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Telefônica: "Ter três operadoras fortes é mais saudável para o mercado
no aspecto competitivo. Não tenho nada contra esse tipo de fusão. Mas me
parece especulação nesse momento", declarou Genish
Da REUTERS
São Paulo - O presidente da Telefônica Brasil, dona da marca Vivo
no Brasil, Amos Genish, disse nesta quarta-feira que não manifestará
oposição a uma eventual fusão entre concorrentes no Brasil, e que um
mercado com apenas três operadoras seria bem-vindo.
"Mudar o mercado de quatro operadoras para três é bem vindo", disse
Genish em coletiva de imprensa durante congresso do setor Futurecom.
"Ter três operadoras fortes é mais saudável para o mercado no aspecto
competitivo. Não tenho nada contra esse tipo de fusão. Mas me parece
especulação nesse momento", declarou Genish ao ser questionado sobre uma
eventual união entre TIM Participações e Oi.
A Telefônica concluiu neste ano a aquisição da operadora de banda larga GVT.
Na semana passada, a Oi anunciou ter recebido proposta de injeção de
recursos do fundo russo LetterOne caso promova uma fusão com a TIM
Participações.
O presidente do Conselho de Administração da Telecom Italia,
controladora da TIM, Marco Patuano, disse na terça-feira que as
negociações dependeriam de mudanças no marco regulatório de telefonia
fixa no Brasil, uma vez que a Oi é principal concessionária.
Em outra frente, o presidente da Telefônica Brasil negou especulações de
que a empresa estaria em conversas para a compra da operadora de TV
paga via satélite Sky, da norte-americana AT&T.
"Não temos conversas com AT&T sobre Sky", disse Genish, afirmando que a empresa pretende crescer organicamente em TV paga.
Segundo Genish, a operadora mantém seu compromisso de investir no país mesmo diante de cenário econômico desfavorável.
A previsão da operadora é investir no ano que vem patamar de recursos
semelhantes ao que será investido este ano, em torno de 8,4 bilhões de
reais, mesmo nível de 2014.
WhatsApp
O executivo voltou a defender “regras iguais” para as operadoras e os
aplicativos de conteúdo e plataformas de comunicação, conhecidas no
jargão do setor como Over the Top Content (OTT), sendo alguns exemplos
desses serviços WhatsApp e Netflix.
"Em relação aos aspectos jurídicos técnicos, não temos dúvidas como
setor de que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) está
errando ao não mexer nos OTTs.
Vamos continuar falando com Anatel, Ministério (das Comunicações) e
governo para fazer algum estudo com OTTs e conosco para entender os
aspectos técnicos e jurídicos”, declarou Genish, completando que a Vivo
lançará nos próximos meses um aplicativo para concorrer com o Whatsapp,
denominado Tu Go.
De acordo com Genish, “não há defesa” para a Anatel deixar aplicativos
como Whatsapp usarem os números de telefone celular, pelos quais as
operadoras pagam impostos, em serviços de voz via Internet.
“Temos direito de manter os números para nós mesmos porque pagamos por eles”, declarou.
Durante sua apresentação no evento antes da conversa com jornalistas,
Genish disse que não quer que os aplicativos sejam regulados pela
Anatel, mas que “joguem com as mesmas regras”, em um indicativo de que a
intenção das empresas é brigar pela desregulamentação das operadoras em
vez da regulamentar ou onerar os OTTs.
4G O presidente da Telefônica Brasil também criticou a possibilidade de
adiamento dos prazos de limpeza de faixa de frequência 700 MHz do leilão
4G promovido no ano passado, após pressão dos radiodifusores.
“Seria muito ruim para a indústria, para o consumidor final, atrasar o lançamento do 4G em muitas áreas”, disse.
“As operadoras não vão lançar 4G (na frequência de) 2,5 GHz quando
pagaram por um espectro bem melhor que foi prometido para começar no ano
que vem”, disse.
“Espero que o Ministério das Comunicações e Anatel atuem de maneira muito forte para atender cronograma original”, completou.
Os radiodifusores têm alegado que o prazo de 2018 para o desligamento da
faixa de frequencia, utilizada na TV aberta, é muito curto e precisaria
ser prorrogado.
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