Britânica vai construir sua primeira fábrica de veículos no Brasil em Itatiaia, no interior do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - A britânica Jaguar Land Rover vai construir sua primeira fábrica de veículos no Brasil em Itatiaia, no interior do Rio de Janeiro, em investimento de cerca de 1 bilhão de reais.
"A chegada da Land Rover vai ser um marco histórico para a cidade",
disse nesta segunda-feira à Reuters o prefeito de Itatiaia, Luiz Carlos
Ferreira Bastos.
Mais cedo, duas fontes no governo fluminense haviam dito que o anúncio
da instalação da unidade ocorrerá em 3 de dezembro. A expectativa é que a
fábrica comece a produzir a partir de 2015. "O martelo já foi batido e
agora estamos organizando a cerimônia", disse uma das fontes.
Procurada no Brasil, a Jaguar Land Rover confirmou que está realizando
estudo para a instalação de uma unidade fabril no país, mas não comentou
sobre valor de investimento e outros detalhes.
A decisão da companhia ocorre após as rivais BMW, Audi e Mercedes-Benz
decidirem instalar fábricas de veículos de luxo no país diante do novo
regime automotivo em vigor desde o início do ano e que força as
montadoras a produzirem aqui se quiserem ter volume expressivo de vendas
no mercado local.
De janeiro a outubro, a Land Rover teve vendas de 8.920 veículos no
Brasil, atrás das 11.520 unidades da BMW e das 10.510 da Mercedes-Benz,
segundo dados da associação de concessionários, Fenabrave.
Uma segunda fonte disse que a capacidade da fábrica da Land Rover deve
girar em torno de 30 mil veículos por ano. A Jaguar Land Rover é
controlada pela indiana Tata Motors.
Itatiaia é próxima do polo automotivo de Rezende, onde a Nissan está
construindo sua fábrica de veículos compactos e onde a fabricante de
ônibus e caminhões MAN, do grupo Volkswagen, e a Peugeot têm centros
produtivos.
As negociações com a Land Rover começaram no começo deste ano e
incentivos fiscais foram oferecidos para atrair a fabricante, afirmou a
fonte.
"Vamos fazer o que fizemos para Nissan e Peugeot, que é o financiamento
do ICMS. Durante a construção da unidade a empresa paga 20 por cento do
ICMS e depois, com a produção, paga o valor cheio do ICMS e tem um
tempo para pagar o que ficou para trás", disse uma das fontes.
Procurada, a Secretaria de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro não comentou o assunto.
"Ainda não sabemos detalhes da capacidade de produção. Quanto maior a
produção maior será o incentivo fiscal que pode durar 25 ou 30 anos",
disse o prefeito de Itatiaia.
A montadora deve se instalar num pólo industrial na cidade e a previsão é que sejam gerados de 500 a 700 empregos diretos.
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