Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
A aquisição não inclui outros negócios, que abrangem 13 colégios, universidade, curso pré-vestibular e gráfica
Da Redação
redacao@amanha.com.br
O Grupo Positivo fechou por R$
1,65 bilhão a venda do sistema de educação Positivo para a Arco
Educação, que surgiu no Ceará em 2006. A unidade adquirida vende
produtos e serviços (como apostilas e orientação pedagógica) para 3,4
mil escolas privadas no país, sob a marca Positivo. O negócio, que
atende a 650 mil alunos e tem 3 mil escolas conveniadas em todo o
Brasil, depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (Cade). A expectativa é de que os trâmites estejam concluídos
em seis meses.
A aquisição
não inclui outros negócios do Grupo Positivo, que abrangem 13 colégios,
universidade, curso pré-vestibular, gráfica e o sistema de ensino
Aprende Brasil, que atende escolas públicas. O faturamento desses
negócios no ano passado somou R$ 849 milhões. As negociações com a Arco
duraram cerca de um ano. Além da venda, as tratativas incluíram
parcerias de longo prazo para que a gráfica do grupo continue a imprimir
os materiais do sistema de ensino Positivo, que também continuará a ser
utilizado pelas escolas próprias do grupo.
Segundo
o acordo, metade do pagamento será feita no fechamento do negócio e a
metade restante em cinco anos. Não haverá pagamentos em 2020, 10% serão
quitados em 2021 e 2022 e 15% em 2023 e 2024. Com a aquisição do
Positivo, a Arco Educação vai ganhar em escala e passará a atender a 4,8
mil escolas e mais de 1,2 milhão de estudantes. No ano passado, a Arco
faturou R$ 381 milhões.
O
foco do Positivo é se concentrar, a partir de agora, nas atividades de
ensino. O grupo estuda novas oportunidades de negócios na educação.
Segundo a companhia paranaense, aquisições não são descartadas e
sondagens já foram feitas em várias regiões.
RIO
DE JANEIRO (Reuters) - A petroleira chinesa CNOOC quer expandir a
produção no Brasil e está avaliando participar de rodada de licitação de
áreas de petróleo e gás do Brasil, prevista para este ano, disse o
presidente da unidade brasileira da companhia, Sheng Jianbo.
Além
do leilão de petróleo no pré-sal, em 7 de novembro, o Brasil prevê
realizar uma outra rodada de venda de campos na importante região
produtora, dos excedentes da área da cessão onerosa, marcada para 28 de
outubro.
A CNOOC, que já é parceira da Petrobras na mega área de Libra, avalia
que esse projeto no pré-sal da Bacia de Santos está progredindo bem,
com o Teste de Longa Duração produzindo 58 mil barris de óleo
equivalente ao dia, disse Jianbo.
Ele disse também que a empresa busca parceiro para Bloco-592, no Espírito Santo.
(Por Rodrigo Viga Gaier; edição de Roberto Samora)
SÃO
PAULO (Reuters) - A operadora de planos de saúde Hapvida chegou a um
acordo para adquirir o grupo rival São Francisco Saúde por 5 bilhões de
reais, disse uma fonte com conhecimento do assunto.
A Hapvida,
que deve anunciar o acordo ainda nesta terça-feira, usará quase 3
bilhões de reais de seu caixa para financiar o negócio e também emitirá
dívida. O blog financeiro Brazil Journal noticiou mais cedo sobre o
negócio
País aparecia no levantamento da consultoria A.T. Kearney desde o primeiro ranking, em 1998.
Por G1
O
Brasil deixou de ser um país confiável para o investimento estrangeiro.
Ao menos é o que indica o ranking da consultoria A.T.Kearney, que lista
os 25 países mais confiáveis – e do qual o Brasil saiu pela primeira
vez desde que o levantamento foi desenvolvido, em 1998. Sem o Brasil,
nenhum país da América do Sul aparece no ranking.
"A
ausência de quaisquer países sul-americanos entre os 25 é notável,
entretanto, dado que o Brasil foi incluído em todas as edições
anteriores do ranking", aponta o estudo. Em 2018, o país já aparecia na
25ª e última posição.
Posição do Brasil no ranking de confiança para investimento estrangeiro
Pela primeira vez, país não aparece no levantamento em 2019
Fonte: A.T. Kearney
O
ranking é feito a partir de pesquisas com 500 executivos de companhias
líderes mundiais. Ele é calculado com base em perguntas sobre a
probabilidade das empresas dos pesquisados em fazer um investimento
direto em mercados específicos ao longo dos três anos seguintes.
Enquanto
aqui a confiança cai, os Estados Unidos seguiram na primeira posição
pelo sétimo ano seguido, "provavelmente refletindo seu grande mercado
doméstico, continuada expansão econômica, impostos competitivos e
capacidades tecnológicas e de inovação", aponta o estudo, que ressalta,
no entanto, que a recente volatilidade das políticas podem estar
reduzindo a atratividade.
Alemanha aparece em segundo lugar,
seguida pelo Canadá e Reino Unido. Já a China tombou no ranking, caindo
para a 7ª posição – a pior desde o início do estudo.
Países mais confiáveis para investimento estrangeiro
As agritechs, como foram batizadas as startups de tecnologia
para o agronegócio, já formam um grupo de cerca de 300 companhias no
País, que investem cerca de R$ 100 milhões ao ano e são capazes de
oferecer ao produtor qualquer tipo de serviço. Mas a falta de
conectividade nas fazendas e de integração dos dados gerados por
diferentes dispositivos são desafios, segundo especialistas presentes no
Fórum Inovação, realizado ontem pelo ‘Estadão’ e pela Associação
Brasileira do Agronegócio (Abag), na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).
Guilherme Raucci, responsável pela área de novos negócios da
Agrosmart, avalia que as startups serão responsáveis por gerar
tecnologia para resolver quase todo o desafio de fazer o campo produzir
cada vez mais para alimentar a humanidade no futuro. “Não há mais área
disponível para grandes expansões de produção e a mão de obra é cada vez
mais escassa no setor. É preciso aumentar a produtividade e essas
empresas são o caminho para isso”, disse. “Mas os dados não são
integrados e, no Brasil, apenas 14% das propriedades rurais têm
conectividade”, emendou o executivo.
Diante da lentidão ou da falta de interesse em levar a internet para o
campo – já que 90% das propriedades do Brasil são de pequeno porte e
67% dos produtores não utilizam tecnologias que dependam de conexão -,
as principais montadoras do setor assumiram uma das pontas desse
problema e até montaram “pools” com outras empresas. Uma dessas
iniciativas é o ConectarAgro, formado por grandes grupos do setor – como
a CNH Industrial, a Agco e a Jacto – com empresas de tecnologia e
telefonia.
“O projeto irá levar internet para as propriedades de um modo que
realmente conecte tudo, de forma simples, com um sistema aberto e
acessível para o pequeno e grande agricultor”, explicou Marco Aurélio
Milan, especialista de produto na área de agricultura de precisão da New
Holland, uma das marcas da CNH Industrial.
Desafios. Além de lidar com os gargalos tecnológicos, as agritechs
encaram novas demandas do agronegócio brasileiro. Caroline Capitani,
gestora de design digital e inovação da Ilegra, conta ter recebido
pedidos de empresas do setor de seguros agrícolas. Esse aquecimento
coincide com a ideia do governo federal de drenar mais recursos para as
seguradoras e menos para o crédito agrícola na próxima safra, a partir
de julho.
Trazer soluções tecnológicas e financeiras para o agricultor motivou a
criação da Inter Chains, companhia que trabalha com o conceito de
blockchain – uma base de dados capaz de fazer registro de operações
monetárias, analisar dados, servir como um registro digital de negócios e
até atuar na rastreabilidade de uma propriedade. “A avaliação por meio
do blockchain, com toda a cadeia integrada, é capaz de gerar um rating
do produtor, o que facilitará na hora de tomada de crédito, por
exemplo”, explica Eduardo Figueiredo, sócio da companhia, que gerencia
cerca de 2 milhões de hectares.
Os antigos gargalos físicos do agronegócio em um País continental
como o Brasil também geram oportunidades para as startups. É o caso da
Alluagro, empresa que nasceu para fornecer serviços compartilhados de
máquinas para produtores rurais, nos moldes do que já é oferecido por
aplicativos de transportes em grandes cidades. “É economia
compartilhada, pela qual conectamos prestadores de serviços e produtores
rurais. É levar o trator mais próximo à fazenda”, explicou Marco
Aurélio Chaves, um dos sócios da empresa.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Líder
no segmento de calçados femininos para o público A e B, a empresa
brasileira aposta na internacionalização dos seus produtos para
conquistar o mercado externo
Apetite global: Alexandre
Birman comanda o império fundado pelo pai desde 2013 e conseguiu elevar o
faturamento em 9,8%. Seu objetivo agora é fazer esses números subirem
com a operação internacional (Crédito: Divulgação)
Desde que assumiu a presidência da Arezzo&Co, há sete
anos, Alexandre Birman teve de se acostumar a ter equilíbrio sobre o
salto alto. Para comandar a empresa líder no segmento de sapatos e
bolsas para o público A e B no Brasil, o empresário precisou andar por
caminhos tortuosos. Ao suceder seu pai, Anderson, que criou a companhia
em 1972, Alexandre encontrou um cenário diferente dos anos anteriores. A
pior crise econômica da história do País aparecia como seu principal
desafio. Mesmo com esse cenário desfavorável, o grupo formado pelas
marcas Arezzo, Schutz, Ana Capri, Alexandre Birman, Fiever e Owme
conseguiu manter o resultado no azul. Em 2017, a receita líquida chegou a
R$ 1,4 bilhão, um crescimento de 9,8% em relação ao ano anterior.
Para dar sequência a esse processo de expansão, o caminho traçado
pela empresa é o mercado internacional, que hoje responde por cerca de
10% do faturamento da operação. Neste ano, serão seis lojas nos Estados
Unidos. Em 2019, o grupo tem capacidade de, pelo menos, triplicar esse
número com o desembarque em países na Europa e na Ásia. “Começamos a
internacionalização com um projeto-piloto com a Schutz, em Nova York”,
diz Alexandre Birman (leia a entrevista “A nossa melhor saída é ir além
do território brasileiro” ao final da reportagem). “Tivemos bons
resultados e hoje estamos apostando nossas fichas na
internacionalização”, afirma o empresário.
Com 618 lojas espalhadas pelo Brasil, o grupo iniciou a operação para
abocanhar no mercado externo em2012, quando a Schutz abriu as portas na
Madison Square Avenue, em Nova York. Hoje, a marca está presente com
três lojas na cidade e na Califórnia. Além dela, a marca Alexandre
Birman também está em Nova York. Para conquistar os pés fiora do Brasil,
Alexandre contratou o americano Wayne Kulkin, ex-CEO da Stuart
Weitzman, marca de calçados de luxo, que comanda a operação
internacional. Em agosto do ano passado, a companhia montou um conselho
consultivo para detalhar as estratégias que seriam necessárias para a
expansão.
Kulkin foi convidado para fazer parte desse conselho. Oito meses depois, veio o anúncio da sua contratação. “Eu
nunca imaginei trabalhar em outra empresa de sapatos, mas a
Arezzo&Co tem potencial de ser um grande player global”, diz Wayne.
“Isso é encantador para mim.” Nos 26 anos que ficou à frente da
Stuart Weitzman, a companhia multiplicou em 4.000% o faturamento. Com
os bons resultados, a marca foi vendida por US$ 574 milhões para a
COACH, em 2015, que tem valor de mercado de US$ 9,9 bilhões e receita de
US$ 4,5 bilhões. “Esperamos um grande impulso nos nossos negócios
internacionais com o Wayne”, diz Birman.
Por enquanto, Kulkin está concentrado em calçar as americanas e já
começou com o pé direito em sua estratégia para tornar as marcas do
grupo desejadas. Em dezembro do ano passado, a cantora Lady Gaga, ícone
do pop, divulgou uma foto em suas redes sociais vestindo uma bota da
marca Schutz durante a turnê de divulgação do seu novo disco, em
Oklahoma. Após a exposição, a empresa enviou um novo carregamento do
modelo “Lace Up” às lojas americanas devido à enorme procura. “A Schutz é
um gigante pronto para despertar”, diz Wayne.
Os Estados Unidos movimentam US$ 20 bilhões no segmento calçadista e
apresentam potencial de 10% para o crescimento da marca Schutz. A
estratégia é ocupar um espaço no mercado americano.
Os sapatos serão
vendidos em uma faixa de preço de US$ 150, valor acima dos importados da
China, que custam US$ 100, e abaixo dos de luxo, comercializados por
mais de US$ 300. “Nos Estados Unidos, não existe monomarca que atue
nessa faixa de preço”, diz Alberto Serrentino, sócio fundador da Varese
Retail. “O que existe nesse mercado que a Schutz vai atuar são marcas de
vestuário como Tory Burch que trazem para suas lojas alguns sapatos,
mas são mais clássicos e reduzidos em volume.”
Com um apelo de design mais fashion, a Schutz corresponde a 33% do
faturamento da companhia no Brasil. Ela foi criada em 1995 por
Alexandre, quando ele tinha apenas 18 anos. O empresário queria um
calçado diferente do produzido pelo pai. “Ele me disse que se eu
quisesse mesmo isso teria que criar minha própria empresa”. No início, a
Schutz nasceu com a proposta de calçados esportivos, mas logo mudou sua
estratégia para os sapatos femininos, principal negócio da família. Em
2005, com apenas dez anos de negócio, a marca já exportava 60% de seus
produtos. Mas não foi o sucesso que fez o pai se render ao talento do
filho. Com as marcas indo de vento em popa, o fundo de private equity
Tarpon propôs a junção das duas formando a holding Arezzo S.A.
O fundo comprou 25% da nova empresa e investiu R$ 76,3 milhões para a
expansão de lojas e franquias. O grupo saiu então de 228 unidades para
as atuais 449 franquias e 37 lojas próprias das marcas Arezzo e Schutz.
Nesses 12 anos, somaram-se ao portfólio a Ana Capri, marca jovem com
foco em calçados flats sem salto; a Alexandre Birman, de sandálias e
sapatos de luxo; a Fiever, de tênis para os públicos feminino e
masculino; e, neste ano, a Owme, com a proposta de oferecer sapatos
confortáveis. “Estamos arriscando um passo à frente com Schutz e
Alexandre Birman no mercado internacional”, diz Alexandre. “Mas Wayne
também vê potencial na Arezzo, Fiever e Ana Capri.”
Além de consolidar a Schutz no mercado americano, a companhia também
tem a missão de conquistar a Europa. O grupo vai abrir neste segundo
semestre um escritório e um showroom em Milão, na Itália. O país é uma
referência em sapatos de luxo com uma fabricação anual de 200 milhões de
pares e receita de € 14 bilhões. “Essa operação vai facilitar a nossa
venda”, diz Aline Penna, diretora de Relações com os Investidores da
Arezzo&Co. “Podendo ver o produto, os diretores de lojas de
departamento e o potencial consumidor se convencem com mais facilidade
da qualidade do sapato.”
Assim como a Schutz, a marca que leva o nome de Alexandre já
conquistou muitas famosas. Os sapatos Alexandre Birman foram usados por
atrizes e cantoras americanas como Kate Hudson, Demi Moore, Jessica Alba
e Katy Perry. Antes mesmo de abrir sua primeira loja em território
americano, a grife estava presente em lojas de departamento (tanto que
uma das estratégias é fortalecer os laços com Bergdorf Goodman e
Bloomingdale’s). Em 2009, a grife foi convidada a vestir os personagens
do seriado americano Gossip Girl. No oitavo episódio da terceira
temporada, Blair Waldorf, protagonista da trama, aparece usando um
Peep-toe Booties. A personagem chegou a chamar os sapatos de “sagrados”.
O modelo virou um hit no mercado internacional e a partir daí o nome de
Alexandre caiu no gosto das celebridades. A marca já corresponde a 22%
do faturamento no mercado externo da companhia. “Apesar de Alexandre
Birman ser uma marca importante e bem posicionada, o foco maior tem de
ser na expansão da Schutz, onde o mercado consumidor é maior”, diz Alana
Imaizumi, analista do Citi.
O desafio, com toda essa movimentação em busca de novos mercados, é
não tirar os olhos das operações no Brasil e do principal carro-chefe do
grupo, a marca Arezzo. Responsável por 57,3% do faturamento da empresa,
a marca quer atingir mil lojas no futuro – atualmente são 382. A
estratégia é oferecer um modelo menor, de 40 m2, é ideal para entrar em
cidades do interior, onde não há condições de investir em uma loja
convencional. No ano passado, a empresa vendeu 12 milhões de pares de
calçados e 1,2 milhão de bolsas. “Um dos pilares do sucesso das marcas
está justamente na velocidade de lançar itens ligados à última moda com
preços competitivos”, diz Elton Morimitsu, analista sênior de pesquisa
da Euromonitor International. “A estratégia é parecida com a da Zara no
Brasil, que traz tendências de moda a preço acessível.”
Mas nem sempre a história foi só de ganhos. Na década de 1990,
Anderson apostou na transferência da fábrica, localizada em Minas
Gerais, para Campo Bom, região do Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul.
De 1970 até 1990, o local foi o coração do pólo calçadista brasileiro.
Empresas americanas compravam sapatos brasileiros produzidos na região. A
Nine West, um dos grandes expoentes desse momento, chegou a ser
responsável por 50% da exportação brasileira de sapatos. Mas, quando
Anderson chegou ao Vale dos Sinos essa era de “ouro” do “made in Brazil”
já estava acabando. Com a implantação do Plano Real, a moeda americana
ficou equiparada à brasileira e o mercado asiático começou a atrair a
indústria calçadista, em razão dos preços baixos da mão-de-obra. Na
época, a Arezzo também fez algumas importações de tênis da China, mas
por contadas flutuações cambiais no Brasil perdeu dinheiro com a
operação. O episódio fez Anderson apostar ainda mais na produção
interna. “Diziam que eu era louco de vir para o Sul”, diz Anderson.
“Loucos foram o que não aproveitaram a mão de obra especializada que
ficou aqui.”
Foi também nos anos 90 que Anderson deu outro passo arriscado.
Decidiu parar de vender para multimarcas para investir em sua própria
rede de varejo. A primeira loja Arezzo foi aberta na Oscar Freire,
bairro dos Jardins, em São Paulo. Na época, o jornal Folha de São Paulo
cravou: “Mineira adota estratégia suicida: investe mais para vender
menos”. “Confesso que fiquei preocupado ao ler isso”, diz Anderson.
“Realmente investíamos mais e até hoje fazemos isso, mas hoje nossa
história mostra que deu certo.” O fundador da Arezzo, que vendia ovo de
porta em porta no interior de Minas Gerais, transformou a empresa
calçadista, que nasceu no fundo de uma garagem, em um império
bilionário. Durante os anos à frente da empresa, ele conquistou o
mercado nacional. Agora, seu filho trabalha para fazer o mesmo no mundo.
“A nossa melhor saída é ir além do território brasileiro”
O que faz o sr. acreditar que a internacionalização será bem-sucedida?
Hoje, somos líderes no Brasil no segmento de calçados e bolsas femininas
para o público A e B, com 30% de participação. Não conhecemos nenhum
país em que a empresa líder tenha um marketshare dessa magnitude.
Começamos a internacionalização com um projeto-piloto com a Schutz, na
Madison Square Avenue, em Nova York. Em 2009, um ano após o lançamento
da Alexandre Birman, também já estávamos nas principais lojas de
departamento de luxo nos Estados Unidos. Tivemos bons resultados e hoje
estamos apostando nossas fichas nessa internacionalização.
Se a internacionalização começou em 2012, por que só agora a empresa decidiu apostar nessa frente?
Em 2015, refizemos nosso planejamento estratégico e vimos que somos
dominantes em três pilares: na geografia, que é o Brasil; na categoria
de produtos, que são sapatos e bolsas; e no público-alvo, que são as
mulheres da classe A/B. Para continuar crescendo, a gente precisava
optar por não ser dominante em um desses três. Então, a nossa melhor
saída é ir além do território brasileiro, porque julgamos que poderíamos
nos tornar uma empresa global.
A companhia contratou um executivo para comandar a operação internacional. Por que escolheram Wayne Kulkin?
Montamos um conselho, em 2016, para alinhar melhor as estratégias para a
expansão internacional. Convidamos o Wayne, ex-CEO da Stuart Weitzman,
com 25 anos de experiência no setor calçadista, para participar. Ele
vinha quinzenalmente para o Brasil para as nossas reuniões, tinha uma
postura flexível, apresentava boas ideias e estava alinhado com o nosso
negócio. Ele é um executivo com visão 360 graus e que entende muito
sobre o business. Conseguiu transformar a Stuart Weitzman em uma empresa
de US$ 10 milhões para uma companhia de US$ 400 milhões de faturamento.
Esperamos um grande impulso nos nossos negócios com ele.
Muitas celebridades aparecem usando a sua marca. Como conquista esse público?
Não sei se tenho uma reposta precisa para isso. Sempre sonhei em criar
uma marca que as celebridades usassem. Mas nunca paguei, foi
acontecendo. O segredo é ter um bom relacionamento, só isso.
Por que o senhor não gosta do termo CEO?
Não gosto de nenhum tipo de título. Essa função hierárquica não funciona
com a nova geração. Superior e subordinado, então, são muito
retrógradas para o momento em que estamos vivendo. Aqui, a pessoa não
tem cargo. Costumo chamar meus colaboradores de chefe, gosto que me
vejam como alguém que eles podem bater um papo, trocar uma ideia sem
essas questões formais de CEO.
“2019 será um ano de construção e transformação”
Wayne Kulkin, diretor executivo de operações internacionais da Arezzo&Co
O que motivou o sr. a assumir a operação internacional do grupo?
A companhia tem o maior potencial entre as empresas globais de calçados.
Enquanto o ciclo médio entre design, indústria e varejo é de seis meses
em outras companhias, as marcas da Arezzo&Co conseguem fazer o
mesmo entre quatro e oito semanas.
Qual é sua estratégia para o crescimento no mercado internacional?
Nossos dois maiores focos são as marcas Alexandre Birman e Schutz. A
primeira é um grande tesouro global e está pronta para crescer nos
Estados Unidos, na Europa, no Oriente Médio e na Ásia. Queremos abrir
lojas monomarca para mostrar a qualidade do nosso produto.Para a Schutz,
a chave é aumentar o reconhecimento da marca. O preço médio é de US$
150 dólares para um produto 100% couro. Não há nada comparável nos
Estados Unidos.
Por que esses produtos podem conquistar o mercado externo?
Podemos mostrar de forma pioneira ao mundo que temos a habilidade de
produzir sapatos com muita qualidade e design em pouco tempo.
Basicamente, pegar o conceito fast fashion de uma marca como a Zara e
aplicar no universo dos sapatos.Qual é o projeto para 2019?
O próximo ano será de construção e transformação para as duas marcas nas
quais estamos focados, com resultados que impactarão as marcas nos dois
anos subsequentes.
A startup colombiana Rappi anunciou que recebeu um aporte no
valor de US$ 1 bilhão. do conglomerado japonês SoftBank, conhecido por
fazer grandes (e certeiras) apostas em novas iniciativas ligadas a
economia. O valor é recorde e sem precedentes nos mercado de iniciativas
disruptivas na América Latina. O maior até então havia sido sido uma
rodada de investimentos do iFood que rendeu ao aplicativo de entregas de
restaurantes US$ 500 milhões.
Além do valor recorde, a Rappi ainda captou dinheiro de outros
investidores, fechando a rodada de investimentos com US$ 1,4 bilhão. O
aplicativo que tem como proposta entregar de tudo já havia ganhado o
título de unicórnio ao atingir valor de mercado de pelo menos US$ 1
bilhão em setembro de 2018. Agora a empresa visa expandir sua atuação em
mercados onde já está presente, entrar em novos países da América
Latina além de lançar novos produtos e serviços.
O aporte da Rappi foi feito pelo Vision Fund, fundo do SoftBank que
gere US$ 100 bilhões. A tendência é de que o investimento seja repassado
para o Innovation Fund, criado recentemente pelo banco japonês e que é
focado em negócios inovadores da América Latina. Caso isso aconteça, um
quinto do capital gerido pelo novo fundo já teria destinatário. Em
comunicado, Marcelo Claure, diretor de operações do SoftBank disse que
“em menos de quatro anos, a Rappi se tornou uma das startups que mais
cresce na América Latina, o que demonstra a imensa oportunidade da
região”.
Em 2017, o Vision Fund investiu US$ 100 milhões no aplicativo de
transportes 99. No ano passado o mesmo valor foi aportado na startup de
entregas Loggi.
Até novembro do ano passado, a Rappi tinha 3,6 milhões de usuários,
um quinto deles no Brasil. A startup não divulga dados atualizados, mas
afirma ter superado tais números. Nos próximos três anos, o
empreendimento de delivery projeta chegar a 80 milhões de usuários.