sexta-feira, 9 de outubro de 2015

As marcas boas de bola do Sul



Estudo da BDO revela que dupla Grenal tem as grifes mais valiosas da região

Da Redação

redacao@amanha.com.br
As marcas boas de bola do Sul

Nem vitórias nem gols feitos. O que vale para ficar no topo da tabela do levantamento da consultoria BDO é o valor da marca. Na oitava edição do estudo, informações de 30 clubes brasileiros foram avaliadas, inclusive as dos principais da região Sul: Grêmio, Internacional, Atlético Paranaense, Coritiba, Paraná, Figueirense, Criciúma e Avaí (confira a tabela completa ao final desta reportagem. Os time do Sul estão destacados em negrito). O valor da grife foi calculado tendo como base dados de 2014. Além disso, 21 variáveis que contemplam índices financeiros, ações de marketing, participação dos torcedores e o mercado no qual os clubes atuam também fizeram parte do cálculo.

Os clubes do Rio Grande do Sul são os únicos presentes no Top Ten com maior valor de marca no ranking que é liderado pelo Flamengo. Do Sul, o melhor colocado é o Grêmio, na quinta posição com R$ 590,1 milhões. O Internacional vem logo em seguida com R$ 580,7 milhões. Ambos mantiveram a mesma colocação do levantamento do ano passado. O Atlético Paranaense ultrapassou o rival Coritiba neste ano e é o 13º clube com a marca mais valiosa do Brasil, com R$ 146,8 milhões. A marca do Coxa (14º) é estimada em R$ 141,2 milhões. Os times do Sul voltam a aparecer no ranking com o Figueirense (20ª posição), Criciúma (21ª), Avaí (22ª) e Paraná (28ª).

Segundo a BDO, os clubes brasileiros estão demonstrado maior variação de fontes de renda. O levantamento não leva em consideração a receita dos clubes com transferência de jogadores, mas somente a advinda de marketing, estádio, sócios e mídia. Na avaliação da consultoria especializada em contabilidade e auditoria, as melhorias nos estádios realizadas para a Copa do Mundo em 2014 permitiram o aumento da presença dos torcedores e do ticket médio dos ingressos. Além disso, os clubes têm percebido o potencial da marca e da relação com o torcedor como geradores de receita. No ano passado, por exemplo, os times analisados aumentaram em 25% o número de sócios. 


Disputas estaduais 


Nesta edição da pesquisa, a BDO também analisou o desempenho financeiro dos clubes por estado. Em cinco anos, o endividamento dos representantes do Paraná cresceu 604%. Apesar de aumentarem a receita em 134% no mesmo período, Atlético e Coritiba (o Paraná Clube não é considerado nesta seção) também gastaram mais com o departamento de futebol, cujas despesas avançaram 110%.

Os times de Santa Catarina (incluindo o Joinville, não presente entre as marcas de maior valor) estão mais endividados do que há quatro anos. Entre 2011 e 2014, as receitas e as despesas aumentaram na mesma proporção (33%). O Criciúma alcançou a maior receita no ano passado (R$ 43,2 milhões) enquanto o Figueirense foi quem gastou mais com o futebol (R$ 37,7 milhões). Somente o Avaí apresentou déficit em 2014 (-R$ 8,3 milhões).

No Rio Grande do Sul, nos últimos cinco anos, a dupla Grenal aumentou 41% as receitas, mas também gastou 50% a mais com o futebol. Os dois fecharam 2014 com um déficit de R$ 80,6 milhões, o maior valor desde 2010.
 
Confira o ranking.


Posição
Clube de futebol
Valor da Marca (em R$ milhões)
1
Flamengo
1.243,70
2
Corinthians
1.241,40
3
São Paulo
878,1
4
Palmeiras
651,2
5
Grêmio
590,1
6
Internacional
580,7
7
Cruzeiro
512,2
8
Santos
404,6
9
Atlético Mineiro
394,8
10
Vasco da Gama
359,3
11
Fluminense
256,0
12
Botafogo
209,3
13
Atlético Paranaense
146,8
14
Coritiba
141,2
15
Bahia
102,5
16
Sport
87,4
17
Vitória
78,5
18
Goiás
63,7
19
Portuguesa
58,4
20
Figueirense
51,2
21
Criciúma
40,5
22
Avaí
39,5
23
Náutico
36,4
24
Ponte Preta
35,5
25
Santa Cruz
32,9
26
Guarani
19,1
27
Ceará
19,0
28
Paraná
18,8
29
Atlético Goianense
17,6
30
Fortaleza
13,4

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As marcas boas de bola do Sul

Estudo da BDO revela que dupla Grenal tem as grifes mais valiosas da região

Da Redação

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As marcas boas de bola do Sul
Nem vitórias nem gols feitos. O que vale para ficar no topo da tabela do levantamento da consultoria BDO é o valor da marca. Na oitava edição do estudo, informações de 30 clubes brasileiros foram avaliadas, inclusive as dos principais da região Sul: Grêmio, Internacional, Atlético Paranaense, Coritiba, Paraná, Figueirense, Criciúma e Avaí (confira a tabela completa ao final desta reportagem. Os time do Sul estão destacados em negrito). O valor da grife foi calculado tendo como base dados de 2014. Além disso, 21 variáveis que contemplam índices financeiros, ações de marketing, participação dos torcedores e o mercado no qual os clubes atuam também fizeram parte do cálculo.
Os clubes do Rio Grande do Sul são os únicos presentes no Top Ten com maior valor de marca no ranking que é liderado pelo Flamengo. Do Sul, o melhor colocado é o Grêmio, na quinta posição com R$ 590,1 milhões. O Internacional vem logo em seguida com R$ 580,7 milhões. Ambos mantiveram a mesma colocação do levantamento do ano passado. O Atlético Paranaense ultrapassou o rival Coritiba neste ano e é o 13º clube com a marca mais valiosa do Brasil, com R$ 146,8 milhões. A marca do Coxa (14º) é estimada em R$ 141,2 milhões. Os times do Sul voltam a aparecer no ranking com o Figueirense (20ª posição), Criciúma (21ª), Avaí (22ª) e Paraná (28ª).
Segundo a BDO, os clubes brasileiros estão demonstrado maior variação de fontes de renda. O levantamento não leva em consideração a receita dos clubes com transferência de jogadores, mas somente a advinda de marketing, estádio, sócios e mídia. Na avaliação da consultoria especializada em contabilidade e auditoria, as melhorias nos estádios realizadas para a Copa do Mundo em 2014 permitiram o aumento da presença dos torcedores e do ticket médio dos ingressos. Além disso, os clubes têm percebido o potencial da marca e da relação com o torcedor como geradores de receita. No ano passado, por exemplo, os times analisados aumentaram em 25% o número de sócios. 
Disputas estaduais 
Nesta edição da pesquisa, a BDO também analisou o desempenho financeiro dos clubes por estado. Em cinco anos, o endividamento dos representantes do Paraná cresceu 604%. Apesar de aumentarem a receita em 134% no mesmo período, Atlético e Coritiba (o Paraná Clube não é considerado nesta seção) também gastaram mais com o departamento de futebol, cujas despesas avançaram 110%.
Os times de Santa Catarina (incluindo o Joinville, não presente entre as marcas de maior valor) estão mais endividados do que há quatro anos. Entre 2011 e 2014, as receitas e as despesas aumentaram na mesma proporção (33%). O Criciúma alcançou a maior receita no ano passado (R$ 43,2 milhões) enquanto o Figueirense foi quem gastou mais com o futebol (R$ 37,7 milhões). Somente o Avaí apresentou déficit em 2014 (-R$ 8,3 milhões).
No Rio Grande do Sul, nos últimos cinco anos, a dupla Grenal aumentou 41% as receitas, mas também gastou 50% a mais com o futebol. Os dois fecharam 2014 com um déficit de R$ 80,6 milhões, o maior valor desde 2010.
Confira o ranking.
Posição Clube de futebol Valor da Marca (em R$ milhões)
1 Flamengo 1.243,70
2 Corinthians 1.241,40
3 São Paulo 878,1
4 Palmeiras 651,2
5 Grêmio 590,1
6 Internacional 580,7
7 Cruzeiro 512,2
8 Santos 404,6
9 Atlético Mineiro 394,8
10 Vasco da Gama 359,3
11 Fluminense 256,0
12 Botafogo 209,3
13 Atlético Paranaense 146,8
14 Coritiba 141,2
15 Bahia 102,5
16 Sport 87,4
17 Vitória 78,5
18 Goiás 63,7
19 Portuguesa 58,4
20 Figueirense 51,2
21 Criciúma 40,5
22 Avaí 39,5
23 Náutico 36,4
24 Ponte Preta 35,5
25 Santa Cruz 32,9
26 Guarani 19,1
27 Ceará 19,0
28 Paraná 18,8
29 Atlético Goianense 17,6
30 Fortaleza 13,4

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Estudo da BDO revela que dupla Grenal tem as grifes mais valiosas da região

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Nem vitórias nem gols feitos. O que vale para ficar no topo da tabela do levantamento da consultoria BDO é o valor da marca. Na oitava edição do estudo, informações de 30 clubes brasileiros foram avaliadas, inclusive as dos principais da região Sul: Grêmio, Internacional, Atlético Paranaense, Coritiba, Paraná, Figueirense, Criciúma e Avaí (confira a tabela completa ao final desta reportagem. Os time do Sul estão destacados em negrito). O valor da grife foi calculado tendo como base dados de 2014. Além disso, 21 variáveis que contemplam índices financeiros, ações de marketing, participação dos torcedores e o mercado no qual os clubes atuam também fizeram parte do cálculo.
Os clubes do Rio Grande do Sul são os únicos presentes no Top Ten com maior valor de marca no ranking que é liderado pelo Flamengo. Do Sul, o melhor colocado é o Grêmio, na quinta posição com R$ 590,1 milhões. O Internacional vem logo em seguida com R$ 580,7 milhões. Ambos mantiveram a mesma colocação do levantamento do ano passado. O Atlético Paranaense ultrapassou o rival Coritiba neste ano e é o 13º clube com a marca mais valiosa do Brasil, com R$ 146,8 milhões. A marca do Coxa (14º) é estimada em R$ 141,2 milhões. Os times do Sul voltam a aparecer no ranking com o Figueirense (20ª posição), Criciúma (21ª), Avaí (22ª) e Paraná (28ª).
Segundo a BDO, os clubes brasileiros estão demonstrado maior variação de fontes de renda. O levantamento não leva em consideração a receita dos clubes com transferência de jogadores, mas somente a advinda de marketing, estádio, sócios e mídia. Na avaliação da consultoria especializada em contabilidade e auditoria, as melhorias nos estádios realizadas para a Copa do Mundo em 2014 permitiram o aumento da presença dos torcedores e do ticket médio dos ingressos. Além disso, os clubes têm percebido o potencial da marca e da relação com o torcedor como geradores de receita. No ano passado, por exemplo, os times analisados aumentaram em 25% o número de sócios. 
Disputas estaduais 
Nesta edição da pesquisa, a BDO também analisou o desempenho financeiro dos clubes por estado. Em cinco anos, o endividamento dos representantes do Paraná cresceu 604%. Apesar de aumentarem a receita em 134% no mesmo período, Atlético e Coritiba (o Paraná Clube não é considerado nesta seção) também gastaram mais com o departamento de futebol, cujas despesas avançaram 110%.
Os times de Santa Catarina (incluindo o Joinville, não presente entre as marcas de maior valor) estão mais endividados do que há quatro anos. Entre 2011 e 2014, as receitas e as despesas aumentaram na mesma proporção (33%). O Criciúma alcançou a maior receita no ano passado (R$ 43,2 milhões) enquanto o Figueirense foi quem gastou mais com o futebol (R$ 37,7 milhões). Somente o Avaí apresentou déficit em 2014 (-R$ 8,3 milhões).
No Rio Grande do Sul, nos últimos cinco anos, a dupla Grenal aumentou 41% as receitas, mas também gastou 50% a mais com o futebol. Os dois fecharam 2014 com um déficit de R$ 80,6 milhões, o maior valor desde 2010.
Confira o ranking.
Posição Clube de futebol Valor da Marca (em R$ milhões)
1 Flamengo 1.243,70
2 Corinthians 1.241,40
3 São Paulo 878,1
4 Palmeiras 651,2
5 Grêmio 590,1
6 Internacional 580,7
7 Cruzeiro 512,2
8 Santos 404,6
9 Atlético Mineiro 394,8
10 Vasco da Gama 359,3
11 Fluminense 256,0
12 Botafogo 209,3
13 Atlético Paranaense 146,8
14 Coritiba 141,2
15 Bahia 102,5
16 Sport 87,4
17 Vitória 78,5
18 Goiás 63,7
19 Portuguesa 58,4
20 Figueirense 51,2
21 Criciúma 40,5
22 Avaí 39,5
23 Náutico 36,4
24 Ponte Preta 35,5
25 Santa Cruz 32,9
26 Guarani 19,1
27 Ceará 19,0
28 Paraná 18,8
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Crime de lesa-pátria: TCU reprova contas de Dilma após Governo flertar com fim da CGU





Publicado por Leonardo Sarmento -
37


A vergonha de um ilícito descoberto e o cuidado com a opinião pública estão próximos do fim... Nem mesmo na legalidade, na moralidade “de faz de conta”, se está disposto a investir... O clima é sim de guerra pela perpetração da impunidade pela perpetuação no Poder, seguindo-se a esteira do “custe o que custar”.

A CGU foi criada durante o governo de FHC por meio da Medida Provisória nº 2.143-31, 2 de abril de 2001, com a denominação inicial de Corregedoria-Geral da União (CGU-PR). Teve, originalmente, como propósito declarado o de combater, no âmbito do Poder Executivo Federal, a fraude e a corrupção e promover a defesa o patrimônio público.

Quase um ano depois, o Decreto nº 4.177, de 28 de março de 2002, integrou a Secretaria Federal de Controle Interno (SFC) e a Comissão de Coordenação de Controle Interno (CCCI) à estrutura da então Corregedoria-Geral da União. O mesmo Decreto nº 4.177, de 2002, transferiu para a Corregedoria-Geral da União as competências de ouvidoria-geral, até então vinculadas ao Ministério da Justiça.

A Medida Provisória nº 103, de 1º de janeiro de 2003, convertida na Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, alterou a denominação para Controladoria-Geral da União, assim como atribuiu ao seu titular a denominação de Ministro de Estado do Controle e da Transparência.

As competências da CGU foram definidas pela Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003. Veja quais são as principais competências, estipuladas entre os artigos 17 e 20 da referida lei:

À Controladoria-Geral da União compete assistir direta e imediatamente ao Presidente da República no desempenho de suas atribuições quanto aos assuntos e providências que, no âmbito do Poder Executivo, sejam atinentes à defesa do patrimônio público, ao controle interno, à auditoria pública, à correição, à prevenção e ao combate à corrupção, às atividades de ouvidoria e ao incremento da transparência da gestão no âmbito da administração pública federal.

À Controladoria-Geral da União, no exercício de sua competência, cabe dar o devido andamento às representações ou denúncias fundamentadas que receber, relativas a lesão ou ameaça de lesão ao patrimônio público, velando por seu integral deslinde.

À Controladoria-Geral da União, por seu titular, sempre que constatar omissão da autoridade competente, cumpre requisitar a instauração de sindicância, procedimentos e processos administrativos outros, e avocar aqueles já em curso em órgão ou entidade da Administração Pública Federal, para corrigir-lhes o andamento, inclusive promovendo a aplicação da penalidade administrativa cabível.

A Controladoria-Geral da União encaminhará à Advocacia-Geral da União os casos que configurem improbidade administrativa e todos quantos recomendem a indisponibilidade de bens, o ressarcimento ao erário e outras providências a cargo daquele órgão, bem como provocará, sempre que necessária, a atuação do Tribunal de Contas da União, da Secretaria da Receita Federal, dos órgãos do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal e, quando houver indícios de responsabilidade penal, do Departamento de Polícia Federal e do Ministério Público, inclusive quanto a representações ou denúncias que se afigurarem manifestamente caluniosas.

Em sua estrutura destaca-se o Conselho de Transparência Pública e Combate a Corrupção que tem como atribuições:

Contribuir para a formulação das diretrizes da política de transparência da gestão de recursos públicos e de combate à corrupção e à impunidade, a ser implementada pela Controladoria-Geral da União e pelos demais órgãos e entidades da administração pública federal;

Sugerir projetos e ações prioritárias da política de transparência da gestão de recursos públicos e de combate à corrupção e à impunidade;

Sugerir procedimentos que promovam o aperfeiçoamento e a integração das ações de incremento da transparência e de combate à corrupção e à impunidade, no âmbito da administração pública federal;

Atuar como instância de articulação e mobilização da sociedade civil organizada para o combate à corrupção e à impunidade;

Realizar estudos e estabelecer estratégias que fundamentem propostas legislativas e administrativas tendentes a maximizar a transparência da gestão pública e ao combate à corrupção e à impunidade.

O Governo Federal propôs o fatiamento da CGU, quando parte deste fatiamento entraria na competência do ministro da justiça, do PT, partido do Governo e principal envolvido nos atos ilícitos apurados na Operação lava Jato. Outra parcela ficaria com a Casa Civil, ministério que representa um longa-manus do Governo Federal. A CGU que tem seu espectro de atuação limitado pela substancial interferência que sofre do Governo Federal poderia ser liquidado em suas funções de controle. Nos termos da Lei Anticorrupção há atribuição ao órgão de controle a celebração de acordos de leniência no âmbito do Executivo Federal, o que vem sendo feito na Operação Lava Jato como no acordo que vem sendo costurado para que a SBM devolva 1 bilhão à Petrobras.

Consabido que órgão de controle que sofre interferência do órgão ou Poder controlado é órgão com pouca ou nenhuma efetividade. A proposta aventada de seu fatiamento é apenas o recibo que o Governo Federal estaria à conferir da absoluta impossibilidade da CGU cumprir as suas finalidade, em especial nos campos do controle e da transparência de quem lhe comanda. A proposta de fatiamento da CGU entre os ministérios da Casa Civil e da Justiça seria retirar a sua atuação técnica com interferência política para assumir de “cara lavada, mas repleta de óleo de peroba” o cunho político de suas atribuições. 

Nossa proposta seria absolutamente na contramão da proposta do Governo Federal, certamente pelo interesses diametralmente opostos, quando o nosso se faz nos termos dos princípios constitucional. A CGU deveria ser mais um órgão de controle constitucionalizado à partir de uma proposta de emenda constitucional (PEC) que mantivesse as suas funções de defesa do patrimônio público e incremento da transparência da gestão federal por meio das atividades de controle [que não seria mais interno e sim externo], auditoria pública, correição, prevenção e combate à corrupção e ouvidoria, com o poder normativo que se revele peculiar à efetividade de suas funções. Uma CGU minimamente com autonomia como possui a Polícia Federal, que poderia funcionar em parceria com o Ministério Público, embora desejável fosse torná-la uma nova instituição com independência, como é o Ministério Público, para juntos atuarem segundo os seus fins institucionais e de cooperação, deixando de ser um mero órgão de controle ministerial com todas as interferências políticas que lhe são peculiares.

Como temos defendido, os órgãos de controle e investigação do Estado necessitam minimamente de autonomia, que não vemos possível com o status de ministério de Governo, ainda que o modelo de independência das quase sempre imorais interferências das instituições políticas de Poder fosse o que nos revelasse mais próximo do ideal. Quem sabe o dia que o fim maior do Governo da situação não seja o de facilitar os meios de corrupção e de impunidade em conluio com parcela do Congresso Nacional, mas o fim constitucional com espeque no art. 37 da CRFB? Por ora esta nossa proposta, devemos asseverar, sofre do mal da inefetividade pela sua absoluta utopia pelo momento político atual, pois o fim que se busca hoje não é o de interesse público que pautou nossa Constituição segundo os princípios do mandamus constitucional supra e em diversas outras passagens, não possui o fim de aprimoramento do Estado Democrático Constitucional, mas de um Governo essencialmente “cleptocrata” [adjetivação da moda]. Nos corredores os Poderes da República, controle e transparência são males necessários apenas “para inglês ver”, mas em doses bem suaves e com efeitos de placebo.

Já tentaram absurdamente com a PEC 37 esvaziar o Ministério Público, o barulho foi muito grande, mas quem sabe extinguir a CGU o barulho revele-se menor pela ordem menor que indiscutivelmente representa na hierarquia de Poder... Como disse o título do presente artigo de opinião - fiscalização, controle e transparência é bom para quem? É bom para o povão, para os contribuintes! Mais tributos, mais dinheiro público, para que sem controle, sem fiscalização, sem transparência possam livremente serem desviados de suas finalidades público-constitucionais com a certeza da impunidade. Este é o verdadeiro fim, não propriamente do Estado, mas deste temporário Governo que tenta a perpetuidade, abertamente perseguida.

Muito embora a intenção era sim, a de limar a CGU, sopesadas as parcas possibilidades de cumprir seus objetivos institucionais dada a institucionalizada interferência que sofre do Governo, entendeu este por mantê-la, quando o estrago por sua “extinção” poderia revelar-se maior do que a manutenção de um ministério que está sob o seu controle, quase inofensivo. Nestes termos, por ora, a CGU manterá o status de ministério, nos termos do que se decidiu no início de mês de outubro de 2015.

Já o TCU cumpriu o seu papel, como auxiliar do Poder Legislativo Federal onde o Governo perdeu o seu reinado, reprovou tecnicamente as contas de 2014 da presidente Dilma repleta de ilegalidades, uma afronta à lei de responsabilidade fiscal “como nunca antes visto na história deste país”. Faltou dinheiro para campanha e para os programas populistas eleitoreiros e o governo apoderou-se de dinheiro de terceiros, quando mais de 40 bilhões de reais foram sacados das contas do Banco do Brasil, da CEF e do BNDES, que serviu ainda para engordar a contabilidade fiscal e se aproximar da meta de superavit primário.

Não há dúvidas técnico-jurídicas quanto a existência do crime de responsabilidade, o impeachment da presidente dependerá unicamente da existência não mais de vontade, mas de decência política. É certo que se trata de um parecer e que o Congresso irá pronunciar-se a respeito.

As irregularidades de governos anteriores revelavam-se como o dissemos, meras irregularidades, pois isso o TCU por vezes aprovava com ressalvas com o comprometimento prospectivo de ajustes. Na conta de 2014 não há que se falar de meras irregularidades, mas absurdas ilegalidades que deve sim, promover severa responsabilização dos que antagonizaram este verdadeiro crime de lesa à pátria.

Lamentavelmente agora teremos as espúrias trocas de cargos por votos para que o parecer do TCU reste rejeitado no Congresso, parcela de um lixo democrático que o ordenamento não veda de forma expressa que não através de princípios como o da Moralidade, Impessoalidade, Probidade, mas que não parece vencer os interesses envolvidos.

 
Professor constitucionalista
Professor constitucionalista, consultor jurídico, palestrante, parecerista, colunista do jornal Brasil 247 e de diversas revistas e portais jurídicos. Pós graduado em Direito Público, Direito Processual Civil, Direito Empresarial e com MBA em Direito e Processo do Trabalho pela FGV. Autor de algumas...

 http://leonardosarmento.jusbrasil.com.br/artigos/241166998/crime-de-lesa-patria-tcu-reprova-contas-de-dilma-apos-governo-flertar-com-fim-da-cgu?utm_campaign=newsletter-daily_20151009_2088&utm_medium=email&utm_source=newsletter

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Mercadante defende governo e diz que oposição lidera golpe




Arquivo/José Cruz/Agência Brasil
Aloizio Mercadante assume Ministério da Educação
"A dose do golpismo é sempre letal, para todos, para o país e para o futuro", disse Aloizio Mercadante durante posse
 
Ivan Richard, da AGÊNCIA BRASIL


Brasília - Ao assumir hoje (7) o Ministério da Educação, Aloizio Mercadante, criticou a oposição por, segundo ele, liderar uma tentativa de golpe e a realização de um “terceiro turno” da eleição presidencial.

Mercadante citou ações da gestão petista nos últimos 12 anos, como a redução da pobreza e da fome.
O novo ministro afirmou ainda que o ajuste fiscal foi “inevitável”. Para  Mercadante, a crise econômica só será superada com o respeito aos princípios democráticos.
“Ao final de 2014, apresentávamos as mais baixas taxas de desemprego dos nossos registros históricos, contudo, quando iniciamos a campanha eleitoral vivíamos em um mundo e, terminada a campanha, o mundo era outro. A crise que antes afetava mais intensamente os países desenvolvidos, passou a se abater pesadamente sobre os países emergentes. Trata-se de uma crise verdadeiramente mundial. Ajuste fiscal foi inevitável”, disse na cerimônia de transmissão de cargo.

Mercadante deixou a Casa Civil para assumir o Ministério da Educação.

Mercadante comparou o ajuste fiscal com o ato de tomar uma vacina. “É chato, dói, você tenta adiar, mas tem uma hora que tem que tomar”. Para o ministro, diferentemente dos ajustes na economia, que podem ter sua dose corrigida, o “risco do golpismo” é absoluto e não administrável.

“Erros na administração da economia podem ser corrigidos. Crimes contra a democracia, não. A dose do golpismo é sempre letal, para todos, para o país e para o futuro. O pior é que o clima político, deteriorado pelo golpismo, tenta esterilizar os esforços em prol do equilíbrio das contas públicas e tende a impedir a recuperação da confiança dos investidores e dos consumidores, objetivo último do ajuste fiscal”. Aloizio Mercadante disse que a superação da atual crise só será possível com o respeito aos princípios democráticos.

“Tenho pena daqueles que, por apostarem no quanto pior melhor, por apostarem nos seus interesses particulares, muitas vezes mesquinhos, manifestam desprezo por esse novo Brasil democrático. Saem por aí dizendo que o Brasil acabou. Recusam-se a reconhecer as grandes conquistas dos últimos 12 anos. Acenam, desavergonhadamente, com o golpe e o terceiro turno. Manifestam, sobretudo, desprezo para com a democracia e voto popular. Só enfrentaremos com êxito as dificuldades e a crise com o estrito respeito à democracia.”

Ministro-chefe da Casa Civil desde o início do ano passado, Mercadante disse aceitar as críticas e não guardar rancor.

"Aceitamos as críticas, porque elas nos ajudam a corrigir os caminhos, e suportamos com paciência, mesmo quando são exageradas e injustas. Por isso, não guardamos rancores, pois quem está empenhado na construção de um país melhor e mais democrático não pode ceder à mediocridade autoritária, estéril do ressentimento e do ódio.”

Cantareira tem mais água que há 1 ano



Sistema Cantareira


Pela primeira vez em cinco anos, o estoque de água disponível no Sistema Cantareira é superior ao de um ano atrás. As chuvas acima da média em setembro, o racionamento e a economia de água feita pela população ajudaram o principal manancial paulista a reverter uma sequência negativa iniciada em 2010, quando o sistema atingiu 100% da capacidade. Mas tanto a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) quanto especialistas alertam que a situação ainda é "preocupante" e o consumo deve continuar controlado na Grande São Paulo.

Na terça-feira, 6, o Cantareira tinha 163,8 bilhões de litros, conforme dados divulgados pela Sabesp, considerando as duas cotas do volume morto. Como todo esse estoque ainda está abaixo do nível mínimo operacional (volume útil), o índice de armazenamento estava em -12,6% da capacidade. Há exatamente um ano, a reserva era de 161,6 bilhões de litros, ou -12,8%, de acordo com dados da Agência Nacional de Águas (ANA). À época, a Sabesp não divulgava o volume de água dos sistemas, apenas os índices porcentuais.

Embora o Cantareira ainda esteja longe da recuperação - são quase 120 bilhões de litros de volume morto que ainda precisam ser repostos para chegar ao nível zero do sistema -, uma série de fatores aponta uma luz no fim do túnel da crise hídrica, que entrará no segundo ano em janeiro. O mais importante deles, na visão de especialistas, é que o sistema está entrando na chamada estação chuvosa, que vai de outubro a março, produzindo 39% menos água do que há um ano.

"Diria que é o início da recuperação. A tendência é de que nesse período a gente saia do volume morto, com perspectiva de chuvas por causa do El Niño, e termine a estação chuvosa um pouco acima de zero. Isso dá uma tranquilidade, sem dúvida, mas não permite, de forma nenhuma, afirmar que a crise acabou porque ainda vamos precisar do volume morto em 2016. É imprescindível que o padrão de consumo de água continue baixo", afirma o professor da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em recursos hídricos Pedro Luiz Côrtes.

Após chegar próximo do colapso no fim de janeiro, o Cantareira ganhou sobrevida com as chuvas de fevereiro e março, e com a intensificação do racionamento feito pela Sabesp por meio da redução da pressão e do fechamento da rede e com o aumento da economia de água pela população. A retomada do estoque a um nível melhor do que o de 2014, contudo, só veio após a chuva de setembro, a mais volumosa para este mês em 19 anos.

Para integrantes do governo Geraldo Alckmin (PSDB), a situação hídrica da região metropolitana ficou sob controle após a entrega, na semana passada, da principal obra para evitar o rodízio: a transposição de água da Billings para o Sistema Alto Tietê, que deverá socorrer bairros atendidos pelo Cantareira após ajudar a recompor o manancial que fica na porção leste da Grande São Paulo.

Com a entrega da obra e o fim da estiagem, o sentimento no governo é de que o pior já passou. Embora outubro de 2014 tenha sido o mês mais seco da história do Cantareira, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, afirma que a probabilidade de o fenômeno do ano passado se repetir é "praticamente nula". Na semana passada, durante evento sobre a obra de transposição de água da Bacia do Rio Paraíba do Sul para o Cantareira, prevista para 2017, o dirigente classificou o momento como "virada positiva".

Apesar disso, a Sabesp afirma que "a situação hídrica atual é melhor do que a do mesmo período do ano passado, porém segue preocupante e ainda depende do uso racional da água por parte da população". Segundo a estatal, as chuvas e as obras contribuíram para a melhora do cenário, mas a redução da pressão, que provoca cortes no abastecimento, vai continuar porque "reduz desperdício de água e desgaste da tubulação".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.