- Apesar das previsões de queda de 27,4% nas vendas e de 23,2% na
produção para 2015, feitas pela Anfavea no início do mês, presidentes de
algumas das principais montadoras de automóveis têm declarado à
imprensa que os planos de investimentos de suas empresas no Brasil
seguem inalterados. As entrevistas recentes de Phillipp Schiemer, da
Mercedes-Benz, e de Olivier Murguet, presidente do Conselho da Região
Américas do Grupo Renault, se somaram na semana passada à de David
Powels, presidente da Volkswagen do Brasil.
Powels,
em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada terça-feira passada,
reafirmou o plano de investimentos de R$ 10 bilhões no Brasil até 2018.
De acordo o executivo, não há grande espaço para cortes dos
investimentos no Brasil, tendo em vista a prioridade em renovar a linha
da marca, com a inclusão do país na plataforma tecnológica mundial do
grupo que já resultou na fabricação de três modelos globais: Up!, Golf e
Jetta.
"Não
vamos cortar produtos no Brasil, vamos continuar com nossos planos",
disse, ressaltando que o pente fino que está sendo feito pelo grupo nos
projetos em todo o mundo não terá grande impacto na estratégia da Volks
no Brasil. "Não vai reduzir [o investimento]. Precisamos investir em uma
nova plataforma e introduzir carros no país. Não há, hoje, perspectiva
de cortar os investimentos", acrescentou.
Já
Phillipp Schiemer, da Mercedes-Benz, disse ao site Automotive Business
que a crise não altera o programa local de investimentos, de R$ 3,2
bilhões entre 2010 e 2018, que inclui a modernização de fábricas e a
renovação da linha de produtos. Na mesma reportagem, Stefan Buchner,
líder global da divisão de caminhões da companhia, lembra que o foco da
companhia é o longo prazo: “O cenário no Brasil é desafiador, estamos
ansiosos por mais estabilidade. Ainda assim, há muitas oportunidades e
um enorme potencial. Não podemos ficar apenas reclamando da situação.
Precisamos pensar em produtos e soluções competitivas”.
Ainda
segundo Schiemer, enquanto o mercado local permanece retraído, a
companhia trabalha para ampliar as exportações. Entre 2014 e 2015, houve
crescimento de 50% nas vendas externas, embora o volume ainda permaneça
baixo, próximo de mil unidades. “Precisamos de algum tempo para
conquistar novos mercados”, disse, acrescentando que está em negociações
para que a Mercedes-Benz do Brasil forneça para países da África e do
Oriente Médio. “Em 2016 devemos começar a exportar para o Egito.”
Durante
visita do governador do Paraná à fábrica de São José dos Pinhais,
Olivier Murguet, presidente do Conselho da Região Américas do Grupo
Renault, também confirmou os investimentos da montadora. Na ocasião foi
apresentado a Duster Oroch, o primeiro dos dois veículos previstos no
ciclo de investimentos de R$ 500 milhões para o período 2014-2019. A
nova pick-up foi inteiramente desenvolvida pela Centro de Engenharia da
Renault do Brasil.
De
acordo com Murguet, a proposta dos novos modelos faz parte da
estratégia da montadora de ganhar mercado em duas áreas novas áreas.
“Nesse período, é preciso variar os produtos para ampliar a participação
no mercado. Com a crise no setor, as vendas nos últimos dois anos
caíram quase 30%”, disse ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário