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Pimco contra Petrobras: É o 23.º processo aberto contra a estatal brasileira só na Justiça dos Estados Unidos este ano
Nova York - A Pimco,
maior gestora de bônus do mundo, com US$ 1,5 trilhão em ativos, e um
grupo de fundos de investimento e de pensão, com operações nos Estados
Unidos, Canadá, Europa, Kuwait, Tailândia e Israel, entraram com
processo contra a Petrobras na Corte de Nova York.
Também aparecem como réus executivos da empresa, incluindo a
ex-presidente Maria Graça Foster, e subsidiárias internacionais da
companhia brasileira que emitiram títulos no exterior.
A Pimco e os fundos entregaram os documentos na corte na última
sexta-feira, 16, e, na segunda-feira, 20, eles foram publicados. É o
23.º processo aberto contra a Petrobras só na Justiça dos Estados Unidos
este ano, fora várias ações coletivas que correm em paralelo na Justiça
em Nova York.
Lava Jato
A Pimco e vários de seus fundos alegam que a Petrobras omitiu
informações sobre o esquema de corrupção agora investigado pela Operação
Lava Jato.
Com isso, os preços de seus ativos não refletiam adequadamente os
fundamentos da empresa e quando as denúncias vieram a público, os papéis
despencaram, provocando prejuízos milionários aos investidores que
tinham papéis da petroleira brasileira.
O processo, de 153 páginas, cita que no auge da descoberta de óleo no
pré-sal, em 2008, a Petrobras chegou a valer US$ 310 bilhões.
Agora, é negociada em torno de US$ 33 bilhões, em meio às repercussões
de um escândalo de corrupção que envolveu vários políticos, construtoras
e executivos da petroleira, destaca o documento.
Desvios
O texto menciona que o esquema de propina e lavagem de dinheiro desviou mais de US$ 28 bilhões dos cofres da companhia.
Aparecem como autores do processo a Pimco, 120 fundos administrados por
ela e vários fundos e empresas da Allianz, grupo financeiro da Alemanha e
dono da gestora.
Além disso, aparecem fundações administradas pela Pimco e pela
BlackRock, como a dos funcionários da fabricante de aviões Boeing, além
de fundos de pensão, como o dos bombeiros da Califórnia e várias
gestoras de recursos. Entre elas, o fundo soberano do Kuwait e a Western
Asset, com sede no Texas.
O processo destaca que a Petrobras emitiu no mercado de capitais US$ 98
bilhões em títulos para financiar a expansão de sua produção de
petróleo.
Os gestores da Pimco, de acordo com o texto, se basearam nas informações
"falsas e enganosas" da empresa divulgadas em prospectos e outros
papéis no momento da emissão para comprar esses títulos.
O texto cita ainda os preços inflados pagos pela petroleira, por
exemplo, na Refinaria de Pasadena, no Texas, onde desembolsou ao todo
US$ 1,18 bilhão por uma empresa vendida um ano antes por US$ 42 milhões.
O documento cita também vários trechos das delações de ex-diretores da
Petrobras, como Paulo Roberto Costa e Pedro José Barusco.
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