quarta-feira, 12 de abril de 2023

Sueca Saab vê Colômbia e Peru como potenciais clientes do caça Gripen


Sueca Saab vê Colômbia e Peru como potenciais clientes do caça Gripen

Caça F-39 Gripen da FAB

Por Rodrigo Viga Gaier e Gabriel Araujo

 

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A sueca Saab busca aumentar as vendas do caça Gripen na América Latina, de olho em possíveis compras da Colômbia e do Peru enquanto se prepara para começar a produzir a aeronave no Brasil em parceria com a Embraer.

O presidente-executivo da Saab, Micael Johansson, disse à Reuters que a empresa espera que o governo colombiano retome em breve a aquisição de caças, enquanto o Peru é visto como o próximo mercado em potencial.

Na terça-feira, a empresa sueca e a Embraer assinaram um memorando de entendimento para a fabricante de aviões brasileira apoiar o programa Gripen, com a Embraer hospedando a linha de montagem final do jato em sua fábrica de Gavião Peixoto.

“Colômbia e Peru são os primeiros países que vêm à mente”, disse Johansson em entrevista na feira de defesa e segurança LAAD, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira, quando questionado sobre os planos de expansão da empresa na região.

“O Brasil é superimportante para nós, a Colômbia é a próxima na fila e depois veremos o que o Peru fará”, acrescentou. “Também houve pedidos de alguns outros países, mas é mais adiante.”

O Brasil foi o primeiro país latino-americano a selecionar o Gripen há quase uma década, e as entregas começaram no ano passado. A Força Aérea Brasileira tinha um acordo para 36 aeronaves inicialmente, mas está mira expandir esse pedido.

O ministro da Defesa, José Múcio, disse à Reuters na terça-feira que o país está analisando essa opção. Uma fonte com conhecimento da situação observou que o pedido inicial poderá ser ampliado para 40 aeronaves e disse que a demanda era grande o suficiente para que pudesse fazer um segundo pedido para cerca de 30 jatos.

“Já ouvimos esses números antes”, disse Johansson. “O Brasil sempre disse que precisará de mais aeronaves além dessas 36. É uma possibilidade. As discussões formais ainda não começaram, mas é claro que estamos preparados para começar quando eles quiserem.”

 

Americanas faz acordo com alguns bancos para suspender disputas judiciais

 


Crédito: Americanas

A companhia não mencionou por quanto tempo será a suspensão (Crédito: Americanas)

SÃO PAULO (Reuters) – A Americanas acertou com alguns bancos credores a suspensão de disputas judiciais em curso, disse a varejista nesta terça-feira.

A companhia, que está em recuperação judicial após revelar rombo contábil de cerca de 20 bilhões de reais no início do ano, não mencionou com quais ou quantos bancos chegou a um acordo. O Itaú Unibanco confirmou à Reuters na véspera que é uma dessas instituições, após notícias sobre o assunto.

A Americanas afirmou que, com o acordo, espera que “as partes envolvidas foquem seus esforços na negociação de um plano de recuperação judicial que seja aceitável para a maior parte dos credores da companhia e que viabilize o futuro operacional da Americanas”.

A companhia não mencionou por quanto tempo será a suspensão.

Bancos credores e Americanas vêm travando diversas batalhas judiciais, em especial em tribunais no Rio de Janeiro e de São Paulo, sobre fatores como a produção de provas antecipadas no âmbito das investigações das inconsistências contábeis reveladas pela varejista. O caso, inclusive, chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF).

 

(Por André Romani)

segunda-feira, 10 de abril de 2023

CEO da OpenAI considera abrir escritório no Japão enquanto governo busca adotar tecnologia de IA


CEO da OpenAI considera abrir escritório no Japão enquanto governo busca adotar tecnologia de IA

Sam Altman discursa durante conferência em Laguna Beach, na Califórnia

Por Kantaro Komiya e Satoshi Sugiyama

 

TÓQUIO (Reuters) – O presidente-executivo da OpenAI, Sam Altman, disse nesta segunda-feira que está considerando abrir um escritório e expandir os serviços no Japão após uma reunião com o primeiro-ministro do país.

Altman e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, trocaram pontos de vista sobre o progresso tecnológico e os méritos da inteligência artificial, bem como seus riscos, incluindo privacidade e violação de direitos autorais, disse o secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno.

O Japão avaliará a possibilidade de implementar tecnologia baseada em IA, como o chatbot ChatGPT, da OpenAI, à medida que examina os benefícios e riscos, acrescentou Matsuno.

“Esperamos… criar algo grande para o povo japonês, tornar os modelos melhores para a língua e cultura japonesas”, disse Altman a repórteres após a reunião com Kishida. Sua visita ao Japão é a primeira viagem internacional desde o lançamento do ChatGPT.

Em uma reunião separada na sede do partido governante do Japão, o presidente-executivo expressou esperança de que o país, como potência geopolítica, desempenhará um papel na adoção da IA e na elaboração de regras.

Matsuno disse a repórteres que o Japão considerará a adoção pelo governo de tecnologia de inteligência artificial, como o chatbot ChatGPT, caso as questões de privacidade e segurança cibernética sejam resolvidas.

O Japão continuará avaliando as possibilidades de introduzir a tecnologia de IA para reduzir a carga de trabalho dos funcionários do governo após analisar como responder a preocupações com questões como violações de dados, disse Matsuno.


Novo marco das PPPs será anunciado após viagem presidencial à China, diz Fazenda


Novo marco das PPPs será anunciado após viagem presidencial à China, diz Fazenda

Sede do Ministério da Fazenda em Brasília


BRASÍLIA (Reuters) -O anúncio da Medida Provisória que vai reestruturar as regras para as parcerias público-privadas (PPPs) no país será feito após a viagem presidencial à China, informou o Ministério da Fazenda nesta segunda-feira.

A divulgação chegou a ser incluída na agenda oficial do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com previsão de apresentação às 14 horas desta segunda, mas depois foi cancelada.

Haddad embarca na terça-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para viagem oficial à China. O retorno está previsto para domingo.

O novo marco das PPPs tem o objetivo de destravar projetos de infraestrutura, no que seria uma maneira de ampliar investimentos no país em meio a limitações orçamentárias para gastos em obras públicas.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Haddad disse que além de conceder garantia do Tesouro Nacional para dar segurança aos projetos nos Estados e municípios, a nova regra também permitirá que as empresas que tocam esses empreendimentos emitam debêntures incentivadas, facilitando a captação de recursos com isenção tributária.

Nesta segunda-feira, Haddad afirmou que o novo marco vem ao encontro de pleito de Estados e municípios por um apoio do Tesouro às PPPs, sobretudo na área de saneamento.

“A gente tem prazo até 2033 para universalizar o atendimento (sanitário) à população, e nós entendemos que, sem o Tesouro entrar, esse marco vai ser muito difícil de ser atingido”, disse Haddad a jornalistas na portaria do Ministério da Fazenda.

“Penso que o aval do Tesouro nas PPPs e nas concessões estaduais e municipais pode representar um incremento muito grande e uma diminuição de custos”, acrescentou. “A gente está universalizando, mas com compromisso de manter as contas de água e esgoto em um patamar que seja possível para toda a população.”

Na semana passada, o ministro das Cidades, Jader Filho, disse à Reuters que o governo vai elevar de 25% para 100% a parcela das operações de saneamento que podem ser conduzidas por meio de PPPs e previu o destravamento de investimentos de 120 bilhões de reais no setor.

Embarque de soja do Brasil soma 947 mil t/dia no início de abril, em ritmo de recorde


Embarque de soja do Brasil soma 947 mil t/dia no início de abril, em ritmo de recorde

Colheita de soja

SÃO PAULO (Reuters) – As exportações de soja do Brasil atingiram média diária de 947,2 mil toneladas na primeira semana de abril, avanço de 56,9% em relação ao volume embarcado por dia no mesmo mês completo de 2022, em ritmo que, se mantido, pode garantir um novo recorde ao país neste mês, mostraram dados do governo federal nesta segunda-feira.

Nos quatro primeiros dias úteis deste mês, os exportadores brasileiros já enviaram 3,79 milhões de toneladas de soja ao mercado internacional, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em momento em que a colheita de uma safra recorde caminha para o final.

Em geral, abril é uma época do ano em que os embarques do maior produtor e exportador global da oleaginosa são recordes ou se aproximam de máximas históricas.

Se o ritmo de embarques registrado na primeira semana deste mês permanecer até o final, o Brasil poderá exportar cerca de 17 milhões de toneladas do grão, superando o recorde registrado em abril de 2021, de 16,1 milhão de toneladas, segundo dados do governo.

Levantamento da AgRural divulgado nesta segunda-feira indica que o país já colheu pouco mais de 80% da área de soja cultivada na safra 2022/23, estimada pela consultoria em recorde de cerca de 150 milhões de toneladas.

Ainda de acordo com a Secex, a média de embarques de milho também supera o ano anterior, com 48,8 mil toneladas do cereal exportado ao dia na primeira semana deste mês, versus média diária de 36,3 mil em abril de 2022.

O trigo também foi destaque, com uma média diária que saltou de 7,75 mil toneladas em abril do ano passado para 21,6 mil no início deste mês.

(Reportagem de Nayara Figueiredo e Roberto Samora)


Bancos brasileiros devem entrar em terreno mais difícil para crédito corporativo, vê Goldman Sachs


Crédito: REUTERS/Andrew Kelly

Eles avaliam que o setor se aproxima do fim de um ciclo de crédito ao consumidor, mas provavelmente entrará em um terreno mais difícil para o crédito corporativo (Crédito: REUTERS/Andrew Kelly)

 

 

SÃO PAULO (Reuters) – Analistas do Goldman Sachs aguardam a divulgação dos resultados do primeiro trimestre dos bancos brasileiros para ouvir mais sobre a disposição das instituições financeiras para rolar dívidas, bem como a situação do mercado de crédito (DCM) após o evento Americanas.

Eles avaliam que o setor se aproxima do fim de um ciclo de crédito ao consumidor, mas provavelmente entrará em um terreno mais difícil para o crédito corporativo. Para 2023, Tito Labarta e equipe reduziram suas estimativas de lucros para os bancos, em média, em 2%.

Para os analistas, também são pontos de atenção as políticas macro do governo, como plano fiscal, reforma tributária, limite de taxas de juros, entre outros.

Eles ainda avaliam que a temporada de resultados corporativos, a primeira desde a deterioração do setor bancário global, será uma oportunidade também para os bancos brasileiros abordarem questões sobre liquidez, capital e riscos à lucratividade.

“No Brasil, acompanhamos a evolução do crédito corporativo, a desaceleração econômica e dos volumes de crédito e a normalização do ciclo de crédito ao consumidor”, afirmaram os analistas, que dizem dar preferência a Banco do Brasil e Itaú Unibanco no Brasil.

“Itaú e Banco do Brasil continuam sendo nossas preferências antes do (resultado do) trimestre devido à melhor qualidade de ativos e gestão de risco (ALM)”, afirmaram.

“Por outro lado, Bradesco e Santander Brasil têm espaço limitado para crescimento de lucros trimestrais, com ROEs (retorno sobre o patrimônio) permanecendo abaixo do COE (custo de patrimônio líquido)”, acrescentaram em relatório a clientes com data de domingo.

Para o BB, o Goldman Sachs prevê lucro líquido recorrente de 8,58 bilhões de reais no primeiro trimestre de 2023, com ROE recorrente de 21,1% e margem financeira (NIM) de 4,7%. No caso de Itaú, a estimativa é de lucro de 8,37 bilhões de reais, com ROE e NIM de 20,5% e 4,4%, respectivamente.

Bradesco deve apresentar lucro de 3,8 bilhões de reais, enquanto o ROE deve ficar em 9,8% e a margem financeira em 4%. Em relação a Santander Brasil, a previsão é de lucro de 2,2 bilhões de reais, com ROE de 10,8% e NIM de 5,1%.

A filial do espanhol Santander abre o calendário de resultados entre os grandes bancos brasileiros no dia 25 de abril, seguido por Bradesco, dia 4 de maio, Itaú, dia 8 de maio e BB, dia 15 de maio.

 

(Por Paula Arend Laier)


Recuperação judicial da Virgin Orbit ameaça sonhos espaciais do Japão



Recuperação judicial da Virgin Orbit ameaça sonhos espaciais do Japão

Sede da Virgin Orbit, em Long Beach (EUA)

Por Eimi Yamamitsu

TÓQUIO (Reuters) – O pedido de recuperação judicial da Virgin Orbit, do bilionário britânico Richard Branson, foi um golpe duro nas esperanças do Japão de construir uma indústria espacial doméstica, com os planos para a construção de um porto espacial em Kyushu paralisados por falta de financiamento.

A prefeitura de Oita, que abriga o maior número de fontes termais do Japão, firmou parceria com a Virgin Orbit em 2020 para criar seu primeiro porto espacial na Ásia no Aeroporto de Oita. A Virgin Orbit utiliza um Boeing 747 como veículo lançador de foguetes em pleno voo.

A Virgin Orbit vinha se promovendo como uma plataforma de lançamento de satélites militares e de inteligência para os Estados Unidos e seus aliados, incluindo o Japão, em um momento em que Washington e Tóquio enxergam com preocupação a ascensão da China como uma potência espacial.

O objetivo original era lançar pequenos satélites a partir de Oita já no ano passado, mas isso nunca aconteceu após duas falhas recentes no lançamento de foguetes.

 Duas empresas japonesas, a unidade da ANA Holdings, All Nippon Airways Trading, e a pouco conhecida startup japonesa de desenvolvimento de satélites iQPS, surgiram entre os seis principais credores assim que a Virgin Orbit entrou com pedido de recuperação judicial, na terça-feira passada.

“Ficamos desapontados quando soubemos do anúncio, pois esperávamos que a situação melhorasse”, disse a iQPS sobre o pedido de recuperação judicial. “Esperamos que a Virgin Orbit retome seus negócios para o desenvolvimento da indústria espacial global.”

A prefeitura de Oita estimou que o porto espacial, semelhante à instalação da Virgin Orbit na Cornualha, na Inglaterra, traria benefícios econômicos de cerca de 10,2 bilhões de ienes (77,4 milhões de dólares) para a região ao longo dos cinco anos a partir de seu lançamento inicial.

Com expectativa de cerca de 240 mil turistas visitando a região, as empresas locais chegaram a criar souvenirs relacionados a alienígenas, como passaportes de outros planetas e bicicletas que lembram a do filme “E.T.”.

Os moradores ainda têm esperanças de que um porto espacial seja construído. “É possível que alguma outra empresa compre a Virgin Orbit. Além disso, existem outras companhias e concorrentes além da Virgin Orbit que estão considerando lançamentos horizontais, então a Oita ainda tem muitas opções para refazer um contrato com elas”, disse Kunio Ikari, que dá aulas de economia na Universidade de Oita.

A prefeitura de Oita disse que seus esforços para atrair um porto espacial permanecem, mas se recusou a comentar sobre a Virgin Orbit ou o status atual do projeto. O Aeroporto de Oita também se recusou a comentar.