quarta-feira, 25 de novembro de 2015

PSB se une a movimento contra Cunha e quer obstruir votações




Ueslei Marcelino/REUTERS
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha: ele nega todas as irregularidades
 
Da REUTERS


São Paulo - O PSB decidiu se juntar ao movimento de PSDB, DEM, PPS, PSOL e Rede pela saída do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do cargo e passará a obstruir as votações enquanto o peemedebista presidir a Casa, informou o partido nesta quarta.

Com a entrada do PSB no grupo anti-Cunha, a soma das bancadas dos partidos que prometem obstruir as votações na Câmara sobe para 128 deputados, dos 513 que compõem a Câmara.

“Evidentemente, temos matérias importantes que precisam ser deliberadas, e gostaríamos de poder participar dessa decisão, mas nós também entendemos que é importante resolver os problemas internos da Câmara dos Deputados, primeiro. Por isso, o PSB toma essa decisão", disse o líder do PSB, Fernando Coelho Filho (PE).
Cunha é alvo de um processo no Conselho de Ética da Câmara acusado de ter mentido em depoimento dado neste ano à CPI da Petrobras quando afirmou que não possui contas no exterior. 

Documentos dos Ministérios Públicos do Brasil e da Suíça apontaram a existência de contas bancárias no nome de Cunha e de familiares no país europeu.

O presidente da Câmara também é alvo de inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por causa das contas na Suíça e de denúncia proposta pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo, acusado de ter recebido pelo menos 5 milhões de dólares em propina do esquema de corrupção na Petrobras.

Cunha nega todas as irregularidades e já afirmou que seguirá na presidência da Câmara.

Estrangeiros não precisarão de visto para Olimpíadas do Rio


Tânia Rego/Agência Brasil
Turistas estrangeiros desembarcam no aeroporto do Rio
Estrangeiros podem ficar até 90 dias no Brasil: a entrada não está condicionada aos ingressos da competição
 
Da REUTERS


Rio de Janeiro- A presidente Dilma Rousseff sancionou projeto de lei que dispensa a necessidade de visto para a entrada de estrangeiros no Brasil para os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, informou o Diário Oficial da União nesta quarta-feira.

A liberação de entrada de estrangeiros não está condicionada à aquisição de ingressos para as competições esportivas da Olimpíada, segundo o texto, e a permanência em território brasileiro terá duração máxima de 90 dias.

A medida tem como objetivo atrair mais visitantes ao país e aquecer a economia, de acordo com o governo, mas pode despertar preocupações adicionais sobre a segurança do evento, em especial após os ataques de militantes islâmicos em Paris em 13 de novembro.
Na Copa do Mundo do ano passado apenas torcedores com ingressos para jogos do Mundial estavam isentos de solicitar visto de entrada no país.

A isenção de visto será aplicada para quem chegar ao Brasil até 18 de setembro de 2016.

Os Jogos Olímpicos do Rio acontecem de 5 a 21 de agosto, e serão seguidos pelo Jogos Paralímpicos de 7 a 18 de setembro.

Com maiores multas, cai vazamento sobre fusões e compras


Thinkstock/AndreyPopov
Dinheiro
Dinheiro: na média, transações que vazam saem mais caro, aponta estudo
 
 
 
São Paulo - O vazamento de informações sobre futuras fusões e aquisições caiu para o nível mais baixo em seis anos no mundo todo, segundo pesquisa da empresa de tecnologia Intralinks.

Enquanto em 2013 8,8% dos acordos feitos globalmente vazaram antes do anúncio público, em 2014 o índice foi de 6%. A média de furos registrados de 2009 até o ano passado ficou em 7,4%.

Foram analisadas 4.400 operações fechadas por empresas de capital aberto, anunciadas entre 1º de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2014.
Os vazamentos foram identificados por meio do monitoramento das ações da empresa-alvo. Um volume de negociação acima da média nos 40 dias que antecedem a transação indica que a notícia pode ter vazado. O índice de precisão é de 95%, segundo a Intralinks.

De acordo com o estudo, a queda pode ser explicada por uma aplicação mais rigorosa da regulação, pela instituição de governanças internas mais fortes e o aumento dos riscos para a transação quando ela é vazada.

Nos últimos dois anos, as ações de fiscalização e multas por abusos de mercado cresceram significativamente. O valor médio de uma indenização subiu 18 vezes nos últimos cinco anos na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, conforme a Intralinks.

"Os vendedores e seus conselheiros estão levando a questão da confidencialidade do pré-anúncio muito mais a sério", disse em nota Philip Whitchelo, vice-presidente de estratégia da companhia.
 

Por região


No período entre 2009 e 2014, a média de vazamentos foi de 9,2% na região que compreende a Europa, o Oriente Médio e a África. Na América do Norte, a fatia ficou em 6,3%. Se considerado apenas o ano passado, as parcelas ficaram em 3,8% e 8,0%, respectivamente.

Na América Latina, os índices são muito voláteis devido à amostragem pequena. Em 2009, 2011 e 2012 nenhum vazamento foi registrado no subcontinente. Em 2010, 12,5% dos acordos sofreram furos; em 2013, 9,1%; e em 2014, 22,2%.

"Na América Latina e no Brasil, o maior volume de fusões e aquisições ainda envolvem empresas fechadas, o que torna mais difícil a apuração", explicou em nota Cláudio Yamashita, diretor geral da Intralinks.
 

Mais caras


Conforme aponta a pesquisa, os negócios que vazam acabam saindo mais caros.

Durante os seis anos analisados, a média do takeover premium (diferença entre o valor estimado de uma empresa e o preço pelo qual ela é comprada) para as transações que sofreram furos foi de 51,2%. Já para aquelas em que não houve vazamentos, a média foi de 29,2%.

Segundo a Intralinks, isso pode acontecer porque operações que são divulgadas antes da hora têm tendência a atrair mais concorrentes. De 2009 a 2014, 7,3% das fusões e aquisições que vazaram receberam ofertas da concorrência, frente a 6,1% das que não vazaram. 

Syngenta avalia aquisições, joint ventures e venda de ativos


GERMANO LUDERS
Laboratório da Syngenta
Laboratório da Syngenta: um coro de vozes no setor tem previsto mudanças na indústria
 
Da REUTERS


Zurique/Frankfurt - A Syngenta, que recusou uma aproximação de 47 bilhões de dólares da Monsanto para uma aquisição há três meses, está avaliando por si mesma potenciais compras, joint ventures ou vendas de ativos, disse o presidente do Conselho de Administração da empresa suíça a um jornal nesta quarta-feira.

"O papel que queremos é um posição ativa e que esteja refletida em como negociamos. Aquisições, joint ventures ou vendas parciais estão sendo consideradas", disse Michel Demare, segundo o jornal suíço Tages-Anzeiger em entrevista conjunta com o presidente-executivo interino, John Ramsay, publicada nesta quarta-feira.

"Eu ficaria surpreso se nenhuma transação se materializar no próximo semestre", acrescentou Demare.
Um coro de vozes no setor tem previsto mudanças na indústria desde que a Monsanto desistiu de sua proposta de aquisição e Demare disse anteriormente que associações estavam sendo discutidas

Fundos têm 16 bilhões de reais em CDBs do BTG

Por que o mercado financeiro está em pânico
 
 
Investidores estão questionando seus bancos sobre o tamanho da exposição em papéis do BTG Pactual e qual o risco para esses investimentos, depois que o presidente do banco, André Esteves, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira. Um levantamento feito pela consultoria Economática a pedido de EXAME mostra que 412 fundos possuem 16,1 bilhões de reais em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGEs) do banco BTG Pactual e da BTG Serviços Financeiros. A maior exposição é da gestora do Banco Bradesco, que tem 6,7 bilhões de reais nesses papéis, seguida das gestoras dos bancos públicos Banco do Brasil (3,5 bilhões) e Caixa (1,7 bilhão).


As 10 gestoras com mais papéis do BTG (CDBs e DPGEs), em reais


1 – Bradesco: 6,7 bilhões
2 – BB: 3,5 bilhões
3 – Caixa: 1,7 bilhão
4 – BTG: 1,7 bilhão
5 – Santander: 491 milhões
6 – HSBC: 422 milhões
7 – JP Morgan: 328 milhões
8 – Western: 268 milhões
9 – Fundação Cesp: 209 milhões
10 – Funcef: 186 milhões
 

Planalto corre para substituir líder e evitar paralisia


Lula Marques/ Agência PT/Fotos Públicas
Dilma Rousseff durante entrevista coletiva após reunião no Palácio do Planalto
Dilma Rousseff: a presidente Dilma Rousseff chamou Berzoini ao Palácio da Alvorada
Lisandra Paraguassu, da REUTERS

Brasília - O Palácio do Planalto foi pego totalmente de surpresa pela prisão do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), nesta quarta-feira, e tenta agora decidir, o mais rapidamente possível, quem assumirá a liderança interinamente para evitar uma paralisia nas votações do Senado, de acordo com fontes do Palácio do Planalto.

São quatro os vice-líderes do governo na Casa --Paulo Rocha (PT-PA), Wellington Fagundes (PR-MT), Telmário Mota (PDT-RR) e Hélio José (PSD-DF). Em reunião pela manhã entre os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, o nome do senador Paulo Rocha foi, ao menos por enquanto, descartado.

O Planalto ainda avalia o impacto da prisão de Delcídio.
Nesta manhã, a presidente Dilma Rousseff chamou Berzoini ao Palácio da Alvorada e o incumbiu de negociar a nomeação do novo líder no Senado, que será interino até o governo ter uma noção mais clara da situação de Delcídio.

Os ministros passaram a manhã tentando obter mais informações sobre as acusações ao senador e sua real situação.

Delcídio foi preso pela Polícia Federal por suspeita de obstruir o andamento da operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras.

O ministro Teori Zavascki, responsável pelas ações decorrentes da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), disse que Delcídio foi acusado de ter supostamente negociado oferta de fuga ao ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró em troca de silêncio nas investigações da operação.

A prisão de Delcídio acontece em um momento em que o governo precisa aprovar matérias importantes no Legislativo, como por exemplo a mudança da meta fiscal deste ano. Caso o Planalto não consiga alterar a meta de 2015 e encerre o ano com um déficit, poderá incorrer em crime de responsabilidade fiscal.

STF referenda prisões de Delcídio e do banqueiro Esteves




Nacho Doce/ Reuters
André Esteves do BTG Pactual
André Esteves do BTG Pactual: as decisões do ministro Teori Zavascki foram ratificadas integralmente pelos votos dos ministros Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli


A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) referendou, por unanimidade, hoje (25), em sessão extraordinária, as prisões preventivas do senador Delcídio Amaral (PT-MS) e do advogado Edson Ribeiro, além das prisões temporárias do banqueiro André Esteves, do Banco BTG Pactual, e do chefe do gabinete do senador, Diogo Ferreira.

As prisões foram autorizadas, na noite de ontem (24), pelo ministro Teori Zavascki. Segundo o relator, não haveria outros meios de se preservar as investigações, que não sejam as prisões, uma vez que, conforme relatou o Ministério Público Federal, os envolvidos estariam pressionando o ex-diretor Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró a desistir de firmar acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.
 
As decisões do ministro Teori Zavascki foram ratificadas integralmente pelos votos dos ministros Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli.