terça-feira, 13 de outubro de 2015

STF suspende decisões de Cunha sobre impeachment


Ueslei Marcelino/Reuters
Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Eduardo Cunha: ele deve decidir nesta semana se aceita ou rejeita vários pedidos de impeachment contra Dilma 



São Paulo – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki concedeu uma liminar que suspende o andamento dos processos de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A decisão envolve os processos que eram conduzidos pelo rito de impeachment definido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).

Na prática, o pedido protocolado pelo deputado federal Wadih Damous (PT) é um mandado de segurança e coloca em cheque a estratégia da oposição para isentar Cunha de envolvimento no processo de impeachment. Em resposta à questão de Mendonça Filho (DEM), o presidente da Câmara determinou um roteiro em que, em caso de arquivamento, a bancada da oposição poderia pedir recurso da decisão.

Por lei, é o presidente da Câmara o responsável por aceitar ou não um pedido de impeachment, mas, pelo rito de Cunha, bastaria votação da maioria simples do plenário para que a matéria seguisse para que uma comissão especial analisasse o pedido sem que o presidente da casa se envolvesse. Essa comissão teria um prazo para dar um parecer, recomendando ou não o afastamento de Dilma.
A decisão do STF rejeitou essa possibilidade de recurso. Pela decisão de Zavascki, o presidente da Câmara deve acolher o pedido e dar encaminhamento ao processo ou arquivá-lo de vez.

O pedido de Damous foi justamente uma resposta aos questionamentos da oposição sobre o roteiro de um pedido de impeachment. Para a base governista, o rito de Cunha deveria ter ouvido também os governistas e teve caráter monocrático.

Em seu despacho, Zavascki diz que o deputado petista questiona o processo com respaldo em "respeitáveis fundamentos"  e que o modo como foi disciplinado o rito de Cunha tem por característica a "decisão individual do Presidente da Câmara". Cunha respondeu dizendo que a liminar não tira sua autoridade sobre o processo.

Cunha ainda tem em suas mãos mais oito pedidos de impeachment da presidente, incluindo o assinado pelos juristas Helio Bicudo e Miguel Reale Jr., amplamente apoiado pela oposição.
 

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