Com o resultado, estima-se que o comércio externo brasileiro encerre o ano com um saldo positivo de US$ 50 bilhões
As exportações brasileiras cresceram 24,4% no primeiro
trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2016. Ao mesmo
tempo, as importações aumentaram 12%. A balança comercial registrou
superávit de US$ 14,4 bilhões. Os dados são do Indicador Mensal da
Balança Comercial, da Fundação Getulio Vargas (FGV), e foram divulgados
nesta quarta-feira (26) no Rio de Janeiro. Com o resultado da balança
comercial, estima-se que o comércio externo brasileiro encerre o ano com
um saldo positivo de US$ 50 bilhões. Grande parte dos produtos
exportados pelo Brasil saiu pelos portos, como o Tecon Rio Grande
(foto).
Em relação ao volume, as exportações cresceram menos (11%)
do que as importações (17%) no primeiro trimestre deste ano, em relação
ao mesmo período de 2016. A maior alta nas exportações foi observada no
setor da indústria extrativa (38%), seguido pela indústria da
transformação (9%). A agropecuária teve uma queda de 7%. As exportações
de não commodities aumentaram 16% e as de commodities, 6%. O maior
crescimento no volume importado ocorreu na indústria de transformação
(23%), seguido pela extrativa (11%). A agropecuária teve queda de 4%.
Os
termos de troca penderam a favor da balança comercial brasileira, com
uma melhora de 19% na comparação com o primeiro trimestre de 2016,
devido ao aumento de 15% do preço das exportações e da queda de 3% do
preço das importações. Isso pode ser explicado principalmente pelo
comportamento das commodities. Enquanto o preço de importação desses
produtos recuou 11%, o preço da exportação avançou 29%. Entre as não
commodities, o preço das exportações não variou, enquanto o valor das
importações caiu 6,5%.
Entre os setores econômicos, os preços das
exportações da indústria extrativa cresceram 75%, enquanto o preço das
importações caiu 9%. Na indústria da transformação, o preço das
exportações cresceu 5%, enquanto o das importações caiu 7%. Na
agropecuária, os preços dos exportados cresceram menos (9%) do que os
dos importados (17%). “Os preços das commodities estavam deprimidos até o
final do ano passado e, neste início de ano, tiveram uma recuperação.
No caso do Brasil, por exemplo, os preços de minério de ferro e petróleo
melhoraram. Também temos uma demanda internacional mais favorável [para
as exportações brasileiras]”, analisa Lia Valls, pesquisadora da FGV.