Docente é professora de História e coordenadora do Laboratório de Estudos Feministas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Ricardo Prado, especial para a Gazeta do Povo
MPF determinou que se expedissem ofícios ao Instituto de Ciências Humanas e à Reitoria da UFPel.
Uma professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) afirmou em
rede social que os estudantes que apoiaram o impeachment de Dilma
Rousseff “serão cobrados com juros pela vida”.
Em postagem no Facebook, a professora chama os alunos, que classifica
como “golpistas”, de “grotescos e escrotos” e declara ter “ódio de
classe”.
A docente é professora de História e coordenadora do Laboratório de
Estudos Feministas da Universidade Federal de Pelotas. Em outra
postagem, ela critica os estudantes do curso de História que apoiam o
“golpe”.
“O que mais me chateia (...) é ter entre os meus alunos do terceiro
semestre de História na UFPel apoiadores do Golpe que argumentam que
assim agem pela defesa da Constituição”, criticou. “Que me perdoem meus
queridos míopes alunxs, mas os golpistas destruíram a ordem, a paz, a
constituição”, completou.
“Meu ódio é revolucionário e é ódio de classe, sim. Odeio burguês. E
você, cuide-se para saber de que lado está” (...) Fascistas têm de
morrer, um a um, e me inscrevo para essa missão”, continuou a docente,
em nova postagem.
“Quero ver almofadinha coxinha levando pau, patricinha quebrando a
unha e a cara e quero arrebentar um fascista a pau”, acrescentou.
As
declarações foram encaminhadas para o Ministério Público Federal. A
entidade determinou que se expedissem ofícios ao Instituto de Ciências
Humanas e à Reitoria da UFPel para que se manifestassem sobre o
comportamento da docente. Em seguida, o MPF analisará os fatos.
Posição
Em nota oficial, a UFPel disse que os órgãos competentes da
universidade analisarão condutas que violem a liberdade de expressão e
de cátedra e que “não se deixarão pautar por pressões políticas de quem
quer que seja”.
A instituição diz ainda que “a liberdade de cátedra é imprescindível
para que a Universidade cumpra seu papel social, desde que respeitada a
pluralidade de ideias”.
“A discussão de temas sensíveis, especialmente àqueles referentes à
dinâmica política da nação, é não somente permitida, mas também
desejável”, diz a nota.
Já a Associação dos Docentes da UFPel (ADUFPel SSind) publicou nota de apoio à professora e contra a “perseguição” a ela.
“Não toleraremos nenhuma forma de perseguição política aos
professores e professoras que lutam por uma sociedade mais justa!
Estaremos na luta, com todas as medidas possíveis, para proteger nossos
direitos”, diz a nota.
Reação
Uma petição pública pede a exoneração
da professora do cargo na universidade pública por sua “ameaça a
qualquer pessoa com posicionamento político diferente ao seu”.
A petição diz que a comunidade pelotense “pede a imediata exoneração
da funcionária pública federal, bem como, a instauração de inquérito
investigativo à cerca da sua possível periculosidade para a sociedade.”
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