Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
Selic a 13,75%: quinta-feira
sob intensa pressão com a manutenção do juro básico e do comunicado do
BC (Crédito: REUTERS/Adriano Machado)
Por Fabrício de Castro
22 Mar (Reuters) – Os mercados de juros futuros, dólar e ações devem
passar por ajustes importantes na quinta-feira no Brasil, segundo alguns
profissionais, após o Banco Central ter mantido a Selic em 13,75% ao
ano e ter sinalizado a possibilidade de persistir com taxas elevadas por
mais tempo, para conduzir a inflação às metas.
Como o comunicado foi duro –ou “hawkish”, pelo termo do mercado– ao
tratar dos desafios para o controle da inflação, a visão é de que o
mercado de DIs refletirá isso, em especial na ponta curta.
“Primeiro, o mercado estava precificando um comunicado que pudesse
trazer possível indicação de corte de juros, talvez em junho. Isso não
existiu. O BC deu sinal de que pode até aumentar os juros”, comentou
Flavio Serrano, economista e sócio da BlueLine Asset Management.
Após as taxas dos contratos futuros de juros terem recuado nesta
quarta-feira, antes do anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom)
do BC, a expectativa de Serrano é de que elas subam na quinta-feira, em
especial entre os contratos mais curtos.
“As taxas mais curtas devem subir, e a curva tende a perder
inclinação. Isso porque as taxas longas podem subir menos ou até cair”,
explicou. “Se as expectativas de inflação continuarem piorando, podemos
ter eventualmente o ano de 2023 inteiro com o BC parado”, alertou.
No mercado de câmbio, a expectativa é de um dólar mais fraco em
relação ao real. Além de a decisão de juros do Federal Reserve, o banco
central norte-americano, nesta quarta-feira ter aberto espaço para a
baixa da moeda norte-americana ante diversas outras divisas, a
perspectiva de uma Selic alta por mais tempo contribui para o
fortalecimento do real.
“Pelo menos no curto prazo, a sinalização do Copom é boa para o
real”, afirma o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria
Júnior. “A decisão desta quarta-feira tende a ser negativa para a bolsa e
para o dólar. No caso dos juros, haverá um aumento nas taxas curtas”,
disse.
A reação do mercado, no entanto, é apenas uma das consequências da
decisão. Faria Júnior lembra que o presidente do BC, Roberto Campos
Neto, vem sendo pressionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
por membros do PT para baixar a taxa básica de juros o quanto antes.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, é uma das maiores
críticas de Campos Neto. Na noite desta quarta-feira, pouco depois do
anúncio do Copom, ele usou o Twitter para criticar o presidente do BC.
“Roberto Campos, explica como empresários podem captar recursos com
os maiores juros do mundo? Como investir se o dinheiro aplicado rende 8%
reais? Você não entendeu seu compromisso com o Brasil?”, disparou.
No comunicado da noite desta quarta-feira, no entanto, a diretoria do
BC parece não ter aberto brechas claras para cortes de juros,
considerando o avanço da inflação e o cenário global incerto.
“Não dá para saber o quanto o Roberto Campos vai ser detonado, porque
o comunicado é muito duro, fala até em subir juros”, afirmou Faria
Júnior. “Mas para 2025, 2026, estão piorando as expectativas de
inflação. Então, na quinta-feira o juro curto sobe, o dólar cai, e as
bolsas caem.”
Para o economista-chefe da Órama Investimentos, Alexandre Espírito
Santo, e a analista de macroeconomia, Eduarda Schmidt, “mesmo com a
pressão política que o BC vem sofrendo nos últimos meses, a atuação do
Copom se manteve focada no balanço de riscos e na convergência das
expectativas e ancoragem da inflação”.
Em análise distribuída após o Copom, eles afirmam que o BC deverá
aguardar a tramitação no Congresso do novo arcabouço fiscal para ter
maior convicção em relação a cortes de juros.
Supercomputador conecta-se à nuvem a partir do espaço e melhoram a vida na Terra.
por LÍDER.INC
Christine
Kretz, vice-presidente de programas e parcerias do Laboratório Nacional
da Estação Espacial Internacional dos Estados Unidos (Foto: Divulgação/Linkedin)
Quando Michael Collins espiou por um portal no módulo de comando da
Apollo 11, que orbitava apenas a lua enquanto Neil Armstrong e Buzz
Aldrin realizavam seu passeio histórico sob a Lua, ele viu um planeta
azul e branco sem fronteiras. Ocorreu-lhe que os humanos teriam um
futuro melhor se os líderes políticos também pudessem ver o mundo dessa
forma, como um globo inteiro, e aprender a colaborar.
Mas ele não seria capaz de compartilhar suas famosas reflexões com o
povo de seu país até que colocasse os pés de volta na Terra, em parte
devido à conectividade muito limitada entre a espaçonave e o controle
terrestre.
Engenheiros de software e pesquisadores de todas as empresas estão
trabalhando juntos para mudar isso com uma nova parceria que visa
melhorar a comunicação e permitir experimentos que impulsionarão os
astronautas para o espaço enquanto melhoram a vida das pessoas na Terra.
É tudo baseado em uma nova plataforma que inclui um supercomputador do
tamanho de um pequeno forno de micro-ondas que se conecta à nuvem a
partir do espaço.
“Cresci com o espaço no noticiário noturno e agora estamos de volta
com uma nova corrida espacial, movida a novas tecnologias”, diz
Christine Kretz, vice-presidente de programas e parcerias do Laboratório
Nacional da Estação Espacial Internacional dos Estados Unidos. Os novos
foguetes reutilizáveis ??tornam a exploração espacial mais acessível e
abrem para mais jogadores, diz ele, “e esse é o novo espaço. Derrubar
rivalidades e divisões”.
A organização de Kretz tem sido liderada pela NASA, através do
Congresso, para gerenciar o Laboratório Nacional dos Estados Unidos a
bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), e seu trabalho é procurar
grupos, de universidades a startups e gigantes da tecnologia, que
“farão o melhor uso possível da tecnologia para esta espaçonave, que se
tornou um laboratório flutuante que dá a volta ao mundo. ”
Remover a gravidade da equação fez uma enorme diferença para os
cientistas que pesquisam de tudo, desde motores de combustão a sistemas
de purificação de ar e tratamentos de câncer. Em seus 21 anos de
ocupação humana, a estação espacial já hospedou mais de 3.000
experimentos, de mais de 4.000 pesquisadores, de mais de 100 países.
Com mais de centenas de ideias em andamento, os cientistas precisam
de uma infraestrutura e conexão fortes para executar e acessar seus
experimentos. É isso que a nova parceria entre a Hewlett Packard
Enterprise (HPE) e a Microsoft, com o Azure Cloud and Environment
Computing, pretende oferecer.
Até agora, os dados de pesquisa coletados da estação espacial eram
transmitidos por gotículas, devido às prioridades concorrentes para a
conectividade limitada disponível. Quando os pesquisadores obtiveram
seus dados, já era tarde demais para fazer os ajustes necessários no
processo de coleta ou reagir a quaisquer surpresas que pudessem surgir
fora da influência da gravidade.
Essa conectividade restrita também pode atrasar a comunicação de
decisões críticas aos astronautas, que muitas vezes precisam esperar que
as informações cheguem ao controle terrestre e sejam analisadas e
depois devolvidas com as informações necessárias.
Isso é bastante difícil com a estação espacial, cuja órbita está a
250 milhas acima da Terra. Mas a lua está quase mil vezes mais longe do
que isso. E em sua posição orbital mais distante, Marte é um milhão de
vezes essa distância. Portanto, as missões que vão mais longe no espaço
sideral precisarão de mais poder de computação disponível para os
astronautas e melhores canais para compartilhar informações.
A HPE já havia começado a projetar supercomputadores para a NASA usar
no planejamento das missões. Então, a empresa pegou uma das centenas de
servidores de computação de alto desempenho que compõem um
supercomputador, certificou-se de que caberia em um foguete e, em
seguida, testou para ver se ele poderia sobreviver ao tremor e chocalho
de um lançamento, ser instalado por pessoas não treinadas e funcionar no
espaço, onde os raios cósmicos dispersos podem transformar o 1s em 0s
de um computador, ou vice-versa, e causar estragos no sistema.
Funcionou.
E agora, a segunda iteração, Spaceborne Computer-2, enviada à ISS em
fevereiro, incorpora a abordagem comprovada da primeira missão, com um
sistema muito mais avançado, que é projetado especificamente para
ambientes hostis e para processamento de inteligência artificial e
analítica, disse Mark Fernandez, investigador principal da HPE para o
projeto.
O Spaceborne Computer-2 é poderoso o suficiente para fazer o trabalho
de análise de dados na fonte de coleta, bem ali no espaço, com um
processo chamado computação de ambiente. É como se sua mão enviasse
informações para o cérebro e você tivesse que esperar a análise e a
resposta antes de dar o sinal para sair do fogão quente e, então, de
repente, você teria a capacidade de analisar a temperatura diretamente
com a ponta do dedo e decidisse fazê-lo para recuar imediatamente com o
calor.
Existem centenas de instrumentos na estação espacial, alguns que
coletam dados constantemente e outros que requerem streaming de vídeo
frequente. Reduzir a quantidade de dados que precisam ser transmitidos
libera esse fluxo para mais experimentos científicos.
Ainda assim, cálculos mais longos devem ser enviados à Terra para obter ajuda.
Um dos experimentos que os parceiros estão realizando, por exemplo,
atende às necessidades de saúde dos astronautas em missões espaciais
mais longas. Os efeitos no corpo humano de estadias prolongadas no
espaço não são totalmente compreendidos, portanto, a tecnologia que
permite o monitoramento frequente das mudanças ao longo do tempo é de
uma importância única.
Portanto, o experimento testa se os astronautas podem monitorar
constantemente sua saúde em meio ao perigo potencial de exposição
adicional à radiação a bordo de uma espaçonave, o que pode ser ainda
mais arriscado quando um planeta como Marte está a sete meses de viagem
sem tratamento médico. Os astronautas do experimento baixam seus genomas
e os analisam em busca de anormalidades. Eles então são comparados ao
banco de dados do Instituto Nacional de Saúde para descobrir se há novas
mutações e se são benignas e a missão pode continuar, ou se são aquelas
que estão frequentemente relacionadas ao câncer que podem exigir
atenção imediata na Terra. É o teste definitivo da telemedicina que
também é visto em locais remotos ao redor do mundo.
“O espaço está passando por um importante período de transformação.”
Mas o sequenciamento de um único genoma humano – cerca de 6 bilhões
de caracteres – gera cerca de 200 gigabytes de dados brutos, e o
Spaceborne Computer-2 recebe apenas duas horas de largura de banda de
comunicação por semana para transmitir dados para a Terra, com uma
velocidade máxima de download de 250 kilobytes por segundo. Isso é menos
de 2 gigabytes por semana – nem mesmo o suficiente para baixar um filme
da Netflix, o que significa que levaria dois anos para transmitir
apenas um conjunto de dados genômicos.
“É como voltar a usar um modem dial-up na década de 1990”, diz David
Weinstein, diretor sênior de engenharia de software da divisão Azure
Space da Microsoft, que foi criada no ano passado para oferecer suporte
àqueles que já estão no setor, integrando sua nuvem com plataformas de
satélite de outras empresas.
Portanto, a equipe de Weinstein desenvolveu a ideia de mudar o que
muitas organizações fazem agora, quando ficam sem espaço para cálculos
em seus próprios sistemas de TI e temporariamente “estouram” o
armazenamento da nuvem; é o mesmo padrão, diz ele, só que atinge a nuvem
do espaço. Quando a estação espacial fica sem espaço de computação
durante um experimento, ela automaticamente entra na enorme rede de
computadores Azure para obter ajuda, conectar o espaço à Terra e
resolver o problema na nuvem.
O Spaceborne Computer-2 pode rastrear dados a bordo, seguir o código
escrito por engenheiros para encontrar eventos ou anomalias que precisam
de escrutínio adicional, como mutações, no caso do experimento do
genoma, e então pode enviar apenas esses bits de volta para a Terra e
para Azure, em vez de trabalhar para enviar bilhões de dados. A partir
daí, os cientistas em qualquer lugar do mundo podem usar o poder da
computação em nuvem para executar seus algoritmos para análise e
decisões, acessando milhões de computadores funcionando em paralelo e
conectados por 165.000 milhas de cabos de fibra óptica, que conectam
data centers do Azure espalhados por 65 regiões ao redor o mundo.
Fernández se lembra de ter ouvido sobre as frustrações de um
pesquisador de que demoraria meses para obter seus dados da estação
espacial. Ele se ofereceu para ajudar, e a Spaceborne Computer processou
seu conjunto de dados em seis minutos, compactou-o e baixou um arquivo
20.000 vezes menor, diz ele.
“Assim, passamos de meses para minutos”, diz Fernández. “E foi então que a lâmpada apagou.”
A velocidade é ainda mais importante porque o Congresso autorizou apenas um orçamento para a estação espacial até 2024.
“Temos que fazer tudo o que pudermos no tempo que nos resta”, diz Kretz.
A HPE concluiu quatro experimentos iniciais até agora, incluindo o
envio de dados para a nuvem da Microsoft, com uma mensagem bem-sucedida
de “olá, mundo”, e tem outros quatro em andamento e outros 29 na fila,
diz Fernandez. Alguns dos testes têm a ver com saúde, como o experimento
do genoma e a transmissão de ultrassonografias e raios-x dos
astronautas. Outros estão nas ciências da vida, como analisar colheitas a
bordo para missões mais longas para determinar se uma batata de
aparência estranha está apenas deformada devido à falta de gravidade,
uma nova variável na biologia, ou está infectada com algo e precisa ser
destruída. E outros lidam com viagens espaciais e comunicações satélite a
satélite.
A atividade e a exploração do espaço têm um grande impacto na vida
diária na Terra, seja por internet banda larga ou sinais de GPS de
satélites que fornecem sinais de navegação e cronometragem, como os de
redes financeiras para que um motorista passe seu cartão de crédito em
um posto de gasolina. E as limitações das espaçonaves, que estão ficando
menores e mais potentes, mas ainda precisam ser leves e totalmente
autônomas, forçam os engenheiros e desenvolvedores a repensar as
suposições sobre seus projetos.
Isso impulsiona inovações que levam a avanços na ciência aplicada com
uma variedade de utilizações no terreno, diz Steve Kitay, que foi
subsecretário adjunto para política espacial no Departamento de Defesa
dos EUA antes de ingressar na Microsoft no ano passado para liderar o
Azure. E o impacto disparou desde que a SpaceX e outras empresas
introduziram novos foguetes, diz ele, incluindo alguns que podem ser
reutilizados, reduzindo significativamente o custo de lançamento.
“Estamos de volta com uma nova corrida espacial, movida por uma nova tecnologia.”
“O espaço está passando por um importante período de transformação”,
diz Kitay. “Em um nível histórico, tem sido um ambiente dominado pelos
principais estados e governos, porque era muito caro construir e lançar
sistemas espaciais. Mas o que está acontecendo agora é uma rápida
comercialização do espaço que abre novas oportunidades para muitos mais
protagonistas”.
O novo uso de software de código aberto, com código que é público
para qualquer programador desenvolver e personalizar, tornou mais fácil
criar programas que podem ser executados na estação espacial, diz Glenn
Musa, engenheiro de software sênior do Azure Space. E como o Spaceborne
Computer-2 tem uma conexão Azure com as mesmas ferramentas e linguagens
padrão dos computadores na Terra, ele diz, os desenvolvedores “não
precisam mais ser engenheiros espaciais especiais ou cientistas de
foguetes” para criar aplicativos para a ISS, é possível fazer isso com
as habilidades de um estudante de ciência da computação do ensino médio.
Os que trabalham na exploração do espaço hoje “nasceram tarde demais
para a corrida espacial do século passado, mas cedo demais para se
aventurar no espaço em nossa própria espaçonave”, diz Musa. “Mas assim
que conseguirmos conectar dispositivos do espaço aos computadores que
temos aqui na Terra, abrimos uma grande caixa de areia, vamos poder
fazer parte da experimentação no espaço e do desenvolvimento de novas
tecnologias que usaremos no futuro”.
“Isso não era possível antes, mas agora as possibilidades são infinitas.”
por Ricardo Scheffer é CEO da SONDA Brasil, líder regional em serviços de Transformação Digital.
Ricardo Scheffer é CEO da SONDA Brasil. (Foto: Divulgação)
Com mais de 100 milhões de usuários, o ChatGPT é capaz de inventar
receitas, criar textos acadêmicos, sugerir presentes, escrever e-mails e
planejamentos, além de diversas outras funções que a novidade consegue
executar em segundos. Criado com base em Inteligência
Artificial (IA), o novo chatbot reúne informações coletadas por
algoritmos e cria repostas aos questionamentos feitos de maneira on-line
pelos usuários. A novidade chocou o mundo, pois se mostrou capaz de
executar atividades profissionais de maneira semelhante aos humanos,
como escrever um artigo ou montar um planejamento, usando linguagem
natural. Embora o ChatGPT tenha surpreendido por sua enorme
capacidade, a novidade reacendeu uma antiga discussão sobre os limites
da tecnologia e até onde o mundo digital é saudável e benéfico para a
humanidade. Como a IA se comporta de maneira parecida a um cérebro
humano, o debate se voltou em torno da questão: as máquinas conseguirão
substituir os trabalhos humanos no futuro?
Ao falarmos de
tecnologia, sempre existem os dois lados da moeda e, assim como em todos
os casos, há vantagens e desvantagens no ChatGPT. Por sua capacidade de
reunir informações instantaneamente, a ferramenta pode ser um aliado do
ser humano no ambiente de trabalho, contribuindo para que tarefas mais
básicas sejam feitas com mais agilidade. O chat pode oferecer
respostas rápidas para questionamentos simples, permite a criação de
códigos de programação e, até mesmo, a execução de relatórios e
planejamentos. Nesse sentido, com a ajuda da tecnologia, é possível
otimizar tempo de pesquisas no ambiente de trabalho ou mesmo adiantar
algumas tarefas mais simples, além de facilitar a produção inicial de
projetos. Por exemplo, é possível que a ferramenta formule uma primeira
ideia para uma campanha publicitária e, em seguida, o profissional da
área desenvolva esse conceito. Mas, em meio aos benefícios,
entramos novamente na discussão filosófica que permeia o debate sobre
como a tecnologia pode ser uma aliada ou uma ameaça ao ser humano. É
possível afirmar que a sociedade pode se beneficiar das inovações
tecnológicas, podemos citar, por exemplo, a Revolução Industrial, que
foi um dos maiores adventos da história e deu ao ser humano a
oportunidade de usar a tecnologia como impulso para seu desenvolvimento
pessoal, intelectual e profissional. Seus efeitos positivos são sentidos
até os dias atuais, como é o caso da criação das locomotivas e estradas
de ferro, que continuam a serem usadas e aperfeiçoadas. Nesse sentido,
podemos dizer que as inovações desenvolvidas naquela época foram
benéficas para o ser humano, de modo geral. Então, ao
analisarmos as soluções que vêm surgindo no cenário atual, é preciso
ficar atento aos seus efeitos, se serão nocivos ou benignos à sociedade,
e fazer um balanço. Por isso, é importante observar a Inteligência
Artificial para conseguirmos discernir até que ponto essa ferramenta
está atuando como aliada da sociedade ou como algo que poderá ameaçar a
capacidade humana. Entretanto, analisando este cenário de
maneira mais profunda, já é possível apontar algumas brechas na
capacidade da IA, pois até o momento essas ferramentas não dispõem de
certas habilidades exclusivamente humanas, como pensamento crítico,
empatia ou sentimentos. Hoje, não se vê a possibilidade de um robô
criar, por exemplo, o planejamento estratégico de uma empresa. Além
disso, há o risco em se confiar cegamente nas tecnologias. Inclusive,
ao perguntar para o ChatGPT se ele é confiável, ele reconhece sua
passividade de cometer equívocos e recomenda uma checagem das
informações repassadas. Vale destacar ainda que, em um cenário no qual o
ser humano dependa 100% da tecnologia, suas funções cognitivas poderiam
ficar comprometidas. Se um robô está sempre disponível para resolver
seus problemas, o indivíduo pode perder a capacidade de lidar com
situações complexas sozinho. Nesse sentido, as capacidades do ser
humano, como analítica, de escrita e de comunicação, podem ser afetadas
pela falta de prática. Portanto, tendo em vista os pontos
positivos e negativos, a base para conviver em harmonia com as
tecnologias, em geral, é encontrar um ponto de equilíbrio, sabendo usar
suas qualidades, mas sem tornar-se dependente. Se o ser humano não
permitir que ferramentas como o ChatGPT tirem sua capacidade de pensar,
seu uso será benéfico. Então, parafraseando a resposta do nosso mais
novo colaborador “é importante encontrar um equilíbrio saudável entre a
tecnologia e a interação humana”.
PARIS (Reuters) – A Louis Dreyfus Company (LDC) pode quase dobrar
os investimentos anuais nos próximos anos, à medida que os lucros
crescentes ajudam a companhia a expandir seu tradicional comércio de
produtos agrícolas e novas atividades de ingredientes alimentícios,
disse seu presidente-executivo à Reuters.
O grupo divulgou na quarta-feira um salto no lucro líquido anual para
1 bilhão de dólares, contra 697 milhões no ano anterior, juntando-se a
outros comerciantes globais de grãos que se beneficiam dos preços altos e
da forte demanda em um ano marcado pela invasão russa da Ucrânia,
também exportadora de grãos.
A LDC quer acelerar os gastos de capital, inclusive em aquisições
“complementares”, para entre 800 milhões de dólares e 1 bilhão de
dólares anualmente durante o resto desta década, disse o
presidente-executivo Michael Gelchie em entrevista.
A previsão se compara aos investimentos de 549 milhões de dólares em
2022, que já marcaram um aumento ante os 372 milhões de dólares do ano
anterior.
“Isso pode e deve ser na forma de investimentos greenfield ou
brownfield ou do tipo M&A (…), seja no principal negócio, o
comércio, ou em negócios inovadores que realmente diversificam nosso
portfólio”, disse Gelchie.
Os investimentos do ano passado incluíram a aquisição da australiana
Emerald Grain. O preço do negócio foi de cerca de 102 milhões de
dólares, sujeito a ajustes de fechamento, informou a LDC em seu
relatório anual.
Gelchie se recusou a dar uma perspectiva para a companhia este ano,
mas disse que a turbulência no setor bancário e o aumento das taxas de
juros podem aumentar ainda mais a volatilidade do mercado.
A receita líquida subiu quase 21%, para 59,9 bilhões de dólares, de 49,6 bilhões.
A guerra na Ucrânia contribuiu para o aumento dos preços e para as tensões de oferta de produtos agrícolas básicos.
O patrimônio do grupo subiu para um recorde de 6,1 bilhões de dólares
em 31 de dezembro de 2022, enquanto a dívida líquida ajustada caiu para
400 milhões de dólares em 31 de dezembro, de 1,5 bilhão um ano antes,
disse a empresa.
A LDC também anunciou meta de redução de 33,6% para suas emissões de
gases de efeito estufa de escopo 1 e 2 até 2030, em comparação com o ano
de referência de 2022.
Nesse novo momento do varejo, que coloca o consumidor no centro, fala-se
muito mais das tecnologias emergentes que vão proporcionar a jornada
mais personalizada possível.
por Antonio Alberto Aguiar (Tombé), Diretor Executivo de Estabelecimentos da Sodexo Benefícios e Incentivos
Antonio Alberto Aguiar (Tombé), Diretor Executivo de Estabelecimentos da Sodexo Benefícios e Incentivos. (Foto: Divulgação)
A National Retail Federation (NRF), big show do varejo mundial, atrai
milhares de pessoas dos mais diferentes segmentos para discutir os
desafios, encontrar soluções e traçar os novos rumos do varejo. Em 2023,
ficou claro que o setor vive um novo momento, que mostra que o
consumidor está empoderado e, por isso, busca pela melhor experiência,
pelo menor preço, em processos rápidos e convenientes.
Este cenário reforça um caminho que já estamos trilhando e que passou
por muitas inovações. No passado, o setor imaginava que o e-commerce
iria se sobrepor ao varejo físico, depois, entendeu-se que ambos
precisavam estar unificados, e hoje, onde estamos, vivemos a
omnicanalidade, que é a integração entre os variados canais de contato
com o cliente. Fato é que todos os movimentos anteriores tiveram a ver
com a garantia da melhor jornada do consumidor e assim seguiremos no
futuro, convergindo para esse objetivo. Nesse novo momento do varejo,
que coloca o consumidor no centro, fala-se muito mais das tecnologias
emergentes que vão proporcionar a jornada mais personalizada possível.
Quero dividir um case de uma rede de supermercados, que expôs a
solução na NRF e que confirma essa tese. A tecnologia apresentada
realiza, continuamente, uma análise com algoritmos que levam em conta a
validade de um produto, não apenas os que são registrados nas
embalagens, como também o vencimento de frutas, legumes e verduras, por
exemplo. Essa inteligência cria, com base nos dados, preços dinâmicos
levando em consideração o prazo do alimento e o comportamento das
pessoas que estão dentro da loja. Tudo isso graças às tecnologias
avançadas que são capazes de identificar cada cliente, seja por meio do
aplicativo do celular que cada um carrega, seja pela leitura facial
dentro da loja. O caso representa a aplicação de uma jornada de
experiência única, com ofertas exclusivas, baseadas em cada um dos
consumidores, no mix de produtos e na rentabilidade do varejista.
Esse é apenas um dos exemplos de como a inteligência artificial (IA)
baseada no uso de dados tem um potencial enorme de proporcionar uma
atuação personalizada e sobre como o varejista pode gerar mais vendas
para seu negócio, tendo como fator chave o uso de data analytics.
Com a evolução das tecnologias, dos aprendizados e até mesmo das
ofertas de soluções no mercado, os custos para se investir em IA estão
cada vez mais acessíveis, sendo que, hoje, já passaram a ser uma
realidade para todos os portes de empreendimentos graças ao cloud
computing, isso sem falar das soluções prontas e modulares que podem ser
adquiridas em marketplaces para facilitar o processo.
Conforme o relatório Future Drivers 2025 da WGSN, divulgado durante a
NRF realizada em janeiro deste ano, as práticas inovadoras estão sendo
avaliadas por IA com mais regularidade e, até 2025, todos estarão mais
acostumados com a tecnologia, sejam empresas ou clientes.
Este mesmo relatório aponta ainda que a cultura digital está
valorizando os interesses do nicho, partindo da abordagem ampla e indo
em direção à específica. O movimento é impulsionado pela Geração Z,
especialmente nas redes sociais, com um crescimento de criadores de
conteúdo, comunidades e plataformas, o que é chamado de microcultura, ou
seja, a cultura voltada especificamente para um pequeno grupo.
Porém, na NRF não se falou apenas de tecnologia, já que muitas
apresentações se voltaram também para as pessoas, em especial ao
colaborador, que demanda capacitação para que possa fazer o uso correto
das ferramentas e desempenhar melhor suas funções.
Um ponto que também vale destacar foi o rico debate sobre a questão
da diversidade, como: formação das equipes, com atenção à negros e
mulheres na liderança, e o fim do estereótipo do consumidor. Ainda
segundo o estudo da WGSN, a pauta ESG é de extrema relevância no mundo
dos negócios, porém deve ganhar ainda mais força até 2025, por conta do
cenário atual de crises, questões sociais e ecológicas.
Dentre os aprendizados que ficaram com a minha participação no
evento, principalmente no que diz respeito à economia, ressalto a
adaptabilidade e a capacidade de se reinventar dos varejistas com
horizontes desafiadores, fazendo com que estejam mais focados em
encontrar soluções para obter retorno no curto prazo.
Estamos em um momento de aprimoramento, de manter os pés no chão, de
pensar em ações com retorno rápido e de colocar o consumidor em seu
merecido lugar, no centro, pois só assim será possível conquistar um
crescimento sustentável.
O gaslighting
pode ser definido como o ato ou a prática da manipulação psicológica,
em que o abusador tenta confundir e manipular a vítima até que ela se
sinta insegura e tenha dúvida sobre suas capacidades, competências ou
sanidade mental. Manipula, mente e causa esgotamento mental e físico na
vítima.
Essa terminologia surgiu a partir de uma peça teatral denominada Gas Light
datada de 1938, ambientada em Londres e adaptada ao cinema, cuja
temática versa sobre uma relação tóxica, ante a manipulação psicológica
pelo abusador dentro de um contexto doméstico — quando o marido adota o
abuso psicológico contra a esposa, com o propósito de deixá-la louca —
para se apropriar de seus bens.
Porém, o gaslighting entrou para o tristerol
das conhecidas práticas de assédio moral organizacional, sendo espécie
de violência que pode estar presente no ambiente de trabalho e que deve
ser combatida, até porque cabe ao empregador adotar políticas para
evitar constrangimentos e violência no ambiente de trabalho, sendo sua a
obrigação de cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina
do trabalho, nos termos do artigo 157, inciso I, da CLT.
Na
hipótese, o abusador distorce ou inventa informações de forma
intencional, manipulando a vítima, que passa a duvidar de sua própria
capacidade de sanidade. Essa conduta pode ser praticada por superiores
hierárquicos e até mesmo entre colegas de trabalho, afetando
principalmente mulheres e em ambientes de trabalho demasiadamente
competitivos.
O
tema — violência no ambiente de trabalho — ganhou especial destaque
pelo Tribunal Superior do Trabalho, porquanto cada vez mais comuns os
transtornos mentais relacionados ao trabalho, notadamente a exposição ao
assédio moral e sexual, as jornadas exaustivas, as atividades
estressantes, os eventos traumáticos, a discriminação, a perseguição da
chefia e as metas abusivas, principais causas do início das patologias
psicológicas e psiquiátrica.
O Ato Conjunto CSTJ.TST.GP
24/2014, institui o Programa Trabalho Seguro para a prevenção ao
assédio sexual e moral e garantir relações de trabalho em que prevaleçam
a dignidade, o respeito e os direitos do cidadão, conforme Política
Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho.
E sob esse enfoque, o Programa Emprega + Mulheres entrou em vigor por intermédio da lei
14.457/2022 em 22/09/2022 e altera a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT) bem como a legislação esparsa, para fomentar a inserção e
permanência de mulheres no mercado de trabalho, e, estabelecer condições
para que possam exercer a parentalidade.
Pesquisas
apontam que o assédio sexual praticado contra as mulheres no ambiente
de trabalho, é uma realidade, mesmo em relação àquelas que ocupam
funções hierarquicamente de destaque nas Organizações. Outros tipos de
violência também estão presentes no cotidiano das trabalhadoras
brasileiras.
Diante desta realidade, para
o enfrentamento do assédio sexual e outras formas de violência no
ambiente de trabalho, a Lei 14.457/2022 institui o Programa Emprega +
Mulheres, impondo às empresas que possuem Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes (Cipa), medidas para a coibição de todas as formas de violência, traduzidas em assédios sexual e moral, dentre elas o gaslighting, porquanto atenta contra a dignidade, a integridade psíquica ou física do trabalhador (a).
Tamanha
é a importância do tema, que a Cipa, a partir da Lei 14.457/22, que
institui o Programa Emprega + Mulheres, passa a ser chamada de Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio, tendo a importante
missão de combater todas as formas de assédio no trabalho em observância
à nova normatividade a partir do mês de março de 2023, bem assim
difundir a valorização da trabalhadora de maneira a evitar que o
ambiente laboral seja comprometido por qualquer tipo de violência,
dentre elas o gaslighting.
O
combate ao assédio sexual e violência no ambiente laboral como forma de
inserção e permanência das mulheres no mercado de trabalho ganhou
atenção especial do legislador, quando atribui à Cipa um papel
importantíssimo neste particular, recebendo uma nova denominação:
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio, conforme artigo
23, da Lei 14.457/2022, dispondo que as empresas deverão se adequar às
novas regras no prazo de 180 dias a partir da vigência da nova lei.
Assim, devem ser também incluídas nas atividades da Cipa, diálogos de segurança e normas internas da empresa, condutas em relação ao combate às práticas de assédio sexual e de outras formas de violência , dentre elas o gaslighting,
com ampla divulgação do seu conteúdo aos empregados e às empregadas,
bem assim os procedimentos para recebimento e acompanhamento de
denúncias sobre assédio e violência, e, quando for o caso, para
aplicação de sanções administrativas aos responsáveis diretos e
indiretos pelos atos de assédio sexual e de violência, garantido o
anonimato da pessoa denunciante, sem prejuízo dos procedimentos
jurídicos cabíveis.
Em
relação às mais recentes atribuições da Cipa, as empresas devem
realizar, no mínimo a cada doze meses, ações de capacitação, de
orientação e de sensibilização dos empregados e das empregadas de todos
os níveis hierárquicos da empresa sobre temas relacionados à violência,
ao assédio, à igualdade e à diversidade no âmbito do trabalho, em
formatos acessíveis, apropriados e que apresentem máxima efetividade de
tais ações.
Amanda Diaz, diretora de cultura da keeggo, defende que iniciativas
simples, como a criação de comitês internos, podem estreitar a
comunicação entre a equipe.
Amanda Diaz, diretora de cultura da keeggo, (Foto: Divulgação)
Por mais que iniciativas
de inclusão já sejam rotina em grande parte das empresas – 96% das
companhias brasileiras realizam campanhas para fomentar programas
referentes à temática, como aponta estudo da startup Blend Edu – o
desafio de implementá-las ainda permeia as equipes. Felizmente, o
movimento tem ajudado departamentos de recursos humanos a investirem
cada vez mais em ações inclusivas. Um dos grandes exemplos de D&I no
mercado, atualmente, é a keeggo, fornecedora de soluções de tecnologia
para negócios.
Para Amanda Diaz, diretora de cultura da keeggo, promover a diversidade e inclusão na empresa é uma tarefa que requer uma mudança no mindset.
Ela afirma que esse olhar deve vir da liderança primeiro, para só
depois ser estendido às demais áreas. “O discurso precisa estar muito
alinhado com a cultura da organização, por isso, os responsáveis devem
pensar em ações afirmativas e o mais importante é que isso saia do papel
e seja executado com consistência”, afirma.
Com quase 30 anos de
atuação no Brasil, a companhia tem uma cultura fortalecida na área de
Diversidade e Inclusão. Ela patrocina a Seleção Brasileira de Rugby em
Cadeiras de Rodas, iniciativa que resultou na contratação de alguns
atletas, somando ao quadro de colaboradores. Um deles é Gabriel Feitosa,
que também exerce a função de assistente jurídico. Em 2022, ele
conquistou o prêmio paralímpico na categoria Melhor Atleta de Rugby em
Cadeiras de Rodas.
“Essa parceria tem sido
muito agregadora para o nosso time. Desenvolvemos profissionais que já
eram excelentes atletas, e que agora também estão se destacando dentro
do universo da tecnologia. Sabemos da importância do esporte para o
cenário brasileiro e mundial e poder contribuir para isso é com certeza
um grande privilégio”, conta Diaz.
Para expandir
conhecimentos e mobilizar seu time interno, a keeggo também tem se
dedicado a orientar seus colaboradores por meio de treinamentos sobre
Vieses Inconscientes, além de letramentos Raciais, LGBTQIA+, PCDs e de
Gênero. A empresa também criou comitês dedicados a temas variados, como
questões raciais, de equidade de gênero, LGBTQIA+, de acessibilidade,
entre outros. Amanda destaca que a criação desses grupos pode ser uma
iniciativa simples, mas tem resultados expressivos entre os
colaboradores.
“Sempre pautamos nossa
equipe sobre diversos assuntos complexos que precisam ser discutidos.
Para estreitarmos ainda mais nossa comunicação, decidimos criar os
comitês e, a partir de então, temos acompanhado a empatia e o
envolvimento do nosso time com essas temáticas tão importantes. Isso tem
contribuído para um ambiente cada vez mais diverso e para uma
comunicação inclusiva”, finaliza a executiva.