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Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro: concessões para a iniciativa privada incentivam investimentos
Durante décadas, viajar de avião não passava de um sonho de consumo para
grande parte dos brasileiros. O aumento da renda e a popularização do
transporte aéreo mudaram esse cenário nos anos 2000.
Atualmente, cerca de 1 milhão de voos são realizados por ano no país —
80% acima do início da década passada. O avião substituiu o ônibus em
trajetos interestaduais de longa distância. Há 45% mais passageiros em
voos interestaduais com trechos superiores a 75 quilômetros do que nos
ônibus.
Alguns fatores adversos atingiram o setor aeroviário recentemente, como a
alta do dólar, que encarece itens como o combustível. Mas não faltam
passageiros.
Apesar do desaquecimento da economia, o número de pessoas transportadas
em trajetos domésticos ultrapassou 64 milhões entre janeiro e agosto, um
crescimento de 3% em relação a 2014.
Estimativa da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) indica
que o volume de passageiros transportados em 2020 será mais que o dobro
do registrado em 2012.
Atender a essa demanda exige muito dinheiro, e o governo tem buscado
parcerias com o setor privado. Desde 2012, a administração tem sido
entregue a grupos empresariais em troca de investimentos. Um primeiro
lote de concessões envolveu os aeroportos de Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, e o de Brasília.
Dois anos depois, um segundo grupo de terminais foi concedido, incluindo
os aeroportos do Galeão e Tom Jobim, no Rio de Janeiro, e o de Confins,
em Belo Horizonte.
Outros quatro terminais entraram, em junho, na fila dos leilões previstos para 2016.
Segundo o Programa de Investimento em Logística 2015-2018, as próximas
concessões serão as dos aeroportos de Fortaleza, Salvador, Florianópolis
e Porto Alegre. Os investimentos devem ultrapassar 8 bilhões de reais.
“A entrada do setor privado dinamizou o ingresso de recursos para a
modernização dos aeroportos do país, impulsionando o desenvolvimento
aeroportuário”, afirma Paula Faria, que organiza a Airport Infra Expo,
iniciativa que tem como missão incluir ao menos um aeroporto brasileiro
entre os 30 melhores do mundo até 2021.
Segundo a Abear, melhorar a infraestrutura dos aeroportos brasileiros
exige investimentos de 57 bilhões de reais até 2020, sendo 24 bilhões
destinados à expansão dos 20 maiores terminais.
Em Campinas, o Aeroporto de Viracopos
sente a diferença que 3 bilhões de reais podem fazer. Leiloado em 2012,
ganhou um novo terminal capaz de receber 25 milhões de passageiros ao
ano, que deverá ser concluído no início de 2016.
Neste ano, Viracopos deve registrar um movimento total de 10 milhões de passageiros.
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