sábado, 14 de dezembro de 2013

Recém-criada, Netfarma avalia entrada de fundo


Criada há um ano por um time que reúne empresários da indústria farmacêutica e do e-commerce, a companhia encerra 2013 com cerca de 20 mil itens na carteira

Mônica Scaramuzzo, do
Getty Images
Remédios

Remédios: comodidade de comprar produtos pela internet impulsionou as vendas da Netfarma

São Paulo - A Netfarma, empresa online de medicamentos, avalia a entrada de investidores para acelerar seu plano de expansão para as principais capitais do país. Criada há um ano por um time que reúne empresários da indústria farmacêutica e do e-commerce, a companhia encerra 2013 com cerca de 20 mil itens na carteira (14 mil produtos diferentes), entre remédios e produtos de higiene e beleza.

O negócio foi criado como uma alternativa aos entregadores de bicicleta das farmácias de bairro, brinca Nelson Libbos, um dos sócios da companhia e ex-presidente da farmacêutica Teva no Brasil. “Algumas das grandes redes farmacêuticas têm a opção de entrega com pedidos na internet, mas a Netfarma foi criada só para essa finalidade”, diz.

A comodidade de comprar produtos pela internet impulsionou as vendas da Netfarma. Neste primeiro ano de operação, a companhia deverá registrar receita de cerca de R$ 20 milhões. A meta é triplicar o faturamento no ano que vem e multiplicar por dez até 2015.

O processo de expansão está sendo planejado sem atropelos. “Nós já fomos procurados por fundos de investimentos, mas não estamos com negociação em curso”, diz Libbos.

A entrada de dinheiro novo está sendo discutida como forma para impulsionar o crescimento da companhia pelos sócios - entre eles, Omilton Visconde Jr. (ex-Biosintética, atual MIP Farma Brasil) e Márcio Kumruian (da Netshoes), todos como pessoa física.

Hoje a Netfarma, com sede em São Paulo, tem um centro de distribuição em Barueri (Grande São Paulo) e planeja construir outros centros em capitais das regiões Sudeste e Sul, em uma primeira etapa.

A compra de remédios pela internet pode até parecer simples. E de fato é. Mas tem suas limitações. A venda de medicamentos de tarja preta, que exige a apresentação de receita azul, é proibida pela Agência Nacional de Vigilância (Anvisa). Os de tarja vermelha, com receita controlada, como antidepressivos, também, explica Geraldo Mol, presidente da Netfarma. “A venda de antibióticos (que também exige receita) só é feita em São Paulo. Nesse caso, o consumidor é obrigado a entregá-la ao motoboy quando recebe o produto”, diz Mol.

Os produtos da Netfarma são entregues em todo o País. Fora da capital paulista e da Grande São Paulo, os pedidos chegam via Correios. Para valores acima de R$ 100, o frete é grátis. Em São Paulo, há a opção de entrega expressa, para o mesmo dia, e superexpressa, em até 4 horas, com taxa de R$ 8,50. “Nosso tíquete médio é de R$ 110”, afirma Mol.


Vantagem online


A Netfarma tem atualmente 1.230 CPFs cadastrados. Boa parte das vendas é de produtos de higiene e beleza, apesar de o site ter sido criado como um canal de vendas de medicamentos. “A compra pela internet, além da comodidade, tem a vantagem de manter o consumidor no anonimato. Muitos ficam constrangidos de entrar em uma farmácia para comprar produtos, como fraldas geriátricas, preservativos e medicamentos para disfunção erétil, por exemplo”, afirma Mol. A empresa planeja criar programa de fidelização de clientes, a exemplo das redes do varejo. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cia Hering investirá na expansão do e-commerce em 2014


O objetivo inicial é que a internet, que hoje representa apenas 1% das vendas, chegue aos 5%

Dayanne Sousa, do
Divulgação
Hering: vestuário

Hering: com relação às lojas físicas, a Cia Hering espera abrir 100 novas unidades em 2014

São Paulo - A Cia Hering vai investir em uma nova plataforma de comércio eletrônico em 2014. Hoje a internet representa cerca de 1% das vendas da empresa, de acordo com diretor comercial da Cia Hering, Ronaldo Loos. "Sabemos que no mercado internacional esse porcentual é de 5% a 15% e nosso desafio inicial é chegar a esses 5%", declarou durante reunião com analistas e investidores em São Paulo.

Segundo o executivo, a nova plataforma permitirá também o relacionamento no canal multimarcas por meio da internet, que pode funcionar como um complemento para a estratégia de distribuição.

Com relação às lojas físicas, a Cia Hering espera abrir 100 novas unidades em 2014: 70 Hering Store e 30 lojas da marca infantil Hering Kids. Em 2013, a Cia Hering espera encerrar com 57 lojas Hering e 592 Hering Store. Segundo Loos, as lojas a serem inauguradas já estão mapeadas.

No caso de Hering Kids, todas as novas lojas serão localizadas em shoppings. Para o executivo, a marca tem grande potencial para ocupar shoppings de diferentes perfis e a companhia identifica que há baixa concorrência no segmento infantil, principalmente no caso de marcas com posicionamento que não é restrito a consumidores de classe alta.


Nova marca


A empresa anunciou ainda o lançamento no primeiro semestre de 2014 de uma nova marca de loja, a Hering for You, totalmente voltada para o público feminino. Ao todo, serão três categorias de produtos: a moda íntima, incluindo lingerie e pijamas; loungewear (peças confortáveis e casuais), além de fitness (roupas para prática de exercícios e moda praia).

"Tivemos vários meses de testes destas categorias e temos certeza que estamos inaugurando mais uma avenida de crescimento para a marca Hering", declarou Bueno. "Estamos aumentando a oferta dessas categorias que hoje não conseguem ter uma presença tão grande nas nossas lojas", completou.

De acordo com o executivo, as categorias da Hering for You que já estão disponíveis nas lojas do formato tradicional da companhia representam um faturamento de R$ 100 milhões e fazem parte de um mercado que soma R$ 22 bilhões por ano, sendo que a parte feminina responde por R$ 14 bilhões.
Vendas


Bueno anunciou ainda a implementação de um plano para retomada do crescimento de vendas no critério mesmas lojas (abertas há mais de um ano) da marca Hering, que prevê mudanças de planejamento, sortimento de produtos (focando itens de maior valor agregado, que apresentam melhor desempenho), estilo e execução.

A empresa deve aumentar a oferta de itens de moda e reduzir a participação de itens com velocidade de venda menor. No acumulado dos primeiros nove meses de 2013, as vendas mesmas lojas caíram 1,5%. O diretor informou ainda que a companhia aumentará sua capacidade analítica sobre o sucesso de uma coleção.

"Faremos com que cada estilista saiba qual produto criado por ele vendeu e qual não teve venda", exemplificou.


Hope cresce com projeto em multimarcas


O Hope Sob Medida deve completar 250 unidades neste ano

Embraer se beneficia de cenário positivo nos EUA


Jato E190, principal aposta da Embraer no segmento da aviação comercial _ Foto: Divulgação
Jato E190, principal aposta da Embraer no segmento da aviação comercial _ Foto: Divulgação

Empresa divulgou venda firme de 60 jatos desse modelo para American Airlines, por US$ 2,5 bilhões
Chico Pereira

São José dos Campos

Pelo menos três fatores contribuiram para a Embraer voltar a fechar contratos com companhias aéreas norte-americanas para o segmento de aeronaves comerciais regionais de 70 a 80 lugares.

A recuperação da economia dos Estados Unidos, com aumento [/TXT]da demanda pelo transporte aéreo, necessidade da renovação de frota das aéreas e o acordo fechado pelas empresas com o Sindicato dos Local dos Aeronautas .

É a avaliação de especialistas em aviação comercial.

Dos três fatores, o acordo trabalhista com o sindicato dos aeronautas tem peso significativo. Havia disputa entre o sindicato e as áreas com relação ao número da tripulação para operação das aeronaves com mais de 50 lugares.

Vencida esta barreira, as aéreas começaram a planejar a renovação de frota.

Nicho.
Este ano, a Embraer fez importantes vendas do jato E175 no mercado dos Estados Unidos. Anteontem, a empresa divulgou a venda firme de 60 jatos desse modelo para a American Airlines, contrato no valor de US$ 2,5 bilhões.

A aérea também tem a opção de compra de mais 90 aeronaves 175. Se exercidas, eleva o contrato para cerca de US$ 6,25 bilhões.

Anteriormente, a empresa brasileira havia anunciado contratos com aéreas dos Estados Unidos no total de 117 unidades. Os acordos fechados foram com as companhias Republic Airways, United Airlines e SkyWest.

Renovação.
Marcos Barbieri, economista e professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), diz que os contratos anunciados pela Embraer nos Estados Unidos reforça a sua presença em um mercado competitivo.

“A permanência da Embraer nesse mercado é importante e reforça a sua presença em um nicho de demanda que estava um pouco desaquecido”, disse o especialista.
Ele ponderou que as condições favoráveis para as companhias renovarem suas frotas ajudou nas vendas.

“As aéreas estão em busca de aviões mais econômicos, mais modernos, para terem maior ganho”, frisou.

Estratégia.
Para Barbieri, a estratégia da Embraer de manter uma família de jatos para atender vários nichos de mercado foi acertada.

“A empresa tem um portfólio que atende as necessidades de vários nichos de mercado. Foi uma decisão acertada em relação aos concorrentes”, destacou o economista.

No contrato anunciado ontem, as primeiras entregas para a American Airlines começa em 2015.  A empresa ajustará a produção para atender os contratos firmados este ano.

SAIBA MAIS

 Nicho
Embraer consolida presença no nicho da aviação comercial de aeronaves de 70 a 80 lugares com vendas efetivadas ao longo deste ano

EUA
O mercado dos Estados Unidos continua sendo o principal em todo mundo

Renovação
As aéreas dos Estados Unidos estão em processo de renovação da frota de jatos comerciais regionais

Potencial
Esse mercado tem potencial de mais de 500 aeronaves

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Quem financia imóvel em 30 anos paga dois e leva um; compare os custos


Sílvio Guedes Crespo


imovel casa dinheiro folhapress marcelo justo
Quem financia uma residência por 30 anos, dando uma entrada pequena, acaba pagando ao longo do contrato um valor que daria para comprar um outro imóvel igual.

Com base em dados levantados pela Fundação Proteste, o blog Achados Econômicos estimou o custo total a ser pago pelos clientes de oito bancos ao longo de três décadas, por meio do Sistema de Amortização Constante (SAC).

A fundação considerou três perfis diferentes de clientes. No primeiro caso, o comprador tem uma renda familiar de R$ 4.500 por mês e vai comprar um imóvel de R$ 150 mil, financiando 80% desse valor.

Pela Caixa Econômica Federal, o cliente tem um CET (Custo Efetivo Total, que inclui juros e outros gastos, como seguro) de 8,23% ao ano. Com isso, ao final de 30 anos, ele desembolsará mais de R$ 260 mil, ou seja, 1,8 vez o preço do imóvel à vista.

Se o financiamento for pelo Citibank, o CET fica em 10,25% ao ano para novos clientes, que ainda não têm conta nesse banco. Resultado: ao fim de 30 anos, o comprador paga um total de R$ 300 mil, ou seja, duas vezes o valor à vista.

Veja nos quadros abaixo a estimativa de quanto se paga de juros e outros custos de financiamento, em três perfis diferentes.


Perfil 1


Imóvel de R$ 150 mil
Financiamento: 80% (R$ 120 mil)
Renda familiar: R$ 4,5 mil
BancoCET (% a.a.)Valor a ser
desembolsado em 30 anos (R$ mil)*
Quantos imóveis o
cliente paga ao longo do contrato
Caixa (Minha Casa, Minha Vida + FGTS)7,692541,7
Caixa (sem FGTS nem Minha Casa Minha Vida)8,232631,8
BB (Minha Casa, Minha Vida + FGTS)9,022761,8
BB (só FGTS)9,292811,9
Citibank (relacionamento**)9,362821,9
Santander (relacionamento**)9,722881,9
Banrisul9,732881,9
BB (sem FGTS)9,762891,9
HSBC9,992932,0
Itaú10,022932,0
Bradesco10,162952,0
Citibank10,252972,0
  • * Estimativa com base no Sistema de Amortização Constante
  • ** Taxa válida só para quem tem relacionamento com o banco
  • Fonte: Instituto Proteste. Elaboração própria

Perfil 2

Imóvel de R$ 400 mil
Financiamento: 80% (R$ 320 mil)
Renda familiar: R$ 11 mil
BancoCET (% a.a.)Valor a ser
desembolsado em 30 anos (R$ mil)*
Quantos imóveis o
cliente paga ao longo do contrato
Caixa (relacionamento** + conta salário)8,627191,8
BB (prestação em dia + salário) 300 meses***8,666541,6
BB (prestação em dia) 300 meses***8,96731,7
Citi (relacionamento**)9,047381,8
Caixa (relacionamento**)9,127421,9
Santander (relacionamento**)9,397541,9
HSBC9,637641,9
BB (taxa balcão) 300 meses9,666921,7
Caixa (balcão)9,677661,9
Itaú9,797711,9
Citibank9,937771,9
Banrisul10,498022,0
Bradesco10,898202,0
  • * Estimativa com base no Sistema de Amortização Constante
  • ** Taxa válida só para quem tem relacionamento com o banco
  • *** O financiamento do BB para esta modalidade é de 25 anos
  • Fonte: Fundação Proteste. Elaboração própria

Perfil 3

Imóvel de R$ 800 mil
Financiamento: 80% (R$ 640 mil)
Renda familiar: R$ 23 mil
BancoCET (% a.a.)Valor a ser
desembolsado em 30 anos (R$ milhão)*
Quantos imóveis o
cliente paga ao longo do contrato
Caixa (relacionamento** + salário)9,061,51,8
Caixa (relacionamento**)9,251,51,9
Citibank (relacionamento**)9,341,51,9
HSBC9,531,51,9
BB (prestação em dia + salário) 300 meses***9,591,41,7
Santander (relacionamento)9,981,61,9
Caixa10,051,62,0
BB (prestação em dia) 300 meses***10,081,41,8
Itaú10,221,62,0
Citibank10,481,62,0
BB (balcão) 300 meses***10,581,51,8
Bradesco11,281,72,1
Banrisul11,51,72,1
  • * Estimativa com base no Sistema de Amortização Constante
  • ** Taxa válida só para quem tem relacionamento com o banco
  • *** O financiamento do BB para esta modalidade é de 25 anos
  • Fonte: Fundação Proteste. Elaboração própria

Os dados mostram a diferença que faz o pagamento de juros e outros custos ao longo dos anos. Isso quer dizer que, se a pessoa tiver dinheiro que não pretenda usar no médio prazo, vale a pena dar uma boa entrada e diminuir o valor financiado.

Caso não haja muito dinheiro para a entrada, no entanto, nem sempre é melhor adiar a compra do imóvel. Vai depender de quanto a pessoa paga de aluguel.

Ainda, não custa lembrar que, no Sistema de Amortização Constante, o comprador paga menos juros, porque as primeiras prestações são mais altas. Assim, logo no começo ele já faz um considerável abatimento no saldo devedor.

Já por meio da tabela Price, em que as parcelas são todas iguais, nos primeiros meses o cliente praticamente só paga juros e quase não amortiza o principal da sua dívida.


Custos totais


Os números são aproximados. Foram calculados a partir do CET que os bancos forneceram à Fundação Proteste no momento da pesquisa.

O valor total desembolsado pode variar, ainda, dependendo de algumas escolhas do cliente. Por exemplo, se ele optar por não financiar as despesas cartoriais e o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis), pagará menos juros. Em compensação, gastará mais no momento da compra.

Procurados, os bancos disseram que as taxas de juros são as máximas cobradas e que elas podem baixar de acordo com o relacionamento entre a instituição financeira e o cliente.

Análise: indústria brasileira tenta se reerguer cortando empregos

Sílvio Guedes Crespo

industria Fernando Donasci UOL

Robôs soldam carro da GM em São José dos Campos (SP)

A indústria brasileira tenta se recuperar por meio do corte de empregos, indicam dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A produção aumentou 0,9% em outubro, em relação ao mesmo mês do ano passado. Foi a terceira alta seguida nesse tipo de comparação.

Já o emprego industrial, ao contrário, caiu 1,7% em outubro em relação a um ano antes, completando a 25º redução consecutiva. Desde outubro de 2011 o pessoal ocupado na indústria vem caindo.

De setembro para outubro, houve um aumento de apenas 0,1%, praticamente uma estagnação, após cinco quedas nesse tipo de comparação.

producao e emprego na industria

O gráfico mostra uma forte desaceleração da produção industrial a partir de janeiro de 2011. Nos 12 meses encerrados em setembro do ano passado, o setor encolheu 3%. Desde então, passou a ensaiar uma retomada.

A linha vermelha do gráfico mostra que hoje a produção está em crescimento – em ritmo incomparável ao do início de 2011, mas ainda assim está em expansão. Já a linha verde mostra que o emprego no setor continua em queda.

O movimento pode ser um ajuste à trajetória de alta dos salários ocorrida anteriormente. Com o aumento do mínimo e os reajustes acima da inflação obtidos pelos sindicatos, as empresas parecem estar tentando evitar uma disparada nos gastos com funcionários.

A folha de pagamento da indústria não para de subir, apesar dos cortes de pessoal. Como indica o gráfico abaixo, ela apenas sofreu desaceleração. O ritmo de aumento passou de 6,5% ao ano no início de 2011 para cerca de 4% atualmente (linha verde).



emprego e salario na industria

Existem vários fatores que influenciam o desempenho da indústria, como o câmbio, a demanda interna e externa, a taxa de juros etc. Mas, do ponto de vista do mercado de trabalho, estamos assistindo, neste momento, a um enxugamento do pessoal ocupado na indústria, concomitante a uma melhora nas condições dos que ficam e a uma leve recuperação da produção.

Outros dados do IBGE e do Ministério do Trabalho indicam que os trabalhadores demitidos da indústria podem estar sendo absorvidos pelo setor de serviços. A taxa de desemprego continuou caindo em outubro (para 5,2%), acompanhada da geração de 95 mil postos de trabalho formais naquele mês, contra 67 mil em igual período de 2012.

Ampliar


Conheça as principais etapas da fabricação de um carro

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A produção de um carro popular demora cerca de 24 horas e envolve milhares de trabalhadores e centenas de robôs. O UOL Economia visitou a fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP) para mostrar como funciona. Veja a seguir as principais etapas de construção Leia mais Fernando Donasci/UOL

Em um ano, ritmo de expansão do comércio cai à metade


Sílvio Guedes Crespo

As vendas do comércio varejista, um indicador econômico que continuava forte apesar do PIB (Produto Interno Bruto) fraco, vêm perdendo fôlego mês a mês em 2013.

O varejo brasileiro cresceu 4,48% nos 12 meses encerrados em outubro, em volume de vendas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em outubro de 2012, o mesmo indicador registrara uma alta de 8,5%. No mesmo mês de 2010, a taxa de expansão era quase três vezes maior que a atual.

vendas no varejo ibge achados economicos
Até o início do ano, o varejo mostrava-se um segmento ainda forte, com taxas chinesas de crescimento.
Os brasileiros continuavam consumindo bem, mesmo com a atividade econômica doméstica a passos lentos. A indústria nacional patinava, mas, para os consumidores, isso pouco importa. Eles continuaram comprando bastante – em grande parte, produtos importados.

Neste ano, no entanto, o consumo esfriou. O dólar subiu de R$ 2,07, em dezembro de 2012, para os atuais R$ 2,33, uma alta de 13%. A valorização da moeda americana torna mais caros os produtos importados.
O dólar subiu porque investidores acreditam que, em breve, o governo dos Estados Unidos vai diminuir o ritmo de emissão de dinheiro. Atualmente, despeja no mercado US$ 85 bilhões mensais.

Ao mesmo tempo em que o dólar subia, o Banco Central aumentava a taxa básica de juros, para conter a inflação. Em janeiro, a taxa estava em 7,25% ao ano. No mês passado, atingiu 10%. Com juros mais altos, fica mais difícil financiar e, portanto, consumir.

Em uma análise divulgada há pouco, a consultoria Nobel Planejamento, do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, destaca o lado positivo dos números sobre o comércio:

“Deve ser levado em conta que em poucos países da atualidade se assiste a uma progressão como esta do padrão de consumo de bens por parte das famílias. Ou seja, dependendo de confirmação dos resultados para 2013, teremos um novo patamar de vendas, significativamente menor do que fora por quase uma década, mas ainda assim favorável. Desta forma, do lado do consumo poderemos contar com um impulso razoável para o aumento do PIB em 2014, o que poderá contrabalançar um possível refreamento do investimento privado nesse ano eleitoral e sujeito a incertezas internas e externas.''