Sílvio Guedes Crespo
A
indústria brasileira tenta se recuperar por meio do corte de empregos,
indicam dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A produção aumentou 0,9% em outubro, em relação ao mesmo mês do ano passado. Foi a terceira alta seguida nesse tipo de comparação.
Já o emprego industrial,
ao contrário, caiu 1,7% em outubro em relação a um ano antes,
completando a 25º redução consecutiva. Desde outubro de 2011 o pessoal
ocupado na indústria vem caindo.
De setembro para outubro, houve
um aumento de apenas 0,1%, praticamente uma estagnação, após cinco
quedas nesse tipo de comparação.
O
gráfico mostra uma forte desaceleração da produção industrial a partir
de janeiro de 2011. Nos 12 meses encerrados em setembro do ano passado, o
setor encolheu 3%. Desde então, passou a ensaiar uma retomada.
A
linha vermelha do gráfico mostra que hoje a produção está em crescimento
– em ritmo incomparável ao do início de 2011, mas ainda assim está em
expansão. Já a linha verde mostra que o emprego no setor continua em
queda.
O movimento pode ser um ajuste à trajetória de alta dos salários ocorrida anteriormente. Com o aumento do mínimo e os reajustes acima da inflação obtidos pelos sindicatos, as empresas parecem estar tentando evitar uma disparada nos gastos com funcionários.
A
folha de pagamento da indústria não para de subir, apesar dos cortes de
pessoal. Como indica o gráfico abaixo, ela apenas sofreu desaceleração.
O ritmo de aumento passou de 6,5% ao ano no início de 2011 para cerca
de 4% atualmente (linha verde).
Existem vários fatores que influenciam o desempenho da indústria, como o câmbio, a demanda interna e externa, a taxa de juros etc. Mas, do ponto de vista do mercado de trabalho, estamos assistindo, neste momento, a um enxugamento do pessoal ocupado na indústria, concomitante a uma melhora nas condições dos que ficam e a uma leve recuperação da produção.
Outros dados do IBGE e do Ministério do Trabalho indicam que os trabalhadores demitidos da indústria podem estar sendo absorvidos pelo setor de serviços. A taxa de desemprego continuou caindo em outubro (para 5,2%), acompanhada da geração de 95 mil postos de trabalho formais naquele mês, contra 67 mil em igual período de 2012.
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A produção de um carro popular demora cerca de 24 horas e envolve milhares de trabalhadores e centenas de robôs. O UOL Economia
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