terça-feira, 21 de novembro de 2023

Lula diz que falou com von der Leyen sobre ‘pontos nervosos’ de Mercosul-UE e aguarda reunião

Entenda sobre o Mercosul » Conexão Aduanas

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta terça-feira, 21, que repassou “pontos nervosos” do acordo entre Mercosul e União Europeia à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em conversa na segunda-feira, 20. De acordo com o brasileiro, está sendo articulada uma reunião com von der Leyen durante a COP-28 para ser apresentada uma resposta definitiva do bloco europeu.

“Ontem, liguei para a Ursula von der Leyen, que é presidente da Comissão Europeia, para dizer a ela que estou querendo negociar o acordo UE-Mercosul ainda na minha presidência e gostaria que a gente conseguisse fazer o acordo”, declarou o presidente do Brasil na transmissão semanal ao vivo nas redes sociais Conversa com o Presidente, que nesta terça-feira contou com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Lula afirmou que passou à presidente da Comissão Europeia “todos os pontos nervosos” do acordo e que ela “ficou de me dar uma resposta”.

Segundo o brasileiro, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está em contato com o chefe de gabinete de von der Leyen para analisar os “pontos mais problemáticos.”

“Ela (von der Leyen) ficou de tentar, quem sabe, lá na COP 28, fazer uma reunião comigo e apresentar a resposta definitiva dele sobre nossa demanda”, comentou Lula.

A conversa entre ambos ocorreu um dia após a vitória do novo presidente da Argentina, Javier Milei, no domingo, 19.

Conforme mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), apesar da vitória do ultradireitista, o governo brasileiro vê que a relação entre Brasil e Argentina é forte o suficiente para resistir a uma gestão declaradamente contra à de Lula.

A preocupação está concentrada, neste momento, com a integração regional, que pode ser enfraquecida. Um dos pontos de atenção é o acordo entre Mercosul e União Europeia, defendido por Lula.

A vitória de Milei pode frear as negociações.

 

Lula formaliza indicação de quatro nomes para tribunal do Cade

Lula divulga nova foto oficial como presidente da República | Exame

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva formalizou nesta terça-feira, 21, no Diário Oficial da União (DOU) a indicação de quatro nomes para vagas no tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que está sem quórum e já teve cancelamento de julgamentos por falta de membros suficientes do colegiado para deliberação. A última sessão do tribunal com quórum foi realizada em 25 de outubro.

As indicações de Lula, que confirmam os nomes antecipados pelo Estadão/Broadcast semana passada e foram anunciados oficialmente na segunda-feira, 20, pela Secretaria de Comunicação da Presidência, são:

– O ex-advogado-geral da União José Levi Mello do Amaral Júnior, que entra na vaga decorrente do término do mandato de Luiz Augusto Azevedo de Almeida Hoffmann;

– A economista Camila Cabral Pires Alves, na vaga decorrente do término do mandato de Sérgio Costa Ravagnani;

– O superintendente adjunto do Cade, Diogo Thomson de Andrade, na vaga decorrente do término do mandato de Luis Henrique Bertolino Braido;

– O consultor legislativo do Senado Carlos Jacques Vieira Gomes, na vaga decorrente do término do mandato de Lenisa Rodrigues Prado.

Os nomes dos indicados seguem agora para apreciação do Senado Federal, que os submeterá a uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e fará votação das escolhas tanto na comissão quanto no plenário da Casa. Se aprovados, eles serão então nomeados pelo presidente Lula para mandato de quatro anos cada um.

 

Milei na Argentina traz riscos futuros a exportações brasileiras, diz Icomex, da FGV


Milei na Argentina traz riscos futuros a exportações brasileiras, diz Icomex, da FGV

"A vitória de Milei poderá trazer riscos para o comércio bilateral do Brasil com o país. Mesmo que não cumpra a ameaça de sair do Mercosul, a Argentina não deverá colaborar para facilitar acordos que procurem melhorar os canais de comércio de bens e serviços na região", resumiu a FGV. (Crédito: AFP)

A vitória do libertário Javier Milei nas eleições para a presidência da Argentina não afeta, no curto prazo, as trocas comerciais do Brasil com o país, mas traz riscos futuros. Uma eventual saída dos argentinos do Mercosul prejudicaria o desempenho das exportações brasileiras, avaliou o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

“A vitória de Milei poderá trazer riscos para o comércio bilateral do Brasil com o país. Mesmo que não cumpra a ameaça de sair do Mercosul, a Argentina não deverá colaborar para facilitar acordos que procurem melhorar os canais de comércio de bens e serviços na região”, resumiu a FGV.

O comércio com a Argentina rendeu um superávit de US$ 4,7 bilhões para a balança comercial brasileira no acumulado de janeiro a outubro deste ano, apesar da crise econômica que assola aquele país. O resultado é mais que o dobro do superávit de US$ 2,3 bilhões obtido pelo Brasil nas trocas comerciais com a Argentina de janeiro a outubro do ano passado.

“A vitória de Milei na Argentina levanta preocupações para o comércio externo brasileiro. Nada que afete no curto prazo o intercâmbio comercial, que já estava desacelerando com a crise argentina. Os riscos surgem com as incertezas trazidas por pronunciamentos durante a campanha presidencial. A saída do país do Mercosul, se ocorrer, traz impactos negativos para as exportações brasileiras beneficiadas com acordos (caso automotivo) e tarifas preferenciais. Além disso, poderá afetar o término das negociações com a União Europeia previstas para 7 de dezembro, que, mesmo sendo antes da posse do novo presidente, poderá ser contaminado com um cenário desfavorável”, avaliou a FGV.

O Icomex prevê um superávit recorde para a balança comercial brasileira em 2023, podendo chegar a US$ 100 bilhões. No relatório anterior, referente a setembro, a previsão era mais modesta, de um superávit de pouco mais de US$ 90 bilhões.

No acumulado do ano até outubro, o saldo da balança comercial alcançou um recorde de US$ 80,2 bilhões, sendo 53% desse superávit proveniente das trocas comerciais com a China, US$ 42,3 bilhões.

“Com esses resultados, o superávit de 2023 deverá ficar entre US$ 95 bilhões e US$ 100 bilhões”, previu a FGV.

Além de Argentina e China, houve também superávit para o Brasil no acumulado do ano no comércio com os demais países da América do Sul (US$ 9,0 bilhões) e com a Ásia excluindo a China (US$ 7,7 bilhões). Por outro lado, o Brasil acumula um déficit de US$ 2,3 bilhões de janeiro a outubro nas trocas comerciais com os Estados Unidos, e déficit de US$ 100 milhões no comércio com a União Europeia.

De janeiro a outubro de 2023, o volume exportado pelo Brasil para a China cresceu 29,3% ante o mesmo período do ano anterior; para os Estados Unidos, 4,6%; para a Argentina, 11,5%; e para a Ásia excluindo a China, 3,7%. Houve queda no volume exportado pelo Brasil para a União Europeia, -3,5%, e para os demais países da América do Sul, -3,9%.

“As projeções do Fundo Monetário Internacional são de desaceleração do crescimento dos Estados Unidos e de leve recuperação da União Europeia, mas em cenário incerto. Para o Brasil, o crescimento da China, que explica 30% das exportações, é o principal determinante. E, nesse caso, as previsões de menor crescimento do país poderão reduzir o aumento das exportações brasileiras. No tocante às importações, se confirmado o menor crescimento do PIB brasileiro em 2024, seria um fator a atenuar a redução do superávit comercial”, estimou o relatório do Icomex.

A expansão do superávit da balança comercial brasileira neste ano tem sido explicada pelo aumento do volume exportado e redução no volume importado, enquanto os preços têm recuado para os dois fluxos, observou o Icomex.

De janeiro a outubro de 2023, o volume exportado pelo Brasil cresceu 9,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o volume importado caiu 2,7%. Os preços das exportações recuaram 7,4%, e os das importações caíram 9,2%. Em valores, as exportações sobem 0,9% no acumulado do ano, enquanto as importações recuam 11,8%.

 

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

BNDES tem aumento de 18,4% no desembolso no 3º trimestre, para R$ 34,8 bi

bndes-logo-0-1536x1536 | BIOSIS Saneamento Ambiental

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou aumento de 18,4% no desembolso do terceiro trimestre do ano, para R$ 34,8 bilhões, informou o diretor do banco, Alexandre Abreu. Ele destacou o resultado obtido com a carteira de crédito, que chegou a R$ 495,2 bilhões de julho a setembro deste ano.

“A carteira de crédito vinha diminuindo ao longo dos últimos anos e demos uma virada, esse é um excelente sinal”, afirmou Abreu. “É a maior desde o primeiro trimestre de 2019”, completou.

Considerando os nove meses acumulados em 2023, houve aumento expressivo em todas as fases de operação do Banco comparativamente a 2022, como consultas (R$ 199,2 bilhões, alta de 94%), contratações (aumento de 43%, atingindo R$ 94,2 bilhões) e desembolsos (crescimento de 20%, ao atingir R$ 75,4 bilhões). “Se compararmos com outros anos, vemos que essa sequência de aumento é inédita nos últimos anos”, afirmou.

Ele destacou ainda que os desembolsos para o setor de infraestrutura subiram 7,2, enquanto para o agronegócio a alta foi de 23%.

Na indústria, os desembolsos do banco aumentaram 34% e no comércio e serviços, 31% no terceiro trimestre do ano.

O lucro recorrente no terceiro trimestre de 2023 foi 21,3% maior em um ano, e chegou a R$ 2,9 bilhões, informou Abreu.

 

Mudanças climáticas influenciam mandato do BC, afirma Campos Neto

Campos Neto reconhece esforço de Haddad, mas evita comentar novo arcabouço  | VEJA

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou nesta sexta-feira, 17, que o número crescente de desastres climáticos influencia o mandato da autoridade monetária. “Os desastres climáticos geram grande instabilidade de preços em energia e alimentos. O que o BC puder fazer para ter direcionamento de financiamentos ou transparência de informações sobre o que é financiado em termos de agricultura sustentável, devemos fazer, sim. Tenho uma preocupação com esse tema maior que a média de outros BCs”, afirmou, durante participação no evento “E Agora, Brasil?”, promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico.

 

Bancada do agro propõe aumentar seguro rural por conta das mudanças climáticas

Início - FPA

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) apresentou um conjunto de emendas ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, para garantir a produção do setor. Os deputados pedem que quatro emendas sejam acrescentadas à lei que definirá o orçamento do próximo ano.

Uma das emendas apresentadas pela bancada quer aumentar o orçamento necessário para operar o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). O seguro serve para minimizar as perdas do agricultor em decorrência de fatores ocasionados pelo clima e recuperar o capital investido na lavoura em caso de estragos.

Segundo argumenta a bancada, os custos para o pagamento do prêmio aumentaram devido à intensidade e frequência dos eventos climáticos neste e no ano passado, como a seca histórica na Amazônia e as enchentes que destruíram cidades no sul do País. Por isso, os recursos financeiros públicos destinados a socorrer os agricultores deve aumentar.

Os autores das emendas são os deputados Sérgio Souza (MDB-PR), Pedro Lupion (PP-PR), também presidente da bancada, e o deputado Alceu Moreira (MDB-RS). A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal (CRA) já acatou emendas apresentadas em um relatório de autoria do senador Jaime Bagatolli (PL-RO) que tratam de incentivos à produção rural. O relatório será analisado também pela Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Segundo o gabinete do presidente da frente ruralista, Pedro Lupion, a emenda pede que não haja limitação de empenho para os recursos destinados ao seguro, ou seja, mesmo que a receita não esteja sendo arrecadada conforme previsto, os recursos devem ser garantidos.

 

Classes C e D/E impulsionam crescimento da conectividade no país


Classes C e D/E impulsionam crescimento da conectividade no país

As classes C e D/E impulsionaram crescimento da conectividade nos domicílios brasileiros, passando de 56% para 91% e de 16% para 67%, respectivamente, entre os anos de 2015 e 2023. As classes A e B passaram de 99% para 98% e de 88% para 98%, respectivamente. (Crédito: Freepik)

 

Os domicílios com acesso à internet no país passaram de 51%, em 2015, para 84% neste ano, com base no total de domicílios. No ano passado, essa parcela chegou a 80%. Os dados são da pesquisa sobre uso das tecnologias de informação e comunicação nos domicílios brasileiros, a TIC Domicílios 2023, divulgada nesta quinta-feira (16).

A amostra da pesquisa, do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), abrangeu quase 24 mil domicílios e 21,2 mil indivíduos respondentes, com coleta de dados entre março e julho deste ano.

As classes C e D/E impulsionaram crescimento da conectividade nos domicílios brasileiros, passando de 56% para 91% e de 16% para 67%, respectivamente, entre os anos de 2015 e 2023. As classes A e B passaram de 99% para 98% e de 88% para 98%, respectivamente.

No entanto, a velocidade de conexão piora quanto menor é o poder econômico das classes, revelou a pesquisa. Já o compartilhamento com domicílio vizinho é maior na classe D/E, com 25% do total de lares com acesso à internet. Na classe C, o índice é de 15%; na B, 9%; e na A, 1%.

As classes C e D/E têm menos percentual de domicílios com computador, sendo 42% e 11%, respectivamente. Enquanto as classes A e B tem 99% e 84%, respectivamente.

Em relação ao acesso por indivíduos, a pesquisa mostrou que 84% da população é usuário de internet, um total de 156 milhões de pessoas. O indicador ampliado, que inclui indivíduos que afirmaram não ter usado a internet, mas declararam o uso de aplicações no celular que necessitam de conexão à internet, chegou a 164 milhões de usuários.

O percentual de usuários é maior entre a população urbana, na Região Sul, sexo feminino, entre brancos, com ensino superior, com idade entre 16 e 24 anos, e na classe A.

Há ainda 29 milhões de pessoas não usuárias de internet, revelou a pesquisa. A predominância está na área urbana, tem ensino até o fundamental, entre pretos e pardos, na classe D/E, de 60 anos de idade ou mais, do sexo masculino, residentes do Nordeste e Sudeste.