quinta-feira, 18 de junho de 2015

FGV mostra tendência de queda em investimentos



Incertezas sobre a demanda e limitação de recursos são os principais motivos
Por Agência Brasil




O resultado da Sondagem de Investimentos da Fundação Getulio Vargas (FGV), feita no segundo trimestre deste ano, mostra que 35% da indústria da transformação pretendem investir menos nos próximos 12 meses do que investiram no mesmo período anterior. A pesquisa também mostrou que apenas 18% dessas empresas esperam investir mais.

Segundo a FGV, houve uma piora no resultado em relação ao primeiro trimestre deste ano, pois naquele período, 31% das empresas planejavam investir menos e 27% desejavam ampliar os investimentos. Entre os principais motivos para a queda da previsão de investimentos estão incertezas sobre a demanda e limitação de recursos das empresas. Em relação ao quarto trimestre de 2014 também houve piora, uma vez que 23% das indústrias pretendiam, naquela época, investir menos e 30%, fazer mais investimentos.

A Sondagem também analisou os setores de construção e de comércio e serviços. Nesses dois segmentos, no entanto, a comparação foi feita com o último trimestre de 2014. No segundo trimestre deste ano, 23% das empresas planejavam investir mais e 17%, investir menos. No quarto trimestre de 2014, os percentuais eram, respectivamente, 34% e 10%.

No comércio, os resultados do segundo trimestre deste ano mostram que 27% das empresas preveem maiores investimentos e 15% mostram-se dispostos a reduzi-los nos próximos 12 meses. No último trimestre de 2014, as empresas indicaram 44% e 10%, respectivamente. Já na construção, 15% pretendiam investir mais e 31%, investir menos, segundo a Sondagem do segundo trimestre deste ano. No último trimestre de 2014, 20% projetavam aumento nos investimentos e 22 diminuir os investimentos.

A Sondagem refere-se também aos investimentos já feitos pelas empresas nos 12 meses anteriores. Os setores apresentaram os seguintes resultados: indústria da transformação (24% das empresas afirmaram ter investido mais nos 12 meses anteriores e 35% terem investido menos), serviços (27% mais e 20% menos), comércio (29% mais e 11% menos) e construção (14% mais e 39% menos).


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FGV mostra tendência de queda em investimentos

Incertezas sobre a demanda e limitação de recursos são os principais motivos

Por Agência Brasil

O resultado da Sondagem de Investimentos da Fundação Getulio Vargas (FGV), feita no segundo trimestre deste ano, mostra que 35% da indústria da transformação pretendem investir menos nos próximos 12 meses do que investiram no mesmo período anterior. A pesquisa também mostrou que apenas 18% dessas empresas esperam investir mais.
Segundo a FGV, houve uma piora no resultado em relação ao primeiro trimestre deste ano, pois naquele período, 31% das empresas planejavam investir menos e 27% desejavam ampliar os investimentos. Entre os principais motivos para a queda da previsão de investimentos estão incertezas sobre a demanda e limitação de recursos das empresas. Em relação ao quarto trimestre de 2014 também houve piora, uma vez que 23% das indústrias pretendiam, naquela época, investir menos e 30%, fazer mais investimentos.
A Sondagem também analisou os setores de construção e de comércio e serviços. Nesses dois segmentos, no entanto, a comparação foi feita com o último trimestre de 2014. No segundo trimestre deste ano, 23% das empresas planejavam investir mais e 17%, investir menos. No quarto trimestre de 2014, os percentuais eram, respectivamente, 34% e 10%.
No comércio, os resultados do segundo trimestre deste ano mostram que 27% das empresas preveem maiores investimentos e 15% mostram-se dispostos a reduzi-los nos próximos 12 meses. No último trimestre de 2014, as empresas indicaram 44% e 10%, respectivamente. Já na construção, 15% pretendiam investir mais e 31%, investir menos, segundo a Sondagem do segundo trimestre deste ano. No último trimestre de 2014, 20% projetavam aumento nos investimentos e 22 diminuir os investimentos.
A Sondagem refere-se também aos investimentos já feitos pelas empresas nos 12 meses anteriores. Os setores apresentaram os seguintes resultados: indústria da transformação (24% das empresas afirmaram ter investido mais nos 12 meses anteriores e 35% terem investido menos), serviços (27% mais e 20% menos), comércio (29% mais e 11% menos) e construção (14% mais e 39% menos).
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Adiamento da análise das contas do governo é histórico, diz Nardes



Para ele, exemplo deverá ser seguido 

Por Agência Brasil



A decisão inédita do Tribunal de Contas da União (TCU) de ter adiado o julgamento das contas do governo federal de 2014 representa uma nova forma de atuação do órgão, que deverá refletir também nos tribunais estaduais. De acordo com o relator da matéria, ministro Augusto Nardes (foto), essa nova fase se deve ao “upgrade” promovido pelas especializações da equipe técnica do tribunal.

Por unanimidade, o plenário do TCU adiou por 30 dias, a serem contados a partir de notificação, a análise das contas do governo federal a pedido do relator Augusto Nardes. Segundo ele, as contas apresentadas “não estão em condições de serem apreciadas”. O prazo dado pelo TCU é para que a presidenta Dilma Rousseff e sua equipe esclareçam indícios apontados pelo tribunal de que teriam descumprido a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei Orçamentária Anual.
“Essa decisão é histórica porque os demais tribunais poderão nos seguir e não apreciar as contas. Esta é uma mudança de comportamento que todos querem. Espero que isso repercuta também nos tribunais dos estados. Isso dará sincronização do Estado brasileiro como um todo”, disse Nardes, que creditou a nova prática ao “upgrade [obtido] com as especializações da equipe do TCU”, que vêm sendo implantadas desde 2013. “Agora temos gente mais especializada e uma reserva intelectual que pode em muito auxiliar a nação. Temos agora bagagem para fazermos auditorias que não fazíamos antes. Se antes não foi descoberto é porque não tínhamos implantado isso”, disse o ministro. “Foi por meio dessa equipe que levantamos as pedaladas fiscais”, acrescentou.

O atraso de repasses do governo a bancos públicos para pagamento de programas sociais levanta suspeita de que o governo tenha adotado manobras para maquiar R$ 40 bilhões das contas entre 2009 e 2014, conforme Nardes. “Só em 2014, foram cerca de R$ 7 bilhões”, disse o ministro. Segundo ele, até o momento, o TCU encontrou 31 itens com indícios de irregularidades. Deste total, 13 serão submetidos ao esclarecimento da presidenta. Além das manobras, Dilma terá de explicar a falta de contingenciamento de R$ 28,4 bilhões em despesas discricionárias da União, referentes a 2014. "Além de não ter feito esse contingenciamento, o governo liberou outros R$ 10 bilhões que não tinham previsão orçamentária".

Nardes lembrou que muitos dos escândalos de corrupção que ocorrem no país poderiam ter sido evitados caso o governo tivesse dado ouvidos aos alertas emitidos pelo TCU em anos anteriores. “Estamos inaugurando um novo tempo. Essa situação que vivemos no país é decorrente, em muitos casos, dos alertas que fizemos, como por exemplo, foi o caso da Petrobras e das estatais que não estão aplicando corretamente os investimentos”.

O ministro destacou a importância da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para a governança do país e para evitar que ocorra no país caso semelhante ao que ocorreu com bancos estaduais, e com as dívidas que eram repassadas da gestão de um governo a outro governo.


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Adiamento da análise das contas do governo é histórico, diz Nardes

Para ele, exemplo deverá ser seguido

Por Agência Brasil

A decisão inédita do Tribunal de Contas da União (TCU) de ter adiado o julgamento das contas do governo federal de 2014 representa uma nova forma de atuação do órgão, que deverá refletir também nos tribunais estaduais. De acordo com o relator da matéria, ministro Augusto Nardes (foto), essa nova fase se deve ao “upgrade” promovido pelas especializações da equipe técnica do tribunal.

Acompanhe aqui a entrevista exclusiva de João Augusto Nardes para AMANHÃ

Por unanimidade, o plenário do TCU adiou por 30 dias, a serem contados a partir de notificação, a análise das contas do governo federal a pedido do relator Augusto Nardes. Segundo ele, as contas apresentadas “não estão em condições de serem apreciadas”. O prazo dado pelo TCU é para que a presidenta Dilma Rousseff e sua equipe esclareçam indícios apontados pelo tribunal de que teriam descumprido a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei Orçamentária Anual.
“Essa decisão é histórica porque os demais tribunais poderão nos seguir e não apreciar as contas. Esta é uma mudança de comportamento que todos querem. Espero que isso repercuta também nos tribunais dos estados. Isso dará sincronização do Estado brasileiro como um todo”, disse Nardes, que creditou a nova prática ao “upgrade [obtido] com as especializações da equipe do TCU”, que vêm sendo implantadas desde 2013. “Agora temos gente mais especializada e uma reserva intelectual que pode em muito auxiliar a nação. Temos agora bagagem para fazermos auditorias que não fazíamos antes. Se antes não foi descoberto é porque não tínhamos implantado isso”, disse o ministro. “Foi por meio dessa equipe que levantamos as pedaladas fiscais”, acrescentou.
O atraso de repasses do governo a bancos públicos para pagamento de programas sociais levanta suspeita de que o governo tenha adotado manobras para maquiar R$ 40 bilhões das contas entre 2009 e 2014, conforme Nardes. “Só em 2014, foram cerca de R$ 7 bilhões”, disse o ministro. Segundo ele, até o momento, o TCU encontrou 31 itens com indícios de irregularidades. Deste total, 13 serão submetidos ao esclarecimento da presidenta. Além das manobras, Dilma terá de explicar a falta de contingenciamento de R$ 28,4 bilhões em despesas discricionárias da União, referentes a 2014. "Além de não ter feito esse contingenciamento, o governo liberou outros R$ 10 bilhões que não tinham previsão orçamentária".
Nardes lembrou que muitos dos escândalos de corrupção que ocorrem no país poderiam ter sido evitados caso o governo tivesse dado ouvidos aos alertas emitidos pelo TCU em anos anteriores. “Estamos inaugurando um novo tempo. Essa situação que vivemos no país é decorrente, em muitos casos, dos alertas que fizemos, como por exemplo, foi o caso da Petrobras e das estatais que não estão aplicando corretamente os investimentos”.
O ministro destacou a importância da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para a governança do país e para evitar que ocorra no país caso semelhante ao que ocorreu com bancos estaduais, e com as dívidas que eram repassadas da gestão de um governo a outro governo.
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Bradesco confirma proposta pelo HSBC, quinta maior empresa do sul




A oferta final será feita em julho

Por Infomoney


O Bradesco (BBDC4) confirmou que fez uma proposta para comprar as operações do HSBC, que no país tem sede em Curitiba. No entanto, a oferta final só será feita em julho. A declaração foi feita por Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco, ao participar de evento em São Paulo, segundo informações do Valor Econômico. "Fizemos uma oferta e estamos analisando. A oferta final só será feita neste mês de julho pelo calendário estabelecido pelo vendedor. O tamanho do cheque será decidido na última hora", afirmou.
Segundo informações da Bloomberg do início do mês, o Bradesco seria o mais provável comprador do HSBC por um valor entre R$ 10 bilhões e R$ 14 bilhões, de acordo com fontes. Segundo a agência, o Bradesco teria mais facilidade de integrar os ativos do HSBC e de obter aprovação do governo do que um banco estrangeiro como o Santander, que também fez uma oferta, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas pois as negociações são privadas. O Bradesco estaria disposto a pagar em dinheiro.
O HSBC é a quinta maior empresa do sul, segundo o ranking GRANDES & LÍDERES  – 500 MAIORES DO SUL, publicado por AMANHÃ em parceria com a consultoria PwC.


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Bradesco confirma proposta pelo HSBC, quinta maior empresa do sul

A oferta final será feita em julho

Por Infomoney

O Bradesco (BBDC4) confirmou que fez uma proposta para comprar as operações do HSBC, que no país tem sede em Curitiba. No entanto, a oferta final só será feita em julho. A declaração foi feita por Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco, ao participar de evento em São Paulo, segundo informações do Valor Econômico. "Fizemos uma oferta e estamos analisando. A oferta final só será feita neste mês de julho pelo calendário estabelecido pelo vendedor. O tamanho do cheque será decidido na última hora", afirmou.

Leia aqui matéria de AMANHÃ sobre os possíveis cenários e impactos no setor após a compra do banco

Segundo informações da Bloomberg do início do mês, o Bradesco seria o mais provável comprador do HSBC por um valor entre R$ 10 bilhões e R$ 14 bilhões, de acordo com fontes. Segundo a agência, o Bradesco teria mais facilidade de integrar os ativos do HSBC e de obter aprovação do governo do que um banco estrangeiro como o Santander, que também fez uma oferta, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas pois as negociações são privadas. O Bradesco estaria disposto a pagar em dinheiro.
O HSBC é a quinta maior empresa do sul, segundo o ranking GRANDES & LÍDERES  – 500 MAIORES DO SUL, publicado por AMANHÃ em parceria com a consultoria PwC.

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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Salão aeronáutico de Le Bourget abre com anúncio da Embraer de novos pedidos




O 51º Salão Aeronáutico de Le Bourget, perto de Paris, foi inaugurado nesta segunda-feira com o anúncio da Embraer Defense & Security de mais de 100 pedidos que podem chegar a 8 bilhões de reais.

A tradicional disputa entre Airbus e Boeing também marcou o primeiro dia do evento, com o anúncio de pedidos multimilionários e um clima de otimismo no setor para os próximos 20 anos.

O presidente francês, François Hollande, inaugurou o Salão, que se realiza a cada dois anos em alternância com o Salão de Farnborough, na Grã-Bretanha, e espera receber 315.000 visitantes, dos quais 140.000 são profissionais do setor.

Todas as atenções se voltaram para os anúncios de compra que pautam tradicionalmente esta data.
Neste sentido, a brasileira Embraer concluiu um contrato com a República do Mali para a venda de seis aviões de combate A-29 Super Tucano e que inclui um "apoio logístico" e um programa de "treinamento para os pilotos e mecânicos".

Além disso, a companhia anunciou ter recebido 103 novos pedidos de três empresas americanas e uma chinesa, por um total de 2,6 bilhões de dólares.

O maior pedido foi da americana Aircastle e inclui 50 exemplares da futura gama E-Jets E2. Os outros contratos são das companhias United Airlines (28 aviões), Colorful Guizhou Airlines (17) e SkyWest Airlines (8).

As entregas dos pedidos se iniciarão em 2018 e se estenderão até 2021, indicou a Embraer em um comunicado.

Entre os pedidos milionários envolvendo outras empresas, destaca-se o da Saudi Arabian de 20 Airbus A330-300 Regional e 30 A320ceo, por 8 bilhões de dólares.

Já a companhia americana GE CapitalAviation fez um pedido de 60 Airbus A320neo, por 6,37 bilhões de dólares.

A companhia aérea nacional indonésia Garuda assinou uma opção de compra de 60 Boeing, no valor de 10,9 bilhões de dólares. Se o pedido for confirmado, será o primeiro anúncio da empresa americana na mostra deste ano.

Airbus e Boeing aumentaram as suas previsões de crescimento para os próximos 20 anos.

Airbus estima as necessidades das companhias aéreas em 32.600 aparelhos nesse período (+4% em comparação com a previsão anterior), o que representa um mercado de 4,9 bilhões. A Boeing aumentou em 3,5%, a 38.050 unidades, estimadas em 5,6 bilhões de dólares.

Há dois anos, a Airbus registrou pedidos no valor de 39,3 bilhões, enquanto a rival de Seattle arrecadou 38 bilhões.

O setor se apoia no forte crescimento do tráfego aéreo global, que passou de 100 milhões de passageiros em 1960 para pouco mais de 3.000 milhões de euros em 2013. "Este ano, cerca de três bilhões de pessoas vão viajar de avião e em 2034 esse número terá subido para 7 bilhões", prevê Randy Tinseth, vice-presidente de marketing da Boeing.

Finalmente, o Salão de Le Bourget vai acolher 2.260 expositores este ano, 5% a mais que em 2013, metade dos quais estrangeiros de 47 países.

BRICs ainda apresentam grande potencial econômico apesar de crescimento desacelerado nos últimos anos

O seminário internacional “BRICS: Challenges and Opportunities” teve como objetivo discutir o futuro, a diversidade e a integração das economias dos membros do BRICs; a estratégia geopolítica da China; as oportunidades para o Brasil; além dos desafios de crescimento do bloco.
Nos dias 9 e 10 de junho, o Centro FGV Crescimento e Desenvolvimento promoveu o primeiro seminário internacional “BRICS: Challenges and Opportunities”, com objetivo de discutir o futuro, a diversidade e a integração das economias dos membros do grupo (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul); a estratégia geopolítica da China; as oportunidades para o Brasil; além dos desafios de crescimento do bloco. Na abertura do evento, estavam presentes Carlos Ivan Simonsen Leal, presidente da FGV; Rubens Penha Cysne, diretor da FGV/EPGE - Escola Brasileira de Economia e Finanças; e Pedro Cavalcanti Ferreira, diretor do FGV Crescimento e Desenvolvimento e professor da FGV/EPGE.

Pedro Cavalcanti ratificou a importância do Centro, que foi criado para fomentar o crescimento de pesquisas a fim de encontrar respostas às muitas questões a serem estudadas. “Nosso objetivo é entender os motivos que levam alguns países a serem ricos, outros a serem deixados para trás, entender os milagres de crescimento, entre outros temas”, disse. Na sequência, o presidente da FGV destacou alguns pontos importantes para se discutir sobre BRICs, entre os quais estavam o que este conjunto realmente significa em termos econômicos e geopolíticos.

O seminário, ministrado em inglês, contou com um painel apresentado por João Victor Issler e Roberto Castello Branco, diretores do FGV Crescimento e Desenvolvimento, sobre semelhanças e diferenças entre os BRICs, destacando a coincidência do ciclo econômico destes países.  Segundo Castello Branco, apesar de ter o crescimento fortemente desacelerado desde 2011, o grupo BRICs é formado por economias importantes, que representam 29% do Produto Interno Bruto (PIB) global e têm grande potencial de crescimento, com destaque para a China. "A China está desenvolvendo ativamente iniciativas para ganhar poder global, tanto no mundo das finanças quanto politicamente, e desafiar a liderança dos Estados Unidos. Esses países se organizaram num grupo formal. O resultado disso ainda não sabemos: se [o grupo] é apenas uma peça do tabuleiro de xadrez ou se é realmente um mecanismo que vai estimular maior integração econômica entre esses países e ganhos reais", destacou.

Castello Branco também ressaltou que os países têm várias características comuns de economias emergentes, embora tenham diferenças de experiência com a economia de mercado e a estrutura econômica. "O Brasil se parece mais com uma economia madura, desenvolvida, com muito consumo, serviços e um país urbano, em contraste com a China, que é mais investimento e menos consumo, mais indústria e menos serviço. A Índia é a mesma coisa. O Brasil é uma economia fechada para o comércio internacional, enquanto os outros são abertos, o que sugere ser uma fonte importante de baixa produtividade no Brasil. Falta disposição e competição", afirmou.

Em seguida, houve um debate sobre BRICs e a geopolítica, com a participação de Jonathan Fenby, da consultoria britânica Trusted Souces; Octavio Amorim Neto, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (FGV/EBAPE); e Oliver Stuenkel, coordenador da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV/CPDOC)  e do Instituto Global Public Policy, instituição de pesquisa com sede em Berlim. Recentemente, Stuenkel lançou o livro sobre o tema, o “The BRICS and the Future of Global Order”, que oferece uma referência histórica definitiva.  A obra  faz narrativa cronológica e relato analítico sobre o conceito BRICs desde sua a origem, em 2001, até o agrupamento político atual. Além disso, analisa o que a ascensão dessas potências significa para o futuro da ordem global.

No segundo dia, Murilo Ferreira, CEO da Vale, e Mauricio Mesquista, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), falaram sobre a relação econômica entre China e América Latina.  Apesar de apresentar dados que comprovam a queda de crescimento do PIB chinês ao longo dos últimos anos – subindo apenas 7% no primeiro semestre de 2015 – Murilo Ferreira se mostrou otimista quanto ao futuro do parceiro. O presidente da Vale afirma que o governo chinês está agindo prontamente para apoiar o mercado doméstico e criar demanda para seus produtos e serviços fora do país.

Os painéis seguintes foram sobre a Índia e a África do Sul, com Eswar Prasad, da Cornell University, e Jean-François Brun, da Université d’Auvergn, ambos pesquisadores associados ao FGV Crescimento e Desenvolvimento. O seminário foi encerrado com um painel sobre os desafios de crescimento da China, com Yang Yao, da Universidade de Pequim, e Fernando Veloso, do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE).

Câmbio e crise favorecem compras e fusões no setor elétrico




UWMadison/ThinkStock
 
Energia eólica
"As operações envolvendo energia eólica são o carro-chefe, respondendo por cerca de 30 por cento do total", diz o sócio da PwC Brasil André Castelo
 
Da REUTERS

São Paulo - O Brasil já registra mais fusões e aquisições no setor elétrico neste ano, uma tendência que deve se repetir ao longo do segundo semestre, com grandes grupos internacionais e fundos de private equity aproveitando oportunidades no país em um momento de real desvalorizado e crise de oferta de energia, segundo especialistas.

O país somou 23 operações de fusões e aquisições entre janeiro e o início de junho, contra 19 registradas no primeiro semestre completo do ano passado, apontou levantamento da Pricewaterhousecoopers (PwC), com investidores de olho no preço da energia, que tem se mantido mais alto tanto no mercado de curto prazo quanto nos leilões realizados pelo governo, para entrega nos próximos anos.

A presença estrangeira tem crescido nos negócios, com participação em 44 por cento dos acordos fechados em 2015, contra 26 por cento em 2014, disse o sócio da PwC Brasil André Castelo, em entrevista à Reuters.
"As operações envolvendo energia eólica são o carro-chefe, respondendo por cerca de 30 por cento do total", ressaltou ele, referindo-se ao maior interesse de estrangeiros nesses ativos de energia renovável.

Castelo apontou o segmento de geração como o que mais atrai investidores, seguido por transmissão e distribuição.

Já o sócio da consultoria EY Marcos Quintanilha acredita que a retomada dos acordos é puxada por esses motivos pontuais do setor no país, e não está associada a um fluxo de maior otimismo com a economia do Brasil.

"O ano de 2014 foi muito fraco em termos de volume de transações, provavelmente por receio dos investidores em relação à estabilidade das regras e da regulação depois da Medida Provisória 579/12 e suas consequências", analisou. 

Analistas e advogados especializados em fusões e aquisições ouvidos pela Reuters acreditam que empresas chinesas com presença no país podem fechar em breve novas aquisições nas áreas de geração e transmissão. Nesse segundo segmento, há também empresas espanholas de olho em negócios.

Outras companhias que anunciaram investimentos recentes no país, como a norte-americana SunEdison e a gestora canadense de recursos Brookfield, são apontadas como agentes que devem manter o interesse em ativos brasileiros.


Lava-jato


Também é esperado que empresas investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, partam para a venda de ativos para fazer caixa, em meio às dificuldades criadas pelas investigações sobre suas atividades, o que pode impulsionar acordos de fusões e aquisições.

A Petrobras tem um plano de desinvestimentos de até 13,7 bilhões de dólares em 2015 e 2016, no qual 40 por cento devem ser obtidos pela área de Gás & Energia. A Eletrobras, que anunciou recentemente a contratação de um escritório de advocacia para investigar eventuais irregularidades em seus empreendimentos, também deverá ir ao mercado, oferecendo empresas de distribuição e participações minoritárias em Sociedades de Propósito Específico (SPEs).

"Com certeza, haverá interessados. Tudo depende de valores, mas haveria, sim, apetite. São ativos que na mão de quem sabe gerenciar podem fazer toda a diferença", afirmou o sócio do escritório de advocacia Pinheiro Neto José Oliva.

Além das estatais, construtoras envolvidas na Lava Jato também devem engrossar o movimento de aquisições, ao colocar no mercado projetos de suas divisões de energia elétrica. A Engevix, por exemplo, já vendeu a participação em empresas de transmissão e geração neste ano.
 

Private Equity


De acordo com a PwC, fundos de private equity responderam por 35 por cento das transações de fusões e aquisições de ativos de energia elétrica até junho de 2015, contra 22 por cento ao longo de todo o ano de 2014. "Sem dúvida, agora é o momento dos fundos, tanto locais quanto internacionais.

Eles têm feito muitas captações e estão com recursos disponíveis para investimento. Hoje eles têm mais experiência em Brasil e devem ser players interessantes nesse mercado, uma vez que o setor privado institucional está com menos apetite nesse momento", explicou o advogado Robertson Emerenciano, sócio do escritório Emerenciano, Baggio e Associados.

A Positiva, empresa de energia criada por ex-executivos da ex-MPX (hoje Eneva) que recebeu aporte de um fundo do banco inglês Barclays, considera que essas operações podem ser um mecanismo importante para apoiar as companhias em um momento em que o financiamento está mais escasso. 

"Existe um grupo de fundos olhando o Brasil com lupa.

A combinação de um real mais barato com o setor elétrico um pouco combalido dá um cenário interessante para a atuação deles, que têm o DNA de entrar em um momento de baixa para recuperar valor", afirmou Leandro Cunha, diretor financeiro da Positiva.