segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O mundo volta a ajudar o Brasil



Lagarde, do FMI, espera sete anos fortes para a economia mundial, o que pode melhorar a balança comercial e as exportações das empresas brasileiras (Por Denize Bacoccina)

por Denize Bacoccina

Christine Lagarde, a chefona do Fundo Monetário Internacional (FMI), protagonizou um episódio raro na semana passada. Mais habituada, desde que assumiu o cargo, há quase três anos, a cobrar austeridade dos países ricos e a lamentar o crescimento mais fraco dos emergentes, na quarta 15, ela se credenciou para uma daquelas seções de “boa notícia” dos jornais. “A crise ainda persiste.No entanto, o otimismo está no ar e o horizonte é mais brilhante”, afirmou em Washington, numa palestra no National Press Club. “A minha grande esperança é que 2014 seja o ano em que os sete anos fracos, em termos econômicos, se convertam em sete anos fortes”, afirmou. 
 
63.jpg
 
A zona do euro, disse ela, está “dobrando a esquina da recessão para a recuperação”. No mesmo dia, o Banco Mundial divulgou suas projeções para a economia global, com uma tendência que aponta para cima neste e nos próximos anos. O crescimento deve passar dos 2,4% obtidos no ano passado (ainda uma estimativa) para uma expansão de 3,2% neste ano, 3,4% em 2015 e 3,5% em 2016. Lagarde, apesar de otimista, fez ponderações: alertou sobre os riscos de uma deflação nos países desenvolvidos, lembrou que o desemprego ainda está muito elevado na Europa e que os Estados Unidos precisam retirar com cuidado os estímulos da economia para não afetar outros países. 
 
Ainda assim, as perspectivas para este ano, no cenário externo, são as melhores em muito tempo. Para o Brasil, que vive um momento de crescimento fraco e inflação elevada, agora combatida com aumento dos juros, a recuperação do mercado internacional é uma excelente notícia. No ano passado, a balança comercial teve o seu pior saldo em 13 anos, e o superávit de US$ 2,5 bilhões só foi obtido graças ao registro, como exportação, de duas plataformas da Petrobras que não saíram do País. Boa parte da piora na balança deve-se ao aumento de importações de petróleo, que não vai se repetir neste ano, com a produção maior nos campos da Petrobras. 
 
Mas o País também teve dificuldade em competir no Exterior e exportou um pouco menos do que no ano anterior. Agora, com a Europa saindo da recessão e a economia americana crescendo mais – acima da brasileira, inclusive –, os produtos brasileiros devem encontrar mais mercado lá fora. Aumentam, também, as oportunidades para a internacionalização das empresas brasileiras. Mas, nesse quesito, o País não tem conseguido aproveitar as oportunidades. Um estudo divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na quinta-feira 16, mostra diminuição nos estoques de investimentos brasileiros no mundo. A participação das empresas brasileiras caiu de 1,96% em 1990 para 0,99% em 2012, quando o estoque de investimento somava US$ 266,2 bilhões. 
 
No mesmo período, a parcela dos países em desenvolvimento passou de 6,92% para 18,9%. Ou seja, o Brasil perdeu espaço não para os países ricos, mas para outros países em desenvolvimento. Aparentemente, a concentração de investimentos no Brasil parece positiva, já que, teoricamente, aumenta o volume de capital disponível no País. Na prática, porém, a falta de exposição ao mercado internacional faz com que a empresa também deixe de se expor a inovações que podem aumentar a produtividade e reduzir os custos. A melhora do mercado internacional, aliada a um real menos valorizado, pode servir de estímulo às empresas que querem se aventurar além das fronteiras. O que ainda continua atrapalhando é a falta de acordos para evitar a bitributa

Brasil tributa mais quem ganha menos, diz KPMG

Aumento indireto da carga tributária prejudica quem está na base da pirâmide

Por Carolina OMS

Pelo segundo ano consecutivo, em 2013 os mais ricos passaram a pagar mais imposto de renda. Pelo menos na maioria dos países do mundo. Já no Brasil, aconteceu o contrário. Um estudo da consultoria KPMG mostra que a média das alíquotas máximas nacionais de Imposto de Renda de Pessoa Física subiu 0,3% no ano passado, passando para 29,2%. Já no Brasil, ainda que a alíquota máxima para pessoa física esteja estacionada em 27,5%, há um aumento indireto da carga tributária que prejudica o contribuinte na base da pirâmide.
 
“Ao não corrigir a tabela de incidência do Imposto de Renda pelo total da inflação, há um aumento de carga tributária para pessoa física”, diz Marcus Vinicius Gonçalves, sócio da área tributária da consultoria. No ano passado, a tabela do IRPF foi corrigida em apenas 4,5%, embora o IPCA de 2012 tenha ficado em 5,84%. A mesma situação deve se repetir neste ano - IPCA de 5,91% no ano passado e correção de apenas 4,5% na tabela do IRPF.
 
“Com a correção dos salários, todo ano o salário nominal aumenta, mas sem uma correção equivalente à da inflação, muitos trabalhadores saíram de uma faixa isenta e passaram a pagar imposto, é um aumento indireto de tributos”, afirma Gonçalves. Cálculos do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) mostram que a correção da tabela abaixo da inflação resultou numa defasagem de 66,44% desde 1996 até 2012. Ou seja, aumento a parcela da renda dedicada ao imposto.
 
O sócio da KPMG compara esse aumento com o que ocorreu em outros países, que elevaram a alíquota máxima para a parcela da população com maior poder aquisitivo ou criaram impostos para grandes fortunas. 
 
Nos Estados Unidos, por exemplo, houve o fim da redução de impostos estabelecidos no governo do ex-presidente George W. Bush (2001-2008), elevando a alíquota máxima para pessoa física de 35% para 39,6% em 2013.
 


Hyundai tem planos de ampliar produção no Brasil

Além de aumentar fabricação em Piracicaba, grupo Caoa, que representa marcas Premium, deve produzir o i30 em Anápolis (GO)

Por Rafael Poci Déa, da MotorShow 

A fabricante coreana de carros Hyundai estuda ampliar a capacidade produtiva de sua fábrica de Piracicaba, no interior de São Paulo. Em entrevista concedida no Salão de Detroit, nos Estados Unidos, o diretor global de operações da marca, Tak Uk Im, falou a respeito dos planos da empresa para o País. "Temos que investir para produzir e atender ao grande volume do Brasil", afirmou o executivo.

A fábrica de Piracicaba opera em três turnos e atingiu a sua máxima capacidade produtiva de 150 mil carros ao ano. "Estamos em estudo para expandir esse volume", disse Im. "Só depois poderemos pensar em exportações."

A respeito do grupo Caoa, responsável pela importação dos veículos premium da Hyundai (i30, Genesis, Elantra, entre outros), Im afirmou que a relação permanecerá. O executivo, no entanto, deixou claro que um novo carro premium poderá ser produzido na fábrica de Anápolis, em Goiás. É lá que são produzidos, atualmente, os utilitários esportivos Tucson e o ix35, além do caminhãozinho HR. 

Ao que tudo indica, o próximo carro da Hyundai fabricado no Brasil será o hatch médio i30, vendido por R$ 69.000 e equipado com motor 1.6 de 128 cv e câmbio automático de seis marchas. 

O Hyundai HB20, primeiro carro produzido na fábrica de Piracicaba, é um sucesso de vendas. Em 2013, o modelo fechou com 122 mil carros vendidos, computadas todas as versões. Com esse resultado conquistado no ano passado, o modelo ficou na sétima posição do ranking elaborado pela Fenabrave, associação que reúne os distribuidores de veículos.

Juiz pede à CEF que FGTS seja corrigido pelo IPCA-E


Em decisão inédita, juiz pede que Caixa atualize saldo sacado por trabalhador pelo IPCA em vez da Taxa Referencial, cuja correção é muito menor

Julio Cesar Lima, do
Marcos Santos/USP Imagens
Dinheiro: notas de 50 reais
Notas de 50 reais: Para o juiz, pelo fato da TR não acompanhar o índice inflacionário, ela não deve ser usada como referência
 
Curitiba - Uma decisão do juiz substituto da 2ª Vara Cível de Foz do Iguaçu (PR), Diego Viegas Veras, poderá alterar o método de correção do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Em uma decisão inédita, ele condenou a Caixa Econômica Federal (CEF) a trocar a Taxa Referencial (TR) pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) a partir de janeiro de 1999 até o dia em que o saldo fosse sacado pelo trabalhador em sentença promulgada no último dia 15. A CEF ainda não se pronunciou sobre a decisão.

Segundo o despacho, a TR "não tem promovido a necessária atualização" do saldo. A decisão, porém, é de 1ª instância e cabe recurso. "Por meio da presente demanda, seja a ré condenada a substituir o índice de correção monetária aplicado às contas vinculadas do FGTS (Taxa Referencial - TR) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC ou pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, com o pagamento das diferenças decorrentes da alteração. Em síntese, alega que a TR, índice atualmente utilizado, não tem promovido a necessária atualização do saldo existente na conta fundiária, uma vez que se encontra em patamar inferior àqueles utilizados para indicação do porcentual de inflação, como é o caso do IPCA ou do INPC", anota.

Além dessas observações, o juiz destaca que o "Supremo Tribunal Federal já se manifestou no sentido de não reconhecer a TR como índice capaz de corrigir a variação inflacionária da moeda, não servindo, portanto, como índice de correção monetária". Essa decisão, apesar de inédita, compõe um conjunto de 29.350 ações em que os correntistas pediram a substituição dos índices. A CEF havia informado de que saíra vencedora em 13.664 casos que tiveram decisões.

Para o juiz, o fato da TR não acompanhar o índice inflacionário não a permite ser usada como referência. "Não sendo a Taxa Referencial (TR), índice disposto pela Lei 8.177/91, hábil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal índice em lei não específica do FGTS, entende-se que como inconstitucional a utilização da TR para tal fim, subsistindo a necessidade de aplicar-se índice de correção monetária que reflita a inflação do período", concluiu.

Os escritórios de Direito ficaram bem mais modernos


Flexibilidade de horário, informalidade no vestuário, políticas antiestresse e ambiente menos hierárquico. Os escritórios de Direito mudaram para atrair e reter profissionais com perfil colaborativo e empreendedor

Helena Fruet, da
Raul Junior / VOCÊ S/A
Giovanni Falcetta, do Aidar SBZ
Giovanni Falcetta, do Aidar SBZ: sala com TV e videogame para relaxar no expediente

São Paulo - Quando compareceu à entrevista de emprego em um escritório concorrente do seu, o advogado Giovanni Falcetta, de 33 anos, pensou ter se enganado de endereço. As mesas de trabalho eram separadas por baias de vidro e todos trabalhavam no mesmo ambiente.

Seus prováveis futuros colegas estavam vestidos sem formalidade e alguns conversavam animadamente em rodas de bate-papo. Giovanni foi recebido pessoalmente por um dos sócios do escritório e, em seguida, apresentado à sala de descompressão, local dotado de televisor, video game e sofás confortáveis para quem quiser se desestressar durante o expediente.

Expediente, aliás, que poderia ser cumprido em home office, se necessário. Acostumado ao clima formal de escritórios tradicionais de São Paulo, o advogado estranhou a proposta, mas não pensou duas vezes para aceitá-la. "Eu queria mais qualidade de vida e um ambiente menos competitivo, mais acolhedor", diz.

Falcetta foi contratado pelo Aidar SBZ, criado há dois anos, que ilustra a tendência dos novos escritórios de advocacia de trocar o ar sisudo da área por ambientes despojados, com políticas de RH mais atraentes para os jovens profissionais.

Segundo Carlos Ferreira, sócio da consultoria de recolocação 4Hunter, especializada nas áreas jurídica e financeira, as mudanças na economia e o aumento do mercado de trabalho na área jurídica — com o consequente aumento da concorrência pelos melhores profissionais — impulsionaram as transformações no perfil dos escritórios de advocacia.

"Para se destacar, os escritórios mais novos (muitos deles resultantes de cisões de bancas tradicionais) oferecem políticas de remuneração mais atraentes, flexibilidade de horário e de vestuário, treinamento e mais qualidade de vida. E em troca querem um profissional criativo, proativo, capaz de trazer e fidelizar seus clientes. Além, é claro, de ser muito bons na parte técnica" diz Carlos.

Resolva problema da mobilidade de SP e ganhe curso na NASA


Para participar, candidato deve ser maior de idade, estar cursando ou já ter concluído o ensino superior e precisa apresentar solução relacionada com tecnologia

Jéssica Miwa, do
Andrew Harrer/Bloomberg News
Carros no trânsito da Avenida 23 de Maio, em São Paulo
Trânsito da Avenida 23 de Maio: Call to Innovation presenteará dono da melhor ideia para solucionar trânsito caótico da cidade de São Paulo com curso de dez semanas na NASA

O tema mobilidade urbana deu o que falar em 2013. Não falta, porém, empenho e interesse da parte dos paulistanos para desatar o grande nó do transporte.

Então, aqui vai mais uma motivação: uma bolsa de estudos no valor de U$ 30 mil – o equivalente a, aproximadamente, R$ 71,1 mil.

Parceria entre a Fiap – Faculdade de Informática e Administração Paulista e a Singularity University, o desafio Call to Innovation presenteará o dono da melhor ideia para solucionar o trânsito caótico da cidade de São Paulo com curso de dez semanas na NASA – Agência Espacial Americana, entre junho e agosto de 2014. 

As aulas, sediadas na Califórnia, reunirão empreendedores do mundo inteiro.
Além disso, o vencedor do desafio terá direito a uma bolsa integral para cursar qualquer MBA da Fiap.

Para participar, o candidato deve ser maior de idade, estar cursando ou já ter concluído o ensino superior e precisa apresentar uma solução relacionada com tecnologia. Inscrições abertas até 16/03, pelo site da Fiap.

Dia mais triste do ano, Blue Monday é uma ação de marketing


Terceira segunda-feira de janeiro foi taxada à fama de dia mais melancólico do ano em pesquisa encomendada por marca


Stock.Xchange
Depressão - tristeza
Ttristeza: estudo estabeleceu que a terceira segunda-feira de janeiro é o dia do ano na qual as pessoas se sentem mais tristes

São Paulo - Há alguns anos, a terceira segunda-feira de janeiro ganhou a inglória fama de Dia Mais Triste do Ano. A data ficou conhecida como Blue Monday, e seu renome de descoberta cientítica espalhou-se como lenda urbana mundo afora, principalmente nos países de língua inglesa.

O que poucos sabem é que a ideia anunciada como fruto de pesquisa matemática é, na verdade, uma ação de marketing transformada em verdade para a sorte da marca anunciante, o canal de TV britânico Sky Channel, explicam o jornal inglês The Guardian e a revista Inc

Tudo começou com o estudo de um certo psicólogo Cliff Arnall, da Universidade de Cardiff, no País de Gales, que chegou à uma equação que apontaria o dia mais melancólico do ano. Publicado em 2005, o cálculo levaria em consideração a meteorologia do período, as dívidas realizadas no Natal, a queda da motivação e uma crescente cobrança para realizar conquistas no ano que se inicia. 

Por mais que janeiro possa ser um mês difícil, a pesquisa de Arnall não tem embasamento científico e foi feita por encomenda da anunciante, afirmam os veículos. Seu artigo não fora publicado em nenhum jornal acadêmico, e sim diretamente em um material de divulgação da Sky Travel. E virou verdade depois disso. 

A ideia da marca, descobriu-se, era promover o desejo de viajar e estimular possíveis clientes a espantar a tristeza através do turismo. Considerando que todos os anos a data volta à tona, a estratégia de gosto duvidoso ajudou a Sky Travel a fazer (muito) barulho até hoje.

*Atualizada às 16h04.