terça-feira, 6 de outubro de 2015

Entenda o que significa o acordo comercial Ásia-Pacífico



Porto exportação

Acordo considerado histórico reúne doze países e deixa de fora Brasil e China


O Acordo Transpacífico de Associação (TPP, na sigla em inglês), anunciado na segunda-feira (5), abrange 12 países: a Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Estados Unidos e Vietnã. Essas nações representam 40% da economia mundial. O Brasil e a China ficaram de  fora do TPP.

Segundo o Acordo que é considerado o maior da história, haverá redução de uma série de barreiras comerciais entre os países de itens como comodities agrícolas até produtos industrializados, caso dos automóveis.  

O TPP demorou cinco anos para sair do papel e só engrenou graças aos esforços principalmente do presidente americano Barack Obama. Segundo ele, o trabalho “reforça nossas relações estratégicas com nossos sócios e aliados em uma região que será vital no século 21". 

Estima-se que mais de 18 mil impostos de vários países a produtos americanos serão eliminados em função do TPP.

Para o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, o Acordo representa o início de um "novo século" para a Ásia. “Uma grande zona econômica surgirá. O TPP tornará nossas vidas mais prósperas”, afirmou Ube.


China e Brasil


O TPP é na verdade uma resposta dos seus integrantes ao avanço da China no comércio global. Para o presidente Obama, o TPP “fortalece nossa relação estratégica com nossos parceiros e aliados na região, que será vital para o século 21”. “Quando mais de 95% de nossos clientes potenciais vivem fora de nossas fronteiras, nós não podemos deixar países como a China escreverem as regras da economia global", disse.

A China foi convidada a ser parte integral do acordo, mas o rejeitou pelas restrições em setores como o financeiro.

Para o Brasil, segundo analistas de comércio internacional, há um efeito indireto ruim. Isto porque o TPP inclui países latino-americanos como México, Chile e Peru.  Essas nações, além da Colômbia, têm ao longo dos últimos anos fortalecendo suas negociações bilaterais e multilaterais para tentar impulsionar suas economias sem depender somente do Mercosul. 

A disputa por espaço comercial para colocação de produtos brasileiros no exterior tende a ficar mais acirrada. Especula-se, por exemplo, que o Brasil terá mais dificuldade para vender produtos relevantes em sua pauta comercial, como o frango e açúcar. 

A Austrália, por exemplo, vai receber uma cota adicional de 65 mil toneladas anuais para exportar açúcar aos Estados Unidos,  o que torna o açúcar brasileiro menos atrativo para o mercado americano, segundo informações divulgadas.

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