quarta-feira, 7 de abril de 2021

Vacina contra todos os coronavírus deve começar a ser testada em humanos


Crédito: Pixabay

A projeção é desenvolver um reforço para prevenir futuras pandemias (Crédito: Pixabay)

Conserv Bioscience, empresa de biotecnologia com sede no Reino Unido, desenvolveu uma vacina de mRNA que pode proteger contra todo o espectro de coronavírus e está pronta para iniciar os testes em humanos, segundo divulgado pelo site Futurism.

A projeção é desenvolver um reforço para prevenir futuras pandemias provocadas pelos coronavírus. 

 A reportagem diz que os coronavírus compartilham de algumas semelhanças, como as proteínas “spike”. Uma vacina universal precisaria encontrar algum aspecto dos coronavírus que não seja apenas idêntico ou pelo menos muito semelhante em toda a linha, mas crucial para a sua sobrevivência.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/vacina-contra-todos-os-coronavirus-deve-comecar-a-ser-testada-em-humanos/


 

Transplante inédito de traqueia pode ajudar intubados por covid-19


  • Alessandra Corrêa
  • De Washington (EUA) para a BBC News Brasil
Médico sentado ao lado de paciente em maca, ambos sorrindo e conversando

Crédito, Mount Sinai Health System

Legenda da foto,

O médico Eric Genden e a paciente Sonia Sein, que recebeu transplante inédito de traqueia de um doador. Ela havia sofrido danos graves ao ser submetida a intubação após um ataque de asma

Médicos do hospital Mount Sinai, em Nova York, anunciaram nesta terça-feira (06/04) a realização de um transplante inovador que poderá ajudar pacientes com covid-19 que sofreram danos na traqueia como resultado de intubação.

Segundo o hospital, cirurgiões realizaram o que acreditam ser o primeiro transplante humano completo de traqueia bem-sucedido do mundo.

De acordo com o hospital, é a primeira vez que a traqueia de um doador é transplantada diretamente ao receptor.

A paciente, Sonia Sein, uma assistente social de 56 anos, sofreu danos graves na traqueia depois de ficar intubada por várias semanas por um ataque de asma há seis anos.

Ela recebeu a traqueia do doador, não identificado pelo hospital, no dia 13 de janeiro, em uma operação complexa que durou 18 horas e envolveu mais de 50 especialistas, incluindo cirurgiões, enfermeiros, anestesistas e médicos residentes.

 

De acordo com o cirurgião e pesquisador Eric Genden, que liderou a equipe, o procedimento pode salvar a vida de pacientes com defeitos congênitos, doenças intratáveis, queimaduras, tumores e danos severos por intubação, incluindo aqueles hospitalizados por covid-19.

Milhares de pessoas morrem todos os anos por falta de soluções de longo prazo para quadros clínicos como estes.

"Pela primeira vez, podemos oferecer uma opção de tratamento viável a pacientes com defeitos traqueais de segmento longo que correm risco de vida", afirma Genden, que é diretor de otorrinolaringologia e cirurgia de cabeça e pescoço do Mount Sinai e professor da Escola de Medicina Icahn, o braço acadêmico do sistema hospitalar.

"É particularmente oportuno diante do crescente número de pacientes com problemas extensivos na traqueia devido à intubação por covid-19. Tanto por causa da ventilação mecânica quanto pela natureza da doença nas vias aéreas provocada pela covid-19, o número de casos de danos na traqueia vem aumentando", observa.

A história da paciente

Paciente sentada e rodeada da equipe médica em ambiente hospitalar

Crédito, Mount Sinai Health System

Legenda da foto,

A cirurgia, realizada em janeiro deste ano, durou 18 horas e envolveu mais de 50 especialistas, incluindo cirurgiões, enfermeiros, anestesistas e médicos residentes

Depois que a intubação danificou sua traqueia, Sein passou por uma série de cirurgias para tentar reparar os danos. Mas essas intervenções agravaram ainda mais o problema.

Segundo os médicos, Sein respirava por traqueostomia e corria alto risco de sufocamento e morte por causa da progressão da doença em suas vias aéreas e do risco de colapso da traqueia.

Traqueostomia é como se chama a abertura da traqueia por um orifício para permitir a respiração de pacientes com dificuldades.

"Eu estava nervosa, estava com medo, mas tentei pensar que poderia finalmente ver minha neta e conseguir respirar", diz Sein sobre a cirurgia, em depoimento divulgado pelo hospital.

Para fazer o transplante, os cirurgiões removeram a traqueia e vasos sanguíneos associados ao órgão do doador e reconstruíram a traqueia na paciente, dos pulmões até a laringe.

Os médicos então conectaram os pequenos vasos sanguíneos que alimentam a traqueia do doador aos vasos sanguíneos da receptora.

Segundo o hospital, os médicos usaram parte do esôfago e da tireóide para ajudar a fornecer sangue à traqueia, o que levou a uma revascularização bem-sucedida.

Com o sucesso da cirurgia, foi possível retirar a traqueostomia, e Sein conseguiu respirar pela boca pela primeira vez em seis anos.

Ela não sofreu complicações e continuará sendo monitorada pelos médicos, que avaliam como está respondendo aos medicamentos para evitar a rejeição.

Desafio

A traqueia é um órgão cilíndrico e em formato de tubo que conecta a laringe aos pulmões e é essencial para a respiração e as funções pulmonares.

Sua parte interna é revestida por cílios e muco, que ajudam a remover partículas poluentes ao transportar o ar para os pulmões.

paciente intubado no Brasil

Crédito, REUTERS/Amanda Perobelli

Legenda da foto,

'Tanto por causa da ventilação mecânica quanto pela natureza da doença nas vias aéreas provocada pela covid-19, vem aumentando o número de casos de danos na traqueia', explica Eric Genden

O transplante de traqueia é considerado um dos mais desafiadores, pela extrema dificuldade técnica de garantir o fluxo sanguíneo ao órgão.

"Durante anos, o consenso médico e científico era de que o transplante de traqueia não podia ser feito, porque a complexidade do órgão tornava a revascularização impossível. Todas as tentativas anteriores de realizar transplante em humanos falharam", afirma o médico.

Esse tipo de transplante também tem uma história marcada por escândalos.

Uma década atrás, um cirurgião italiano ganhou fama ao implantar traqueias artificiais revestidas de células-tronco dos próprios pacientes.

Mas, posteriormente, foi revelado que muitos de seus pacientes haviam morrido, e ele foi acusado de má conduta médica.

Genden se dedica a pesquisas sobre transplante de traqueia há 30 anos, grande parte deles estudando como revascularizar, ou garantir fluxo de sangue para a traqueia.

"Apesar de extensa pesquisa sobre o suprimento vascular do órgão usando modelos humanos e animais, não há maneira real de se preparar completamente para conduzir o primeiro transplante em humanos desse tipo", afirma o médico.

Ele diz que a sensação ao ver o resultado positivo após 18 horas de operação foi "uma experiência maravilhosa".

O cirurgião acredita que o protocolo de transplante e revascularização usado por sua equipe pode ser reproduzido por outros médicos e representar uma opção para pacientes que tiveram a traqueia inteira danificada e até então não tinham tratamento de longo prazo.

 

 https://www.bbc.com/portuguese/geral-56657861

 

Copagaz fecha acordo inédito para importar gás de cozinha da Argentina


Copagaz fecha acordo inédito para importar gás de cozinha da Argentina

Refinaria da Petrobras em Paulínia (SP)


Por Marta Nogueira

 

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Copagaz, maior comercializadora de gás de cozinha no Brasil, fechou um acordo histórico para a importação de 7,6 mil toneladas do insumo da Argentina, tornando-se a primeira empresa privada a trazer um navio de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) ao país, disse à Reuters o vice-presidente de operações.

O movimento marca um importante passo na estratégia da empresa que busca diversificar seus supridores além da Petrobras, ao mesmo tempo em que deseja reduzir sua dependência do produto doméstico, diante de preocupações de que os futuros novos donos de unidades de refino não priorizem o GLP –a petroleira estatatal planeja vender oito refinarias.

A Copagaz se tornou líder absoluta do segmento de GLP após comprar no ano passado a Liquigás, em consórcio com a Itaúsa e a Nacional Gás Butano. Com a aquisição junto à Petrobras, a empresa tem hoje operações em 24 Estados e no Distrito Federal, e cerca de 90 mil colaboradores diretos e indiretos.

Em entrevista, Agnaldo Inojosa explicou que o contrato spot, assinado com a Transportadora de Gas del Sur (TGS) em dezembro, prevê a entrega de três cargas de GLP, em 8 e 15 de abril e 1º de maio, no Terminal de Gás do Sul (Tergasul), em Canoas, no Rio Grande do Sul. O primeiro navio já saiu da Argentina.

“Será o primeiro navio privado nacionalizado de GLP no Brasil fora do Sistema Petrobras”, disse Inojosa, explicando que historicamente todos os navios que importaram o produto foram negociados pela petroleira. “A primeira empresa privada a trazer um navio de GLP é a Copagaz.”

A finalidade, destacou o executivo, será complementar o abastecimento da região Sul do Brasil, deficitária no insumo. O contrato prevê, ainda, a possibilidade de prorrogação até o fim deste ano.

A região Sul teve um consumo de GLP em 2020 de 870 mil toneladas, segundo dados da Copagaz compilados da reguladora ANP. Desse volume, 80% foi atendido por oferta regional e os 20% restantes precisaram ser trazidos de refinarias da região Sudeste.

O negócio com a TGS, segundo Inojosa, foi possível a partir da conclusão em dezembro passado da compra da Liquigás, que tem acesso ao Tergasul.

Uma vez que o produto veio de um país do Mercosul, a transação contou com isenção de tributos. Além disso, a proximidade entre as nações possibilitará que o transporte seja feito em apenas dois dias, segundo a empresa.

Inojosa pontuou que é preciso vencer gargalos logísticos para importar GLP no país, em um mercado historicamente dominado pela Petrobras. No entanto, ressaltou que as dificuldades não a impediram de já trabalhar nisso anteriormente.

Em 2019, antes de comprar a Liquigás, a Copagaz já havia sido a primeira privada a importar GLP da Bolívia, por caminhões, com um contrato de 72 mil toneladas por ano com a YPFB, a fim de abastecer a região Centro-Oeste.

Considerando volumes do gás importado por navio da Argentina e por caminhões da Bolívia, as compras externas previstas pela Copagaz representam atualmente 1% do consumo nacional e aproximadamente 5% das vendas da Copagaz e Liquigás no país, segundo o executivo.

 

Mas a empresa –que detém hoje 25% de participação de mercado no GLP– não vai parar por aí.

Inojosa ressaltou que a meta da Copagaz é contratar importações que representem 10% de suas vendas anuais até o fim de 2021, além de buscar ainda mais volumes no exterior nos anos seguintes.

 

INVESTIMENTOS E MAIS INDEPENDÊNCIA

 

Para aumentar as importações, a Copagaz planeja realizar investimentos em infraestrutura ao longo da costa brasileira, podendo adquirir terminais no Sul e no Nordeste. A estratégia para esse fim ainda está em elaboração.

“Nosso foco é como conseguir nos manter competitivos independentemente de quem vencer as refinarias à venda pela Petrobras”, disse Inojosa.

A petroleira estatal colocou à venda oito refinarias, que representam metade da capacidade de refino do Brasil, como parte de um plano no governo federal para quebrar o monopólio no setor.

“Só assistir esse ‘game’ pode ser perigoso”, ponderou Inojosa, pontuando uma preocupação relacionada com os preços que poderão ser praticados por eventuais vencedores das refinarias, que estão bem distantes umas das outras, com cada uma delas dominando as regiões onde atua. 

 O executivo também se preocupa com decisões estratégicas a serem tomadas pelos novos donos das refinarias, uma vez que o GLP é um subproduto e eventualmente pode deixar de ser produzido em alguma unidade por não trazer retorno financeiro.

“A gente quer trazer molécula de fora para ter competitividade… e precisamos ter garantia de suprimento.”

(Por Marta Nogueira)

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/copagaz-fecha-acordo-inedito/


 

terça-feira, 6 de abril de 2021

Cade aprova parceria da Telefônica e CPDQ para redes neutras de fibra ótica

cade-aprova-parceria-da-telefonica-vivt3-para-fibra-otica

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições parceria entre a Telefônica Brasil (dono da Vivo) e o fundo de pensão canadense Caisse de dépôt et placement du Québec (CPDQ) para a constituição da joint venture FiBrasil, que proverá infraestrutura de conexões de banda larga através de redes neutras de fibra ótica. A decisão do Cade está publicada no Diário Oficial da União (DOU).

A nova empresa será detida meio a meio pelas duas companhias: o CDPQ adquirirá ações representativas de 50% do capital social da FiBrasil e a Telefônica será proprietária dos outros 50%.

O Fundo CPDQ tem cerca de US$ 300 bilhões em recursos sob gestão ao redor do mundo. Aqui no Brasil, conforme a Coluna do Broadcast informou no mês passado, terá o compromisso de investir R$ 1,8 bilhão na construção das redes nos próximos dez anos.

Já a Telefônica vai ceder à nova empresa parte de sua rede, com cobertura de 1,6 milhão de residências. Além disso, a operadora será a primeira cliente da FiBrasil, passando a “alugar” essas redes.

Ainda de acordo com a apuração da reportagem, a meta das empresas é chegar a 5,5 milhões de casas em todas as regiões do País até o fim de 2024, com exceção de São Paulo, onde a operadora atua por meio de concessão. Com as redes instaladas, a estimativa é de adesão de 30% dos clientes ao longo de dois a três anos, o que representa um potencial de 1,65 milhão de assinantes ao final desse ciclo.

Com o aval do Cade, a FiBrasil deve iniciar os trabalhos já neste segundo trimestre. A operação, no entanto, também está sujeita à aprovação da autoridade de defesa da concorrência da União Europeia e à aprovação regulatória da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/cade-aprova-parceria-da-telefonica-e-cpdq-para-redes-neutras-de-fibra-otica/

 

Startup brasileira Solinftec inicia operação no Canadá

 

Solinftec - Ag/Evolution | Hub Agrodigital

A Solinftec, startup brasileira de soluções digitais para o agronegócio, iniciou operação no Canadá. É o décimo primeiro país para qual a startup exporta suas soluções digitais, informa a agtech em nota. A fase de testes começará nas próximas semanas a partir da atuação nas fazendas da produtora de grãos Coutts Agro Ltd. “Será a principal operação canadense para a solução da Solinftec em 2021”, diz a companhia.

Segundo a Solinftec, os serviços prestados aos produtores canadenses serão com tecnologias desenvolvidas pela empresa no Brasil em parceria com agricultores nacionais. “Temos orgulho de ver que nossas soluções desenvolvidas com base na plataforma criada pelo nosso time de tecnologia no Brasil, e que hoje já opera em cerca de 09 milhões de hectares em diversos pontos do país, possibilita nossa expansão em novas regiões”, afirmou Henrique Nomura, diretor Técnico da Solinftec.

A operação no Canadá será liderada pelo diretor de Desenvolvimento de Negócios para as operações canadenses, Leonardo Carvalho, que ficará baseado na cidade de Saskatoon, província de Saskatchewan.

“Queremos compreender as necessidades específicas e os pontos de melhorias dos produtores canadenses, varejistas agrícolas e outros participantes importantes do setor”, observou Carvalho, destacando que a empresa vai priorizar parcerias com agricultores locais para desenvolvimento de soluções customizadas, incluindo plantio, pulverização, logística, otimização de equipamentos e monitoramento de clima.

Líder brasileira em SaaS (software como serviço) para o agronegócio, a Solinftec tem sede em Araçatuba, São Paulo, e possui outros seis escritórios no País. Também tem escritório nos Estados Unidos e na Colômbia.

A companhia gerencia 9 milhões de hectares na América Latina, especialmente de culturas como cana-de-açúcar, algodão, arroz, soja, café, trigo, milho, laranja e eucalipto, e monitora 36 mil equipamentos agrícolas.

 

https://www.istoedinheiro.com.br/startup-brasileira-solinftec-inicia-operacao-no-canada-2/

 

Benefícios por incapacidade devido à Covid-19 despontam no INSS


 

Após mais de um ano de epidemia da Covid-19, o requerimento de benefícios por incapacidade provocada pela doença representa 10% do total de pedidos ao INSS. O número de afastamentos no trabalho decorrentes do coronavírus só fica atrás daquele referente a doenças ortopédicas.

Mais de 13 milhões de brasileiros foram infectados pelo coronavírus
Reprodução

O INSS registrou mais de 37 mil pedidos sob tais condições, segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Houve também aumento de 165% nos pedidos de afastamento por doenças respiratórias: 51.327 em 2020 em contraste com 19.344 em 2019.

Os benefícios por incapacidade temporária, antigo auxílio-doença, são garantidos mediante provas da impossibilidade de se efetuar o trabalho, mesmo que por período determinado. É necessária a perícia no INSS caso o trabalhador deva se ausentar por mais de 15 dias. Mas uma lei (Lei 14.131/2) editada em março autoriza a concessão do auxílio por incapacidade temporária apenas com a apresentação de atestado médico, sem necessidade de perícia. Caso o pedido seja negado administrativamente, ainda é possível propor ação na Justiça.

Para tais pedidos, também deve ser analisada a procedência do agente incapacitante. No caso de trabalhadores que estão na linha de frente contra a Covid-19, por exemplo, o afastamento seria considerado decorrente do trabalho, já que há clara relação entre a enfermidade e a atividade efetuada.

Quando não existe presunção de causalidade, devem ser avaliadas as condições concretas que envolvem o funcionário, desde método de trabalho e fornecimento de equipamentos de proteção até condições adequadas de exercício da atividade sob este contexto. Fica a cargo do empregador, então,  provar que a doença não é ocasionada pelo ofício. 


Revista Consultor Jurídico, 5 de abril de 2021, 21h20



https://www.conjur.com.br/2021-abr-05/beneficios-incapacidade-devido-covid-19-despontam-inss

 

Credit Suisse reestrutura gestão após perda de US$ 4,7 bilhões com Archegos

 



É o segundo grande escândalo para o Credit Suisse em pouco mais de um mês após o colapso da Greensill Capital, com as ações do banco caindo um quarto desde 1º de março (Imagem: Flckr/ Credit Suisse)

O Credit Suisse disse nesta terça-feira que sofrerá uma perda de 4,4 bilhões de francos suíços (4,7 bilhões de dólares) relacionada às negociações com a Archegos Capital Management, o que o levou a reestruturar o comando das divisões de banco de investimento e risco.

O banco agora espera registrar um prejuízo no primeiro trimestre de cerca de 900 milhões de francos suíços. Também suspendeu planos de recompra de ações e cortou dividendos em dois terços.

O segundo maior banco da Suíça, que se desfez de mais de 2 bilhões de dólares em ações para encerrar a exposição ao fundo de investimento de Nova York, disse que a diretora de risco e conformidade Lara Warner e o diretor de banco de investimentos Brian Chin estão saindo após as perdas.

Os eventos relacionados à Archegos ofuscam o lucro líquido de 2,7 bilhões de francos suíços do banco no ano passado, com questões sobre como sua exposição à gestora se tornou tão grande, que ainda não foram respondidas.

“A perda significativa em nosso negócio de serviços Prime relacionada ao fracasso de um hedge fund com sede nos Estados Unidos é inaceitável”, disse o presidente-executivo do Credit Suisse, Thomas Gottstein, em um comunicado. “Lições sérias serão aprendidas.”

É o segundo grande escândalo para o Credit Suisse em pouco mais de um mês após o colapso da Greensill Capital, com as ações do banco caindo um quarto desde 1º de março.

O conselho do banco lançou uma investigação sobre as perdas da Archegos e também iniciou uma investigação sobre seus fundos de 10 bilhões de dólares que investiram em títulos da Greensill.

Os bônus propostos para os membros do conselho executivo foram descartados e o presidente de saída Urs Rohner, que preside o banco desde 2011, renunciará à sua gratificação de presidente de 1,5 milhão de francos suíços para o ano.

O novo presidente António Horta-Osório, atual CEO do Lloyds Bank do Reino Unido, está sendo informado das investigações conduzidas por um “membro muito importante” do conselho de administração, disse uma fonte familiarizada com o assunto.

O banco disse que a perda da Archegos ofuscou um início de ano “forte” em suas unidades de banco de investimento e de gestão de patrimônio.

O banco disse que Christian Meissner, que dirigia o banco de investimentos no Bank of America antes de ingressar no Credit Suisse no ano passado, seria nomeado chefe do banco de investimentos a partir de 1º de maio. Joachim Oechslin retomará temporariamente o cargo de diretor de risco , que ocupou anteriormente até fevereiro de 2019, enquanto Thomas Grotzer se tornará o chefe global interino de conformidade.

Warner e Chin estão pagando o preço por um ano em que os protocolos de gerenciamento de risco do Credit Suisse foram submetidos a severas análises. Analistas do JPMorgan estimam que as perdas combinadas dos escândalos de Archegos e Greensill podem chegar a 7,5 bilhões de dólares.

A australiana Warner só assumiu a função de gerenciamento de risco e conformidade em agosto do ano passado, tendo sido anteriormente chefe do grupo de conformidade e diretora financeiro do banco de investimento. Chin dirigiu a unidade de mercados globais do banco entre 2016 e 2020, antes de ser transferido para o banco de investimento.

O Credit Suisse também está em contato com todos os membros de seu colégio regulatório central – composto pelo supervisor do mercado financeiro suíço FINMA, a Autoridade de Regulação Prudencial do Reino Unido e o Federal Reserve dos EUA – sobre o assunto Archegos, acrescentou a fonte familiarizada com o assunto. A FINMA confirmou que está em contato com o Credit Suisse sobre o assunto, mas recusou comentários adicionais.

 

 https://www.moneytimes.com.br/credit-suisse-reestrutura-gestao-apos-perda-de-us-47-bilhoes-com-archegos/