quarta-feira, 16 de março de 2022

Superintendência do Cade aprova joint venture entre Telefônica Brasil e Ânima

Sede da Vivo, marca detida pela Telefônica Brasil, em São Paulo (SP)


A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica aprovou, sem restrições, joint venture na área de educação a ser constituída entre Telefônica Brasil e Ânima Holding. A nova empresa atuará no desenvolvimento de negócio voltado à exploração comercial de cursos digitais livres e de curta duração para capacitação profissional.

A decisão está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 16.

Para a Superintendência do Cade, a formação da joint venture não gera implicações danosas ao ambiente concorrencial, principalmente porque a atuação será na exploração de um novo negócio pelas empresas.

Se o Tribunal do Cade não avocar o ato de concentração para análise ou não houver interposição de recurso de terceiro interessado, no prazo de 15 dias, a decisão da Superintendência terá caráter terminativo e a operação estará aprovada em definitivo pelo órgão antitruste.

Em fevereiro, quando anunciaram a conclusão da parceria, as empresas explicaram que ao final da operação a Telefônica ficará com 50% do capital social da joint venture e a Ânima deterá os 50% remanescentes. A relação entre ambas será regulada por Acordo de Acionista, a ser celebrado no momento do fechamento da transação.

A nova sociedade tem por objetivo operacionalizar uma plataforma digital de cursos livres de capacitação, com foco em educação continuada e empregabilidade em áreas como tecnologia, gestão, negócios e turismo.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/superintendencia-do-cade-aprova-joint-venture-entre-telefonica-brasil-e-anima-2/

 

 

Dos EUA ao Brasil, por que risco de estagflação voltou ao debate no mundo


A economia global pode estar distante da estagflação dos anos 1970. Mas da pandemia ao petróleo, a guerra na Ucrânia surge em um momento dos mais delicados

 

Por Carolina Riveira

 

 

 

Mais um dia, mais uma revisão de inflação para cima.

Essa tem sido a rotina em 2022. A situação inflacionária no mundo já vinha instável com variantes da covid-19 e gargalos na cadeia de suprimentos. Mas a guerra na Ucrânia faz ressurgir com força o debate sobre a chamada “estagflação” — termo que descreve um cenário de inflação alta e sem crescimento.

 

O risco é unir o pior dos dois mundos. Primeiro, as altas históricas no preço do petróleo e outras commodities chegam a uma economia global que enfrentava mesmo antes da guerra inflação anormalmente alta. Isso ocorre nos países desenvolvidos e de forma ainda mais acentuada nos emergentes (caso do Brasil, que fechou 2021 com inflação em 10,06%, a terceira maior desde a criação do Plano Real).

E do outro lado, choques de oferta em setores como o de energia podem frear a retomada que apenas começava a acontecer, após uma pandemia que matou 6 milhões de pessoas. Enquanto isso, as altas de juros esperadas para conter a inflação devem inevitavelmente desacelerar a atividade econômica.

“A guerra entrou para complicar um contexto que já tinha muita incerteza e riscos, no Brasil e no mundo”, diz a economista Margarida Gutierrez, professora do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead/UFRJ).

Juros nas alturas

O debate já acontecia, aqui e ali, há alguns meses. Mas a resposta na ponta da língua, como a EXAME mostrou em outubro passado, era mais previsível: com economias avançadas tendo juros muito baixos, bastaria subir um pouco as taxas e a inflação ficaria controlada sem choques muito profundos.

Assim, altas nos juros já eram esperadas para 2022 nas economias desenvolvidas. E no Brasil, onde o Banco Central havia levado a Selic de 2% a mais de 10% em um ano, o plano era começar a encerrar o ciclo de aumentos, ao mesmo tempo em que esperava-se que a inflação cairia pela metade, de 10% para a casa dos 5%.

Até que uma guerra surgiu no meio do caminho.

A grande dúvida agora — que o jornal britânico Financial Times chamou de um “desagradável dilema” — é se os bancos centrais terão de subir juros de forma muito mais acentuada do que o previsto. O conflito na Ucrânia já passa de 20 dias, sem um cessar-fogo duradouro à vista.

BC

Banco Central: ciclo de altas juros no mundo é esperado com a guerra na Ucrânia (Adriano Machado/Reuters)

Uma das primeiras respostas virá ainda nesta quarta-feira, 16, quando o Fed, o Banco Central americano, deve aumentar a taxa há anos zerada entre zero e 0,25%.

Analistas esperam outros seis ou sete aumentos, chegando à casa dos 2,5% e até 3% em 2023 nas projeções.

A inflação americana em janeiro e fevereiro superou 8%, a maior em quarenta anos — que não se via desde o fim, inclusive, da chamada “Grande Inflação” nos anos 1970, um período clássico de estagflação.

Em março, os números devem piorar ainda mais, com a gasolina batendo recordes, quase a US$ 5 o galão.

As cenas de filas nos postos americanos vistas nos últimos dias são quase nostálgicas da estagflação dos anos 1970. O mesmo aconteceu no Brasil, após a Petrobras anunciar aumento de 19% na gasolina e 25% no diesel, depois de 57 dias tentando segurar as altas.

O uso da definição de estagflação, no entanto, é polêmico entre economistas para descrever os riscos do cenário atual. “Não avalio que o termo é apropriado neste momento, nem aqui nem no mundo”, diz Alexandre de Ázara, do banco suíço UBS. 

O economista aponta que a projeção de crescimento do PIB brasileiro, por exemplo, tem sido revisada para cima, perto de 0,5%, o que não indica um cenário de recessão à vista.

“O que temos é um choque inflacionário, ponto. Houve um grande choque global de alimentos e energia, e com essa nova alta de commodities, temos mais um choque inflacionário em cima do anterior. Nossa visão é que isso vai exigir uma resposta de política monetária”, diz.

Para o Brasil, Azará defende altas mais bruscas do Copom na Selic neste momento, como dois aumentos de 1,5 ponto nas próximas duas reuniões (em vez de três aumentos de um ponto, uma opção mais amena).

É o petróleo, estúpido

Como hoje, a gota d’água na estagflação dos anos 1970 foi o petróleo, com as guerras no Oriente Médio e o posterior embargo dos países produtores da região contra os EUA por seu apoio a Israel. Com os choques, deu-se uma crise de oferta global e o preço do barril disparou.

Fila para abastecer em Maryland, em 1974: período da "Grande Inflação" nos EUA (Universal History Archive/Universal Images Group/Getty Images)

Desta vez, o risco é novamente uma disrupção nas cadeias de energia, uma vez que a Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo e líquidos do mundo. O país foi proibido de vender petróleo e gás aos EUA, por exemplo, e outras sanções também vêm impedindo investimentos em energia russa.

A situação na Europa é especialmente delicada porque a Rússia fornece 40% do gás da União Europeia, mais de um terço do petróleo e metade do carvão. Além de aumentar o custo de vida da população, os preços altos impactarão a indústria de forma ampla, um sinal vermelho para o crescimento. Enquanto isso, a inflação na zona do euro supera os 5% e deve passar de 6% ou mais com a guerra.

Mas há uma série de argumentos que analistas têm usado para apostar que o risco atual não deve chegar ao ápice da estagflação clássica. Um dos principais é que bancos centrais teriam aprendido a lição e vão subir juros e praticar política monetária mais contracionista antes de a inflação sair do controle, ou o fato de a economia ser hoje menos dependente de petróleo de uma só região.

Brasil e EUA, por exemplo, não estavam entre os maiores produtores nos anos 1970, mas viram suas produções alavancarem nas últimas décadas, com o pré-sal brasileiro e o gás de xisto americano.

Essa diferença, diz Gutierrez, da UFRJ, é crucial para que o risco de estagflação hoje seja menor, assim como os juros baixos pelo mundo. “Hoje, nos EUA, por exemplo, há mais 'gordura para queimar' e espaço para subir juros. Há riscos, mas não se compara ainda ao que foi nos anos 1970”, diz a economista.

Nixon: medidas econômicas criticadas levaram ao descontrole de preços (Don Carl STEFFEN/Gamma-Rapho/Getty Images)

Outro dos fatores que desencadearam a crise foram amplos custos dos governos americanos com a guerra no Vietnã e — dos necessários aos eleitoreiros — gastos sociais nos governos Johnson e Nixon. Nixon terminaria controlando preços, desvalorizando o dólar e forçando o Fed a abaixar juros antes de a crise estourar, o que se provou um erro.

Esses gastos têm sido, no limite, comparados com os da pandemia na lista de riscos. Mas nos EUA, os juros chegaram a beirar os 20% nos anos 1970, e mesmo assim, com inflação acima de 10%, cenário por ora inimaginável hoje.

O desafio em dobro no Brasil

No Brasil, a estagflação dos anos 1970 trouxe ainda seu caos particular, com os problemas estruturais do “milagre econômico” na ditadura militar aparecendo de vez, como o alto endividamento em dólar. Naquela época, a inflação chegava a 20%, mas iria para perto dos 100% até o final da década mesmo com juros altos (levando à subsequente década perdida dos anos 1980).

Agora, o país tem reservas em dólar e uma economia e dívida mais estabilizadas. Um dos desafios, porém, é que os choques globais chegam em momento especialmente delicado, lembra André Biancarelli, diretor do Instituto de Economia da Unicamp.

“Temos uma economia que há cinco, seis anos, está carente de motores de crescimento, a recuperação tem sido muito anêmica, esse é um problema que permanece. E com a guerra, adicionam-se a isso muitas camadas de incerteza”, diz Biancarelli, que aponta que o mundo tem visto um “nível de inflação latino-americana, mas em economias desenvolvidas".

Reforma Trabalhista - Nova lei trabalhista - CLT

Emprego: massa de rendimento da população brasileira caiu desde o fim do Auxílio Emergencial, mesmo com quedas no desemprego (Jorge Rosenberg/Reuters)

Para o cenário de inflação do Brasil, o desemprego tem caído, mas não se compara aos cenários folclóricos de EUA e Europa, com funcionários pedindo demissão ou barganhando aumentos em meio ao grande número de vagas abertas.

Por aqui, a massa de rendimento medida pelo IBGE inclusive diminuiu, o que indica que muitos brasileiros têm aceitado empregos informais ou com salário inferior, tornando a inflação especialmente trágica. Na última vez que houve inflação acima de 10%, em 2015, o desemprego era também menor.

A inflação que se viu em 2021 foi sobretudo de oferta, o que é preocupação para 2022 e 2023 se houver altas em demanda. Para Ázara, do UBS, é importante que o BC não “deixe as expectativas deteriorarem”.

Como sempre é um risco para economias emergentes, um aumento brusco nos juros nos EUA e Europa também levaria a uma desvalorização do real, com mais inflação. A alta das commodities, entre outros fatores, levou ao “rali” do real nas últimas semanas, mas a situação pode mudar em um piscar de olhos, somada também a riscos fiscais e incerteza eleitoral no Brasil em 2022.

Posto Shell em São Paulo/SP

Posto de gasolina: aumento global dos preços pressiona custo de vida dos brasileiros (André Lessa/Exame)

Após a Petrobras aumentar os preços dos combustíveis, o boletim Focus desta semana já trouxe a projeção de inflação para 2022 em quase um ponto percentual maior, a 6,45% (após ter começado o ano em 5%).

“Para o Brasil, não vejo que as commodities, sozinhas, podem dar conta”, diz Biancarelli, da Unicamp.

“Ainda que o Brasil não seja diretamente afetado pela guerra — com exceção dos fertilizantes —, minha visão é que o saldo em 2022 até agora é muito mais negativo do que positivo.”

Por outro lado, chegar verdadeiramente a uma "estagflação" significaria que o Brasil e o mundo, no pior dos cenários, poderiam ver retração no crescimento e aumento do desemprego ao mesmo tempo em que os preços sobem descontroladamente. Isso ainda não é um fato.

O Fundo Monetário Internacional foi categórico neste mês ao afirmar que a Rússia, sim, pode estar a dias de um calote na dívida, mas que isso não deve levar a uma crise financeira global. A aposta por ora é que o mundo em 2022 é muito diferente do que era em 1970, e que haverá desaceleração, embora não um completo descontrole como há 40 anos.

As incertezas, ainda assim, estão longe de acabar. E os reflexos para os cidadãos em todo o mundo, principalmente os mais pobres, seguirão sendo uma infeliz realidade que governos terão de trabalhar para amenizar.

 

 https://exame.com/economia/estagflacao-crise-guerra-ucrania/

 

Taurus investirá R$ 250 milhões neste ano


Vendas obtiveram alta de 47,4% no ano passado 
 
 
Com lucro líquido de R$ 206,9 milhões no quarto trimestre, a Taurus apresentou resultado consolidado de R$ 635,1 milhões em 2021, seu terceiro resultado positivo consecutivo

 

A Taurus Armas divulgou seus resultados apresentando um Ebitda (indicador financeiro que mostra o potencial de geração de caixa de uma empresa) de R$ 1 bilhão em 2021, 111,4% acima do registrado em 2020, a companhia quebra uma barreira importante que reflete o seu atual padrão de desempenho operacional.

A receita líquida consolidada da Taurus atingiu R$ 2,7 bilhões em 2021, com alta de 47,4% em relação ao exercício anterior. Além do aumento no volume de vendas de armas, o preço médio dos produtos também teve crescimento no ano. Com base em investimentos dedicados a pesquisa e desenvolvimento, a Taurus vem agregando novos produtos à sua linha, colocando no mercado um mix de maior valor agregado. Ainda, em junho do ano passado, a empresa aplicou aumento de 10% em sua tabela de preços de armas nos Estados Unidos e, a partir de agosto, de 17% no Brasil. A demanda não foi afetada pelos reajustes. Em 2021, foram 2,2 milhões de armas produzidas, crescimento de 44,5% em relação ao ano anterior. Com lucro líquido de R$ 206,9 milhões no quarto trimestre, a Taurus apresentou resultado consolidado de R$ 635,1 milhões em 2021, seu terceiro resultado positivo consecutivo. O lucro obtido em 2021 multiplica por 2,4 vezes o valor apurado no exercício anterior.

A fábrica dos Estados Unidos atingiu a produção de 868 mil unidades no ano, volume superior ao estimado inicialmente como capacidade máxima da unidade de 800 mil armas por ano, considerando a estrutura original, que não demandou investimentos da companhia em função do acordo firmado com o governo do Estado da Georgia. O prédio tem ainda cerca de 60% de sua área disponível, com espaço para ampliação da capacidade a partir de novos investimentos. Ao mesmo tempo, a produtividade da fábrica brasileira continuou aumentando, de modo que a produção no ano somou 1,4 milhão de armas em 2021, 20% superior ao volume de produção de 2020.

As vendas também seguiram em alta. Em solo norte-americano, o NICS (National Instant Background Check System), indicador do número de pessoas interessadas em adquirir uma arma, mostrou que a demanda seguiu aquecida em 2021, atingindo o segundo maior patamar desde que foi criado. Ainda assim, em relação ao recorde histórico registrado em 2020, houve redução de 12%. Mas as vendas da Taurus no país apresentaram tendência inversa do NICS com crescimento de 23,4% em 2021, evidenciando o aumento do market share da marca. Para 2022, a percepção é que o cenário será semelhante, com a demanda norte-americana perdendo um pouco de força em relação aos dois últimos anos.

Além do aumento de participação de mercado nos Estados Unidos, a Taurus tem outros projetos em andamento, como a joint venture Jindal Taurus na Índia, que vai contribuir para ampliar a atuação na região. O projeto da fábrica no país está em andamento, após atraso significativo em função de dificuldades criadas pela pandemia de Covid-19. Agora, a construção do prédio está sendo concluída e a primeira equipe da Taurus do Brasil foi ao país para uma visita técnica em fevereiro. Para 2022, o planejamento considera investimentos da ordem de R$ 250 milhões, seguindo com a modernização e ampliação da estrutura industrial, de modo a dar sustentação ao crescimento da companhia. No ano passado a Taurus investiu R$ 175 milhões.

A Taurus Armas é a 127ª maior empresa da região e também a 51ª maior do Rio Grande do Sul, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado pelo Grupo AMANHÃ com o apoio técnico da PwC. Leia o anuário completo clicando aqui, mediante pequeno cadastro.

 

 https://amanha.com.br/categoria/empresa/taurus-investira-r-250-milhoes-neste-ano?utm_campaign=NEWS+DI%C3%81RIA+PORTAL+AMANH%C3%83&utm_content=Taurus+investir%C3%A1+R%24+250+milh%C3%B5es+neste+ano+-+Grupo+Amanh%C3%A3+%283%29&utm_medium=email&utm_source=EmailMarketing&utm_term=News+Amanh%C3%A3+16_03_2022

Ranking mostra as principais cidades para empreender no Brasil; confira


Crédito: Pixabay

Empreendedorismo: São Paulo e Florianópolis lideram ranking (Crédito: Pixabay)


São Paulo foi eleita novamente a melhor cidade para empreender levando em conta sete fatores: ambiente regulatório; infraestrutura; mercado; capital financeiro; inovação; capital humano; e cultura empreendedora. Na segunda colocação ficou Florianópolis. A grande surpresa foi Curitiba, que completou o pódio neste ano e não figurava entre as 10 principais cidades no ano passado. 

Brasília, São Bernardo do Campo, Jundiaí e Rio de Janeiro, que estavam no top 10 em 2020, não estão mais. 

Veja a lista: 

 

Pelo segundo ano, nenhuma cidade das regiões norte e nordeste aparece entre as principais para se empreender no país.  

“No ranking geral o empreendedorismo continua concentrado em cidades do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, mas um olhar mais aprofundado por área nos permite ver que municípios do Nordeste e Norte também têm experiências bem-sucedidas relevantes. Essas experiências podem e devem ser replicadas no contexto pós-pandemia que vivemos, especialmente porque uma das marcas da atualidade é o rompimento das barreiras físicas e a instalação permanente dos negócios digitais no país”, destacou o presidente da Enap, Diogo Costa.

 

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/ranking-mostra-as-principais-cidades-para-empreender-no-brasil-confira/

 

 

 

terça-feira, 15 de março de 2022

O que significa a invasão de Putin para o futuro da Suíça


 
Keystone / Manuel Lopez

Ao adotar as sanções decididas pela União Europeia contra a Rússia, a Suíça se posicionou claramente apesar da neutralidade. Isto traz profundas conseqüências para a política do país na China e na Europa. Uma análise.

Este conteúdo foi publicado em 07. março 2022 - 10:00

Quando um presidente americano cita o país dos Alpes em meio à invasão russa da Ucrânia, algo deve ter acontecido. "Até a Suíça pune a Rússia e apóia a população ucraniana", declarou Joe Biden ao Congresso.

O jornal "New York Times" também reagiu imediatamente à decisão do Conselho Federal (o Poder Executivo na Suíça) de aderir às sanções contra a Rússia escrevendo: "Ao tomar essa decisão, a Suíça deixa de lado sua longa tradição de neutralidade". Em Moscou, os canais públicos de mídia também falaj de uma "ruptura significativa" com a neutralidade. Internamente, o Partido do Povo Suíço (SVP, na sigla em alemão) expressou sentimentos semelhantes.

De fato, a Suíça colocou em cheque um dos paradigmas da sua política externa. Mas o que significa esse passo? O fim da neutralidade helvética? Vamos tentar esclarecer a questão em sete pontos.

Como a Suíça deve se posicionar no mundo? O ministro suíço da Economia, Guy Parmelin, e o presidente da Confederação Suíça, Ignazio Cassis, frente ao prédio da ONU em Nova York. Keystone / Jean-marc Crevoisier

1. Suíça permanece neutra...militarmente

Os editorais em canais de mídia como o NYT, Russia Today (RT) e do partido SVP são enganosos: a Suíça permanecerá militarmente neutra, mesmo após a decisão do Conselho Federal. O direito internacional impõe apenas algumas obrigações a um Estado neutro: este não pode apoiar nenhum lado com soldados ou armamentos; não pode colocar seu território à disposição de nações em conflito e não pode aderir a nenhuma aliança militar. Essas regras continuam sendo aplicadas.

Assim, a posição da Suíça difere marcadamente daquela da Suécia, que se declara "neutra" apesar de estar hoje fornecendo armamentos à Ucrânia e até mesmo flertando com a adesão à OTAN. Essas duas opções são descartadas pela Suíça.

2. Conselho Federal radicaliza sua política

A decisão do governo não viola a neutralidade, mas isso a afeta no sentido mais amplo. A idéia básica por trás disso: um Estado que pretende se manter neutro em um conflito geralmente se comporta de tal forma que outros países possam confiar nessa neutralidade. Além disso, a posição política da Suíça visa possibilitar que ela possa mediar em conflitos. 

Mas não há regras fixas, dizendo o que o país pode ou não fazer para se manter neutro. Tudo depende do contexto. Basicamente, a neutralidade não impede que a Suíça represente de forma robusta seus valores no mundo. Tampouco proibe o país de participar de sanções econômicas.

Nos últimos 200 anos, a interpretação da política de neutralidade mudou constantemente. Até 1990, a Suíça não chegava nem a participar de sanções decididas na ONU. O caso russo não é, portanto, uma ruptura com a política anterior. No entanto, representa uma escalada sem precedentes desta política.

3. Neutralidade não é preceito de Estado

A Constituição Federal suíça não menciona a neutralidade nem como propósito do Estado, nem nos objetivos da política externa, mas apenas como um instrumento político. Ela dá maior peso a objetivos como o respeito aos direitos humanos, promoção da democracia e a coexistência pacífica dos povos. Se a neutralidade colide com esses valores, a Suíça tem que pesar os prós e contras.

4. Não sancionar seria uma violação da neutralidade

Em muitos conflitos não está claro quem é a vítima e quem o transgressor. Na guerra da Ucrânia, entretanto, a resposta está clara frente ao direito internacional: a Rússia é o país agressor; a Ucrânia, a vítima. Vladimir Putin viola dezenas de artigos da Carta das Nações Unidas. A Ucrânia apenas exerce seu direito à autodefesa. Qualquer país que não tome uma posição numa situação semelhante se torna cúmplice do perpetrador.

Isto se aplica à Suíça ainda mais do que a outros países: 80% do comércio de matérias-primas da Rússia ocorre na Suíça; 30% de todos os ativos estrangeiros de particulares e empresas russas estão depositados em bancos suíços. Se a Suíça optasse por não aplicar as sançõoes, poderia ser vista como uma "aproveitadora" da guerra. Em outras palavras, sancionar a Rússia não é uma violação da neutralidade. Pelo contrário: não sancionar seria uma violação da sua neutralidade.

5. Governo não teve outra escolha

A pressão internacional aumentava. Se a Suíça não tivesse cedido na questão das sanções, mesma poderia ter sido até sancionada pelos EUA e União Europeia. Porém é possível que esta decisão impossibilite o país de agir como mediador entre as partes na crise da Ucrânia, o que seria um dano colateral deveras lamentável.

6. O caso é um precedente

Não importa saber se o Conselho Federal tinha livre-escolha, mas sua decisão poderá ter consequências para o futuro do país. Pois, em termos de efeito, a Suíça aderiu à coalizão ocidental liderada pela UE e OTAN. Este é um precedente para outras catástrofes semelhantes que ameaçam o mundo. É de se temer que a China, em algum momento, tente anexar Taiwan. Na lógica do caso russo, a Suíça também teria então de adotar sanções contra a China caso isso ocorra.

7. Importância de um acordo com a UE

Para a Suíça, existe o perigo de que a guerra na Ucrânia solidifique ainda mais o mundo em blocos hostis, política e economicamente. Isto torna a Europa ainda mais importante para a economia helvética. É, portanto, ainda mais importante que o Conselho Federal e o Parlamento estabilizem o mais rápido possível as relações com a UE. Um acordo com o bloco sobre questões institucionais tornou-se ainda mais urgente como resultado da invasão de Putin.

Artigo publicado originalmente no jornal Tages Anzeiger em 2.3.2022Link externo e reproduzido com autorização do autor.

Adaptação: Alexander Thoele

 

 https://www.swissinfo.ch/por/economia/o-que-significa-a-invas%C3%A3o-de-putin-para-o-futuro-da-su%C3%AD%C3%A7a/47402176?utm_campaign=SWI+&utm_medium=email&utm_source=newsletter&utm_content=o


Sim Rede de Postos anuncia aquisição da Querodiesel


Transação amplia em R$ 1 bilhão o faturamento anual da empresa nascida na Serra Gaúcha 
 
“Agora nossa oferta fica completa”, comemora Neco Argenta, presidente da companhia

A partir de agora a Sim passa a ser titular de 100% da Querodiesel, que permanecerá com a mesma razão social e assumirá a gestão e comercialização de diesel e lubrificantes. A transação vai garantir o acréscimo de R$ 1 bilhão ao faturamento anual da Sim. A operação aguarda aprovação final do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O valor do negócio não foi revelado pelas empresas. A aquisição foi aprovada pelos conselhos das duas companhias e o início da operação está previsto para os próximos dias. A atividade da operação abrangerá a gestão da matriz da Querodiesel em Canoas, filiais em Cachoeira do Sul, Dom Pedrito, Bento Gonçalves e a expansão em Rio Grande.

Além disso, a Sim assume a indústria de Arla, com a marca Quero Arla, e também passa a gerir a operação exclusiva da marca Petronas – empresa petrolífera da Malásia, responsável pela fabricação e comercialização de diversos produtos, entre eles lubrificantes, os quais a Sim passa a comercializar com exclusividade no Rio Grande do Sul. A Petronas está entre as cinco maiores fabricantes de lubrificantes do mundo e presente em 30 países.

Neco Argenta, presidente da companhia, dá detalhes sobre a aquisição. "Existia uma parte da cadeia do nosso segmento de revenda e distribuição de combustíveis que a Sim não atuava – os TRRs e pequenos nichos justamente atendidos pela Querodiesel. Agora nossa oferta fica completa".Agindo como Transportador-Revendedor-Retalhista (TRR), a Sim está autorizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a adquirir em grande quantidade combustível a granel, óleo lubrificante acabado e graxa envasados para depois vender em pequenas quantidades. E também fica responsável pelo armazenamento, transporte, controle de qualidade e assistência técnica ao consumidor quando da comercialização de combustíveis.

Desta forma a Sim passa a atender também os segmentos de agricultura, transporte, hotelaria, grupos geradores, construção civil, embarcações marítimas, aquecimento residencial, caldeiras e calefação, oficias mecânicas, postos de gasolina, centros automotivos, troca de óleo, auto-peças e moto-peças.

A Querodiesel, empresa fundada em 1979 por Henrique Stefani, Luiz Carlos Stefani e Nilson Schenkel, tem 40 anos de experiência no mercado de transporte e gerenciamento de combustível, e é líder no segmento de distribuição TRR no Rio Grande do Sul, fornecendo óleo diesel, querosene, lubrificantes e Arla 32 diretamente ao consumidor. Os 140 funcionários da empresa passam a fazer parte do quadro da Sim Rede de Postos.

 

 https://amanha.com.br/categoria/negocios-do-sul1/sim-rede-de-postos-anuncia-aquisicao-da-querodiesel?utm_campaign=NEWS+DI%C3%81RIA+PORTAL+AMANH%C3%83&utm_content=Sim+Rede+de+Postos+anuncia+aquisi%C3%A7%C3%A3o+da+Querodiesel+-+Grupo+Amanh%C3%A3+%283%29&utm_medium=email&utm_source=EmailMarketing&utm_term=News+Amanh%C3%A3+15_03_2022

 

Regulador da África do Sul leva Meta ao tribunal por domínio de mercado

Meta Logo: valor, história, PNG


Por Tim Cocks

 

 

JOANNESBURGO (Reuters) – A Comissão de Concorrência da África do Sul disse na segunda-feira que levou a Meta, dona do Facebook e do WhatsApp, a um tribunal por abuso de posição dominante no mercado.

Mas um porta-voz do WhatsApp disse que o regulador estava se opondo a ações destinadas a proteger usuários de abusos.

Em comunicado, o regulador acusou a Meta de “abusar de seu domínio ao se envolver em conduta excludente voltada para impedir que concorrentes ou concorrentes em potencial entrem, participem e se expandam em um mercado”.

A comissão disse que a Meta decidiu excluir o GovChat (startup que conecta governo e cidadãos) e sua unidade #LetsTalk de sua interface de programação de aplicativos de negócios no WhatsApp. Disse ainda que a empresa “aplicou seletivamente termos e condições de exclusão que regulam o acesso à API do WhatsApp Business, principalmente restrições ao uso de dados”.

O WhatsApp defendeu a exclusão do GovChat, dizendo que a startup não estava cumprindo os termos de serviço da Meta.

“O GovChat se recusou repetidamente a cumprir nossas políticas projetadas para proteger os cidadãos e suas informações, preferindo priorizar seus próprios interesses comerciais em detrimento do público”, disse um porta-voz do Whatsapp. “Continuaremos a defender o WhatsApp de abusos.”

Funcionários do GovChat não estavam imediatamente disponíveis para comentar.

A Meta está enfrentando ação antitruste de várias autoridades, incluindo de EUA, Reino Unido e União Europeia.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/regulador-da-africa-do/