BRASÍLIA - O
ministro da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, descartou, nesta
terça-feira, 26, que os voos domésticos entre as cidades que vão sediar a
Copa do Mundo de 2014 possam ser feitos por empresas aéreas
estrangeiras. “Não há possibilidade de percorrermos esse caminho”,
afirmou o ministro, após ter participado de um seminário sobre
concessões de aeroportos.
Moreira Franco disse que há um “ambiente hostil” que precisa ser
considerado, como idiomas diferentes e questões trabalhistas. Trata-se
de uma resposta direta do ministro à proposta do presidente da Embratur,
Flávio Dino, que levantou a ideia de abrir os voos domésticos a
companhias estrangeiras, durante o megaevento esportivo. “Se fizermos
isso, só vai complicar, não vai ajudar”, afirmou o ministro.
Moreira Franco voltou a defender, no entanto, uma reforma no Código
Brasileiro de Aeronáutica (CBA), que permita o aumento de capital
estrangeiro nas empresas brasileiras. Hoje, o limite é de 20% das ações
com direito a voto.
Obras
O ministro também pediu paciência aos passageiros com as obras de
reforma e ampliação dos aeroportos transferidos à iniciativa privada no
ano passado. “Quando a gente recebe alguém com a casa em obra, a
qualidade da acolhida não é a mesma. Mas não tenho a menor dúvida de
que, dentro de um prazo razoável, esse problema estará superado e
teremos aeroportos que atendam às exigências do cidadão brasileiro”,
disse.
“Quanto às perspectivas de futuros leilões, não há nenhum olho nesse
sentido, pelo contrário. A primeira etapa está vencida e temos que
refletir sobre os cinco [já concedidos]”, acrescentou Moreira Franco,
que se reuniu hoje com a presidente Dilma Rousseff. “Temos que dar uma
parada, avaliar, ver a repercussão da nova realidade no conjunto da
gestão aeroportuária brasileira e preparar a Infraero para concorrer.”
O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo
Guaranys, garantiu que “todas as obras” estão dentro do cronograma. “A
expectativa é de que elas sejam entregues [no prazo]”, disse Guaranys. A
agência faz um acompanhamento mensal da execução financeira e do
cronograma de obras de cada aeroporto.
(Daniel Rittner | Valor)
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