Segundo fontes de mercado, a candidata mais forte no Rio é a NBS e, em São Paulo, um dos alvos poderia ser a nova/sb
Frame da capanha vencedora de Cannes, Retratos da Real Beleza, da Dove,
feita pela Ogilvy: do ponto de vista da criação, o êxito em Cannes 2013
também representa um desafio
São Paulo - Após ganhar 35 Leões e ficar com o título de agência do ano
no Cannes Lions - Festival Internacional de Criatividade de 2013, a Ogilvy Brasil foi acionada para criar campanhas globais para gigantes como Unilever e Coca-Cola.
Isso levou a filial brasileira a um crescimento de 15% em 2013, ano em
que o mercado de publicidade local ficará próximo do zero a zero. Para
manter o ritmo em 2014, a empresa deve partir para uma estratégia de
aquisições.
A compra de rivais será necessária, diz o presidente do grupo Ogilvy
Brasil, Sérgio Amado, para superar um prognóstico econômico pouco
otimista. A empresa planeja duas aquisições - que podem ser fechadas no
primeiro trimestre de 2014 - para "garantir" que a expansão não se desacelere.
Ao longo dos últimos seis anos, desde que a Ogilvy Brasil promoveu uma
mudança geral do quadro de profissionais de criação, o grupo tem
crescido entre 15% e 20% ao ano, segundo o executivo.
Os alvos da Ogilvy são os mercados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Ao
incorporar novas marcas, o grupo quer ampliar suas possibilidades de
captação de clientes. Isso porque a Ogilvy hoje não consegue atrair mais
contas por causa de conflitos de interesse. "Foi por essa razão que
criamos a agência David", explica Amado.
O executivo não revela quais agências estão na mira da Ogilvy, mas
fontes de mercado afirmam que a candidata mais forte no Rio de Janeiro é
a NBS, dona de contas como Suvinil, CCAA, Shopping Iguatemi e Bobs.
Trata-se de uma das poucas agências independentes de porte relevante
ainda disponíveis no mercado.
Outra fonte diz que, em São Paulo, um dos alvos poderia ser a nova/sb,
de Bob Vieira da Costa e Silvana Tinelli. "Sei que eles já conversaram
com as duas", diz um publicitário, que pediu anonimato.
Copa do Mundo
Para Amado, ainda não está claro se a Copa do Mundo vai levar o mercado
publicitário a alguma reação em relação ao desempenho deste ano. "Em
2013, estamos com um crescimento de 4% a 5%, mas que deve ficar negativo
quando descontada a inflação", compara. Ele diz que, como o desempenho
da economia não deve mudar muito em 2014, a empresa mantém expectativas
conservadoras.
Para evitar que os eventos esportivos acabem vistos de maneira negativa
pela população - como ocorreu durante as manifestações populares que se
espalharam pelo País em junho -, o legado que o mundial de futebol e os
Jogos Olímpicos deixarão ao Brasil precisa ser definido mais
claramente.
"Não basta construir um estádio ou uma estrada", diz Amado. "É
necessário um plano como o de Barcelona, que usou as Olimpíadas como
plataformas para se tornar um importante destino turístico na Europa."
Criatividade
Do ponto de vista da criação, o êxito em Cannes 2013 também representa
um desafio. A campanha Retratos da Beleza Real, para a marca de
cosméticos Dove, da Unilever, mostrava um artista de retratos falados
desenhando mulheres segundo suas próprias descrições e sob a ótica de
outra pessoa.
O resultado mostrou que elas são bastante duras consigo mesmas quando o
assunto é beleza e levou o Grand Prix em Titanium, considerada a
principal categoria de Cannes Lions.
Para Luiz Fernando Musa, presidente da agência Ogilvy Brasil, à medida
que o trabalho da agência brasileira com a marca da Unilever continua, o
desafio é buscar uma outra forma de exprimir o mesmo conceito. "Não
queremos fazer uma sequência."
Para ele, a eficácia de uma campanha pode ser medida por sua
repercussão fora do meio publicitário. "Quero sair dessa esfera da
publicidade." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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