quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Marcas potentes, mentes inquietas



A Vonpar tem uma relação profunda com a Coca-Cola, mas jamais se acomodou em uma zona de conforto. Conheça a história da empresa, contada no livro "100 Marcas do Rio Grande"


21-homeNa cabeça de muitas pessoas, Vonpar e Coca-Cola foram sinônimos durante décadas. Afinal de contas, a empresa gaúcha está intimamente ligada à multinacional desde 1957 – quando começou a distribuir o refrigerante na região das Missões, Noroeste do Rio Grande do Sul. A vinculação à Coca-Cola baseou, por décadas, a percepção da Vonpar junto ao público – a companhia, por sinal, é hoje a quinta maior fabricante da bebida em todo o Brasil. Em 2003, contudo, a empresa decidiu ressaltar sua própria identidade, por meio de uma mudança na logomarca e um trabalho de branding. A meta da empreitada era reforçar a origem gaúcha da marca – ou seja, mostrar que a Vonpar é uma empresa que nasceu e cresceu no Estado, ao contrário de outras que se instalam e depois vão embora. E também demonstrar que, embora aliada da gigante internacional, a companhia gaúcha tem força e personalidade próprias. A história da empresa começou, oficialmente, em 1948 – data em que a companhia foi fundada por João Jacob e Arno Vontobel. Antes disso, contudo, os irmãos Vontobel já tinham uma fábrica de doces, a Beija-Flor, depois renomeada como Doces Cardeal. Com a criação da nova companhia – na época, chamada Vontobel –, os empreendedores começaram a distribuir o refrigerante Marabá, além de fabricar sua própria bebida: o Laranjinha, produzido em sociedade com a família de Walter Krist, de Arroio do Meio.


Nas décadas que se seguiram, a empresa adquiriu diversos produtos – como a água mineral Ijuí, em 1960 – e também franquias para produção de Coca-Cola em diversas partes do Rio Grande do Sul. Em 1962, a Vontobel iniciou a produção do refrigerante em Santo Ângelo e, quatro anos depois, começou a distribui-lo em Santa Maria. Em 1970, a empresa adquiriu a franquia da Coca-Cola também em Pelotas, onde começou a produzir não apenas essa bebida, mas também a Fanta e o Minuano Limão. Esse último, por sinal, havia sido criado pela própria empresa gaúcha, em 1967 – àquela altura o primeiro refrigerante em garrafa de um litro no Brasil. Em 1979, o Minuano seria vendido para a própria Coca-Cola, comprovando o êxito do produto autenticamente gaúcho. Outro refrigerante da Vonpar que se tornou célebre foi o Grapette, que começara a ser produzido em 1956.

Em 1977, foi inaugurada a unidade fabril em Santa Maria. Apenas dois anos depois, a Coca-Cola ofereceu a franquia do Rio de Janeiro a João Jacob. Estava tudo pronto para o grande salto – que veio em 1981, com as fábricas de Passo Fundo e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A presença no Rio de Janeiro terminaria em 1993, quando a companhia entrou em Santa Catarina, concentrando seu foco exclusivamente na região Sul. Em 1985, uma grande mudança: os negócios da família Vontobel foram divididos. As franquias em Santa Maria e Pelotas e a Fonte Ijuí foram consolidadas em uma nova empresa, a CVI. O restante se transformou na Vonpar, sob o comando de João Jacob e de seu filho, Ricardo. Um ano depois da cisão, a Vonpar assumiu a franquia da Coca-Cola em Porto Alegre. Naquela época, o refrigerante perdia feio para a Pepsi na capital gaúcha. Mas, três anos depois, já conseguira ultrapassar o concorrente – e nunca mais perdeu sua posição. A liderança, por sinal, não ficou restrita à cidade, mas se repetiu em todo o Rio Grande do Sul. Em 2001, a empresa alcançou uma celebrada meta histórica, ultrapassando as 100 milhões de caixas unitárias vendidas – medida usada pela Coca-Cola em todo o mundo.


Em 2003, as transformações vividas pela empresa ao longo dos anos resultaram em uma reinvenção de sua marca – iniciativa que foi premiada em 2004 com um Top de Marketing da ADVB. O atual logotipo apresenta o nome da empresa escrito em vermelho, com letras italizadas, sublinhado por duas ondas em vermelho e laranja. A repetição da cor vermelha é uma referência à relação com a Coca-Cola; já o laranja visa mostrar descontração e inovação. As ondas, assim como a fonte utilizada para o nome, buscam passar a ideia de movimento, de transformação constante e de inquietude. Mas por que dar tanta importância ao lado inquieto da Vonpar? Simples: quando se trabalha com uma multinacional com a força da Coca-Cola, a tentação de cair no comodismo pode ser grande. Algumas empresas talvez preferissem se estagnar em uma zona de conforto, deixando que a marca mundialmente famosa fizesse todo o trabalho. Mas a Vonpar busca justamente o oposto.


A transformação visual do logotipo foi seguida por um novo processo de exposição da marca junto à comunidade. Na mídia tradicional, a divulgação sempre foi mais centralizada na própria Coca-Cola. Por isso, a Vonpar recorreu a outras estratégias. Entre 2003 e 2004, a empresa fundou dois restaurantes populares – um em Florianópolis, outro em Porto Alegre. Além disso, passou a apoiar espaços e instituições culturais como o Museu Iberê Camargo, o Multipalco do Theatro São Pedro, a Ospa e o balé Bolshoi, em Joinville. Outras iniciativas incluem a participação no Projeto Pescar e a criação de um instituto com o nome da empresa, voltado à reciclagem. Além disso, naturalmente, a companhia também desenvolve ações de marketing utilizando a própria Coca-Cola, como o patrocínio ao Campeonato Gaúcho – que se tornou Gauchão Coca-Cola. A Vonpar, por sinal, foi o primeiro fabricante a lançar a Coca-Cola Zero, em janeiro de 2007 – e também o primeiro a usar uma garrafa azul para a marca Sprite, na mesma época.

A divulgação da imagem da Vonpar também passa pelo próprio processo de distribuição – sempre feito com o máximo de cuidado e capricho, para que a reputação da marca seja favorecida aonde quer que cheguem as garrafas e latinhas. Afinal de contas, a cada semana, a empresa tem contato com 60 mil pontos de venda e com um número imenso de pessoas que vão a esses estabelecimentos consumir os produtos. É essencial, portanto, que as bebidas – desde os refrigerantes até as águas e sucos – estejam em ótimo condicionamento e em perfeito estado de refrigeração. Os próprios caminhões da Vonpar também devem zelar pela boa percepção da marca – afinal de contas, eles são vistos diariamente por milhares de pessoas em várias partes da região Sul. Os veículos, portanto, precisam ter uma imagem perfeita – tanto aqueles que têm a logomarca da Vonpar em suas carrocerias, quanto os que apresentam imagens da Coca-Cola ou da Heineken. O próprio comportamento do motorista no trânsito deve ser exemplar – assim como as atitudes dos promotores, dos ajudantes que descarregam os produtos e de todos os demais funcionários. Todos os dias, mais de 4 mil colaboradores da Vonpar vão as ruas – e a empresa considera todos eles como representantes da marca e criadores de uma rede virtuosa de divulgação espontânea junto ao público.

A Vonpar pode não ser a maior entre as franquias, já que há companhias que atendem áreas muito mais amplas, como o Nordeste. Mas o seu objetivo é ser vista como a melhor: a que oferece maior eficácia na prestação de serviços, a que mais respeita o meio ambiente, e a que produz bebida, rótulo e embalagem de melhor qualidade. Os dados confirmam que esses objetivos estão sendo realizados. Em 2010, a empresa teve três fábricas classificadas entre as dez melhores do sistema Coca-Cola. E a unidade de Porto Alegre é considerada, hoje, a melhor do país.

Outros projetos da Vonpar incluem a expansão para além do ramo de bebidas. Em 2009, a empresa adquiriu a Mu-Mu, a Neugebauer e a Wallerius (que produz as famosas balas Mocinho). Com elas, criou uma Divisão Alimentos – que já nasceu com três fábricas, mais de mil funcionários e produtos com presença em todo território nacional e em mais de 30 países. Dois anos depois, mais um grande investimento: a Vonpar Alimentos firma um contrato para a construção de mais uma unidade da Neugebauer. Instalada em Arroio do Meio, na Vale do Taquari, é mais moderna fábrica de chocolates do mundo – sob o comando da mais antiga marca de chocolate do Brasil. Com maquinário de última geração e uma estrutura modular, que permite até triplicar a produção se for preciso, a nova fábrica é um novo capítulo na trajetória de uma marca que já faz parte do coração de todos os gaúchos. Mais do que isso, é uma prova de que a inquieta mente da Vonpar continua sua eterna (e bem-sucedida) afirmação da própria identidade: andando com os próprios pés – e sempre para frente.

Brasil perde preferência entre CEOs globais


País caiu uma posição e é o quinto mercado de interesse para investimentos, segundo pesquisa da PwC com líderes empresariais

Da Redação


21-a-pwcO interesse dos maiores executivos globais em investir no Brasil está diminuindo. Entre os 1.322 CEOs entrevistados na pesquisa anual da PwC, 10% consideram o país como o mercado que apresenta mais oportunidades para a expansão dos seus negócios. O Brasil está em quinto lugar na preferência dos líderes empresariais e ainda se mantém à frente de outros emergentes, como Índia e México, mas experimenta uma trajetória descendente. Em 2013, o país ocupou a terceira colocação, sendo considerado como o mais importante por 15% dos entrevistados. No ano passado, caiu uma posição, tendo 12% das citações.


Neste ano, o Brasil foi superado pelo Reino Unido. Em seu relatório, a PwC aponta que o país “está sendo impactado por fraco investimento e um ambiente de baixo crescimento e relativamente alta inflação\". No topo das intenções dos CEOs, estão Estados Unidos, China e Alemanha – sendo que o mercado norte-americano superou pela primeira vez o chinês desde que a questão começou a fazer parte da pesquisa em 2011. Na avaliação de Dennis Nally (foto), presidente global da PwC, parceira de AMANHÃ na elaboração do ranking 500 MAIORES DO SUL, as economias emergentes, consideradas poderosos motores de expansão, estão enfrentando agora desafios políticos e estruturais. Por isso, os CEOs estão mais conservadores. "Os mercados maduros parecem oferecer as melhoras perspectivas no curto prazo", afirma.


Isso justifica a postura menos otimista dos executivos em relação às perspectivas de crescimento global. Em 2015, 37% deles acreditam na melhoria das condições econômicas, sete pontos percentuais a menos do que no ano passado. Enquanto isso, a parcela de CEOs que prevê retração aumentou significativamente, passando de 7% para 17% neste ano. Entre os líderes brasileiros, também houve uma queda no otimismo: 27% acreditam no crescimento em 2015, três pontos percentuais a menos que no anterior. Na esfera nacional, os maiores desafios para os negócios permanecem os mesmos do ano passado. Segundo os entrevistados, o maior obstáculo é a falta de infraestrutura básica (91%), seguido pelas ações do governo em relação à dívida pública e ao déficit fiscal (84%) e o aumento da carga tributária (80%). Porém, a maioria dos executivos demonstra confiança no aumento de receita das suas empresas: 91% (somando os muito confiantes, 30%, e confiantes, 61%) – superando os 78% que faziam essa previsão no ano passado.

Fórum de Davos destaca desaceleração da economia e mudanças climáticas



Da Redação, com Agência Brasil


21-a-joaquim-levy-fotoO clima frio dos Alpes suíços contrasta com o calor dos debates sobre os principais desafios globais. No primeiro dia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, questões como o conflito no Leste da Ucrânia, a falta de recursos para combate ao ebola, a estagnação econômica da Zona do Euro e a urgência das mudanças climáticas fizeram parte da agenda. Mais de 2,5 mil líderes políticos, homens de negócios, cientistas e formadores de opinião participam da 45ª edição do Fórum. Entre eles, alguns dos mais ricos do mundo. Nos quatro dias do evento, que termina no próximo sábado (24), além do crescimento econômico, outra questão considerada prioritária é a redução da desigualdade, que afeta inclusive nações mais prósperas. Relatório da organização não governamental britânica Oxfam, divulgado na véspera do evento, mostrou que até o ano que vem, os 1% mais ricos do mundo terão mais posses que os outros 99% juntos.

Nos debates desta quart-feira (21), líderes políticos de vários países abordaram o desafio do crescimento econômico. O premiê chinês, Li Keqiang, acredita que a China continuará sofrendo pressões este ano, mas assegurou que o governo está trabalhando em reformas estruturais para evitar a desaceleração da economia. Já o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, acha que a Europa precisa focar suas políticas na indução do crescimento, e não na austeridade e no controle da economia. “O futuro é hoje, não amanhã. Quero que a Itália seja um laboratório de inovação, não um museu”, disse ele. O cenário, para muitos executivos, não é de otimismo. Levantamento feito com cerca de 1.300 homens de negócios de 77 países, pela consultoria PwC, parceira de AMANHÃ no ranking 500 MAIORES DO SUL, mostra que apenas 37% deles acham que a economia vai melhorar – 7% a menos que no ano passado (veja mais detalhes aqui ).

PIB estável em 2015

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou a investidores estrangeiros em Davos que "vai ter ajuste mesmo" e o PIB no Brasil ficará "estável" em 2015. Levy usou a expressão "flat" (em inglês) para descrever o potencial crescimento da economia brasileira neste ano. O termo pode ser traduzido como plano, estável, próximo de zero. O ministro também afirmou que o país poderá ter um trimestre de contração, em razão das medidas recentemente anunciadas. Levy procurou enfatizar o "grande esforço" na recuperação da confiança dos investidores e prometeu transparência na política fiscal. No encontro reservado com empresários, Levy explicou de forma genérica as ações que serão tomadas para aumentar a arrecadação de impostos.

Terrorismo

Este ano, há expectativa de que temas como o terrorismo e os conflitos geopolíticos e religiosos, que marcam o atual contexto mundial, tomem parte significativa nos debates. Hoje, o presidente da Ucrânia, Pedro Poroshenko, teve que deixar o evento antes do esperado, por causa do agravamento dos conflitos entre o Exército ucraniano e forças separatistas no Leste do país. Antes de deixar Davos, porém, ele fez um discurso pedindo que a Rússia retire suas tropas do território ucraniano e pare de apoiar grupos rebeldes, cumprindo o acordo de Minsk, assinado em setembro do ano passado.

Nas mudanças climáticas, o destaque desta quarta-feira foi para o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, que acompanhado pelo popstar norte-americano, Pharrell Williams, anunciou mais uma edição do concerto musical Live Earth (a última foi em 2007) no dia 18 de junho, em seis cidades: Paris, Nova York, Rio de Janeiro, Pequim, Sydney e Cidade do Cabo, com uma edição especial na Antártida. O objetivo é elevar a urgente questão das mudanças climáticas para o topo da agenda mundial, às vésperas da 21ª Conferência do Clima, em Paris, no mês de dezembro. “Queremos ter 1 bilhão de vozes e uma só mensagem. Queremos ação climática agora”, disse Al Gore.

Copom mantém aperto monetário e sobe juros básicos para 12,25% ao ano



Com o reajuste, a Selic chegou ao maior percentual desde agosto de 2011, quando estava em 12,5% ao ano


Por Agência Brasil

banco-central-moeda-350Pela terceira vez seguida, o Banco Central (BC) reajustou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou nesta quarta-feira (21) a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 12,25% ao ano. O órgão manteve o ritmo do aperto monetário. Na reunião anterior, no início de dezembro, a taxa também tinha sido reajustada em 0,5 ponto.


Com o reajuste, a Selic chega ao maior percentual desde agosto de 2011, quando estava em 12,5% ao ano. A taxa é o principal instrumento do BC para manter a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dentro da meta estabelecida pela equipe econômica. De acordo com o Conselho Monetário Nacional, o centro da meta de inflação corresponde a 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais, podendo variar entre 2,5% (piso da meta) e 6,5% (teto da meta).


Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IPCA somou 6,41% em 2014. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, o IPCA encerrará 2015 em 6,67%, acima do teto da meta. A projeção deve subir nas próximas semanas por causa dos aumentos da energia, dos combustíveis e da alta de tributos sobre produtos importados anunciados recentemente pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica o reaquecimento da economia, que ainda está sob efeito de estímulos do governo, como desonerações e crédito barato. De acordo com o boletim Focus, analistas econômicos projetam crescimento de apenas 0,38% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos pelo país) neste ano.incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

Swatch consegue anular registro da marca IWACH

JF concluiu pela identidade do nome empresarial e que a empresa suíça tem prioridade temporal no uso do signo.

A juíza Federal Márcia Maria Nunes de Barros, da 13ª vara do RJ, julgou procedente o pedido de decretação de nulidade do registro para a marca mista IWACH, do qual era detentora a Intertime (Far East) Holdings, de Hong Kong.

A magistrada também condenou a empresa ré na obrigação de abstenção do uso da marca para identificar produtos ou serviços que guardem identidade, similitude ou afinidade com os produtos ou serviços comercializados pela empresa suíça Swatch, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.

A Swatch alegou na ação que deveria ser decretada a nulidade do registro invocando a prioridade do seu nome empresarial, nos termos do art. 124, V, da lei da propriedade industrial (9.279/96), e do art. 8º da Convenção da União de Paris.

Márcia Nunes de Barros ponderou que não há dúvidas de que as empresas, ambas estrangeiras, atuam no mesmo segmento, o de fabricação e comércio de relógios. Então, passando à analise das marcas, concluiu:


"Há identidade entre, de um lado, elemento característico do nome empresarial da autora (SWATCH S.A.), e, de outro, a marca da empresa ré (IWACH), eis que os vocábulos são muito semelhantes entre si. A marca da empresa ré é formada quase que integralmente por letras que compõem a marca da autora, à exceção da letra "I" inicial. Ademais, a pronúncia das marcas é por demais semelhante, diferenciando-se apenas pela letra inicial, que não confere grande distintividade ao signo em relação ao aspecto fonético. Há semelhança, ainda, quanto ao aspecto ideológico, tendo em vista que, apesar de a grafia da empresa ré ser ligeiramente diferente, a pronúncia do radical "watch" X "wach" é idêntica, sugerindo o vocábulo que, traduzido do idioma inglês para o vernáculo, significa "relógio".


Enquanto a empresa de Hong Kong registrou a marca em 1999, a suíça adota o termo desde o ano de 1983. Assim, para a juíza, "é evidente que milita em seu favor a prioridade temporal na utilização do signo SWATCH para designar relógios".

  • Processo : 0102451-46.2014.4.02.5101
     
     
Veja a íntegra da sentença.

Ação penal é suspensa se tributo devido for menor que R$ 20 mil, diz TRF-3








A acusação de sonegação fiscal não deve ter prosseguimento se o valor do tributo devido for inferior a R$ 20 mil, pois o montante está previsto na portaria 75/2012 do Ministério da Fazenda. Dessa forma, não cabe acolher denúncia sobre sonegação, mesmo que, com os juros e multa, a cobrança feita pelo órgão de recolhimento ultrapasse a quantia mínima prevista na norma.

Desta forma decidiu o Tribunal Regional Federal da 3ª Região ao conceder liminar em Habeas Corpus suspendendo o curso da ação penal que o Ministério Público Federal de Campinas move contra dois sócios de uma empresa de alimentos por não recolherem R$ 17.993,95 em Imposto de Renda (crime previsto no artigo 2°, II, da Lei 8.137/90).

Segundo a decisão do juiz federal convocado Fernando Mendes, acrescidos de multa e juros, os valores computados pela Receita entre novembro de 2008 a maio de 2009 subiriam para R$ 35,7 mil, atualizados até 31 de agosto de 2011.

A denuncia do MP, acolhida pelo juiz federal da primeira instância, aponta para a atipicidade do caso porque o valor diz respeito à sonegação por sete vezes. Para Átila Machado, do escritório MCP advogados, que faz a defesa dos sócios, o ponto principal da decisão está em discutir se a multa dentro do valor lançado pela Receita Federal conta ou não.

O advogado explica que, como haveria uma audiência nesta quarta-feira (21/01), “poderia haver um constrangimento ilegal, numa ação penal nula” com a suspensão do processo penal até o julgamento do mérito pelo TRF-3.

Fernando Mendes apontou na liminar diversas decisões do Superior Tribunal de Justiça que seguem a mesma jurisprudência para afastar casos parecidos em que o valor devido de fato à Receita foram menores do que os lançados pelo órgão federal, com juros e correção monetária.


Clique aqui para ler o Habeas Corpus.

Clique aqui para ler a petição.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Vale mantém em 2014 posto de maior exportadora do Brasil


Divulgação
Vale
Vale exportou o equivalente a 20,48 bilhões de dólares no ano passado, queda anual de 22,7 por cento
 
Da REUTERS


São Paulo - A Vale manteve em 2014 o posto de principal empresa exportadora do Brasil, apesar de uma forte queda no faturamento, seguida por Petrobras e Bunge, enquanto a JBS saltou do nono para o quarto lugar no ranking, mostraram dados do Ministério do Desenvolvimento (Mdic).

A Vale exportou o equivalente a 20,48 bilhões de dólares no ano passado, queda anual de 22,7 por cento, em meio a uma forte retração dos preços internacionais do minério de ferro.

A principal mudança no ranking foi a JBS, maior produtora global de carnes, que saltou para a quarta posição na lista, com faturamento de 4,67 bilhões de dólares, alta de 27,7 por cento na comparação com 2013.

Em 2014, a JBS conseguiu sentir os resultados da aquisição da Seara, comprada da Marfrig, em negócio concluído em outubro de 2013. Além disso, a JBS se beneficiou de um real desvalorizado e de uma forte demanda externa por proteína animal.

A Petrobras manteve a segunda posição no ranking de exportadoras brasileiras, com faturamento de 13,02 bilhões de dólares, queda de quase 6 por cento ante 2013, após um forte recuo nos preços internacionais do petróleo no segundo semestre do ano passado.

A terceira maior exportadora do Brasil em 2014 ainda foi a gigante do agronegócio Bunge, que embarcou o equivalente a 6,16 bilhões de dólares, queda de 15 por cento na comparação anual, em meio a um recuo nos preços internacionais de soja e milho.

A BRF caiu da quarta para a quinta posição, com faturamento de 4,26 bilhões de dólares em 2014, queda de 16,5 por cento ante o ano anterior.

O ranking de exportadores é completado por Cargill em sexto, Embraer em sétimo, Louis Dreyfus em oitavo, ADM em nono e Samarco (joint venture entre Vale e BHP Billiton) em décimo lugar. Entre as dez primeiras empresas da lista do Mdic, todas reduziram seu faturamento com exportações, com exceção da JBS.