quarta-feira, 29 de abril de 2015

Brasil tem um dos passaportes mais "poderosos" do mundo; veja ranking




Lista é liderada pelos Estados Unidos e o Reino Unido; ambos podem entrar em 147 países sem visto



SÃO PAULO – Você pode até não estar satisfeito com o cenário político-econômico do Brasil ou então ter considerado mudar de país para tentar a vida em outro lugar. Mas ser brasileiro tem as suas vantagens: o nosso passaporte está entre os mais “poderosos” do mundo.

O site Passaport Index elaborou um ranking com os passaportes que menos precisam de visto para entrar em outros países. O Brasil ficou na 17º posição, sendo aceito por 128 países.

A liderança da lista está nas mãos dos Estados Unidos e o Reino Unido, que podem entrar em 147 países sem restrição. Por outro lado, os passaportes menos aceitos são do Sudão do Sul, as Ilhas Salomão, Myamar, São Tomé e Príncipe e pessoas com o passaporte dos territórios Palestinos. Nestes casos, apenas 28 nações não exigem visto destes países.

 Passaporte

Confira o ranking:

Posição
País
Número de locais aceito

Fonte: Passaport Index


1º lugar
Estados Unidos
147
Reino Unido
147
2º lugar
Fança
145
Coreia do Sul
145
Alemanha
145
3º lugar
Suécia
144
Itália
144
4º lugar   
Dinamarca
143
Cingapura
143
Finlândia
143
Japão
143
Luxemburgo
143
Países Baixos
143
5º lugar
Suíça
142
6º lugar  
Noruega
141
Espanha
141
Bélgica
141
Portugal
141
Irlanda
141
7º lugar
Malásia
140
Grécia
140
Áustria
140
Canadá
140
8º lugar
Nova Zelândia
139
9º lugar  
República Tcheca
138
Hungria
138
Austrália
138
10º lugar
Polônia
137
Eslováquia
137
11º lugar
Chipre
136
Malta
136
Hong Kong
136
12º lugar
Islândia
135
Eslovênia
135
13º lugar
Letônia
134
Estônia
134
14º lugar
Lituânia
132
15º lugar
Bulgária
131
Liechtenstein
131
16º lugar
Israel
129
Argentina
129
17º lugar
Romênia
128
Mônaco
128
Brasil
128
18º lugar
Brunei
125
19º lugar
Croácia
124
Chile
124
20º lugar
São Marinho
123
21º lugar
Andorra 
122
22º lugar
México
119
Barbados
119
23º lugar
Bahamas
117
24º lugar
Seicheles
116
25º lugar
Uruguai
113
Antígua e Barbuda
113
Venezuela
113
Vaticano 
113
26º lugar
Maurícia
111
27º lugar
Panamá
110
Costa Rica
110
28º lugar
Taiwan
109
29º lugar
São Cristóvão e Nevis
108
Turquia
108
30º lugar
Macau
106
31º lugar
Sérvia
104
32º lugar
Paraguai
103
33º lugar
Macedônia
101
34º lugar
Honduras
100
35º lugar 
Montenegro
98
Guatemala
98
Rússia
98
36º lugar
Moldávia
97
El Salvador
97
37º lugar
Ucrânia
96
38º lugar
Bósnia e Herzegovina
94
39º lugar
Nicarágua
93
40º lugar
Albânia
91
41º lugar
África do Sul
84
42º lugar
Guiné
81
43º lugar
Trinidad e Tobago
77
44º lugar
Belize
75
45º lugar
China
74
46º lugar
Santa Lúcia
73
47º lugar
Emirados Árabes Unidos
72
Dominica
72
Peru
72
48º lugar
São Vicente e Granadinas
71
Granada
71
49º lugar
Serra Leoa
69
50º lugar    
Jamaica
68
Cuba
68
Botswana
68
Quênia
68
Tonga
68
51º lugar 
Tuvalu
67
52º lugar     
Qatar
66
Gâmbia
66
Bielorrússia
66
Gana
66
Nigéria
66
53º lugar    
Maldivas
65
Samoa
65
Cazaquistão
65
Lesoto
65
54º lugar  
Vanuatu
64
Kuwait
64
Kiribati
64
Guiana
64
Equador
64
55º lugar
Tailândia
63
Fiji
63
56º lugar
Nauru
62
Colômbia
62
Suazilândia
62
57º lugar
Arábia Saudita
61
Tanzânia
61
Nigéria
61
Filipinas
61
Tunísia
61
Azerbaijão
61
Bahrein
61
Namíbia
61
Mali
61
Zâmbia
61
58º lugar
Marrocos
60
Mongólia
60
Benim
60
Malawi
60
59º lugar
Geórgia
59
Índia
59
60º lugar
Indonésia
57
Suriname
57
Senegal
57
Papua-Nova Guiné
57
Uganda
57
61º lugar
Bolívia
56
Cabo Verde
56
62º lugar
Armênia
55
63º lugar
Ilhas Marshall
54
Quirguistão
54
Omã
54
64º lugar
Tajiquistão
53
Congo
53
Uzbequistão
53
Egito
53
Zimbaué
53
Mauritânia
53
Burkina Faso
53
65º lugar
Libéria
52
Moçambique
52
66º lugar
Argélia
51
Guiné-Bissau
51
Vietnã
51
Palau
51
67º lugar
Togo
50
Bangladesh
50
Micronésia
50
68º lugar
República Dominicana
49
Jordânia
49
Haiti
49
69º lugar
Camarões
48
Síria
48
70º lugar 
Irã
47
Líbia
47
Sudão
47
Turquemenistão
47
Sri Lanka
47
71º lugar
Paquistão
46
72º lugar
Chade
45
73º lugar
Coreia do Norte
44
Camboja
44
Gabão
44
Líbano
44
74º lugar
Ruanda
43
Angola
43
75º lugar
Timor-Leste
42
Madagascar
42
76º lugar   
Congo
41
Iémen
41
República Centro-Africana
41
Kosovo
41
77º lugar
Guiné Equatorial
40
Butão
40
Comores
40
Burundi
40
78º lugar
Somália
39
Eritreia
39
79º lugar
Afeganistão
38
Djibouti
38
Iraque
38
Etiópia
38
Nepal
38
80º lugar
Sudão do Sul
28
Ilhas Salomão
28
Territórias Palestinos
28
São Tomé e Príncipe
28
Myanmar
28


Barrados na fronteira
 

Apesar de populares no mundo, os brasileiros ainda precisam de visto para entrar nos seguintes países: Afeganistão, Arábia Saudita, Argélia, Armênia, Austrália, Azerbaijão, Bahrein, Bangladesh, Benin, Bielorrússia, Brunei, Burkina Fasso, Burundi, Butão, Cabo Verde, Camarões, Camboja, Canadá, Catar, Cazaquistão, Chade, China, Comores Islands, Congo, Coreia do Norte, Costa do Marfim, Cuba, Djibuti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Eritreia, Estados Unidos da América, Etiópia, Gabão, Gana, Granada, Ilhas Marianas, Guiana Francesa, Guiné, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Honduras, Iêmen, Ilha Borneo (lado Indonésia), Ilha Kiribati, Ilha Narfolk, Ilhas Marshall, Ilhas Seychelles, Ilhas Virgens Americanas, Índia, Indonésia, Irã, Iraque, Japão, Jordânia, Kuwait, Laos, Lesoto, Líbano, Libéria, Líbia, Malawi, Maldivas, Mali, Maurício, Mauritânia, Mianmar, Moçambique, Moldávia, Mongólia, Nagorno Carabaque, Naurú, Nepal, Níger, Nigéria, Omã, Palau Ilha, Papua Nova Guiné, Paquistão, Porto Rico, Quênia, Quirguistão, Quiribati, República de Belarus, República Democrática do Congo, Reunion, Ruanda, Samoa, São Tomé e Príncipe, Senegal, Serra Leoa, Síria, Somália, Somailândia, Sri Lanka, Sudão, Tadjiquistão, Taiwan, Tanzânia, Tibet, Timor Leste, Togo, Tonga, Transnístria, Turcomenistão, Tuvalu, Uganda, Uzbequistão, Vanuatu, Vietnã, Zâmbia, Zimbábue.

6 professores e a Lei da Terceirização - contra e a favor


REUTERS/Tony Gentile
Trabalhador visto pela janela de hotel em Salvador
Trabalhador visto pela janela de hotel em Salvador 

São Paulo - A Lei da Terceirização, no momento parada no Senado, gerou uma batalha de números e argumentos entre partidos no Congresso e entre sindicatos e empresas.

EXAME.com entrou em contato com professores de universidades brasileiras que tem a Economia do Trabalho entre suas especialidades e recebeu vários tipos de opiniões.

No grupo a favor da lei, os principais argumentos são o aumento da segurança jurídica e ganhos de eficiência e competividade das empresas brasileiras.

Entre quem é contra, foco em uma possível perda de direitos trabalhistas e de produtividade com o enfraquecimento dos vínculos entre empresas e trabalhadores.

Veja a opinião de 6 professores brasileiros sobre a Lei da Terceirização - 3 a favor e 3 contra:

Samuel Pessôa (IBRE/FGV) - A favor


“Há muito tempo sabemos que a distinção entre atividade-meio e atividade-fim, além de difícil de ser feita, não é a distinção relevante para sabermos quais atividades devem ser internalizadas em uma mesma firma e quais devem ser adquiridas no mercado. A linha deve ser traçada levando em conta o custo da geração no interior da firma e o custo de aquisição no mercado.

Note que pela nova lei, não será possível a contratação de empresa terceirizada para ofertar somente a mão de obra – o parágrafo 3º do artigo 4º é muito claro na vedação da intermediação de mão de obra – e o funcionário da empresa terceirizada terá os mesmos direitos de higiene, segurança e salubridade dos funcionários da contratante da terceirizada, como especificado no artigo 13.

Os cuidados para evitar abusos foram tomados. O PL representa importante item na modernização das relações trabalhistas e visa aumentar a eficiência produtiva de nossa economia."

Marcelo Paixão (UFRJ) - Contra


"A terceirização da atividade-fim compromete os direitos dos trabalhadores em termos salariais e no acesso aos direitos da CLT. Esta proposta é complementar com a que regulamenta os Microempreendedores Individuais (MEI), aprovada em 2008 e ampliada em 2011. Esta Lei em si é positiva, pois favorece a formalizações de milhões de autônomos hoje à margem da seguridade social. 

Mas há uma derivação desta legislação para o que está sendo tratado no Congresso, e isto é preocupante. Tal como foi aprovado, as empresas do setor privado simplesmente deixarão de contratar pela carteira de trabalho, os contratando como MEIs. Isto reduzirá o montante recolhido para a seguridade social e os trabalhadores se verão submetidos a regimes de trabalho mais instáveis e precários.

E os mais vulneráveis aos empregos de pior qualidade são de determinados contingentes - especialmente mulheres, negros e jovens. Com a aprovação da lei, a situação ficará ainda mais delicada nestes segmentos, ampliando as já gritantes disparidades vigentes no nosso mercado de trabalho"

Maria Cristina Cacciamali (FEA/USP) - A favor


"A ausência de regulamentação legislativa a respeito dos serviços que podem ser terceirizados aumenta a prática da terceirização na forma ilícita - não contidas na súmula 331 do TST, que pode ser considerada como a única ferramenta do empregado para garantia dos seus direitos.

A segurança jurídica é um grande avanço para as empresas privadas e trabalhadores. As primeiras porque não se inibirão em subcontratar serviços, pois deixarão de correr riscos de serem processadas na JT por práticas consideradas indevidas; os segundos porque terão seus direitos garantidos, idênticos aos da CLT.

Dois pontos merecem ser considerados. O primeiro é como se dará na prática a representação sindical dos trabalhadores terceirizados. O segundo é como a fiscalização (DRT) será exercida. Resultados positivos sobre essas possíveis restrições dependerão da organização dos trabalhadores terceiizados e do apoio que receberão das Centrais Sindicais."


Carlos Henrique Horn (UFRGS) - Contra


"A lei aumenta a probabilidade de inserção de pessoas em condições mais precárias de trabalho, pois as empresas terceiras praticam piores condições como já evidenciado em diversos estudos.

É muito pouco provável que a ampla liberdade de terceirização aumente o nível de emprego, independentemente das condições, sem que haja um aumento na demanda agregada da economia que justifique ampliar os quadros de pessoal para aumentar a produção.

Especialmente na indústria, reforça-se a estratégia competitiva low road, com rebaixamento dos custos nominais do trabalho através da contratação de empresas terceirizadas e desincentivo à manutenção de uma força de traballho com treinamento continuado. Os impactos sobre a produtividade na indústria são perversos, como normalmente o são quando se deprecia a relação de emprego."


Giácomo Balbinotto Neto (UFRGS) - A favor


"Quais atividades na cadeia uma empresa deve executar e quais deve deixar para empresas de mercado? No caso da nossa economia, o custo atual de utilizar o mercado é grande devido principalmente a insegurança jurídica e contratual. As empresas ficam na dependência de um agente do Ministério do Trabalho ou de um juiz para decidir se a atividade terceirizada é ou não atividade fim.

Com a nova lei, esta decisão fica a cargo do empresário e as empresas passam a atuar num ambiente com mais segurança, o que também aumenta a produtividade delas e da economia como um todo. Além disso, elas ficam mais competitivas porque poderão conseguir economias de escala que departamentos internos, produzindo apenas para suas empresas, não podem gerar. 

As terceirizadas, por sua vez, estarão sujeitas à disciplina de mercado, e vão precisar ser eficientes e inovadoras na sua área para sobreviver e competir. Gerando um ambiente mais competitivo e inovador, os custos de produção e a qualidade irão melhorar, permitindo que se obtenha mais e melhores produtos e serviços a preços mais baixos. O mercado se amplia e mais emprego tende a ser gerado."

Luis Esteves (UFPR) - Contra



"Não sou contra reformas na CLT e não há dúvida de que a redução do custo do trabalho implica em ganhos de competitividade para as empresas e benefícios para a sociedade, mas isso só acontece quando a redução do custo não causa redução da produtividade.

Quando a redução do custo do trabalho é por redução salarial, é necessário que os trabalhadores mantenham o mesmo esforço e dedicação até então apresentados, mas com salários menores. O que conhecemos da literatura econômica é que essa tarefa não é trivial, pois os trabalhadores tendem a ajustar seus níveis de esforço e engajamento em resposta aos incentivos.
Salários menores podem trazer como consequência maior rotatividade de funcionários, maiores taxas de absenteísmo e necessidade de maiores custos de monitoramento. Em suma: o efeito da redução do salário pode ser inócuo, ou até mesmo deixar as empresas em uma situação pior que a inicial. Já as reduções de custo do trabalho por meio de desonerações da folha de pagamento tenderiam a ser mais efetivas, pois não trariam incentivos perversos sobre a produtividade."

Para vencer na carreira há preços a pagar, diz Luiza Trajano



Flavio Santana/Biofoto
Luiza Helena Trajano participa do lançamento do ranking de reputação empresarial Merco 2014
Luiza Helena Trajano: "você fica mais inteligente quando assume a postura de que não sabe tudo"
 
Cecília Araújo, da Na prática


 São Paulo - Luiza Helena Trajano começou sua carreira na área de vendas, aos 12 anos, quando abriu mão das férias escolares para trabalhar. Depois dessa experiência, começou uma longa trajetória dentro da rede de lojas fundada por sua tia – também Luiza, que dá nome ao grupo. Formada em Direito pela faculdade municipal de Franca, cidade onde nasceu, Luiza é hoje uma das três mulheres mais poderosas do Brasil segundo lista da revista Forbes. Aos 58 anos, é presidente da rede Magazine Luiza, que tem 740 lojas, em 16 estados, e 23 mil funcionários.

No grupo, passou por todos os departamentos: da cobrança à gerência, das vendas à direção comercial. Desde 1991, quando se tornou superintendente, começou uma ascensão para cargos mais estratégicos que culminou na presidência, ocupada por ela desde 2008. Ainda assim, faz questão de manter o olho na operação e não se distanciar do dia a dia da empresa, motivo pelo qual continua encarregada do serviço de atendimento ao consumidor – ela informa seu próprio e-mail para os clientes que não conseguiram resolver seus problemas.


Atendimento e inovação


Em bate-papo com o Na Prática, Luiza destaca que todos os funcionários do Magazine são vendedores, inclusive ela própria. “Meu negócio é vender. Sempre fiz outras coisas, mas nunca saí da mesa da venda. Não sou presidente de empresa, sou vendedora até hoje. Gosto de lidar com pessoas, e vender nada mais é que se conectar com pessoas”, diz. “O perfil que buscamos no Magazine é de quem quer ser protagonista da sua história, gosta de pessoas e de servir. A regra de ouro é: faça aos outros o que gostaria que fosse feito a você”, completa.

Para Luiza, duas coisas distinguem uma boa empresa e um bom profissional: “Só terá sucesso quem souber dar importância ao atendimento e estiver pronto para a inovação”, diz. “Quem paga nosso salário é o cliente. Ele é o nosso patrão. Eu passo 50% do meu tempo cuidando de atendimento. A estratégia nasce é na ponta”, acrescenta. E afirma que, assim como os mais velhos estão aprendendo a usar a tecnologia a seu favor com muito sacrifício, os jovens tecnológicos têm que aprender a lidar com pessoas – com paciência e capacidade de servir.


Liderança com sacrifícios


Ela também ressalta que se tornar uma liderança requer sacrifícios. “O líder quer sempre ir além do que já sabe. Quer estar tocando na banda, e não vendo a banda passar. Não importa o instrumento, ele quer fazer parte. E isso exige sacrifício”, conta Luiza. “Para ser uma pessoa que conhece de tudo, você sacrifica seu sono, seu lazer... Com ritmo e rotina, você não precisa perder tudo. Mas não tem um jeito de você querer vencer na carreira desde pequena e ganhar de todos os lados. Há preços a pagar, e eu sempre escolhi aqueles de que eu dava conta.”

Para dar conta de sua rotina atribulada, Luiza revela que dorme pouco – de 3 a 4 horas por dia –, reclama pouco e descentraliza muito. “Tenho bastante gente trabalhando junto comigo, e eu ensino muito, tenho facilidade de formar pessoas. Também tenho uma inteligência de resolver problemas, e não criar problemas, e não fico levando coisas de um dia para o outro. Outra coisa que faço é estar inteira em todo lugar aonde eu vá. Acredito que, dessa forma, é possível dar o melhor de mim às pessoas e tirar o melhor delas também”, diz.

Sobre as dificuldades e fracassos em seu caminho, Luiza afirma que sempre os leva como aprendizados. “É um treinamento pessoal a gente aceitar feedbacks. Por isso, tenho um canal direto com nossos funcionários e nossos clientes”, conta. Ela também diz valorizar muito a transparência nas relações. “Você fica mais inteligente quando assume a postura de que não sabe tudo, mas que pode aprender com outras pessoas. E, quando você é transparente, vem muito respeito junto. Eu me sinto muito respeitada na minha posição de líder”, pontua.
 

Cultura e empreendedorismo


Para Luiza, o maior desafio de profissionalizar uma empresa – seja ela familiar ou não – é não perder a cultura do fundador à medida que vai ganhando escala. “O Magazine Luiza foi treinado para aceitar o novo, é uma empresa que tem uma cabeça bem aberta para mudanças. E nossa experiência com o e-commerce foi um exercício grande nesse sentido”, diz.

Luiza destaca ainda a importância de empreender mesmo dentro da empresa de que faz parte. 

“Empreender não é só você ter um negócio próprio. Hoje, você tem que ser empreendedor dentro da empresa em que você está, não importa qual seja a sua função. E o que significa isso? É não desistir, ter a capacidade de estar sempre construindo, tocar a empresa como se fosse sua, falar a verdade – se você não está satisfeito você confronta, se não você sai. É você sentir que não está ali como um a mais”, conclui.

Como aproveitar as oportunidades que toda crise oferece


O consultor Daniel Castello ensina a planejar em momentos difíceis

Planejamento (Foto: Thinkstock)


O cenário está complicado… Complicado como? Os fatos básicos podem ser comuns a todos – inflação, juros, dólar alto, retração do consumo, arroxo fiscal, entre outros pontos, que acabam pesando no fluxo de caixa e na gestão do negócio – mas, o que isto significa especificamente para você e para sua empresa? É ruim? É neutro? É bom? Não se engane: para algumas empresas, é muito bom.


Um dos maiores erros que um empreendedor pode cometer em um momento de crise é “andar com a manada”. Nas crises, sempre existem oportunidades, só que, quase por definição, elas não estão disponíveis para todos. Outro erro é arrogantemente achar que “nada mudou” e que a crise não tem impacto sobre o seu negócio. Provavelmente tem. E é importante entender quais são.
Para surfar na onda da crise, é preciso ter atenção, capacidade analítica e uma certa habilidade de ficar imune ao mau humor que toma conta do ambiente. Há uma certa fala turbulenta e assustadora 

que alimenta e é alimentada pela mídia (é a oportunidade dela na crise!), mas que, no fundo, faz bem pouco sentido estruturalmente.

A capacidade de planejar na crise é essencial. Sinceramente, também não é tão difícil. É claro que o plano não vai ser tão cheio de detalhes, as metas provavelmente terão que ser renegociadas ao longo do caminho. Eu diria que esta é mais hora de focar no essencial do que de entrar em aventuras. Mas dá para fazer! É só ter método.

Segundo os professores Nathan Bennett e G. James Lemoine, em um artigo brilhante da HBR chamado “What VUCA Really Means for You”, o plano demandará certas características específicas de acordo com a dinâmica dominante nos espaços competitivos em que você decidir jogar.

VUCA é o acrônimo de Volatility (Volatilidade), Uncertainty (Incerteza), Complexity (Complexidade) e Ambiguity (Ambiguidade). É uma forma simples e prática de entender com que tipo de cenário estamos lidando:

Se a dinâmica for de grande Complexidade (muitas partes e variáveis interconectadas de forma, na prática, imprevisível), o plano terá que incluir a construção de recursos para lidar com a complexidade, como contratação de especialistas e reestruturação de processos de coleta e processamento de informações.

Se a dinâmica for de grande Volatilidade (o desafio é inesperado ou instável, mas não necessariamente difícil de entender), o plano terá que gerenciar cuidadosamente risco e custo. Por exemplo, a estratégia de busca do estoque ideal em um operador logístico vai ter que balancear risco de ruptura e risco de endividamento excessivo. As premissas para tomada de decisão desta questão têm que fazer parte do plano.

Se a dinâmica for de grande Ambiguidade (as relações causais no ambiente são totalmente obscuras e muitas coisas nem sabemos que não sabemos), o plano terá que incluir testagem e prototipagem. Ou o risco de fracasso será exagerado.

Se a dinâmica for de grande Incerteza (sabemos como os eventos se comportam, mas nem sempre temos a informação necessária para tomada de decisão), o plano terá que definir formas de coletar, organizar e processar informação no tempo adequado para a tomada de decisão tática-operacional.

O cenário não é o mesmo para todos os setores e empresas. Cada um é afetado pela conjuntura de uma forma diferente e específica. Pare e pense. De que forma sua empresa está sendo afetada? O que você tem que fazer para colher as oportunidades que esta crise lhe oferece? Qual é o seu plano?

*Daniel Castello é consultor e palestrante nas áreas de estratégia e gestão de pessoas. Como consultor liderou projetos de transformação, tendo entre seus clientes: Syngenta, Baxter, GRSA, Gruppo Campari, Grupo Santander, AON Affinity, Banco Daimler-Chrysler, Mapfre Seguros, Grupo Telefónica, Martin-Brower, McLane, Termomecânica, UAB Motors e FIEP. 

O que bilionários que saíram do nada têm em comum?


Livro desvenda comportamentos e características de 120 ricaços

Um quarto dos bilionários ouvidos na pesquisa foi demitido de grandes empresas no início de suas carreiras  (Foto: Thinkstockphoto)

Existe algo em comum entre pessoas que se tornaram bilionárias por meio do seu próprio esforço? John Sviokla, sócio e líder de inovação da consultoria PwC, e Mitchell Cohen, vice-presidente da empresa, decidiram investigar o trabalho e a vida de 120 “self-made” bilionários em busca da resposta para esse pergunta. Por "self-made" entende-se pessoas que não eram herdeiros e construíram suas fortunas a partir de seu próprio esforço. A pesquisa de dois anos sobre esses executivos além das entrevistas com 16 deles estão no livro The Self-Made Billionaire Effect.

Os autores dizem que, sim, há características comuns a todos esses bilionários. E sorte não é uma delas. Além do comportamento em relação ao trabalho (que iremos listar logo a seguir), algo que esse pessoal partilha é ter, segundo Cohen e Sviokla, um pensamento de “produtores”. O que eles querem dizer é que esses bilionários conseguem se dar bem mesmo cercados de incertezas. Eles conseguem combinar um julgamento sólido sobre as coisas com uma visão imaginativa. Assim, são capazes de pensar em novos produtos, serviços e modelos de negócios.


É o caso de Howard Schultz, criador da rede Starbucks, e Sara Blakely, fundadora da Spanx, uma marca de lingerie que fatura mais de US$ 250 milhões por ano. O livro observa ainda que 80% desses 120 riquíssimos homens construíram suas fortunas atuando em setores consolidados e altamente competitivos. Ou seja, conseguiram se destacar e inovar dentro de áreas óbvias, mas nem por isso mais fáceis de navegar.

A seguir, as cinco características que, segundo os autores, fizeram com que esses homens e mulheres se tornassem bilionários. Como você vai logo perceber, são características que combinam dualidades – comportamentos que, a princípio, parecem díspares mas acabam se complementando:


Imaginação empática 


A expressão pomposa pode ser facilmente traduzida: significa a capacidade de compreender profundamente as necessidades e anseios dos clientes e combinar isso com uma boa dose de imaginação que permita explorar ideias jamais testadas. É a partir desse casamento que nascem produtos ou serviços bilionários. 
 

Paciência urgente


Como assim, combinar paciência com senso de urgência? Pois é justamente o que bilionários são capazes de fazer. Eles são pessoas que se preparam para a chegada de oportunidades mas também conseguem esperar pacientemente essa oportunidade surgir para, daí, entrarem em ação. Eles não se antecipam e nem perdem o passo. 
 
 

Execução inventiva


Bilionários são pessoas que entenderam que, tão importante quanto ter uma ideia, é colocá-la em prática. Eles valorizam a execução tanto quanto a geração de uma nova ideia. Eles também quase sempre atuam em mercados consolidados, o que exige que repensem os fundamentos de um produto ou um negócio. 
 

Visão relativa do risco


Esses ricos não são grandes tomadores de risco. O que os incomoda, na verdade, não é perder dinheiro, mas sim perder o bonde e não fazer parte do futuro dos negócios. A lição que fica é: os bilionários não se incomodam de arriscar algum dinheiro, o que eles não querem é arriscar perder uma boa oportunidade. 
 

Parceria na liderança 


Bilionários não são lobos solitários. Eles só conseguem chegar a resultados exuberantes porque sabem construir e trabalhar com equipes. E sabem da importância de dividir tarefas e de contar com um grupo de profissionais que possa ajudá-los a colocar suas ideias mirabolantes em prática.