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Logo da Oi: se houver uma associação com a Oi, a operadora passa a ter
telefonia fixa e uma série de novas exigências de investimento
Lucas Hirata e Karin Sato, do Estadão Conteúdo
São Paulo - O presidente executivo da Telecom Itália, Marco Patuano, afirmou que uma eventual fusão entre a Oi e sua subsidiária brasileira, a TIM, dependerá de uma mudança no marco regulatório de telecomunicações.
"Qualquer oportunidade que envolva telefonia fixa implica investimentos
muito grandes e é preciso que o marco regulatório seja atualizado. O
resultado de uma atualização pode viabilizar a possibilidade de
convergência (fusão)", disse o executivo, que participou na terça-feira,
27, em São Paulo, do Futurecom, evento de telecomunicações.
Uma fusão entre Oi e TIM voltou a ser alvo de discussões nos últimos
dias. O BTG, assessor financeiro da Oi e acionista da operadora
brasileira, recebeu na sexta-feira uma proposta do fundo LetterOne (L1),
do bilionário russo Mikhail Fridman, que se dispõe a fazer um aporte de
até US$ 4 bilhões na operadora brasileira, desde que a capitalização
esteja condicionada a uma associação com a TIM.
Na terça, as ações ordinárias da Oi fecharam a R$ 3,17, queda de 9,43%.
Já os papéis da TIM caíram 8,52%. A queda das ações reflete incertezas
do mercado sobre se a fusão entre as operadoras vai adiante. O executivo
da Telecom Itália ressaltou que ainda não recebeu uma proposta de
consolidação com a Oi.
Patuano afirmou que a discussão do marco regulatório vai ser
determinante para uma possível associação no Brasil. É que a TIM opera
apenas com telefonia móvel no Brasil.
Se houver uma associação com a Oi, a operadora passa a ter telefonia fixa e uma série de novas exigências de investimento.
O ministro das Comunicações, André Figueiredo, que participou do mesmo
evento, evitou comentar datas para revisões em contratos de telefonia
fixa, e disse apenas que até o fim da semana que vem deve informar um
cronograma de trabalho (para discussões sobre o marco regulatório).
Proposta
A apresentação de uma proposta formal para a Telecom Itália só deverá
ser feita após reunião do conselho de administração da Oi, prevista para
esta quarta-feira, 28. Nessa reunião, a oferta de aporte da LetterOne
(L1) vai ser debatida.
Se aprovada, o BTG vai levar a proposta para o conselho da tele
italiana. O prazo é de 30 dias para formalizar com a matriz uma oferta
de consolidação com a TIM.
O presidente executivo da Oi, Bayard Gontijo, também defendeu no evento a
modernização do modelo regulatório de telefonia fixa no País. "O modelo
atual está esgotado, precisa ser modernizado, já cumpriu seu papel",
disse Bayard.
O executivo explicou que a demanda por telefonia fixa por domicilio já
foi atendida e que a concessão prejudica o trabalho das companhias em
direcionar recursos para novas necessidades, como dados e banda larga.
As concessionárias perdem capacidade de investimento, por conta de
obrigações, como instalação e manutenção de telefones públicos, cujas
receitas têm caído e incidem em custos elevados, por conta da baixa
demanda.
Segundo Gontijo, a Oi fatura cerca de R$ 17 milhões por ano com
telefonia pública, mas tem gastos da ordem de R$ 300 milhões com o
segmento.
A expectativa de Patuano é que uma mudança no marco regulatório ocorra
em 2016. "Isso é importante, não somente para a TIM, mas para a
indústria de telecomunicações no Brasil."
Sobre a Oi, o executivo disse que a gestão da companhia fez um trabalho
excelente. A operadora tem uma dívida bruta de R$ 51,3 bilhões,
computada no segundo trimestre.
"Ter solidez financeira é muito importante e a TIM tem uma dívida muito
baixa", disse. "Isso também é algo que tem de ser avaliado na situação
geral da Oi."
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