BRASÍLIA - O
Brasil está preparado para lidar com o período de transição das
condições monetárias internacionais, notadamente da economia americana,
onde esse processo já está mais avançado, afirmou o presidente do Banco
Central (BC), Alexandre Tombini, nesta quinta-feira, durante café da
manhã de confraternização de fim de ano com jornalistas em Brasília.
“Tivemos um ‘gostinho’ dessa volatilidade que se instalou nos
mercados internacionais desde meados de maio. Mas é uma volatilidade do
‘bem’”, disse Tombini.
Na avaliação do presidente, essa volatilidade decorre do início de um
processo de normalização das políticas monetárias depois de um longo
período de exceção das condições financeiras.
“Essa transição é para um mundo melhor. Mas esse processo encerra
desafios”, diz Tombini, ao explicar que trata-se de uma trajetória que
vai culminar na melhora da economia mundial, do comércio internacional
e, consequentemente, das economias emergentes, como o Brasil.
O presidente do BC já havia usado o mesmo argumento otimista sobre o
começo do processo de retirada de estímulos monetários pelo Fed,
esperado para o início de 2014, em depoimento na Comissão de Assuntos
Econômicos do Senado (CAE), na terça-feira.
Na quarta-feira, foi a vez do ministro da Fazenda alinhar o discurso
ao presidente do BC. Mantega afirmou que "o país está bem preparado para
lidar com a retirada de estímulos monetários" e, acrescentou, o mercado
já teria se antecipado a esse movimento.
Tombini avaliou 2013 como um ano de desafios. Mas apontou que a
economia apresentou crescimento superior ao registrado no ano passado. E
disse também que a inflação em 2013 foi para baixo do que fora em
2012.
“Conseguimos trazer a inflação acumulada em 12 meses para baixo. Esse
processo vai continuar. O BC tem estado vigilante todo esse período no
sentido de fazer isso [queda da inflação] acontecer ”, disse.
O presidente do BC ressaltou a importância do investimento para o
país. Tombini afirmou acreditar que um elemento importante no horizonte
brasileiro é o investimento e que o país está colocando uma ênfase
grande na questão da infraestrutura e logística.
“Os resultados que têm sido alcançados nos últimos meses são
alvissareiros no sentido de destravar e acelerar esse processo [de
investimento] tão necessário na área da infraestrutura”, afirmou.
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