quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Justiça venezuelana congela contas bancárias e bens da Odebrecht


A Odebrecht teria pagado US$ 98 milhões em subornos para garantir contratações de obras públicas, segundo esses documentos dos EUA

 





Caracas – A Justiça da Venezuela mandou congelar as contas bancárias da Odebrecht no país e lhe proibiu de alienar ou taxar seus bens, móveis e imóveis, informou nesta quarta-feira o Ministério Público do país caribenho.

Por meio de um comunicado, o MP venezuelano – que dirige a investigação sobre supostas irregularidades nas contratações da construtora brasileira na Venezuela – indicou que dita medida de bloqueio foi solicitada por dois de seus procuradores perante o 11º Tribunal de Controle da Área Metropolitana de Caracas, que finalmente tomou a decisão.

A Direção Geral de Contrainteligência Militar da Venezuela (Dgcim) vasculhou na noite de terça-feira os escritórios de Odebrecht em Caracas, dias depois de o presidente Nicolás Maduro e o parlamento terem pedido à Justiça para investigar o caso.

A procuradoria venezuelana reiterou hoje que supervisionou este procedimento que buscava, segundo disse, “obter elementos de interesse criminalístico”.

“Dita investigação está dirigida a esclarecer a situação e determinar se as obras para as quais esta companhia foi contratada estão concluídas ou não; além de verificar qual seria o destino do dinheiro cobrado pelas mesmas, e para corroborar se alguns funcionários públicos se beneficiaram com essas negociações”, detalhou o comunicado.

A procuradoria venezuelana lembrou que em janeiro solicitou uma ordem de apreensão contra uma pessoa – sem especificar seu nome – por estar supostamente vinculada com o caso, e requereu que seja incorporada ao alerta vermelho da Interpol, caso esta se encontre fora do país, para que seja apreendida e extraditada ao país caribenho.

Em dezembro de 2016, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou documentos nos quais detalhava supostos subornos no valor de US$ 788 milhões pagos pela construtora brasileira em 12 países de América Latina e África.

No caso venezuelano, a Odebrecht teria pagado US$ 98 milhões em subornos para garantir contratações de obras públicas, segundo esses documentos dos EUA.

Algumas destas obras não foram concluídas e o governo venezuelano anunciou uma nova injeção de recursos e um plano para reativar os trabalhos com mão de obra local.



Como a dona da Telhanorte e Brasilit cria seus materiais


Quem não se sente desconfortável num ambiente muito quente ou abafado? Ou em um auditório que faz eco? Ou ainda com sons de passos vindos do andar de cima?

 



Joesley Batista diz que não vai deixar comando da J&F


Em entrevista à Folha, empresário garantiu que não vai sair do comando da J&F, e que vai recorrer se a Justiça determinar o afastamento

 



São Paulo – O empresário Joesley Batista afirmou que não vai deixar a presidência da holding J&F, dona da JBS e outras marcas. A declaração foi feita em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Perguntado diretamente se deixaria o comando do grupo, Joesley respondeu: “Eu não acredito. Liberou o Wesley… É baseado em descumprimento do acordo, nós não descumprimos o acordo”.

Batista foi alvo de um novo pedido de afastamento e bloqueio de bens por parte do Ministério Público Federal, no âmbito da operação Greenfield, que investiga os fundos de pensão. Saiba mais: Entenda como funcionam as taxas e tributações no Day Trade – Patrocinado

Ainda na entrevista à Folha, o empresário se defendeu das acusações de corrupção, afirmando que, se a Justiça decidir pelo seu afastamento do comando da holding, ele pretende recorrer.

Ele também disse que as questões com a Justiça também não vão afetar os planos de lançar ações da JBS nos Estados Unidos.

Além disso, Batista afirmou na entrevista à Folha que não teme ser citado em delações premiadas, mas que não faria uma. Ele também chamou as notícias sobre uma eventual delação de “maldosas”.

Joesley disse que não vai mais fazer doações a campanhas políticas. Segundo o empresário, a J&F fez doações milionárias porque era “permitido por lei”, mas afirmou não ter dinheiro “na pessoa física” para obedecer às novas regras.

  

Buffett amplia participação em empresas aéreas e na Apple


Contrariando o passado, a Berkshire Hathaway comprou milhões de ações de companhias aéreas e investiu ainda mais na gigante de tecnologia

 




São Paulo – A recomendação de megainvestidor Warren Buffett em não investir em empresas do setor aéreo ficou realmente no passado. No último trimestre do ano passado, o bilionário comprou milhões de ações de empresas do setor. É o que aponta o documento enviado pela Berkshire Hathaway à SEC (Securities and Exchange Commission), órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos.

Somente na  Southwest Airlines, a empresa de Buffett comprou 43,2 milhões de ações, avaliadas em  2,15 bilhões de dólares.

Na Delta Air Lines, foram investidos 2,95 bilhões de dólares em 60 milhões de ações. Na American Airlines, foram adicionadas 45,54 milhões de ações a carteira da Berkshire Hathaway.

O Oráculo de Omaha também ampliou sua participação da Apple, com a compra de 42,1 milhões de ações, avaliadas em 6,64 bilhões de dólares.  A primeira vez que a empresa de Buffett investiu na companhia foi no começo do ano passado. A decisão surpreendeu o mercado.

No total, a Berkshire Hathaway controla 1,09% da Apple. Nesta semana, a gigante de tecnologia alcançou novamente a marca de 700 bilhões de dólares em valor de mercado. Mais uma aposta certeira do bilionário. S

CVM manda Kepler Weber refazer contrato de venda com a AGCO





Multinacional norte-americana anunciou antecipadamente a pretensão de fechar o capital da fabricante de silos gaúcha


Da Redação
redacao@amanha.com.br
CVM trava compra da Kepler Weber pela AGCO


A Kepler Weber (foto) divulgou um comunicado na terça-feira (15) dando conta que a multinacional norte-americana AGCO terá de refazer a proposta de compra divulgada na semana passada. O problema apontado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o anúncio antecipado de que a AGCO pretende fechar o capital da Kepler. De acordo com a CVM, a Oferta Pública de Ações (OPA) para cancelamento de registro de companhia aberta só pode ser formulada pela companhia emissora de ações, o acionista controlador ou a sociedade que a controle, direta ou indiretamente – ou seja, a própria a Kepler e não a AGCO. Outro problema é que empresa fez, ao mesmo tempo, duas ofertas públicas, o que também não é permitido. Uma foi para aquisição do controle e outra para o fechamento do registro na Bovespa. A proposta feita pela AGCO foi de R$ 578,9 milhões (R$ 22 por ação). 

Na sexta-feira (10), a AGCO, proprietária das marcas Massey Ferguson e Valtra, anunciou que havia feito acordo para comprar a totalidade de ações da Previ e da BB Investimentos, duas sócias da Kepler. A empresa condicionou o negócio à aquisição posterior da totalidade de ações da fabricante de silos em mãos de outros investidores. A AGCO poderá assumir a liderança no mercado brasileiro de armazenagem de grãos, já que também é dona da GSI, de Marau (RS), que atua no mesmo segmento. 

 http://www.amanha.com.br/posts/view/3577

O etanol será definitivamente inserido na matriz energética brasileira?


O etanol será definitivamente inserido na matriz energética brasileira?
Por Mirian Rumenos Piedade Bacchi


O setor sucroenergético brasileiro, desde a época da implantação do Proálcool na década de 1970 até os dias de hoje, vem sofrendo questionamentos sobre seus potenciais impactos econômicos, ambientais e sociais e, também, sobre a validade de se ter políticas públicas que incentivem seu crescimento.

Diante disso, não há um posicionamento firme, até o momento, sobre a importância do etanol na matriz energética brasileira, o que tem motivado a ausência de regras claras que assegurem menor risco nesse importante segmento do agronegócio brasileiro.

Vivenciado a expansão das atividades da cadeia da cana-de-açúcar no período mencionado, temos ciência das preocupações que existiram sobre os feitos desse crescimento, as quais versavam principalmente sobre as seguintes temáticas: em primeiro lugar, tem-se a questão "cana combustível versus alimento", que tratava da ocupação da terra, visando a fabricação de combustíveis renováveis em detrimento do direcionamento dessas áreas para a produção de alimentos.
 
Um segundo aspecto diz respeito ao fator trabalho e, nesse caso, tem-se duas vertentes: (i) a descontinuidade na ocupação de mão de obra na atividade canavieira. Sendo a demanda maior na época de colheita, necessitando absorver trabalhadores de outras regiões do País, questionava-se se essa migração poderia ser responsável por aumento da criminalidade nas localidades que recebiam esse contingente de trabalhadores; (ii) condições de trabalho insalubres dos cortadores de cana.
 
Um terceiro argumento contrário à expansão encontrava respaldo na questão das queimadas dos canaviais para facilitar a colheita manual, o que era fonte de poluição nos centros urbanos próximos aos canaviais.

Os argumentos relacionados ao primeiro fator mencionado, a questão da "cana combustível versus alimento", caem por terra quando se identifica que o uso do solo visando a produção do etanol é pequeno em relação à área total agricultável brasileira e menor ainda quando se considera apenas a área destinada a culturas e florestas plantadas.
 
No ano de 2015, a área plantada com cana destinada à fabricação do etanol representou aproximadamente 7% da área agrícola brasileira e um percentual bastante pequeno quando considerada, em conjunto, as áreas agrícola, de pecuária e da silvicultura.

Em relação à segurança alimentar, deixa-se de considerar, quando se argumenta que a alocação de solo para a produção de biocombustível deve restringir a oferta de alimentos, os aumentos de produtividade observados na agricultura e pecuária brasileira. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), nas palavras do ministro Blairo Maggi, hoje, 17% da área nacional é destinada à pecuária, da qual metade pode ser revertida para a produção agrícola sem que haja redução do rebanho.

A questão da alimentação insatisfatória de grande parte da população brasileira está mais relacionada, como aponta a literatura sobre o tema, à falta de renda para adquirir alimentos do que à retração da oferta e do efeito que esta diminuição possa ter sobre os preços. Como se sabe, o Brasil ocupa posição de destaque nas exportações mundiais de produtos do agronegócio, podendo-se citar, entre outros, açúcar, café, suco de laranja, carne bovina, carne de frango e soja e derivados.

Ainda tratando do tema alimento, diversos trabalhos têm mostrado uma associação positiva ente crescimento da atividade sucroenergética e o aumento de renda e emprego, sendo constatado um efeito de transbordamento, que trata de benefícios também para regiões próximas àquelas onde ocorre a expansão.
 
Conclui-se, assim, que a questão do uso do solo no Brasil para a produção de biocombustíveis não deve ameaçar a questão da oferta de alimentos e a segurança alimentar; pelo contrário, o aumento de renda proporcionado pela expansão das atividades do setor sucroenergético pode levar a melhoria das condições econômicas e alimentares das famílias.

Em relação a emprego, nos aspectos sobre o crescimento do setor sucroenergético e os problemas relacionados ao trabalho temporário na época de colheita, tem-se a argumentar que, no Centro-Sul, maior região produtora de cana do País, essa fase do processo produtivo está quase que totalmente mecanizada, antecipando cronogramas estabelecidos em acordos ente produtores de cana e o Estado.
 
Ao mecanizar a colheita e outras etapas do processo produtivo, o segmento agrícola da cadeia teve como contrapartida um aumento significativo da linearidade no uso da mão de obra. A insalubridade do trabalho na atividade canavieira e a até então existente também nos centros urbanos que sofriam os efeitos das queimadas de cana não são mais observados.

Os argumentos desfavoráveis à expansão da atividade canavieira apontados ao longo dos últimos 40 anos, relatados de forma sucinta neste texto, são hoje refutados. A preocupação atual, também não procedente, é de que a expansão do setor sucroenergético no Brasil possa levar à ocupação de biomas que devem ser preservados. No entanto, o Zoneamento Agroecológico, estabelecido em passado recente, atendendo rígidos critérios de preservação, definiu áreas onde a expansão da atividade canavieira pode se dar sem ser prejudicial ao ambiente.

Ainda em termos do trabalho, a atividade canavieira é hoje referência no âmbito do agronegócio brasileiro no que diz respeito ao emprego. Além de ser uma atividade mão de obra intensiva, relativamente a outras atividades no campo, mesmo após o advento da mecanização da colheita, ela é a que tem o maior nível de formalização - 86,8% dos trabalhadores da atividade canavieira trabalham com carteira assinada -, a média para o conjunto das atividades agrícolas e florestais é de 45,1%, segundo dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua.

A atividade canavieira é também referência quanto à parceria existente entre os elos da cadeia: produtor rural e indústria esmagadora, quando se trata da comercialização de seus produtos. O Sistema Consecana, que rege essa parceria e tem como finalidade definir valores que são considerados "piso" para pagamento da matéria-prima fornecida por produtores independentes e para pagamento de áreas arrendadas, é bem estruturado, havendo revisões periódicas, visando à adequação do programa às modificações em técnicas de produção e às condições de mercado.

Dessa forma, conclui-se que, em análises de custo e benefícios sobre a expansão da atividade canavieira visando a produção de etanol, certamente os benefícios prevalecerão sobre custos, se por ventura houver algum. Pode-se citar entre os benefícios o aumento da renda e emprego, matriz energética limpa, efeitos positivos sobre balança de pagamentos, reduzindo a necessidade de importação de derivados de petróleo, entre outros aspectos.

Há muito se fala no Brasil da necessidade de se definir regras de comercialização que tragam menor risco para o setor de biocombustíveis, induzindo ao aumento da sua produção, que está estagnada. Esse segmento do agronegócio brasileiro tem enfrentado condições adversas de mercado, por conta de medidas imediatistas, quer relacionadas a preço de produto substituto distorcidos ou a questões tributárias.

Eis que surge agora uma proposta visando a expansão da produção de combustíveis renováveis no Brasil: o Renova Bio 2030. Proposto em 2016 e com audiências públicas marcadas para terem início em 2017, o programa visa tratar da sustentabilidade do setor de biocombustíveis, abrangendo os convencionais e novos biocombustíveis, como o etanol de segunda geração, o diesel de cana, o biogás/biometano, o bioquerosene e o biodiesel HVO (óleo vegetal hidrotratado).
 
Busca-se, por meio desse programa, estabelecer regras de comercialização e definir políticas que incentivem o investimento em renováveis. As audiências públicas a serem realizadas tratarão do detalhamento do programa e das ações a serem implementadas.

O Brasil, na COP21 (Conferência do Clina da ONU), se comprometeu, como fizeram outros países, com o enfrentamento dos problemas ambientais, compromisso que foi ratificado pelo Congresso e Presidência da República. Nesse contexto, pelo fato de ter uma tecnologia já bastante desenvolvida para o etanol, certamente ele terá um papel preponderante no cumprimento das metas estabelecidas, sendo estimado um crescimento substancial de sua produção (Mirian Rumenos Piedade Bacchi, professora da Esalq/USP e pesquisadora do Cepea, 14/2/17)



terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Trump é incapaz de servir como presidente, alertam psiquiatras



Em carta divulgada pelo The New York Times, profissionais da saúde avaliam que fala e ações de Trump mostram sua instabilidade emocional



São Paulo – Um grupo de 35 psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais de diferentes instituições e universidades, como Harvard e Columbia, classificou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como “incapaz” de servir com segurança no cargo de presidente pela instabilidade emocional notadas em seus discursos e ações.

A constatação foi publicada em uma carta divulgada pelo jornal The New York Times. Nela, o grupo liderado por Lance Dodes, ex-professor de psiquiatria da Harvard Medical School, e Joseph Schachter, ex-diretor da Associação Internacional de Psicanálise, fez uma breve análise de alguns dos traços comportamentais mais evidentes de Trump.

“As falas e ações demonstram a inabilidade em tolerar visões diferentes das suas, levando a reações raivosas”, consideraram os profissionais. “Suas palavras e comportamentos sugerem uma incapacidade profunda em simpatizar. Indivíduos com esses traços distorcem a realidade para que ela se encaixe em seu estado psicológico, atacando fatos e aqueles que os transmitem (jornalistas e cientistas). ”

“Em um líder poderoso, esses ataques tendem a aumentar, enquanto o seu mito pessoal de grandeza parece se confirmar”.

Embora exista um entendimento da Associação Americana de Psiquiatria que desencoraja esse tipo de avaliação de figuras públicas, o grupo crê haver “muito em jogo para continuar em silêncio”. Por essa razão, os profissionais decidiram se manifestar no espaço que a publicação reserva para a publicação de artigos de opinião.


Preocupações

 

 

A carta do grupo vem dias depois que o senador democrata Al Franken (Minessota) revelou à rede de notícias CNN que já existe uma preocupação entre alguns de seus colegas do Partido Republicano sobre a saúde mental de Donald Trump.

“Ele mente muito, ele diz coisas que não são verdade”, explicou o político , referindo-se ao episódio em que Trump disse que milhões de pessoas teriam votado ilegalmente nas eleições presidenciais. Contudo, não há evidências de que isso tenha acontecido. “Isso não é a norma para o presidente dos Estados Unidos ou qualquer ser humano”, pontuou Franken.

Em dezembro de 2016, semanas antes de o republicano assumir o posto, um trio de psiquiatras (dois da Universidade de Harvard e um da Universidade da Califórnia) já havia se manifestado sobre o tema em uma carta escrita ao então presidente Barack Obama e que foi obtida pelo site de notícias Huffington Post.

Nela, recomendaram que Trump recebesse uma avaliação psiquiátrica completa. “Seus sintomas de instabilidade mental – incluindo a grandiosidade, impulsividade, hipersensibilidade e desprezo a críticas, inabilidade de distinguir fantasia da realidade – nos faz questionar a sua aptidão para assumir as imensas responsabilidades do cargo”, escreveram.

Para os aliados do magnata, no entanto, essas preocupações são infundadas. “Se ele é louco, é louco como uma raposa”, disse à CNN Chris Ruddy, amigo pessoal de Trump e CEO da NewsMax Media. “Eu não subestimaria suas habilidades”, disse ele em resposta aos comentários sobre a saúde mental do atual presidente.