quarta-feira, 20 de maio de 2015

Marca copia roupa, rouba os créditos e depois paga mico




Reprodução
Roupa de Taylor Swift
Roupa de Taylor Swift e em modelos: gafe no Instagram

São Paulo - A marca de varejo fast-fashion Nasty Gal pagou um grande mico nas redes sociais no último fim de semana, depois do Billboard Music Awards.

O Instagram da marca postou uma foto da cantora Taylor Swift no tapete vermelho do prêmio e disse que aquela roupa se chamava "Disco Inferno" e era sua.

Mas não demorou para que os leitores percebessem o erro. A roupa da cantora não era Nasty Gal, sim uma peça idêntica da grife Balmain.

E não foi só um "erro infeliz" da Nasty Gal. A marca se confundiu justamente porque copiou o modelito da Balmain, de sua coleção primavera/verão 2015.

Além disso, Swift é uma das modelos da Balmain.

Depois da gafe, o post do Instagram foi apagado.

E não foi a primeira vez que a Nasty Gal copia um modelo alheio. Isso já tinha acontecido com uma roupa criada por Alexander Wang.

Cidades do Brasil ficam para trás em rankings de progresso


Friedemann Vogel/Getty Images
 
Visão de São Paulo
São Paulo é cidade brasileira mais bem colocada, mas aparece apenas na 32º posição com 24,6 pontos
 
 
 
São Paulo - As cidades brasileiras estão ficando para trás. Esta é a conclusão da nova edição do estudo Cidades Globais, da consultoria americana A.T. Kearney divulgado nesta quarta-feira. 

O relatório, que mede o desempenho atual e o potencial futuro de 125 cidades distribuídas por seis regiões do planeta, avaliou seis cidades brasileiras: Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.

O Rio de Janeiro é a cidade brasileira que tem o maior potencial futuro. Já São Paulo é a representante do país com o melhor desempenho atual - mesmo assim, muito atrás das cidades com as melhores avaliações. 

O levantamento traz dois rankings: um que mede a situação atual das cidades (Índice de Cidades Globais - ICG) e outro que mede o potencial futuro destes lugares para atrair e reter capital, ideias e pessoas do mundo todo (Visão Geral das Cidades).

Nenhuma cidade brasileira aparece entre as 25 melhores colocadas em nenhum dos dois rankings - e apenas Nova York e Londres estão entre as 10 primeiras posições nas duas avaliações. 
 
As cidades são avaliadas em comparação a uma "cidade perfeita", que receberia 100 pontos. Nova York, que é a primeira colocada no ranking ICG marcou apenas 63 pontos - o que mostra que o mundo ainda está longe de ter um município ideal.

São Paulo, no entanto, apesar de ser a cidade brasileira mais bem colocada, aparece na 32º posição com só 24,6 pontos. Em 2008, na primeira edição deste estudo, a capital paulista aparecia uma posição à frente.

De acordo com François Santos, que é sócio do escritório brasileiro da A.T. Kearney, São Paulo e as outras cidades brasileiras estão evoluindo em velocidade muito menor que as outras grandes cidades do mundo. 

"De 2008 para cá, olhando os indicadores, São Paulo não piorou. Em alguns indicadores, a cidade até evoluiu, mas as outras cidades progrediram em velocidade maior e se distanciaram", afirma Santos. 

Quando se olha pro futuro, a situação é ainda pior. Nenhuma cidade brasileira fica entre as 60 com mais potencial de desenvolvimento. São Paulo, por exemplo, despenca para a 82ª posição. 

Segundo ele, um dos fatores que explica tal distanciamento é a falta de inovação no país. " O Brasil é pouco inovador quando comparado a essas grandes metrópoles", diz.

Veja na tabela abaixo o desempenho das cidades brasileiras nos dois rankings

Cidade Posição no Índice de Cidades Globais (ICG) Pontuação no ICG Posição no ranking ICG em 2008 Posição no ranking de Visão Geral das Cidades
São Paulo 32º 24.6 31º 82º
Rio de Janeiro 53º 17.95 47º 69º
Porto Alegre 88º 7.4 primeira vez que foi avaliada 96º
Belo Horizonte 93º 6.7 primeira vez que foi avaliada 92º
Salvador 99º 6.1 primeira vez que foi avaliada 94º
Recife 101º 5.6 primeira vez que foi avaliada 88º

O Índice de Cidades Globais mede o desempenho atual baseado na atividade de negócios, capital humano, troca de informações, experiência cultural e engajamento político.

Já o ranking Visão Global das Cidades avalia o potencial futuro delas baseado na taxa de evolução de quatro áreas: bem estar pessoal, economia, inovação e governança.

Agências de publicidade DPZ e Taterka anunciam fusão


Reprodução/YouTube/Itaú
 
Itaú
Campanha do Itaú: as agências DPZ e Taterka anunciaram hoje, 20, sua fusão
São Paulo - O que acontece quando você une “Amo muito tudo isso” e “Isso Muda o Mundo”? Uma das maiores fusões de agências de publicidade no Brasil.

As agências DPZ e Taterka anunciaram hoje, 20, sua fusão. A nova agência, a DPZ&T, será comandada por Eduardo Simon, como presidente, e Tonico Pereira, como diretor operacional. 

A nova empresa será controlada pelo francês Publicis Groupe, que já tinha 100% da DPZ. O Publicis faturou 7,2 bilhões de euros em 2014 e espera atingir 9,2 bilhões de euros em 2015.

A nova empresa terá 280 funcionários e clientes como o McDonald’s, Natura, Kate Spade, Dotz, Bombril, Itaú, entre outros.

Os executivos não comentaram sobre os números da fusão nem sobre as sinergias decorrentes da união. 

Um dos objetivos é oferecer mais possibilidades aos clientes brasileiros, inclusive nos meios digitais. Hoje, mais de 50% do faturamento do grupo francês vem do meio digital. A meta é que essa proporção chegue a 60% nos próximos anos.

No entanto, Maurice Lévy, presidente do Publicis Groupe, afirma que os meios digitais e analógicos devem ser complementares. “O mundo não é apenas digital. Seria tolice não pensar na comunicação feita pela televisão, imprensa e digital de maneira integrada”, alertou o francês.

No Brasil, a participação dos meios digitais ainda é menor, segundo Paulo Giovanni, chairman do Publicis World Wide no Brasil.

Lévy afirma que a fusão é uma aposta no mercado brasileiro. O sonho é que o Brasil seja um dos cinco mercados mais importantes para o grupo. Hoje, o país está em 8º lugar.

Maurice Lévy descarta aquisições no Brasil nos próximos anos, dizendo que “chegamos a uma boa configuração”.

Metade das empresas do país está inadimplente, diz pesquisa



Getty Images
Dinheiro saindo pela janela
Somadas, as dívidas das empresas chegam a 86,4 bilhões de reais, segundo pesquisa da Serasa Experian 

 
 
São Paulo – Das 7 milhões de companhias que operam no Brasil, 3,8 milhões estão inadimplentes em março, aponta estudo da Serasa Experian divulgado hoje.

Somadas, as dívidas empresariais chegaram a 86,4 bilhões de reais, uma média de 22,8 mil reais por CNPJ.

“O atual quadro recessivo da economia afeta diretamente o ritmo dos negócios e, por consequência, a geração de caixa por parte das empresas”, diz o relatório.

Em setembro de 2014, o número de empresas endividadas no país havia atingido o recorde de 3,6 milhões, número ultrapassado em março.

O estudo mostra ainda que o setor mais endividado é o comércio, com 46,3% do total, seguido por serviços, com 43,7%, e indústria, com 9%.

A maioria das empresas, 59% delas, deve a apenas um credor e as com anos de atuação entre 2 e 5 anos são as mais inadimplentes e representam 36,7% do total.

O que você pode aprender sobre carreira com Mad Men


Hoje vai ao ar o último episódio da série Mad Men, exibida no Brasil pelo canal de TV a cabo HBO. Ele vai mostrar qual será o desfecho dos profissionais da agência de publicidade Sterling Cooper & Partners, na qual os personagens trabalharam por sete anos. 

Ambientada na Nova York dos anos 60, Mad Men acompanha a vida e a carreira de Don Draper (Jon Hamm), um diretor de criação brilhante e admirado que sofre com problemas de identidade, com a perda do vigor criativo causada pelo alcoolismo e com a sensação de que é inadequado a seu tempo. Não à toa, seu drinque favorito é o old fashioned. Enquanto retrata o estilo de vida de uma época romântica da publicidade, a  série expõe dilemas de carreira que continuam bastante atuais: jogadas sujas, ambição, frustração e disputas pelo poder. Descubra a seguir o que trazer da ficção para a vida real.

Recomeços:

Por Don Draper

A CENA: Don descobre que a agência será vendida para uma concorrente grande, a McCann — que tem uma cultura completamente diferente. Preocupado, ele divide a informação com os sócios e faz uma proposta ousada: todos serem demitidos, comprarem a empresa novamente e começarem tudo do zero. 

A LIÇÃO: diante de uma situação de perda grande, arriscar se torna uma oportunidade mais viável. Mas correr riscos demanda planejamento. “A melhor maneira é ter bem claro aonde se quer chegar e fazer escolhas de acordo com esse objetivo maior”, diz Gilberto Guimarães, professor de liderança da Business School São Paulo. A partir daí, é hora de encontrar aliados para aconselharem e até se unirem a você na estratégia. “Use sua rede para pensar bem sobre o novo caminho”, diz Beth Zorzi, da Quota Mais, consultoria de carreira de São Paulo.

Negociar uma promoção

Por Pete Campbell

A CENA: Pete (Vincent Kartheiser) é um dos personagens mais ambiciosos de Mad Men e logo consegue ser promovido a chefe de atendimento. A promoção é feita no meio da fusão da empresa, época em que todos que eram chamados à sala da diretoria temiam ser demitidos. Embora saiba exatamente o que quer, Pete trava e não consegue negociar os termos da promoção — não pergunta nem sobre salário nem sobre atribuições. Só depois descobre que terá de dividir o cargo com seu colega Ken Cosgrove, o que o deixa furioso. 

A LIÇÃO: por mais inseguro que esteja, na hora de uma promoção é necessário falar tanto quanto ouvir. “Descubra quais serão as novas funções e se haverá um aumento”, diz Gilberto, da BSP. E, se algo estiver fora do esperado, será o momento de negociar. Pense sobre os objetivos de carreira para estar preparado para uma conversa crítica. 

Mudar de emprego

Por Peggy Olson

A CENA: profissional em ascensão, Peggy (Elisabeth Moss) é uma das redatoras mais talentosas da Sterling Cooper. Seu chefe, Don, sabe disso. Mas a deixa de lado no projeto mais importante da agência, embora ela fique responsável por quase todas as outras contas. A falta de reconhecimento e a pouca mobilidade na hierarquia causam descontentamento e Peggy decide descobrir se é valorizada fora da empresa — e obtém uma ótima proposta de emprego.

A LIÇÃO: a falta de motivação é o que faz com que a personagem repense sua trajetória, algo que costuma ocorrer com a maioria dos profissionais. Nesse momento, é importante pensar sobre os motivos do desânimo para ter certeza de que trocar de emprego é mesmo a melhor opção. “Os sinais estão sempre presentes. Podem ser uma sensação de estagnação ou de incompatibilidade com o chefe ou com a empresa”, diz Beth, da Quota Mais. Fique atento para descobrir se há chance de trabalhar em um local que seja mais alinhado com seu momento de carreira.

Assédio

Por Joan Holloway

A CENA: a gerente administrativa Joan (Christina Hendricks) é assediada por um cliente que diz que fecharia negócio com a agência se passasse uma noite com ela. Depois de pensar muito, ela diz que cederia caso se tornasse sócia. Diante da concordância dos publicitários, Joan se torna acionista, mas convive com a sombra de que nunca será respeitada por sua capacidade.
A LIÇÃO: a ficção cria uma situação de dubiedade moral insolúvel: Joan é vítima, mas se beneficia financeiramente. E depois é assombrada pela humilhação da proposta e pela desconfiança de que nunca chegaria à diretoria apenas por seus méritos. “Em momentos de dilemas éticos, pense sobre seus valores e se posicione dentro do que acredita”, diz Beth, da Quota Mais. 

Descontrole

por Lane Pryce

CENA: inglês, Lane (Jared Harris) chega à agência com a primeira fusão da Sterling Cooper e, depois da manobra de Don para comprar a empresa de volta, torna-se um dos sócios e diretor financeiro. O problema é que todos os seus investimentos vão para a empresa, que, por ser muito jovem, ainda não dá lucro. Quebrado e pressionado a pagar impostos na Inglaterra, caso contrário perderá seu visto, Lane esconde o problema dos colegas e falsifica um cheque com a assinatura de Don para tentar salvar a pele, mas é descoberto.

A LIÇÃO: em momentos de crise na vida pessoal que afetem o desempenho no trabalho, não tem jeito: é preciso falar a verdade. “Ser transparente é ser ético”, diz Beth,  da Quota Mais. Procure explicar o problema e peça ajuda se necessário. Os líderes devem ser compreensivos nesse momento. Só tome cuidado para não achar que será totalmente poupado das metas e entregas depois de ter compartilhado o problema. “A compreensão é necessária, mas o chefe também tem de cobrar resultados, qualquer que seja a circunstância”, diz Beth.

Limites

por Ken Cosgrove

A CENA: responsável por atender a conta da Chevy — a mais importante da empresa, por ser da montadora GM —, Ken Cosgrove (Aaron Staton) vive em viagens entre Nova York e Detroit. Até aí, tudo bem. O problema é o tipo de atendimento que os executivos da fabricante de carros exigem. Ken é obrigado a aguentar a bebedeira alheia e a correr acima da velocidade permitida nas estradas americanas. O personagem chega ao limite quando, em uma caçada, leva um tiro no olho. Casado e com um filho para nascer, ele percebe que o esforço não vale a pena e que prefere ser visto como uma “piada da publicidade”, nas palavras de um colega, a continuar com a conta.

A LIÇÃO: ninguém precisa chegar ao limite como Ken, mas, quando o trabalho prejudica a vida pessoal, é o momento de pensar sobre quais são as prioridades e fazer ajustes na carreira. “Somos os mesmos em casa e no trabalho. O importante é encontrar o ponto de equilíbrio e ver que ações são adequadas ou inadequadas em cada momento da vida”, diz Gilberto, da BSP.

Atualização

por Harry Crane

A CENA: Harry (Rich Sommer) tem facilidade em entender quais serão as tecnologias que mudarão o modo como a publicidade vai trabalhar. Isso ocorre duas vezes ao longo da série. Na segunda temporada, ele convence um dos sócios de que todas as agências da cidade têm um departamento de televisão e de que é importante fazer anúncios para esse meio — e se torna diretor do departamento de mídia. Na sétima temporada, nota que a informática será essencial para fazer pesquisa e é o responsável pela compra do primeiro computador da empresa.

A LIÇÃO: o mérito de Harry é estar atento às novidades do mercado e ter coragem para propor inovações, mesmo que ainda não exista uma estrutura prévia de pessoas ou equipamentos. “O profissional deve ser uma solução para as necessidades que a empresa já tem e antecipar as necessidades futuras”, diz Gilberto, da BSP.

O que as cinco melhores escolas de negócios estão ensinando


Veja São Paulo/EXAME.com
 
Sala de aula do Insper, em São Paulo: centro de formação de profissionais para a área de finanças
Sala de aula do Insper, em São Paulo: o uso do big data do ponto de vista gerencial
 
 
 
As melhores escolas de negócios do Brasil já discutiam o problema da baixa produtividade há 15 anos. Agora, os assuntos mudaram. Veja o que é tratado nas principais escolas de negócios do país para que os alunos estejam preparados para dar respostas aos dilemas de negócios que surgirão nos próximos anos.
 
 
Inovação permanente


A Coppead, escola de negócios da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que acaba de ter renovada a Equis — acreditação europeia de padrão de ensino em administração —, reforçou o ensino de inovação para seus alunos. Primeiro, ajuda os profissionais a compreender a importância da inovação para a perenidade dos negócios.

Em um segundo momento, mostra como a inovação deve ser um hábito permanente, já que os negócios estão em constante mudança. “Falamos aqui do gerenciamento do processo de inovação interno, desde o estímulo até a questão humana de querer fugir do risco e rejeitar o novo”, afirma Vicente Ferreira, diretor da Coppead.

Na sala de aula, fala-se em corporate venture capital, investimento da empresa na ideia de um funcionário para que ele crie um negócio ou uma solução e passe a ser fornecedor — e sócio da empresa matriz. “Para inovar não é preciso criar uma nova tecnologia, basta encontrar uma forma diferente de fazer o que já está feito, uma maneira mais econômica ou melhor para a sociedade. Qualquer funcionário pode ter uma ideia inovadora, as empresas precisam dar espaço a eles — e eles precisam aproveitar esse espaço”, diz.


Pessoas melhores são líderes melhores


Os executivos que começam o MBA na Fundação Dom Cabral, em Belo Horizonte, costumam levar um susto no primeiro dia de aula. “Eles chegam à escola achando que vamos falar de gestão, dar ferramentas e ensinar técnicas desde o começo, mas apresentamos a eles assuntos ligados a filosofia, sociologia, autoconhecimento, ética e virtudes”, diz Paula Simões, gerente-coordenadora do programa de educação executiva.

“Não é exatamente uma aula de filosofia, mas questionamos o futuro da gestão e das organizações”, afirma. Os alunos vão para a cidade histórica de Ouro Preto e para o complexo artístico de Inhotim, relativamente próximos à sede da escola, para discutir arte, cultura e sustentabilidade. “Também tratamos da percepção de que as organizações serão julgadas cada vez menos pela rentabilidade aos acionistas e cada vez mais pelo impacto ambiental e social que geram”, afirma Paula.

O objetivo final é que o aluno volte para o mercado mais aberto a mudanças e consciente do resultado que seu trabalho gera. A ideia é que, provocando esses alunos, eles se tornem mais preparados para lidar com a complexidade do mundo. “Queremos formar líderes mais humanos”, diz Paula, e completa: “É importante que os gestores de agora façam um exercício de autoconhecimento para entender seu estilo de se comunicar e o impacto disso em suas relações”. 


Olho na China e na Índia


“Nosso trabalho é prever o futuro”, diz James Wright, coordenador de MBA internacional da FIA, em São Paulo. A baixa produtividade do brasileiro, um assunto atual para exemplificar, foi discutida em sala de aula há dez anos. Hoje, a pauta é internacional. 

“O Brasil levou milhões de pessoas para a classe média. Na próxima década, os indianos e chineses passarão pela mesma inserção econômica”, diz James. “Sabemos vender para essas pessoas. Os executivos brasileiros devem estar prontos para entrar nesses mercados”, diz James. 

Na agenda de quem quer aproveitar a oportunidade devem constar viagens para os dois países e desenvolvimento de técnicas de negociação em culturas diferentes. “O brasileiro é muito orientado para o mercado interno, mas é hora de levar para fora o que sabemos fazer bem”, afirma. 


Uso de dados digitais


Para saber o que precisa ser ensinado aos executivos que procuram seu programa de MBA, o Insper, em São Paulo, monitora as demandas das organizações. “Pesquisamos o que as empresas entendem como características de funcionários acima da média e, depois, trabalhamos para desenvolver essas habilidades. 

Hoje, estamos focados em dois tipos: as interpessoais e as analíticas”, diz Silvio Laban, coordenador-geral dos programas de MBA do Insper. Para Silvio, profissionais de todas as áreas devem se adaptar ao uso do big data do ponto de vista gerencial. O assunto é trabalhado de duas maneiras: 1) o caráter estrutural que envolve a coleta de dados e 2) a visão estratégica para analisar, tomar decisões e gerenciar riscos levando em conta esses números.

“Há muitas bases de informações disponíveis. Os executivos precisam agora entender quais tipos de análise e de cruzamento podem ser feitos para apoiar as decisões que eles têm de tomar”, diz.


Habilidades avançadas


Na Saint Paul Escola de Negócios, de São Paulo, 70% da carga horária é preenchida por exercícios e atividades que colocam os alunos para resolver problemas bem atuais, como gestão estratégica de custo, já que todas as empresas estão revisando seu orçamento neste ano.

Por outro lado, o desenvolvimento de habilidades de liderança ganhou maior peso. “O profissional mais jovem que chega ao curso com pouca ou nenhuma experiência de gestão precisa ser mais preparado”, diz José Claudio Securato, presidente da Saint Paul. Uma novidade na sala de aula é a liderança silenciosa, aquela que estimula a humildade. 

“Hoje, desenvolver pessoas, uma das principais funções de um líder, deve acontecer em silêncio, porque o gestor ideal não busca glória nem fama pessoal; ao contrário, ele deve ser um bom ouvinte”, afirma.

Mulheres criativas, economias criativas



Arquivo pessoal
Irene Natividad
Irene Natividad: "muitas mudanças só acontecem mesmo quando quem está na liderança assume e acredita na causa"
 
Bárbara Nór, da VOCÊ S/A


Empresárias, líderes de governo e CEOs de mais de 50 países estarão presentes no encontro, que acontece em São Paulo, nos dias 14 a 16 de maio de 2015. Confira a nossa conversa com a criadora do evento e ativista Irene Natividad sobre a presença feminina no mercado de trabalho e o Summit, que, este ano, leva o tema de “Mulheres Criativas, Economias Criativas”.

VOCÊ S/A - Por que o Brasil esse ano?
Por que não o Brasil? É a sétima maior economia no mundo. E como esse é um encontro  de negócios que tenta introduzir diferentes mercados para os executivos, seria estúpido perder a maior economia da América Latina. É muito importante que saibam quais são as oportunidades aqui e como acessar esse mercado. É por isso que estamos felizes que o ministro Levy presidirá a conversa sobre fazer negócios com o Brasil. Nós queremos que ele nos fale a respeito disso, porque muitas mulheres que vêm ao encontro estão interessadas nesse mercado. É gigante.

VOCÊ S/A - Por que o tema “Mulheres Criativas, Economia Criativa?”?
O Brasil é criativo em termos de crescer ao mesmo tempo tentando conservar recursos limitados e as mulheres são essenciais para criar economias em modelos novos e ainda desconhecidos. Elas não têm muitos modelos prontos, porque normalmente estão mais à margem, então não estão presas em uma moldura. O que quero mostrar nesse encontro é a criatividade das mulheres. Uma delas é a Robin Chase, que criou o Buzz Car e Zip Car, ela foi pioneira na nova economia, que usa a tecnologia para agregar pessoas, mercados e produtos e, no processo, maximizar o uso do que quer que você esteja trocando. E aí vem o lado brasileiro. Tem essa jovem, a Lorrana Scarpioni, que criou o Bliive. Nele você troca tempo, não dinheiro, o que acho criativo. E tem uma enorme reserva de mulheres talentosas e com diploma nos países emergentes ainda subempregadas – juntas, elas formariam uma economia equivalente à China e Índia combinadas.

VOCÊ S/A - Tem algum desafio em particular para o Brasil quanto à questão das mulheres?
Todo país enfrenta desafios relativos à questão de como integrar mulheres em um ambiente de trabalho que foi criado por homens. A cultura de trabalho não é delas, elas não estão no poder, elas não são a maioria de CEOs, diretores de conselho ou executivos sêniors no mundo, mas elas têm que ter um bom desempenho mesmo assim. É por isso que eu chamo as mulheres de imigrantes no trabalho, porque não é a linguagem delas, não é a cultura delas, não é o jeito delas de fazer as coisas. E é uma lógica que ainda não acomoda o fato de que as mulheres ainda são responsáveis pelo cuidado de famílias numa escala maior que os homens.

VOCÊ S/A - Como podemos melhorar isso?
Um exemplo é a controvérsia recente com Ellen Pao, no Silicon Valley. Ela processou a empresa em que trabalhava por discriminação sexual. Eram detalhes sutis, como não ser convidada para certas reuniões ou ser excluída de discussões. O nome dela está morto no Vale do Silicone, porque é uma comunidade bem fechada, mas nunca mais essas companhias vão ignorar esse tipo de problema. Essas são as heroínas. Como Anita Hill (advogada norte-americana), por exemplo. Foi só depois dela que aprendemos o que era assédio sexual, e empresas começaram a a falar sobre como identifica-lo e o que fazer a respeito. Mas muitas mudanças só acontecem mesmo quando quem está na liderança assume e acredita na causa. É por isso também que no encontro tenho discussões de CEOs homens, que vêm de companhias que já fazem um esforço pela diversidade – quero que eles falem disso e sirvam de modelo.

VOCÊ S/A - Qual seria uma das vantagens em ter mais mulheres na liderança?
Tem um estudo de um economista chinês, ele analisou casos de infrações de um período de 10 anos e descobriu que as empresas com mais mulheres nos conselhos tinham menos casos de infração do que as companhias que tinham maioria masculina. Eles tinham números que mostravam isso. E não é que as mulheres sejam puras. É só que elas se arriscam menos com o dinheiro dos outros. Elas também tendem a seguir regras e perguntar mais questões. Esse é um dos tópicos do nosso encontro, sobre como ter um negócio mais ético. Corrupção não é exclusividade do Brasil, está no mundo inteiro, nos países desenvolvidos, nos países emergentes. E estudos têm mostrado que mulheres acreditam mais em valores como transparência e responsabilidade.

VOCÊ S/A - Por que elas acreditam mais nisso?
Porque elas são tradicionalmente excluídas. Teve um estudo nos Estados Unidos sobre igualdade salarial e eles descobriram que a diferença salarial baseada em gênero era menor em empregos do governo do que no setor privado. Isso porque os salários, atribuições e requisitos para os empregos do governo são divulgados, todo mundo pode ver. Tem mais transparência em quanto você ganha, em como você é avaliado, como você pode ser promovido. O ponto chave do estudo é que as empresas deveriam ter descrições muito mais transparentes e do salário dos cargos. Nas empresas ninguém quer falar em salários, mas isso deveria acontecer.

VOCÊ S/A - A senhora está otimista a respeito da situação das mulheres em geral e no Brasil?
Sim. E não quero me focar no que não temos, mas sim no que temos. Temos a força de trabalho, temos educação, somos jovens. É melhor falar disso do que do que não temos. Que a gente use o que temos como argumento para ter o que ainda falta, como horas flexíveis para que possamos ter uma família e também trabalhar e melhorar sua companhia. Ninguém faz nada baseado no que é justo. Nós normalmente pedimos no começo do encontro que os direitos básicos, que ainda não são cumpridos, sejam postos em prática, mas depois quero falar do que de fato temos, porque ainda temos uma cultura tradicionalista que diz o que mulheres podem ou não fazer.