segunda-feira, 31 de março de 2014

Fifa não vai ceder estádios da Copa para o Brasileiro

A utilização será vetada a partir do dia 21 de maio, data em que a entidade assume a responsabilidade de todas as arenas participantes da Copa

Ricardo Moraes/Reuters
Membros da Fifa e do comitê organizador da Copa do Mundo de 2014 visitam o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro
Membros da Fifa visitam o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro: a medida inclui ainda nesta data os estádios que receberão treinos das seleções da Copa


São Paulo - A Fifa vetou a utilização dos estádios da Copa do Mundo para jogos do Campeonato Brasileiro das Séries A, B e C a partir do dia 21 de maio. Nesta data, a entidade assume a responsabilidade por todas as arenas para iniciar a preparação para os jogos do Mundial.

A Fifa já havia definido que não liberaria os estádios para algumas rodadas do Brasileirão, mas os clubes ainda sonhavam com a possibilidade de mandar seus jogos nas arenas ao menos na 6ª rodada - pela data estipulada, os times só poderão utilizar os estádios até a 5ª rodada do Brasileirão.

A medida inclui ainda nesta data os estádios que receberão treinos das seleções da Copa, como Arena Grêmio, Pacaembu e Independência. Com estas restrições, a 6ª rodada da Série A tem apenas dois dos dez jogos da tabela com estádios definidos: Criciúma x Chapecoense, no Heriberto Hülse, e Goiás x Santos, no Serra Dourada. Os demais times terão que buscar alternativas junto à CBF para mandar suas partidas, provavelmente no interior.

A determinação da Fifa foi confirmada pelas concessionárias responsáveis pelas operações do Maracanã, da Arena Pernambuco e da Arena Fonte Nova.

"As administradoras ressaltam que, durante este período, é vetado pela Fifa a marcação de jogos do Campeonato Brasileiro e da Série B, portanto, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é responsável por negociar com os clubes os locais para os confrontos", registrou comunicado dos três estádios.

De acordo com as concessionárias, o Maracanã ficará sob administração da Fifa entre os dias 22 de maio e 18 de julho. Em tese, o estádio poderia receber jogo do Flamengo, contra o Bahia, ou do Fluminense, contra o São Paulo, no dia 21.

Já a Arena Fonte Nova ficará sem jogos dos times de Salvador entre 21 de maio e 11 de julho. A Arena Pernambuco, por sua vez, permanecerá fechada para os clubes da casa entre 22 de maio e 4 de julho.

"Até maio, os três estádios receberão jogos da reta final dos Campeonatos Baiano, Pernambucano e Carioca, as primeiras rodadas do Brasileirão e confrontos da Libertadores, no caso do Maracanã", diz a nota das concessionárias.

Elas confirmaram ainda que os três estádios não receberão mais shows até o fim do Mundial. "A agenda de shows está suspensa desde a apresentação do cantor Elton John na Arena Fonte Nova, no dia 22 de fevereiro, e só será retomada após a Copa do Mundo".

A decisão não se refere à Arena Castelão, que tem marcado show do cantor Roberto Carlos para o dia 5 de abril. Apesar da recomendação contrária da Fifa contra a realização do evento, os organizadores confirmaram a realização do show.

Operação Páscoa Saudável apreende mais de 500kg de alimentos


No Rio, Procon recolheu 210 kg de bacalhau, 282,5 kg de carnes e 24,1 kg de peixes que estavam com os prazos de validade vencidos ou não tinham identificação

Nielmar de Oliveira, da
REUTERS/Ricardo Rojas
Trabalhador manipula carne de frango em frigorífico

Frango: foram recolhidos ainda produtos como costela bovina, pés de porco, asa de frango, bife, pernil de porco, miúdos, mocotós linguiça e carne moída

Rio de Janeiro - No primeiro dia da Operação Páscoa Saudável, o Procon apreendeu hoje (28), em supermercados da zona oeste da capital fluminense, 516,6 quilos (kg) de alimentos considerados impróprios para o consumo. Foram recolhidos 210 kg de bacalhau, 282,5 kg de carnes e 24,1 kg de peixes que estavam com os prazos de validade vencidos, não tinham identificação ou as embalagens estavam violadas.

O bacalhau foi apreendido em dois estabelecimentos localizados na Avenida das Américas, no Recreio dos Bandeirantes. A maior parte estava fora da validade e o restante, com preço adulterado. Os fiscais recolheram ainda no zona sul 24,1 kg de pescados sem etiqueta de identificação.

Foram recolhidos ainda produtos como costela bovina, pés de porco, asa de frango, bife, pernil de porco, miúdos, mocotós linguiça e carne moída.

Segundo a secretaria de Defesa do Consumidor e coordenadora do Procon Carioca, Solange Amaral, é fundamental que os consumidores verifiquem o prazo de validade e as condições dos produto antes de comprá-los. A Operação Páscoa Saudável continuará nos próximos dias, tendo como objetivo fiscalizar os alimentos mais utilizados na Semana Santa, como peixes e chocolates.

Regras sobre matérias estranhas em alimentos são definidas


Resolução da Anvisa define requisitos mínimos para a avaliação de matérias estranhas em alimentos e bebidas e seus limites de tolerância

Paula Laboissière, da
Angel Navarrete/Bloomberg
Indústria de alimentos
Indústria de alimentos: a obtenção de alimento seguro deve abranger toda a cadeia produtiva, da produção até o consumo, informa nota da Anvisa

Brasília - Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada hoje no Diário Oficial da União define requisitos mínimos para a avaliação de matérias estranhas em alimentos e bebidas e seus limites de tolerância.

De acordo com o texto, o regulamento tem como objetivo avaliar a presença de matérias estranhas indicativas de riscos à saúde humana e indicativas de falhas na aplicação de boas práticas na cadeia produtiva de alimentos e bebidas.

“Esta regulamentação visa a promover a melhoria da qualidade e segurança dos alimentos, contribuindo para o aprimoramento das práticas adotadas pelo setor produtivo”, informou a Anvisa.

“A obtenção de alimento seguro deve abranger toda a cadeia produtiva, ou seja: da produção até o consumo”, completou.

As normas são válidas para todos os tipos de alimentos, inclusive águas envasadas, bebidas, matérias-primas, ingredientes, aditivos alimentares e os coadjuvantes de tecnologia de fabricação, embalados ou a granel, destinados ao consumo humano.

Ainda segundo a publicação, as matérias estranhas indicativas de risco à saúde humana abrangem insetos, roedores e outros animais (inteiros ou em partes), além de excrementos. 

Objetos rígidos, pontiagudos e cortantes, fragmentos de vidro e filmes plásticos também são listados nessa categoria.

Já as matérias estranhas indicativas de falhas de boas práticas incluem partes indesejáveis da matéria-prima, pelos humanos e de outros animais, areia, terra e outras partículas e contaminações incidentais.

“Os produtores, fabricantes, distribuidores e fornecedores de alimentos devem utilizar procedimentos para reduzirem as matérias estranhas ao nível mais baixo possível”, ressaltou a Anvisa. 

“Qualquer estabelecimento que produza, industrialize, manipule, fracione, armazene ou transporte alimentos deve atender as condições higiênico-sanitárias e as boas práticas”, finalizou.

França se nega a indenizar brasileiro por erro judicial


O técnico em informática Carlos Campos Xerfan ficou preso por oito meses sem nunca ter sido ouvido por um juiz

Carlos Mendes, do
Oxford/Getty Images
Tribunal, direito justiça
Tribunal:  Xerfan apelou para receber indenização de 3,5 milhões de euros

Belém - A Justiça da França se recusa a mandar indenizar, por erro judicial e violação de imagem, o técnico em informática brasileiro Carlos Campos Xerfan, que ficou preso por oito meses sem culpa formada e sem nunca ter sido ouvido por um juiz.

Ele foi acusado em 2001 pela polícia de estupro contra uma mulher norte-americana. O Tribunal de Bobigny, a quem Xerfan apelou para receber indenização de 3,5 milhões de euros, cerca de R$ 11 milhões, declarou-se incompetente, no mês passado, para julgar o pedido do brasileiro, que é de Belém (PA).

"Estou arrasado, já gastei mais de R$ 600 mil somente com advogados, mas nem a Justiça nem o governo da França se dignam a pagar pelo erro judicial que praticaram contra mim, embora o reconheçam", lamentou Xerfan ao jornal "O Estado de S. Paulo", revelando que até carta pedindo ajuda ele já enviou à presidente Dilma Rousseff, mas não obteve resposta.

O mesmo pedido ele formulou ao presidente da França, François Hollande, e a resposta foi o silêncio.

O máximo que chegaram a oferecer a ele, como indenização, foram 11 mil euros, mas Xerfan recusou. Pior do que a notícia, que deixou o paraense sem saber mais a quem recorrer, é a postura do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, segundo ele. Conforme Xerfan, o ministério "lavou as mãos".

Em resposta a um pedido de ajuda, a oficial de chancelaria da ouvidoria consular do Ministério das Relações Exteriores, Isabela Alves de Oliveira, disse que a ouvidoria consular é responsável pelo processamento de comentários, sugestões, elogios e críticas referentes à atividade consular das repartições brasileiras no exterior e sugeriu que Xerfan "contratasse advogado", pois o ministério "não pode interferir em processos judiciais no exterior".

O paraense desabafa: "Isso é um tapa na cara de brasileiros que vivem em outro país e que não podem contar com a ajuda do ministério na hora em que seus direitos são violados."

No dia 28 de julho de 2001, Xerfan foi detido pela polícia francesa, no aeroporto de Roissy, em Paris, ao desembarcar vindo de Londres, onde passava férias.

Levado à presença de uma escrivã do tribunal de Bobigny, foi lida contra ele uma acusação de agressão com características de estupro contra a norte-americana Elisabeth Knights, a quem o paraense conhecera no hall do aeroporto, antes da viagem para a Inglaterra.

"Tivemos um rápido envolvimento, nos beijamos e fomos para um hotel próximo, onde mantivemos relações sexuais consentidas. Em nenhum momento houve qualquer tipo de agressão."

Antes de retornar aos Estados Unidos, Elisabeth chegou a desmentir o que havia dito à polícia, negando ter sido vítima de qualquer tipo de agressão, incluindo a de natureza sexual. Todos os documentos do caso podem ser consultados, em francês, no seguinte endereço: 

http://soutienpourlademissiondubatonnierdeparis.e-monsite.com/

UM DIA HISTÓRICO: ESTRANGEIROS ELEGEM SEUS REPRESENTANTES EM SP

 

 

 


Estrangeiros elegem, pela primeira vez, seus representantes na Prefeitura de São Paulo. Mas a mobilização deve continuar para garantir o direito de voto dos imigrantes nas esferas municipal, estadual e federal e remediar à discriminação.
 
O Paço das Artes, em São Paulo, foi palco de um evento histórico neste domingo (30/04). Pela primeira vez no Brasil, imigrantes puderam tomar parte em uma votação, elegendo representantes para as Cadeiras Especiais nos Conselhos Participativos Municipais de 19 das 32 Subprefeituras da capital. Os números oficiais sobre a presença dos imigrantes e os candidatos eleitos devem sair ainda nesta semana.

O apelo pela participação na votação foi feito por diversas entidades e migrantes (candidatos ou não) nas últimas semanas. O tempo para organização do pleito e mobilização de candidatos e eleitores foi bem curto – foram menos de três meses entre o edital do processo no Diário Oficial e a votação propriamente dita. 

Mas a presença expressiva dos imigrantes no local de votação foi uma mostra de que as comunidades atenderam ao chamado. Em diversos momentos do dia foi possível ver filas de pessoas de diferentes nacionalidades se formando para escolher quem seria o representante dos imigrantes nas subprefeituras que terão a cadeira especial.

“Na luta pelo direito ao voto do migrante no campo nacional, há sempre uma dúvida se o migrante tem interesse em participar das decisões da cidade onde estão morando. Acho que aqui hoje ficou muito claro que de fato os imigrantes estão interessados e querem participar do processo de construção da cidade e do país”, analisa Paulo Illes, coordenador de políticas para imigrantes da Prefeitura.


A correção de uma injustiça histórica


A votação é consequência do decreto municipal que possibilita que imigrantes residentes na capital paulista possam integrar os Conselhos Participativos Municipais das subprefeituras.

Assim, os representantes estrangeiros podem votar e ser votados para cadeiras de conselheiros extraordinários das administrações regionais em que mais de 0,5% da população tenha outra nacionalidade. Vinte das 32 regiões administrativas da cidade devem eleger representantes.

A medida dribla as exigência do Tribunal Regional Eleitoral de que todos os participantes do pleito estivessem inscritos como eleitores. Como o Brasil é o único país da América do Sul que não dá direitos políticos aos imigrantes, eles não podem ser inscritos em zonas e ter título de eleitor, o que impedia que os cerca de 400 mil estrangeiros residentes na capital cumprissem a regra.

O processo eleitoral que escolherá os imigrantes foi realizado pela secretaria Municipal de Relações Governamentais. Vinte e dois conselheiros devem ser eleitos. As regiões com população entre 0,5% e 1% de estrangeiros poderão eleger um representante; as que tiverem mais do que isso, dois. Segundo o secretário municipal de Direitos Humanos, Rogério Sottili, apenas a Subprefeitura da Sé se enquadra nisso e deve eleger um par de conselheiros extraordinários.
A participação no Conselho era uma reivindicação dos imigrantes da cidade, que lutam por políticas públicas específicas e conquista de direitos políticos, dois dos principais temas que estão sendo discutidos na 1ª Conferência Municipal de Migrantes, que ocorre neste fim de semana, onde foi divulgado em primeira mão que o decreto havia sido assinado pelo prefeito no final da tarde de ontem.

Cada conselho participativo terá entre 19 e 53 pessoas, incluindo os representantes dos imigrantes. Todos os conselheiros terão mandatos de dois anos, não serão remunerados e terão a prerrogativa de fiscalizar a execução orçamentária e o cumprimento das metas para cada subprefeitura.

Desde o início de sua gestão, Haddad tem demonstrado interesse pela questão, ao criar uma coordenadoria específica para o assunto e incluir, em seu plano de metas, a elaboração de uma política municipal para imigrantes. Além disso, São Paulo deve engrossar uma campanha de mudanças na lei eleitoral para que os estrangeiros residentes no país possam participar de eleições.


Um grande avanço


Para os estrangeiros, a medida representa um grande avanço. “É só o primeiro passo para que o imigrante deixe de ser invisível”, acredita.

Sejam como potenciais representantes ou apenas votantes, os imigrantes presentes na eleição de ontem (30/04) celebraram a possibilidade de participar mais da cidade na qual vivem. “Essa eleição representa uma grande oportunidade para os migrantes de entrar e participar da vida pública da cidade, e isso é muito importante para nós, migrantes”, explica o italiano Leonardo Zocca, morador e candidato pela região da Casa Verde”.

“Os imigrantes são importantes para a construção da cidade, do Estado e do país, e precisamos trazê-los para colaborar”, diz o ex-deputado William Woo (PV-SP), também presente na eleição, lembrando a formação pluricultural do Brasil e de São Paulo.

A característica plural de São Paulo foi lembrada ainda por Cheung Ka Wai, de origem chinesa e um dos candidatos da região Sé. “É uma ótima oportunidade para os estrangeiros participarem mais, exercerem a cidadania e mostrarem a sua força. São Paulo é uma cidade com uma pluralidade que precisa ser representada”.

O boliviano William Flores Flores, morador do bairro da Penha, ficou sabendo da eleição por meio da internet, de rádios comunitárias e outras mobilizações feitas na região. “Para nós imigrantes é bom ter um representante em nosso bairro, Todo estrangeiro necessita de um representante e por isso estou aqui para dar meu voto”, diz.

Camila Baraldi, coordenadora-adjunta de políticas para imigrantes da Prefeitura, também dá peso especial à mobilização feita pelos imigrantes sobre o pleito. “É interessante perceber a organização das comunidades, a valorização dessa participação. Esse exercício é muito importante para que essa participação seja plena – econômica, social, cultural e também política”.


A mobilização continua


A eleição marcou ainda mais uma etapa de mobilização da campanha Aqui Vivo, Aqui Voto, que promoveu um ato ao final da votação para reivindicar o direito a voto para os imigrantes no Brasil. Na tenda armada próxima ao Paço das Artes, era possível tanto obter material de apoio e divulgação sobre os imigrantes na capital e seus direitos, bem como deixar sua assinatura em apoio à questão do voto para o imigrante.

Vários dos estrangeiros presentes destacaram o avanço representado pela eleição de hoje, mas deixam claro que esperam por mais no futuro.

“A eleição é um paliativo ao que pedimos tempos atrás e sempre. Gostaria que os estrangeiros no Brasil, cumprindo certos requisitos, tenham direito a voto. Estamos apoiando, mas temos de entender que este é apenas um primeiro passo”, diz o chileno Rúben Pezo Padilla, que vive há 38 anos na capital paulista.

A também chilena Bernardita Quesada, moradora do Ipiranga e há quase quatro décadas no Brasil, valoriza a eleição e lembra o direito a voto que os imigrantes têm no país natal – o Brasil é o único país da América do Sul que não reconhece aos imigrantes o direito ao voto. “Estou aqui há 40 anos e ainda não voto, enquanto no Chile com 5 anos de residência definitiva os imigrantes já podem votar. O Brasil se globaliza no mundo, mas precisa globalizar também a questão política”.

Nascido em Guiné-Bissau e morador da Vila Prudente, Orlando Gomes tem esperança que a votação de hoje seja o começo de um cenário mais positivo para os imigrantes. “Acredito que essa eleição é um primeiro passo. Tenho fé que essas eleições são um passo de desenvolvimento para nós”, afirma.

Para a empresária Fanny Chu, de Taiwan, deveriam haver mais vagas para imigrantes disponíveis nos Conselhos. ”Cada colônia deveria ter seu representante. Duas vagas é muito pouco”, opina, referindo-se à região Sé – que teve o maior número de candidatos deferidos (11) e única na qual foi possível abrir mais de uma vaga em disputa.

Illes, no entanto, acredita que a forte adesão ao pleito especial deste domingo vai fortalecer as reivindicações pelo voto imigrante. “A comunidade migrante compareceu com entusiasmo, em diversas nacionalidades. E isso deve potencializar nossa luta pelo direito ao voto no campo nacional”.


PEC 347


Já está em trâmite, no Congresso Nacional, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 347, de autoria do deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que prevê a possibilidade de imigrantes votarem e serem votados no Brasil.

A proposta segue o exemplo de outros países da América do Sul que reconhecem o direito de imigrantes votarem e serem votados. A condição do projeto do deputado Carlos Zarattini, autor da Proposta de Emenda Constitucional, é que as pessoas comprovem residir no país há pelo menos 4 anos.

O objetivo da PEC é alterar a redação do § 2º do art. 14 da Constituição Federal, para conceder o direito de voto para imigrantes residentes no Brasil há mais de 4 anos e que estejam com sua situação migratória regular. O que significa que os imigrantes que preenchem os requisitos preestabelecidos possam votar e de serem votado em todas as esferas, seja federal, estadual ou municipal.

“Esta PEC é muito importante e Alampyme defende pois existem milhares de Microempresas de Migrantes que colaboram para a riqueza do Brasil, pagam impostos e não podem votar”, concorda o presidente Sergio Miletto. “Defender esta PEC é defender a cidadania”, explica.

O deputado Zaratini alerta que “não podemos continuar a dar um tratamento desigual e discriminatório aos estrangeiros residentes em nosso País, particularmente no que diz respeito ao direito de voto.

Os imigrantes que vem com seu trabalho participando da construção de nosso País devem ter esse direito que pretendemos estabelecer por meio da PEC, desde que residam há mais de quatro anos no Brasil e estejam legalmente regularizados.

A Nação brasileira é produto de milhões de imigrantes de todo mundo, que aqui aportaram. Entre eles vieram para o Brasil chilenos, argentinos, uruguaios, etc. que escolheram nosso País para residir em definitivo. São pessoas que, depois de um tempo, conseguem se estabelecer conforme as regras da legislação vigente, mas que não têm o direito ao sufrágio.”

Países como Argentina, Bolívia, Paraguai, Chile e Uruguai já permitem o exercício do voto aos estrangeiros desde que sejam residentes no País entre cinco e quinze anos. Participar das eleições, segundo Zaratini, é um clamor de milhares de imigrantes que o levaram a apresentar a PEC. Ele ressalta que em seu Estado essa reivindicação é sintetizada de forma muito clara: “Aqui vivo, aqui voto”.

(Agências)

Com queda de 28%, BR Insurance enfrenta dia difícil na Bolsa


Investidores repercutem de maneira negativa o balanço divulgado pela empresa de corretagem de seguros


BM&FBovespa/EXAME.com
IPO da Brasil Insurance
No acumulado de 2014, as ações da Brasil Insurance registram uma desvalorização de 36%

São Paulo – As ações ordinárias da Brasil Insurance chegavam a amargar perdas de 28,5% na mínima desta segunda-feira.

Os investidores repercutem de maneira negativa o balanço divulgado pela empresa de corretagem de seguros.

No quarto trimestre de 2013, o lucro operacional foi de 9 milhões de reais, uma queda de 77% na comparação com o mesmo período de 2012 e de 79% comparada ao terceiro trimestre.

De acordo com a companhia, o resultado foi fortemente impactado pelo cancelamento de contratos, cujos valores somam 8 milhões de reais.

No acumulado de 2014, as ações da Brasil Insurance registram uma desvalorização de 36%. No mesmo período, o Ibovespa, principal referência da bolsa brasileira, tem perdas de 2,68%. 



"O mercado já está olhando para 2015"


Para o gestor de mercados emergentes da Aberdeen Asset, o rebaixamento do Brasil pela S&P era esperado. Melhora na economia? Se vier, só lá na frente

Divulgação / EXAME
Kevin Daly, gestor de mercados emergentes da Aberdeen Asset
Daly: “A troca de Guido Mantega por Henrique Meirelles provocaria euforia nos mercados”

  São Paulo - Na última semana de março, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) rebaixou a nota de crédito do Brasil para BBB-, a menor possível para os países considerados seguros pelos investidores.

Para Kevin Daly, gestor de renda fixa focado em mercados emergentes da Aberdeen Asset, empresa sediada no Reino Unido com 300 bilhões de dólares sob gestão, o mercado já esperava pelo rebaixamento. “Tomara que o governo brasileiro tenha entendido o recado e não perca tempo em tomar as medidas necessárias para restabelecer a confiança dos investidores”, diz Daly.

1) EXAME -  A decisão da S&P foi correta? 

Kevin Daly - Sim. Há oito meses, a S&P deu viés negativo para a nota da dívida, o que era uma indicação de que o rebaixamento poderia ocorrer. Há uma preocupação quanto à capacidade de o governo conseguir cumprir a meta de superávit primário de 1,9% do PIB em 2014. Outra grande dúvida é se Dilma Rousseff, em caso de reeleição, conseguirá fazer os ajustes que não fez nesses últimos quatro anos.

2) EXAME -  O momento do anúncio surpreendeu? 

Kevin Daly - O mercado já tinha antecipado esse rebaixamento. A surpresa foi ele ter vindo antes das eleições. Foi um alerta para o governo. Se for reeleito, que faça logo as reformas necessárias para melhorar a situação fiscal. O governo fica falando em dívida líquida baixa, mas não adianta reclamar. O que a S&P olha é a dívida bruta, e ela está subindo.

3) EXAME -  Qual é a visão dos investidores sobre o Brasil? 

Kevin Daly - É muito negativa. Consultamos vários economistas brasileiros sobre a meta de superávit primário deste ano. Todos disseram que é otimista demais. O baixo crescimento vai afetar negativamente as receitas do governo. Por causa da crise energética, ninguém acredita em crescimento maior do que 1,5% em 2014.

O que importa agora para o mercado é o que vai acontecer depois das eleições, pois não há esperança de ajuste antes de outubro. O mercado já olha para 2015. 

4) EXAME - Qual é a chance de o Brasil perder o grau de investimento nos próximos anos?

Kevin Daly - Não vejo esse risco. Mantido o atual quadro de deterioração fiscal e de crescimento baixo, a S&P poderia rebaixar o viés da nota de estável para negativa, mas só daqui a dois anos. Por enquanto, o grau de investimento está garantido. 

5) EXAME - Quanto a Aberdeen tem investido no Brasil? 

Kevin Daly - Temos 130 bilhões de dólares em mercados emergentes. No Brasil, são 13,5 bilhões de dólares.

6) EXAME - Quais são suas preocupações no longo prazo?

Kevin Daly - Se reeleita, será que a presidente Dilma vai conseguir fazer a economia crescer num ritmo mais elevado, com menos inflação e com o ajuste fiscal necessário? Difícil dizer. 

7) EXAME - Há quatro anos o senhor criticou a permanência de Guido Mantega como ministro da Fazenda. O senhor mudou de ideia?

Kevin Daly - Uma troca no Ministério da Fazenda seria algo positivo. As projeções que Mantega e sua equipe fazem são irrealistas. As medidas que ele toma são sempre vistas como inconsistentes.

Já Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, tem uma imagem melhor. Sabemos que não é possível, mas, se Dilma trocasse Mantega por Henrique Meirelles, haveria uma corrida dos investidores por ativos brasileiros. Meirelles tem muita credibilidade no mercado.