Jock Fistick/Bloomberg
AB InBev: para especialista, transação não deve trazer problemas de concentração de mercado no Brasil
Luísa Melo, de EXAME.com
São Paulo - Caso seja aprovada pelos órgãos reguladores, a compra da SABMiller pela AB InBev deve gerar uma gigante que terá nas mãos cerca de um terço de toda a produção mundial de cerveja.
A transação, no valor de 68 bilhões de libras esterlinas, é a terceira maior já registrada na história.
Mas, por enquanto, pouco se sabe sobre como ficarão as operações das duas empresas após a conclusão do acordo.
Para o Brasil, do ponto de vista concorrencial, a fusão não deve trazer
grandes preocupações, segundo Rodrigo Hussne, sócio da consultoria da
S&H, especializada em fusões e aquisições.
"Apesar de a Ambev (controlada pela AB InBev) ter cerca de 70% de
participação no mercado brasileiro de cervejas, as marcas da SABMiller
não têm vendas expressivas no país e, portanto, a concentração deve
aumentar muito pouco (com a associação das duas). O natural é que o Cade
aprove o negócio sem restrições", afirma.
Por aqui, o mercado teme que a brasileira seja obrigada
pela controladora a comprar o braço latino-americano da SABMiller. Como
ela não tem dívidas, a manobra ajudaria no equilíbrio das contas da
holding.
"Essa discussão interna é uma incógnita. Não saberia dizer o que seria
mais vantajoso para a empresa financeiramente", comenta Hussne.
Já para o consumidor brasileiro, avalia ele, a transação pode trazer boas notícias.
"Caso a Ambev decida explorar as marcas da SABMiller aqui, com o impulso
de toda a sua rede de distribuição, o preço dos rótulos provavelmente
cairá", diz.
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