Arquivo/José Cruz/Agência Brasil
"A dose do golpismo é sempre letal, para todos, para o país e para o futuro", disse Aloizio Mercadante durante posse
Ivan Richard, da AGÊNCIA BRASIL
Brasília - Ao assumir hoje (7) o Ministério da Educação,
Aloizio Mercadante, criticou a oposição por, segundo ele, liderar uma
tentativa de golpe e a realização de um “terceiro turno” da eleição
presidencial.
Mercadante citou ações da gestão petista nos últimos 12 anos, como a redução da pobreza e da fome.
O novo ministro afirmou ainda que o ajuste fiscal foi “inevitável”. Para Mercadante, a crise econômica só será superada com o respeito aos princípios democráticos.
“Ao final de 2014, apresentávamos as mais baixas taxas de desemprego dos
nossos registros históricos, contudo, quando iniciamos a campanha
eleitoral vivíamos em um mundo e, terminada a campanha, o mundo era
outro. A crise que antes afetava mais intensamente os países
desenvolvidos, passou a se abater pesadamente sobre os países
emergentes. Trata-se de uma crise verdadeiramente mundial. Ajuste fiscal
foi inevitável”, disse na cerimônia de transmissão de cargo.
Mercadante deixou a Casa Civil para assumir o Ministério da Educação.
Mercadante comparou o ajuste fiscal com o ato de tomar uma vacina. “É
chato, dói, você tenta adiar, mas tem uma hora que tem que tomar”. Para o
ministro, diferentemente dos ajustes na economia, que podem ter sua
dose corrigida, o “risco do golpismo” é absoluto e não administrável.
“Erros na administração da economia podem ser corrigidos. Crimes contra a
democracia, não. A dose do golpismo é sempre letal, para todos, para o
país e para o futuro. O pior é que o clima político, deteriorado pelo
golpismo, tenta esterilizar os esforços em prol do equilíbrio das contas
públicas e tende a impedir a recuperação da confiança dos investidores e
dos consumidores, objetivo último do ajuste fiscal”. Aloizio Mercadante
disse que a superação da atual crise só será possível com o respeito
aos princípios democráticos.
“Tenho pena daqueles que, por apostarem no quanto pior melhor, por
apostarem nos seus interesses particulares, muitas vezes mesquinhos,
manifestam desprezo por esse novo Brasil democrático. Saem por aí
dizendo que o Brasil acabou. Recusam-se a reconhecer as grandes
conquistas dos últimos 12 anos. Acenam, desavergonhadamente, com o golpe
e o terceiro turno. Manifestam, sobretudo, desprezo para com a
democracia e voto popular. Só enfrentaremos com êxito as dificuldades e a
crise com o estrito respeito à democracia.”
Ministro-chefe da Casa Civil desde o início do ano passado, Mercadante disse aceitar as críticas e não guardar rancor.
"Aceitamos as críticas, porque elas nos ajudam a corrigir os caminhos, e
suportamos com paciência, mesmo quando são exageradas e injustas. Por
isso, não guardamos rancores, pois quem está empenhado na construção de
um país melhor e mais democrático não pode ceder à mediocridade
autoritária, estéril do ressentimento e do ódio.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário