sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Saída da GM deixa montadoras australianas perto da extinção


A última companhia que permanece, a Toyota, afirmou que a retirada da GM e da Ford levará a companhia a questionar os méritos de permanecer no país

David Fickling e Michael Heath e Jason Scott, da
Jeff Kowalsky/Bloomberg
Prédio da General Motors (GM) em Detroit

Prédio da GM: uma moeda local valorizada e a queda nas taxas de importações reduziram as vendas dos carros fabricados na Austrália quase pela metade desde 2007

Sydney e Canberra - A centenária indústria automotiva da Austrália está aproximando-se à extinção depois que a General Motors Co. seguiu o exemplo da Ford Motor Co. e decidiu deixar de fabricar carros no país.

Sete meses depois que a Ford anunciou sua retirada, a GM disse, em 11 de dezembro, que sua unidade Holden deixará de produzir em 2017. Isso levou a última companhia que permanece, a Toyota Motor Corp., a dizer que a medida exercerá uma “pressão sem precedentes” sobre os fabricantes de autopeças e a questionar os méritos de permanecer no país.

Uma moeda local valorizada e a queda nas taxas de importações reduziram as vendas dos carros fabricados na Austrália quase pela metade desde 2007.

O esvaziamento da indústria automotiva do país tem consequências não apenas para as três companhias, porque as montadoras possuem cerca de 150 fornecedores que empregam 42 mil pessoas, segundo estimativas.

A partida da maior montadora da Austrália também aumenta a pressão sobre o primeiro-ministro Tony Abbott, que enfrenta a alta no desemprego e a queda na confiança dos consumidores três meses depois de vencer uma eleição prometendo restabelecer a confiança na economia.

“O dólar australiano causou a morte de uma marca símbolo de carros”, disse Martin Whetton, estrategista de taxas de juros da Nomura Holdings Inc., em Sydney. “O anúncio será um grande golpe à confiança nos dias até o Natal, já que a perda de empregos agravará a noção de insegurança que já é alta”.

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