo”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário