Sílvio Guedes Crespo
As
vendas do comércio varejista, um indicador econômico que continuava
forte apesar do PIB (Produto Interno Bruto) fraco, vêm perdendo fôlego
mês a mês em 2013.
O varejo brasileiro cresceu 4,48% nos 12 meses encerrados em outubro, em volume de vendas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em outubro de 2012, o mesmo indicador registrara uma alta de 8,5%. No mesmo mês de 2010, a taxa de expansão era quase três vezes maior que a atual.
O varejo brasileiro cresceu 4,48% nos 12 meses encerrados em outubro, em volume de vendas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em outubro de 2012, o mesmo indicador registrara uma alta de 8,5%. No mesmo mês de 2010, a taxa de expansão era quase três vezes maior que a atual.
Até o início do ano, o varejo mostrava-se um segmento ainda forte, com taxas chinesas de crescimento.
Os
brasileiros continuavam consumindo bem, mesmo com a atividade econômica
doméstica a passos lentos. A indústria nacional patinava, mas, para os
consumidores, isso pouco importa. Eles continuaram comprando bastante –
em grande parte, produtos importados.
Neste ano, no entanto, o
consumo esfriou. O dólar subiu de R$ 2,07, em dezembro de 2012, para os
atuais R$ 2,33, uma alta de 13%. A valorização da moeda americana torna
mais caros os produtos importados.
O dólar subiu porque
investidores acreditam que, em breve, o governo dos Estados Unidos vai
diminuir o ritmo de emissão de dinheiro. Atualmente, despeja no mercado
US$ 85 bilhões mensais.
Ao mesmo tempo em que o dólar subia, o
Banco Central aumentava a taxa básica de juros, para conter a inflação.
Em janeiro, a taxa estava em 7,25% ao ano. No mês passado, atingiu 10%.
Com juros mais altos, fica mais difícil financiar e, portanto, consumir.
Em
uma análise divulgada há pouco, a consultoria Nobel Planejamento, do
economista Luiz Gonzaga Belluzzo, destaca o lado positivo dos números
sobre o comércio:
“Deve ser levado em conta que em poucos países
da atualidade se assiste a uma progressão como esta do padrão de consumo
de bens por parte das famílias. Ou seja, dependendo de confirmação dos
resultados para 2013, teremos um novo patamar de vendas,
significativamente menor do que fora por quase uma década, mas ainda
assim favorável. Desta forma, do lado do consumo poderemos contar com um
impulso razoável para o aumento do PIB em 2014, o que poderá
contrabalançar um possível refreamento do investimento privado nesse ano
eleitoral e sujeito a incertezas internas e externas.''
Nenhum comentário:
Postar um comentário