Antonio Cruz/Agência Brasil
Nelson Barbosa: Inicialmente, a meta de esforço fiscal para União,
estados, municípios e estatais correspondia a R$ 66,3 bilhões (1,1% do
PIB) para este ano
A perspectiva de frustração de receitas pode levar à revisão da meta de
superávit primário, economia para o pagamento de juros da dívida
pública, para este ano.
A afirmação é do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que conversou com jornalistas após reunião com o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto.
Inicialmente, a meta de esforço fiscal para União, estados, municípios e
estatais correspondia a R$ 66,3 bilhões (1,1% do PIB) para este ano.
Em julho, por causa da queda na arrecadação federal, a equipe econômica
diminuiu a meta para R$ 8,747 bilhões – 0,15% do Produto Interno Bruto
(PIB, soma das riquezas produzidas no país),
“Só que isso não é uma decisão tomada. Estamos fazendo várias
avaliações, porque tem receitas que podem se materializar no fim do
ano”, disse. Barbosa acrescentou que podem haver novas receitas com
concessões, por exemplo.
O ministro disse ainda que as avaliações sobre a meta estão sendo feitas
pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento e serão divulgadas até
sexta-feira (23). Nelson Barbosa afirmou que ainda não tem “nenhum
número consolidado” sobre o assunto.
Perguntando se o governo estuda flexibilizar a meta de 2016, o ministro informou que o foco é 2015.
”Não que 2016 não seja importante. É muito importante, porque nossa direção continua sendo a mesma: de recuperar nossa capacidade fiscal, capacidade de produzir resultados primários em nível suficiente para estabilizar a dívida pública do governo federal. Só que, no contexto atual macroeconômico, essa recuperação é mais lenta do que se esperava inicialmente.”
Barbosa também disse que o cenário em análise ainda depende do
encaminhamento que o Tribunal de Contas da União (TCU) dará sobre o
pagamento de equalização de taxas de juros, dinheiro repassado do
governo para os bancos.
Neste mês, o TCU recomendou ao Congresso a rejeição das contas do
governo de 2014 devido ao atraso no repasse de recursos para a Caixa
Econômica Federal e Banco do Brasil.
Barbosa acrescentou que, durante a reunião com Rossetto, foram avaliadas
propostas de melhoria na situação fiscal da Previdência Social, após
aprovação no Congresso da nova fórmula para cálculo de aposentadorias.
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